Portugal não tem potencial turístico?



Levante

Cumulus
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17 Fev 2008
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Olhão
Acho que está mais que provado que Portugal tem potencial turistico. E, felizmente, um turismo bastante versátil. Quanto ao clima e potencialidade de cada região, torna-se evidente a impossibilidade de generalizar. Locais como Sagres e Nazaré atráiem turismo de desportos aquáticos (surf claro). A costa sul algarvia, por sua vez, aproxima-se mais do local-tipo do comum turista europeu - praias bastante atractivas (reconhecidamente das melhores da Europa/Mediterrâneo), águas calmas (Verão e boa parte do restante ano) de temperatura agradável (embora não tão quentes como várias zonas do Mediterrâneo; ainda assim, bastante convidativas) e clima que em nada fica a dever ao Sul de Espanha, Baleares, sul de Itália, sul da Grécia e até Chipre.

E sim, é verdade que nem mesmo a zona do Cabo de Santa Maria (Ilha Deserta, Ilha do Farol) nem o restante sotavento têm uma média anual tão elevada como os "trópicos" do Mediterrâneo - Lampedusa (pra que não sabe, uma pequena ilha italiana a WSW de Malta), que tem muito provavelmente o melhor clima do Mediterraneo, com menor amplitude diurna e anual, com as minimas mais elevadas, e a juntar praias e mar fantasticas. A costa mediterranica do Egipto também alia praias e resorts fantasticos ao clima mais quente encontrado em toda a costa mediterranica. É certo que também o verão nao é tão quente como o do Chipre, o da costa Sueste de Creta, o de Formentera. Mas o inverno é bastante semelhante, talvez até mais ameno.

Evidência também são a insolação que no Algarve atinge valores extremos e a muito reduzida pluviosidade em comparação com a grande maioria da costa mediterranica. Os invernos são também menos rigorosos - e raríssimo a temperatura bater nos 0º (já nem falo de descer para valores negativos) e há dias de Janeiro que toca nos 20º ou até mesmo ultrapassa. Ora um inverno assim talvez só mesmo em Lampedusa e na costa mediterranica do Egipto/Libia e talvez costa sul da Tunisia.

Exemplo prático: refiram-me locais (mesmo a nível do Mediterrâneo) onde em pleno Janeiro, a 3km da costa, uma blusa de alsas é suficiente, onde seja possivel tocar em golfinhos que acompanham o barco e onde o turista inglês ficaria escaldado; locais onde em Fevereiro se consiga fazer praia e dar um mergulho (mais agradavel do que entrar na água gelada quebra-ossos da costa vicentina em pleno Agosto); locais onde raras são as noites dos 3 meses de verão em que se necessita de um casaco, dado o frequente efeito fohen.

Este local é a costa do sotavento algarvio, e particularmente a costa da Ilha Deserta/Ilha do Farol, que certamente tem um dos climas anuais mais atractivos da Europa. Aliás seria interessante haver dados desses locais, certamente haveria diferenças em relação ás outras estações algarvias.

E nãó estou a puxar a brasa à minha zona...claro que a aprecio, mas reconheço obviamente que existem locais no Mediterraneo tão ou mais atractivos em termos de praia/clima. Apenas acho que existe um variado potencial turistico nesta zona (turismo de praia, turismo náutico, turismo de mergulho), que é o Algarve fora do roteiro turistico, fiocando-se felizmente pelo potencial, porque betão é o q não falta por aí.

:thumbsup:
 

Rtrinda

Cirrus
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31 Mar 2009
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Pinhal de Frades
Em primeiro lugar, como tecnico superior de turismo devo dizer o seguinte:

O Turismo dos 3 S (Sex, Sand and Sun)não interessa a ninguém e cada vez está mais morto. Prova disso é a queda do algarve que apenas se recompões com a afluência de Portugueses que até uns anos atrás não migravam tão massivamente para esta colónia estrangeira.

Em seguida há que ter em conta o seguinte. Portugal enquanto potencial turístico é uma amostra insignificante do que países como França. Itália, Inglaterra ou Espanha demonstram. Na verdade não podemos competir com estes destinos em absolutamente NADA. E quem viaja sabe disso.

Praias? Espanha e Sul de França batem Portugal de longe.
Montanha e Neve? Nem vale a pena falar disso.
História? Não somos mais que ninguem.
Monumentos? Os nossos monumentos são modestos em comparação.
Religião? Temos Fátima e os outros tem Santiago, Lurdes ou o Vaticano.

