Arquivo de eventos históricos



Mário Barros

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18 Nov 2006
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Cronologia dos principais temporais, inundações e enxurradas

A tempestade que causou hoje, sábado, pelo menos 32 mortos na ilha da Madeira é apenas mais uma capítulo de uma série de inundações e enxurradas que ocorreram nos últimos anos.

Segundo dados do blogue "Madeira, gentes e lugares", que faz uma cronologia dos desastres naturais no arquipélago, há relatos de enxurradas desde 1611, mas os mais recentes e que ainda estão na memória dos madeirenses foram os de 29 de Outubro de 1993 e 06 de Março de 2001.

2009 - 22 Dezembro: No concelho de S.Vicente, na zona norte da Madeira, a ribeira inundou vários acessos na localidade e a queda de uma árvore danificou duas viaturas, sem provocar danos pessoais Também na freguesia da Madalena do Mar, no concelho da Ponta do Sol, a ribeira transbordou devido à forte chuva, deixando a população da localidade apreensiva, mas a situação neste momento mais calma.

O Curral das Freiras, no concelho de Câmara de Lobos ficou isolado devido a uma derrocada,

2008 - 07, 08 e 09 de Abril. Um grande temporal assolou o Arquipélago da Madeira. A precipitação, caiu em abundância nos concelhos da Ribeira Brava, São Vicente, Câmara de Lobos, Funchal e Santa Cruz.

2007 - Nos dias 18, 19 e 20 de Novembro, as fortes chuvas que se fizeram sentir com grande intensidade nestes dias na Madeira, provocaram várias derrocadas na Estrada Regional, entre a Encumeada e o Paul da Serra (ER 228), sendo esta encerrada a todo o trânsito. Os ventos fortes derrubaram várias árvores, tendo uma delas destruído cabos de alta tensão no sítio do Curral dos Romeiros.

No Funchal houve várias inundações com "arrastamento de lama" que danificaram algumas viaturas na zona oeste da cidade.

A 22 de Novembro uma derrocada ocorreu na zona do Parque Empresarial da Zona Oeste (PEZO), junto à Ribeira Socorridos, provocando dois mortos e um ferido ligeiro, e soterrando várias viaturas num parque de estacionamento de uma empresa de construção civil.

2003 - 24 de Outubro. Devido ao mau tempo que se fez sentir no dia 23, uma derrocada arrastou para o Mar, uma viatura ligeira com dois passageiros na estrada junto ao Véu da Noiva, no Seixal.

2001 - 6 de Março. Um forte temporal abateu-se sobre S. Vicente e o Curral das Freiras. A história repetiu-se 72 anos depois no vale de S. Vicente. Nesta localidade do norte da ilha da Madeira ocorreram enxurradas no sítio do Loural - Rosário, que ao atingir a Via Expresso Funchal - S. Vicente, empurrou automóveis para a ribeira provocando 2 mortos e 2 desaparecidos.

No Curral das Freiras uma outra enxurrada soterrou e arrasou várias habitações no sítio das Balseiras onde ficaram desalojadas cerca de 50 pessoas.

Simultaneamente, ocorreram movimentos de vertente em vários sítios em S. Vicente e no sítio do Pico do Furão, Curral das Freiras. Nesta localidade os habitantes foram evacuados por razões de segurança.

1993 - 29 de Outubro. Um aluvião, considerada uma das mais violentas que atingiu a Madeira afectou a cidade do Funchal em particular, que ficou irreconhecível. O temporal fez oito mortos e cerca de 400 desalojados além de elevados prejuízos em infraestruturas públicas e instalações do sector privado. O total de prejuízos ascendeu a quase seis milhões e meio de contos.

JN
 

Mário Barros

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18 Nov 2006
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Maçores (Torre de Moncorvo) / Algueirão (Sintra)
Bem, aqui fica um gif com mais uma tempestade :p

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Desenrolou-se de 3 a 6 de Dezembro de 1925 (período mais violento).

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Mário Barros

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Cheias

1909 - Dezembro

Grandes cheias no Douro entre 17 e 25 de Dezembro, sendo os dias 21 a 23 os piores. Foi uma das maiores cheias conhecidas no Douro. Atingiu na Régua o caudal máximo de 16 700 m3/s; Os prejuízos foram bastante elevados. Perderam-se muitas dezenas de barcas de carga, e registaram-se várias vítimas mortais.

