Lince-Ibérico (Lynx pardinus)

frederico

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Infelizmente, avisei.

Dizem que a extinção se deveu à doença do coelho.

Não foi. Foram os caçadores e as populações locais. Conheço bem a serra e o Baixo Alentejo. Havia e continua a haver controlo de predadores. Matam tudo.
 


frederico

Furacão
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No ano passado a população diminuiu em Doñana.

As actuais populações de Doñana e dos núcleos da serra Morena já não podem ter mais linces.

Para a população saltar dos 300 exemplares para os 500 só com novas populações noutras áreas

Tenho esperança que as coisas corram bem nos Montes de Toledo. Quem sabe se não teremos linces a cruzar a fronteira na zona de Portalegre.
 

james

Cumulonimbus
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Portugal e Espanha tem ainda , felizmente , amplas zonas pouco povoadas e relativamente selvagens e bem preservadas .

O programa de recuperação de linces e outras especies tem tudo para correr bem , se o Estado e as autoridades tiverem mao de ferro com os grunhos que não conhecem o significado da palavra " cidadania " .
 

boneli

Nimbostratus
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Braga. Lomar
Já saíram os sensos do Lince de 2014,

Para quem quiser consultar e opinar aqui vai: http://iberlince.eu/images/docs/3_InformesLIFE/Informe_censo_2014.pdf

Relativamente ao nosso canto, apesar de já termos uma morte, acho que ainda é cedo para tirar alguma conclusão sobre o sucesso do seu regresso a Portugal. Este novo surto hemorrágico não ajuda em nada, no entanto penso que os números apesar de ficarem aquém do que se esperava, continuam a ser animadores.

Há uma conclusão que podemos tirar, que é a razão de escolha do local de libertação ser no Vale do Guadiana e não na Malcata. Acho que de todos os sítios com potencial em Portugal o Guadiana foi a melhor escolha se analisarmos os prós e contras.
 

frederico

Furacão
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Já saíram os sensos do Lince de 2014,

Para quem quiser consultar e opinar aqui vai: http://iberlince.eu/images/docs/3_InformesLIFE/Informe_censo_2014.pdf

Relativamente ao nosso canto, apesar de já termos uma morte, acho que ainda é cedo para tirar alguma conclusão sobre o sucesso do seu regresso a Portugal. Este novo surto hemorrágico não ajuda em nada, no entanto penso que os números apesar de ficarem aquém do que se esperava, continuam a ser animadores.

Há uma conclusão que podemos tirar, que é a razão de escolha do local de libertação ser no Vale do Guadiana e não na Malcata. Acho que de todos os sítios com potencial em Portugal o Guadiana foi a melhor escolha se analisarmos os prós e contras.


Obrigado pela partilha, andava à procura desse documento e não achava.

Andei esta Páscoa pelos Montes de Toledo, mais concretamente pelas serras na fronteira entre as províncias de Cáceres e de Badajoz.

E que Montes são estes?

Infelizmente nas escolas mal se estuda Geografia ibérica, e tudo vem cheio de erros e omissões.

Os Montes de Toledo são a cordilheira que separa as bacias hidrográficas do Tejo e do Guadiana. A sua serra mais ocidental é portuguesa, a serra de São Mamede, no Alto Alentejo. A cordilheira segue depois pela Estremadura espanhola até à região de Toledo, em Castela-a-Mancha. É uma cordilheira muito extensa mas com altitude não muito elevada. Das torres do centro histórico medieval de Cáceres pode-se avistar a Sul os Montes de Toledo, mais concretamente a zona protegida da Serra de São Pedro, e a Norte avista-se a Cordilheira Central.

O povoamento em Espanha é muito diferente do povoamento em Portugal, as aldeias estão muito mais afastadas entre si, a propriedade privada tem outra dimensão, não há povoamento disperso e há uma menor densidade de estradas e de caminhos. As serras dos Montes de Toledo não estão com estradas e caminhos por todo o lado nem casario disperso, e também não vi eucaliptos, embora a Norte de Badajoz tenha encontrado uma ou outra plantação da espécie australiana.