Isso tudo não para menorizar Portugal mas para termos consciência das nossas limitações e acabar com os disparates "Temos o mais belo país do Mundo". Portugal é bonito e era-o ainda mais há décadas atrás mas deve em todos os aspectos a outras nações bem mais competitivas.

A maior riqueza de Portugal é a variedade cultural, climática e geográfica em tão pequeno território. Somos ricos em tradições e em variedade etnográfica ao contrário do que se apregoa nas escolas ainda um pouco nacionalistas e fascistas.

No entanto, estas gentes que hoje ainda fazem Portugal, estas que nasceram na idade média e hoje estão alheadas da modernidade, são as que atraem os turistas valiosos. São estes os Novos turistas que tem educação superior, gastam imenso e respeitam e interessam-se pela qualidade ambiental, social e cultural do país que visitam.

São estas características únicas tradicionais que fazem de Portugal um mosaico de povos e regiões dentro de um povo e País maior. Porém, daqui uma ou duas décadas, a genuinidade das pessoas mais antigas acabará e os mais jovens, estes, são todos iguais uns aos outros.

Além da perda de identidade das regiões, o urbanismo acelerado e patrocinado por pessoas sem escrúpulos está a dizimar o valor paisagístico do país. Este é um problema atroz que salta aos olhos a quem visitar por exemplo o Minho e verificar que metade dele está engolido por betão. Mais umas décadas e o Alto Minho seguirá o mau exemplo do Distrito de Braga se não tomar precauções.

No fundo, com as limitações que Portugal tem, tendo em conta que o seu maior e mais famoso destino é um produto de massas desactualizado e utilizado por todo o mundo como O QUE NÃO FAZER (Algarve) tendo em conta a preservação do recurso, haveria que cuidar muito bem do que faz de nós diferentes dos outros.

O que causa atracção é a diferença, o desconhecido e não mais uns quilómetros de praias standard. E esta diferença e qualidade ambiental que se perde todos os dias e que risca de causar sérios problemas a quem quiser no futuro continuar a desenvolver esta industria.

Muito mais há para dizer sobre isso mas enfim.. é hora de jantar..



Subscrevo totalmente este post e este ponto de vista que vai ao encontro que tentei aqui transmitir
Portugal tem potencial turístico obviamente que sim, mas não tem em quantidade nem em qualidade suficientes que muita opinião publica julga que tem, e em muitos pontos insuficientes para competir directamente com outros países com tantas e melhores condições.

Exemplo:

A cidade de Roma , tem mais património histórico monumentos que por ventura todas as cidades portuguesas juntas é natural que por exemplo a cidade de Roma em Julho e Agosto como quase toda Itália pareça um centro comercial em vésperas de Natal, pois em Itália o turista pode fazer todo o tipo de turismo possível apenas numa província, por exemplo na Região de Lazio, um turista pode fazer um turismo cultural e conhecer Roma os seus belos monumentos ir a uma bela opera por exemplo, gastronómico saborear a bela cozinha italiana mediterrânea que não é so pizzas e lasanhas, pode fazer turismo de praia indo as quentes aguas mediterrâneas da Lazio, pode fazer turismo de serra nos Apeninos e se for em Abril e Maio ainda pode usufruir com um pouco de sorte de praticar desportos de Inverno, pode fazer turismo rural conhecendo as imensas vilas aldeias vales dessa região, pode fazer turismo religioso ao deslocar-se ao Vaticano e mais pode também fazer turismo desportivo vendo uns jogos de futebol da Lazio ou da AsRoma e ainda pode fazer um turismo de negócios pois Roma também é um ponto estratégico de negócios para congressos convenções exposições ,certames ,etc e isto tudo numa so região que tem a dimensão do baixo Alentejo sem ter a necessidade de fazer grandes deslocações, em Portugal um turista que quisesse fazer este mix tinha de fazer muito mais deslocações e por vezes com condições de acessibilidade bem piores, ou seja um turista que procurasse praia quente ia ao Algarve depois se quisesse fazer um turismo mais cosmopolita teria de se deslocar a Lisboa ou ao Porto se quisesse fazer um turismo de Serra teria de se deslocar a Serra da Estrela ou ao Geres se quisesse fazer turismo rural teria de se deslocar ao Douro, Minho ,Beiras ,Trás-Montes ou Alentejo se quisesse fazer turismo religioso teria de se deslocar a Fátima ou a Braga quer dizer teria de fazer muito mais deslocações que por exemplo na região da Lazio para usufruir destes diferentes tipos de turismo(claro que na gastronomia ficaríamos a ganhar pois o nosso peixe ou marisco da nossa costa fresca é bem mais apetecível que o peixe das aguas mais quentes) , ou seja quando se diz que Portugal tem muita diversidade sim sem duvida que tem mas os outros também têm e dei o exemplo da Região da Lazio como poderia dar muitos mais isto não é negativo é apenas diferente.