1948 - Janeiro

Na sequência de precipitação persistente registada em quase toda a fachada atlântica da Península Ibérica ocorreram as cheias mais generalizadas ocorridas em Portugal em tempos recentes, tendo sido afectados quase todos os rios.

1962- Janeiro

O Norte e Centro do País é afectado por cheias violentas, as quais incidiram principalmente nos rios Mondego e Douro, tendo-se neste rio registado a 2ª maior cheia do século XX.

1967 - Novembro

Precipitação excepcional na região de Lisboa provocou cheias súbitas com consequências trágicas: cerca de 500 mortos, grande número de casas ficou gravemente danificado, muitos quilómetros de estradas destruídos ,,, Prejuízos da ordem dos 3 milhões de dólares a preços da época.

1967 - Fevereiro

Cheias que afectaram principalmente os Tejo e Sado

1979 - Fevereiro

Cheia no rio Tejo considerada a maior cheia do século XX. Embora tenha afectado todo o vale do Tejo, teve especial incidência no distrito de Santarém. Durou 9 dias, tendo provocado 2 mortos, 115 feridos, 1 187 evacuados e avultados prejuízos materiais.

1981 – Dezembro

A 29 de Dezembro ocorreram chuvas intensas na região de Lisboa, que afectaram também outras zonas do país, bem como o oeste de Espanha, tendo originado cheias violentas. Causaram 30 mortos e mais de 900 desalojados..

1983 - Novembro

Forte pluviosidade concentrada origina cheias violentas na região de Lisboa, Loures e Cascais, que causam a morte de 10 pessoas (mais 9 são dadas como desaparecidas), 1 800 famílias desalojadas, destruição de 610 habitações tendo os prejuízos ascendido a cerca de 18 milhões de contos (valores da época)

1989 - Dezembro

Verificaram-se cheias nos rios Tejo e Douro que provocaram um morto e 61 desalojados no distrito de Santarém e mais 1500 na Régua

1997 - Outubro

A 26 de Outubro de 1997 precipitação muito intensa durante quatro horas na zona de Monchique provocou cheia violenta que atingiu a localidade, provocando elevados prejuízos materiais em habitações, viaturas e equipamentos. As Termas das Caldas de Monchique, bem como oficina de engarrafamento tiveram que encerrar temporariamente durante cerca de 6 meses.

1997 - Novembro

A 6 de Novembro de 1997 ocorreu no Baixo Alentejo precipitação muito intensa ocasionando cheias nos concelhos de Ourique, Aljustrel, Moura e Serpa, em consequência do que morreram 11 pessoas, tendo ficado desalojadas cerca de 200.

2000/01 - Inverno

O Inverno de 2000/2001 foi excepcionalmente chuvoso, tendo ocorrido cheias consecutivas entre os meses de Dezembro e Março. Embora tenham sido muitas as bacias hidrográficas onde ocorreram situações de cheia (algumas das quais excepcionais), .os distritos mais afectados foram os de Vila Real, Porto e Santarém. Cerca de uma dezena de pessoas perdeu a vida nas cheias, a maioria ao atravessar indevidamente zonas caudalosas. A situação de elevada saturação dos solos devido à precipitação contínua causou diversas movimentações de massa que provocaram mortos e desalojados. Em Janeiro, no Baixo Mondego, os diques longitudinais não aguentaram a força das águas e a erosão dos taludes provocaram neles a ruptura em 13 pontos distintos. A zona a jusante de Coimbra ficou alagada durante quase uma semana, com especial incidência para o concelho de Montemor-o-Velho. No dia 3 de Março a ponte Hintze Ribeiro, em Entre-os-Rios, colapsou devido aos intensos caudais dos rios Douro e Tâmega, e à excessiva exploração de areia no leito do rio ao longo de anos que tinha deixado descalço pelo menos um dos pilares da ponte. Ao cair, a ponte arrastou um autocarro de turismo e dois automóveis, tendo morrido cerca de 60 pessoas.

http://w3.ualg.pt/~jdias/GEOLAMB/GA3_cheias/GA35_CheiasPortugal/GA35_cheiasPortugal.html
 