Não conheço o estado do coelho na zona mas estou muito optimista com o futuro do lince-ibérico nos Montes de Toledo. E há condições para que a espécie circule no futuro entre esta cordilheira e a Cordilheira Central a Norte, e a Serra Morena a Sul. A partir daqui o lince também poderá visitar o Alto Alentejo, embora a situação em Portugal já me pareça um pouco mais desfavorável. Há eucaliptos a Norte de Nisa, muito povoamento disperso, novas habitações a surgir na serra, o que nem se percebe num Parque Natural, as invasoras a caminho do Marvão... creio que há zonas em Portugal com os habitats em melhor estado, mas será certamente um dado a ter em conta, a entrada do lince no Alto Alentejo vindo de Espanha.
 
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james

Cumulonimbus
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Obrigado pela partilha, andava à procura desse documento e não região .

Andei esta Páscoa pelos Montes de Toledo, mais concretamente pelas serras na fronteira entre as províncias de Cáceres e de Badajoz.

E que Montes são estes?

Infelizmente nas escolas mal se estuda Geografia ibérica, e tudo vem cheio de erros e omissões.

Os Montes de Toledo são a cordilheira que separa as bacias hidrográficas do Tejo e do Guadiana. A sua serra mais ocidental é portuguesa, a serra de São Mamede, no Alto Alentejo. A cordilheira segue depois pela Estremadura espanhola até à região de Toledo, em Castela-a-Mancha. É uma cordilheira muito extensa mas com altitude não muito elevada. Das torres do centro histórico medieval de Cáceres pode-se avistar a Sul os Montes de Toledo, mais concretamente a zona protegida da Serra de São Pedro, e a Norte avista-se a Cordilheira Central.

O povoamento em Espanha é muito diferente do povoamento em Portugal, as aldeias estão muito mais afastadas entre si, a propriedade privada tem outra dimensão, não há povoamento disperso e há uma menor densidade de estradas e de caminhos. As serras dos Montes de Toledo não estão com estradas e caminhos por todo o lado nem casario disperso, e também não vi eucaliptos, embora a Norte de Badajoz tenha encontrado uma ou outra plantação da espécie australiana.

Não conheço o estado do coelho na zona mas estou muito optimista com o futuro do lince-ibérico nos Montes de Toledo. E há condições para que a espécie circule no futuro entre esta cordilheira e a Cordilheira Central a Norte, e a Serra Morena a Sul. A partir daqui o lince também poderá visitar o Alto Alentejo, embora a situação em Portugal já me pareça um pouco mais desfavorável. Há eucaliptos a Norte de Nisa, muito povoamento disperso, novas habitações a surgir na serra, o que nem se percebe num Parque Natural, as invasoras a caminho do Marvão... creio que há zonas em Portugal com os habitats em melhor estado, mas será certamente um dado a ter em conta, a entrada do lince no Alto Alentejo vindo de Espanha.

E verdade , Espanha e muito mais selvagem que Portugal , e preciso reconhecer .

Andei a uns tempos atras pela região de Alcanices ,Sanabria e Zamora e fiquei impressionado com a vastidão selvagem, de km e km de carvalhais e sem ver nenhuma povoação .
Fantástico .

Na minha opinião , a região com melhor habitat para o lince e toda a região do Alentejo interior e partes da Serra Algarvia . Porem , a serra da Malcata não e ma de todo , e uma zona ainda relativamente isolada .
 
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frederico

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Não precisas ir tão longe, já a Galiza tem extensas zonas de carvalhal perto da fronteira, enquanto o Litoral Norte está uma desgraça, com eucaliptos, casas por todo o lado, armazéns e fábricas a ruir, grandes obras, tipo rotundas, estradas por todo o lado... nos últimos 40 anos deram cabo disto.
 
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boneli

Nimbostratus
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Vá..para animar aqui as tropas!!!

Mais dois libertados.
http://www.jn.pt/paginainicial/pais...=M%E9rtola&Option=Interior&content_id=4541128

Não querendo entrar em polémica e entendo perfeitamente o que querem dizer....não pensem que em Espanha é tudo uma maravilha!
E a Natureza não é só florestas de Carvalhos. Podia dar mil e um exemplos de nem tudo corre bem do lado de lá.