O que julgo é que os portugueses deverão começar como se diz na giria do futebol a levantar a cabeça e olhar para o lado, pois se nos temos coisas boas concerteza que temos os outros também tem e talvez ate melhores isso não é negativo é diferente, tentei dar aqui uma série de exemplos de regiões mediterrâneas que oferecem quer em quantidade quer em qualidade melhores condições daquelas que os turistas procuram, pois é muito giro dizer que temos alternativas e que temos turismo diferenciando é muito giro na teoria mas a verdade é que seja um turista português francês alemão espanhol de classe media depois de terem passado um ano a trabalhar e podendo a maioria da classe media tirar ferias nos meses de Junho, Julho e Agosto é procuraram um sitio quente com aguas calmas(ate para sua própria segurança e dos filhos) com uma temperatura da agua quente e com noites agradáveis alias nos portugueses fazemos exactamente o mesmo quando se viaja para o Brasil ,Cuba ,Republica Dominicana, Jamaica ,etc claro que vão a procura de conhecer outros países mas essencialmente procuram a praia sol calor, aguas quentes, e obedecendo a estes pré requisitos quase todos os países banhados pelo mediterrâneo oferecem no meu ponto vista melhores condições quer em quantidade e mesmo em qualidade, isto não significa que não exista outro tipo de turistas que procurem um turismo diferente.

Mas Portugal mesmo neste ponto tem aspectos que julgo sejam de extrema importância que fazem os turistas virem para cá, Portugal é um pais calmo hospitaleiro, minimamente seguro e estável no ponto de vista social e politico, temos umas gentes fantásticas bons profissionais capazes de falarem uma série de línguas característica não muito comum por exemplo em Espanha, França ou Itália, e somos um pais Ocidental apetecível que ate neste momento goza de uma boa imagem no estrangeiro e estes pontos mais sociais e humanos também pesam na escolha de Portugal como ponto turístico.

Julgo que Portugal pode ser uma boa alternativa mas em outros conceitos( o conceito de tursimo de Portugal deverá mudar no meu enteder) atrair pessoas que procurem um pouco de tranquilidade e que procurem uma costa em estado quase selvagem que apreciem outras coisas( o que é dificil) com coisas espectaculares sem entrar em grandes exageros.

Alias julgo que no mu enteder Portugal tem grandes capacidades mais para o tursimo de 3ª idade ou apra o turismo empresarial que propriamente para o tursimo de massas atras referenciado.

Isto é ser-se realista não é ser anti-português ou dizer mal de Portugal, pois adoro o meu pais seja no Norte no sul no centro no interior e posso afirmar que felizmente conhece-o relativamente bem .

Cumprimentos
 

Levante

Cumulus
Registo
17 Fev 2008
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Em primeiro lugar, como tecnico superior de turismo devo dizer o seguinte:

O Turismo dos 3 S (Sex, Sand and Sun)não interessa a ninguém e cada vez está mais morto. Prova disso é a queda do algarve que apenas se recompões com a afluência de Portugueses que até uns anos atrás não migravam tão massivamente para esta colónia estrangeira.

Em seguida há que ter em conta o seguinte. Portugal enquanto potencial turístico é uma amostra insignificante do que países como França. Itália, Inglaterra ou Espanha demonstram. Na verdade não podemos competir com estes destinos em absolutamente NADA. E quem viaja sabe disso.

Praias? Espanha e Sul de França batem Portugal de longe.
Montanha e Neve? Nem vale a pena falar disso.
História? Não somos mais que ninguem.
Monumentos? Os nossos monumentos são modestos em comparação.
Religião? Temos Fátima e os outros tem Santiago, Lurdes ou o Vaticano.

Isso tudo não para menorizar Portugal mas para termos consciência das nossas limitações e acabar com os disparates "Temos o mais belo país do Mundo". Portugal é bonito e era-o ainda mais há décadas atrás mas deve em todos os aspectos a outras nações bem mais competitivas.

A maior riqueza de Portugal é a variedade cultural, climática e geográfica em tão pequeno território. Somos ricos em tradições e em variedade etnográfica ao contrário do que se apregoa nas escolas ainda um pouco nacionalistas e fascistas.