Chingula

Cumulus
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16 Abr 2009
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Em relação às situações meteorológicas que afectaram as regiões a Sul do Tejo, em Novembro de 1997, a situação mais gravosa ocorreu no final do dia 5 e não no dia 6 de Novembro.
Rajadas de vento mais intensas registadas no dia 5:
Sines (22 00 UTC) - 100km/h; Sagres (21 20 UTC) - 123 km/h;
Faro (21 10 UTC) - 103 km/h e Portalegre (21 50 UTC) - 103 km/h.
Quanto às quantidades de precipitação:
Após vários episódios com precipitação elevada (a partir de 18 de Outubro do citado ano de 1997), salienta-se a precipitação ocorrida em 2 de Novembro nas regiões do Centro e Alentejo (Coruche - 127 mm/ 24 h; Castelo Branco - 83 mm/ 24 h; Lisboa I.G. - 91 mm/ 24 h) e posteriormente associada à ciclogenese explosiava de 5 de Novembro no Alentejo, em especial na região de Beja, entre as 2000 e as 2200 UTC atingem-se valores de precipitação muito elevados (111 mm/24 h).
A situação de catástrofe (Alentejo e Algarve) com 11 mortos, cerca de 40 feridos e avultados prejuizos materiais - mais grave ainda na região da Estremadura Espanhola - deveu-se ao efeito cumulativo de sucessivos episódios de chuva forte.
Elementos retirados da publicação - Os Temporais de Outubro e Novembro de 1997 em Portugal Continental - publicação de Abril de 1998 do Instituto de Meteorologia
 

Chingula

Cumulus
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16 Abr 2009
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A página "Tempestades históricas em Portugal" se pretende ser uma página útil, não pode ignorar os registos existentes em Instituições que se dedicam à Meteorologia...como os arquivos dos Institutos Geofísicos e os registos do Serviço Meteorológico Nacional do Continente e dos Arquipélagos da Madeira e dos Açores ou ainda do Instituto Hidrográfico, como de outras Instituições credíveis.
1 - O chamado ciclone de 15 de Fevereiro de 1941, cabe neste espaço?
2 - Só interessa a fenomenologia associada a cheias e inundações?
3 - As quantidades de precipitação elevadas, serão mais relevantes as que causam inundações repentinas (em especial em meio urbano) ou os períodos longos de precipitação, que têm maior incidência em cheias nas bacias dos principais rios?
3 - E as condições de mar com efeitos na orla costeira?
etc...
 

Vince

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23 Jan 2007
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A página "Tempestades históricas em Portugal" se pretende ser uma página útil, não pode ignorar os registos existentes em Instituições que se dedicam à Meteorologia...como os arquivos dos Institutos Geofísicos e os registos do Serviço Meteorológico Nacional do Continente e dos Arquipélagos da Madeira e dos Açores ou ainda do Instituto Hidrográfico, como de outras Instituições credíveis.
1 - O chamado ciclone de 15 de Fevereiro de 1941, cabe neste espaço?
2 - Só interessa a fenomenologia associada a cheias e inundações?
3 - As quantidades de precipitação elevadas, serão mais relevantes as que causam inundações repentinas (em especial em meio urbano) ou os períodos longos de precipitação, que têm maior incidência em cheias nas bacias dos principais rios?
3 - E as condições de mar com efeitos na orla costeira?
etc...

Este tópico é mais generalista, alguns eventos devido à importância que tiveram tem o seu próprio tópico (1941,1967,etc,etc).
Mas não há regras rígidas, tudo o que seja interessante é bem vindo.

Quanto aos arquivos, sim claro, a informação mais interessante estará nos arquivos das instituições nacionais, mas pronto, o tempo para fazer pesquisas não é muito, ou apenas um mero interessado por estas coisas. No meu caso acabo por procurar coisas em certos arquivos internacionais pois é rápido e pratico.

Já agora aproveito para informar que a tempestade nos Açores a
4 de Outubro de 1946 que me despertou a atenção o ano passado:
http://www.meteopt.com/forum/evento...historicas-em-portugal-1560-4.html#post133855

Na sequência de uns contactos que fiz na altura, esta tempestade vai em breve fazer parte de uma tese de reanálise das temporadas 1944-1953 dum investigador na Universidade de Miami/RSMAS, e nessa tese vai recomendar a inclusão desta tempestade como um novo ciclone tropical até aqui "oficialmente" desconhecido nos registos. Veremos como corre :)
 

