Análise Modelos e Alertas Oficiais - Fevereiro 2010

Mário Barros

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18 Nov 2006
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Mau Tempo: Terminaram condições meteorológicas adversas - Protecção Civil
A Protecção Civil levantou às 20:00 de hoje as recomendações às populações do norte e centro litoral para se manterem em casa e deu como terminadas as condições meteorológicas adversas e a situação de emergência.

A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), em comunicado enviado à Lusa, confirmou ainda o fim do Alerta Laranja para as 21.00 horas, tal como tinha sido previsto durante a manhã de hoje.

"De acordo com as informações atualizadas e disponibilizadas pelo Instituto de Meteorologia, no "briefing" das 19.00 horas, confirma-se o fim das condições meteorológicas adversas. Face a esta situação, a ANPC confirma o fim do Alerta Laranja às 21.00 horas e o fim da situação de emergência, terminando igualmente as recomendações à população", lê-se naquele comunicado.

Lusa
 


David sf

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8 Jan 2009
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Vamos então ao programa das festas para os próximos dias.
Quarta-feira temos duas depressões no Atlântico. Uma a afectar-nos (B1), outra a oeste dos Açores (B2), que originará uma subida de latitude do ar quente na zona dos Açores.

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Essa ascensão de ar quente formaria um anticiclone entre a Islândia e os Açores. Outra depressão perto da costa americana (B3), começa a provocar outra subida de dorsal. A depressão B2 começa a afectar os Açores e “corta” a ligação do A a sul da Islândia às altas tropicais. A depressão B1 está na Catalunha.

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Posteriormente a depressão B1 instala-se no Mediterrâneo. A B2 vem a caminho do continente. A B3 provoca a subida da dorsal a oeste do Açores, originando um bloqueio nessa zona do Atlântico devido à união com o anticiclone a sul da Islândia, que neste momento já se estende até à Noruega.

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Às 144h, já com maior nível de incerteza, a depressão B1 já é irrelevante. A depressão B2, em colaboração com o anticiclone que já une a costa da Gronelândia à Suécia, ejecta ar frio no Golfo da Biscaia. A depressão B3 ainda está bloqueada.

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Às 168h, começa a divergência entre ECM e GFS, e mesmo a divergência entre várias das suas runs, pela razão que geralmente origina todas as dúvidas, Vai ou não resistir o bloqueio atlântico?

ECM

A depressão B3 rompe o bloqueio. Choque de massas dá-se a norte dos Açores, o frio não penetra em todo o continente português, cingindo-se ao norte. O NOGAPS é da mesma opinião.

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GFS

O bloqueio aguenta-se, a massa de ar frio, devido à acção conjunta da depressão B2 e do anticiclone atlântico desloca-se para sul, podendo até haver outra ciclogénese no interior da península devido ao muito ar frio em altitude. Não haveria isos para nevar em Lisboa.

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Já o GEM tem uma solução diferente. O bloqueio é rompido às 168h, tal como indica o ECM, mas é reposto logo em seguida.

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A evolução até às 144 h é neste momento praticamente certa, é confirmada por todos os modelos. Após isso, acho que o GFS está muito exagerado, mas é muito cedo para se dizer quanto tempo aguenta o bloqueio. Pode acontecer a solução mista dos dois, que é o que sucede mais vezes, havendo uma rotura do bloqueio, mas umas 24h depois, permitindo assim a instalação mais democrática do frio em toda a península, à espera de uma depressão que chegue com um bom ângulo de ataque. O que o GEM mostra também não é impossível.

Resumindo, o GFS está exagerado, e às 12z deverá mudar, mas está em aberto que para o próximo fim de semana ou início da semana seguinte, possa acontecer algo interessante para os amantes do frio e da neve.