A titulo de exemplo...programa de reintrodução do Quebra Ossos em Espanha foi suspensa porque....parecem tordos a serem mortos!

E apesar de sermos muito mais pequenos que Espanha temos locais que eles nunca vão ter e que estão bem preservados...
 

boneli

Nimbostratus
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Extremadura acolheu o primeiro parto de crias em liberdade fora da Andalucía
Os responsáveis do programa Life+Iberlince confirmaram o primeiro parto de duas crias em liberdade nascidas fora da Andalucía, concretamente na Extremadura, de linces que foram reintroduzidos graças a este projeto que procura recuperar a espécie fora dos seus territórios de criação tradicionais.
Segundo informou hoje o Iberlince no seu site, dez meses depois da reintrodução do primeiro lince ibérico... no Valle de Matachel (Badajoz), puderam constatar que uma das fêmeas liberatadas no passado mês de junho, Kodiak, deu à luz os primeiros filhotes de lince ibérico nascidos em liberdade nessa região.
Até ao momento foram avistados dois filhotes, mas indicaram que é possível que existam mais.
Os técnicos responsáveis do seu acompanhamento confirmaram que os filhotes apresentam um bom estado físico.
Kodiak é uma fêmea muito jovem, de dois anos, e a reprodução de uma fêmea subadulta é pouco frequente, já que nesta espécie a reprodução só costuma surgir a partir do seu terceiro ano de vida.
Esta notícia é por isso um marco importante para o programa de reintrodução do lince, destacou o Life+Iberlince, que acrescentou que a conservação do lince ibérico é uma atuação a longo prazo e o seu eixo fundamental deve ser a reprodução em liberdade.
Fonte: Extremadura acolheu o primeiro parto de crias em liberdade fora da Andalucía
Os responsáveis do programa Life+Iberlince confirmaram o primeiro parto de duas crias em liberdade nascidas fora da Andalucía, concretamente na Extremadura, de linces que foram reintroduzidos graças a este projeto que procura recuperar a espécie fora dos seus territórios de criação tradicionais.
Segundo informou hoje o Iberlince no seu site, dez meses depois da reintrodução do primeiro lince ibérico no Valle de Matachel (Badajoz), puderam constatar que uma das fêmeas liberatadas no passado mês de junho, Kodiak, deu à luz os primeiros filhotes de lince ibérico nascidos em liberdade nessa região.
Até ao momento foram avistados dois filhotes, mas indicaram que é possível que existam mais.
Os técnicos responsáveis do seu acompanhamento confirmaram que os filhotes apresentam um bom estado físico.
Kodiak é uma fêmea muito jovem, de dois anos, e a reprodução de uma fêmea subadulta é pouco frequente, já que nesta espécie a reprodução só costuma surgir a partir do seu terceiro ano de vida.
Esta notícia é por isso um marco importante para o programa de reintrodução do lince, destacou o Life+Iberlince, que acrescentou que a conservação do lince ibérico é uma atuação a longo prazo e o seu eixo fundamental deve ser a reprodução em liberdade.
Fonte: EFE (Agencia EFE)
 
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DaniFR

Cumulonimbus
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boneli

Nimbostratus
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Braga. Lomar
Estas noticias a mim deixam-me a pensar. Nunca devemos subestimar as capacidades destes animais.
Ao contrário de nós eles não conhecem fronteiras.

2 Linces libertados em Toledo. Um já está perto dos Pirinéus, o outro anda 500 km mais para sudoeste e está em Portugal na zona de Mértola.

http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=4610695
 

james

Cumulonimbus
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16 Set 2011
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Viana Castelo(35 m)/Guimarães (150 m)
Estas noticias a mim deixam-me a pensar. Nunca devemos subestimar as capacidades destes animais.
Ao contrário de nós eles não conhecem fronteiras.

2 Linces libertados em Toledo. Um já está perto dos Pirinéus, o outro anda 500 km mais para sudoeste e está em Portugal na zona de Mértola.

http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=4610695


Mas isso e ótimo , quanto mais os animais estenderem o seu territorio melhor .

Pode ser que um dia os humanos também sigam o exemplo , empenhando - se em projetos políticos comuns em vez de projetos
Patrióticos .
 
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