Chingula

Cumulus
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16 Abr 2009
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Vou tentar referenciar alguns episódios que tenho conhecimento e que estão documentados, peço desculpa da eventualidade de já estarem referidos:
1 - "O Ciclone de 28 de Agosto de 1893 " J. Agostinho (tipografia Andrade - Angra do Heroismo.
Passo a citar:
...No dia 28 de Agosto de 1893 passou sobre os Açores um dos mais violentos ciclones que de si deixaram memória nestas ilhas, sendo principalmente atingidas as ilhas do grupo central, nomeadamente a Terceira.
...a pressão mínima foi de 744,8 mm, às 11h 30 m...
...Vários ciclones de menor intensidade acusaram pressões menores incluindo o de 3 de Dezembro de 1925, em que a pressão desceu a 714 mm...
...O que surpreende neste ciclone é a subitaneidade do seu aparecimento, a sua extraordinária violência, durando aliás poucas horas, e o seu pronto desvanecimento, ou melhor, afastamento.
...verifica-se que se formou perto das ilhas de Cabo Verde, no dia 21, dirigindo-se para NW...
2 - " Le Cyclone ou 7 - 8 Janvier 1929 aux iles Açores" José Agostinho in "La Meteorologie" Tomo V, 1929 - pag, 271 a 274
3 - Na publicação do Serviço Meteorológico Nacional " A Pesca do atum e alguns aspectos da interacção Oceano-Atmosfera na região dos Açores" de 5 de Novembro de 1975 - Manuel L. Bettencourt, nas páginas 37 e 38 refere:
"Dos Ciclones ocorridos entre 1958 e 1969 citam-se os que obrigaram a precauções especiais nos Açores" foram nos anos de 1958, 1959, 1961, 1962, 1964, 1965, 1966, 1967, 1968 e 1969...
Apenas os de Setembro de 1959 e 1961 passaram sobre os Açores, os restantes passaram ao largo do Arquipélago.
 

Chingula

Cumulus
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1 - In Apendice XII - Principal Tropical Cyclones Reaching Terceira from 1893
J. Agostinho:

28 de Agosto de 1893; 17 de Outubro 1899; 22 de Novembro 1906; 6 de Abril de 1911; 24 de Março de 1915; 16 de Março de 1916; 8 de Fevereiro de 1919; 12 de Abril de 1921; 3 de Dezembro de 1925; 27 de Setembro de 1926; 8 de Janeiro de 1929; 30 de Agosto de 1930; 21 de Novembro de 1931; 10 de Novembro de 1932; 24 de Novembro 1934; 25 de Setembro de 1940; 11 de Dezembro de 1942; 14 de Outubro de 1944; 17 de Novembro de 1944.

Como será razoável hoje discriminar, muitos destes eventos não tiveram origem em ciclones tropicais...

2 - Na segunda quinzena de Setembro de 1957, um ciclone (Furacão Carrie) que passou nos Açores e se dissipou na Irlanda...tendo atingido o vento máximo de 138 nós (próximo de 250 km/h) e um mínimo de pressão de 945 hPa...provocou, a sudoeste dos Açores, o naufrágio do navio escola Alemão Pamir (veleiro) causando a morte de 80 dos 86 tripulantes. (in apontamento pessoal)
 

Chingula

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O ano de 1976 teve, nos Açores, uma particular actividade no que se refere à aproximação, ou passagem de ciclones tropicais, já em fase de dissipação.

1 - Anna - afectou o Arquipélago de 31 de Julho a 6 de Agosto, atravesssndo o grupo Oriental.
2 - Emmy - afecta os Açores a partir de 31 de Agosto e directamente o grupo Central de 2 a 5 de Setembro. Acidente com avião Venezuelano com 68 mortos...
3 - Frances - Atravessa o arquipélago (entre os grupos Ocidental e Central) de 4 para 5 de Setembro, já como extra-tropical.
4 - Glória - Passa próximo do grupo Ocidental, como extra-tropical, em 4 de Outubro.
 

Mário Barros

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Maçores (Torre de Moncorvo) / Algueirão (Sintra)
Cheias no Rio Lima

22-12-1909

Maior cheia do rio Lima nos últimos tempos;

Todas as ruas da Vila afectadas;

Casas isoladas e pessoas desaparecidas.

15-10-1987

Nível médio diário de 4,36 m;

Todas as ruas da parte baixa da vila;

Avultados prejuízos em habitações e estabelecimentos comerciais.

05-01-2001

Parte histórica mais próxima do rio;

Danos significativos em estabelecimentos comerciais;

Destruição de parte do centro náutico;

Grandes prejuízos no Parque Temático do Arnado e praia fluvial.

Vídeo no final da página.
http://cheiasepatv.ucoz.com/index/0-6
 

Chingula

Cumulus
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16 Abr 2009
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..."As tempestades de chuva que duram vários dias e cobrem grandes extensões do território, verificam-se, em regra, com pequena frequência e correspondem a situações meteorológicas identicas." - cito uma nota técnica sobre catástrofes de natureza meteorológica em Portugal Continental, de Abril de 1978 (Dário X. Queiroz, José R. Faria e Manuel Bettencourt do INMG).
Considerando as cheias em bacias hidrográficas, associadas a Outonos/Invernos chuvosos refiro alguns que tenho conhecimento:
1876 - Cheias de Dezembro nos rios Douro, Tejo e Guadiana (neste rio, a maior que há registo).
1909/1910
1978/1979 - em Fevereiro no Ribatejo (Santarém com 8,89m)
1989/1990
1995/1996
2000/2001
 

algarvio1980

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21 Mai 2007
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Olhão (24 m)
Aqui fica mais um relato de uma cheia e a pior de todas em Tavira:

ÚLTIMA GRANDE CHEIA EM TAVIRA FOI HÁ 20 ANOS


Durante todo o dia 3 de Dezembro de 1989, domingo, choveu na zona sotavento do Algarve. Nesse dia, porque o autocarro não vinha a Tavira, tive necessidade de ir a Olhão levar um filho que estudava em Lisboa.
Caiu a noite e enquanto aguardava o autocarro fui ouvindo o relato transmitido pela Rádio Gilão de um jogo importante para o Clube de Vela.
De autocarro nada.
- Vamos a Faro, sugeriu o filho.Assim fizemos.
Na EN 125 lençóis de água dificultavam o trânsito, tornando-o perigoso. Ao Rio Seco, agentes da GNR com a água a chegar-lhes aos joelhos aconselhavam a não virar para a Conceição de Faro.
Na estação Rodoviária soubemos que os autocarros não circulavam. Apesar da urgência, por motivo de aulas, na ida para Lisboa, regressamos a Tavira, não pela EN125 mas por S. Brás de Alportel onde nas zonas de barreiras algumas pedras se tinham desprendido para a estrada.
Em Tavira, ao fundo da Rua José Joaquim Jara, onde morava, a água havia subido pouco, mas ao longo de toda a restante rua, no Bairro Jara e ruas vizinhas, desde o Largo da Caracolinha, nas residências e estabelecimentos comerciais a água entrou assustadoramente, provocando pânico e avultados danos materiais.
Aliás, toda a zona da baixa tavirense, quer numa margem do Rio Gilão quer na outra os prejuízos foram de grande dimensão. A água subiu a mais de 2 metros de altura, conforme placa colocada na Rua João Vaz Corte-Real.
Algumas viaturas estacionadas a montante da Ponte Romana foram arrastadas pela força da água e pelo menos uma ficou soterrada no leito do Rio.
Um contentor, dos utilizados como escritório nas obras, também foi arrastado vindo a derrubar parcialmente a ponte romana.
Foi a Engenharia militar que acorreu a minimizar as dificuldades de ligação entre as duas margens, cuja única alternativa era a ponte da EN125, colocando, provisoriamente, sobre a velha ponte um tabuleiro de madeira. Posteriormente, colaborou na montagem da ponte provisória, dai o lhe ter sido dado o nome de “ponte militar”.
Os Bombeiros Municipais tiveram muito trabalho e os repórteres da Rádio Gilão tiveram uma acção meritória no alertar da população. Periodicamente as margens do Rio Gilão transbordam alagando as ruas e em 22-12-2000 nova cheia, de menores dimensões, atingiu cerca de um metro de altura, provocando danos materiais.



COMENTÁRIO – Segundo dados que conseguimos obter, Tavira tem tido várias situações de cheia, umas maiores outras menores, mas com prejuízos avultados. Entre elas:
1948, dia 26 de Janeiro
1949, duas cheias. A primeira pelas 23 horas do dia 29 de Novembro. A segunda, pelas 11 horas da manhã
1958 – Não nos souberam precisar o dia, mas foi quase tão grande como a de 1989
1969 – Fevereiro
1989 – 3 de Dezembro ao fim da tarde
2000 – 22 de Dezembro

Pelos anos verifica-se que nalgumas houve um espaço de vinte anos. Estamos em 2009 e a última grande cheia foi em 1989. Será que Tavira está preparada para outra catástrofe do género?

Fonte: http://reportergilao.blogspot.com/2009/12/programa-4-quatro.html