No entanto, estas gentes que hoje ainda fazem Portugal, estas que nasceram na idade média e hoje estão alheadas da modernidade, são as que atraem os turistas valiosos. São estes os Novos turistas que tem educação superior, gastam imenso e respeitam e interessam-se pela qualidade ambiental, social e cultural do país que visitam.

São estas características únicas tradicionais que fazem de Portugal um mosaico de povos e regiões dentro de um povo e País maior. Porém, daqui uma ou duas décadas, a genuinidade das pessoas mais antigas acabará e os mais jovens, estes, são todos iguais uns aos outros.

Além da perda de identidade das regiões, o urbanismo acelerado e patrocinado por pessoas sem escrúpulos está a dizimar o valor paisagístico do país. Este é um problema atroz que salta aos olhos a quem visitar por exemplo o Minho e verificar que metade dele está engolido por betão. Mais umas décadas e o Alto Minho seguirá o mau exemplo do Distrito de Braga se não tomar precauções.

No fundo, com as limitações que Portugal tem, tendo em conta que o seu maior e mais famoso destino é um produto de massas desactualizado e utilizado por todo o mundo como O QUE NÃO FAZER (Algarve) tendo em conta a preservação do recurso, haveria que cuidar muito bem do que faz de nós diferentes dos outros.

O que causa atracção é a diferença, o desconhecido e não mais uns quilómetros de praias standard. E esta diferença e qualidade ambiental que se perde todos os dias e que risca de causar sérios problemas a quem quiser no futuro continuar a desenvolver esta industria.

Muito mais há para dizer sobre isso mas enfim.. é hora de jantar..

Concordo em praticamente tudo, só acho que é extremamente ofensivo para os habitantes da região algarvia (que ainda são alguns, 426 mil) considerares o Algarve uma "colónia estrangeira". É inquestionável o fluxo de turistas das mais diversas nacionalidades durante o Verão, e também é do conhecimento geral que muitos vivem a tempo inteiro na região. Mas acho que releva uma grande falta de sensibilidade geográfica /nacionalista um técnico superior de turismo fazer tal afirmação. Ou então ignorância. Provavelmente és só mais um que vê o Algarve como um playground de Agosto para vir fazer o tal turismo dos 3 S's que tanto censuras. E atenção, não sou nenhum separatista nem coisa parecida, aliás sou algarvio mas vivo há 6 anos em Lisboa, e deixo de lado a hipocrisia ao dizer que, a seu tempo, os 3 S's têm piada e muita gente critica mas dps estão cá batidos em Agosto.
Mas pronto, tudo isto para dizer que, na minha opinião, foi uma afirmação mal medida da tua parte e que, se fosses conhecedor dos "cantos à casa", não a farias. ;)
 

Agreste

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Eu acho que anda aqui uma grande ressaca sobre o Algarve. Eu adoro o culto do sol, trabalho bem longe de casa mas vivo a 10min da praia, o tempo quente faz bem ao espírito e dá muita vitamina D. Se é rasca ou não, pelo menos aqui não vês camiões de areia a refazer as praias todos os anos na primavera como nos países competitivos... :cool:


Eu não tenho religião nenhuma mas acho que dizer que Fátima ou Lurdes é turismo, é uma ideia muito interessante e com bastante piada... :lmao:
 

GabKoost

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Concordo em praticamente tudo, só acho que é extremamente ofensivo para os habitantes da região algarvia (que ainda são alguns, 426 mil) considerares o Algarve uma "colónia estrangeira"... Mas acho que releva uma grande falta de sensibilidade geográfica /nacionalista um técnico superior de turismo fazer tal afirmação. Ou então ignorância. Provavelmente és só mais um que vê o Algarve como um playground de Agosto para vir fazer o tal turismo dos 3 S's que tanto censuras.

Não é preciso ser-se um génio para entender que o termo "colónia estrangeira" está empregue num contexto turístico por a região ser utilizada e devastada para usufruto quase exclusivo dos estrangeiros.

Diga-me a percentagem de investimento feito directamente e exclusivamente para os Algarvios e compare-o com as somas gastas para desenvolver esta actividade turística a qual é de facto um CASE STUDY usado negativamente.

Talvez esta explicação o ajude a entender porque é que tratei o Algarve de uma "colónia estrangeira". Ele é o porque tudo o que se faz é para o turista e não para os Algarvios. Isso com o máximo respeito para os Algarvios que são Portugueses honrados como todos os outros.

Tome nota no entanto do seguinte, a sua reacção revela para mim um complexo qualquer de inferioridade. Nunca da vida iria escolher os Algarvios por entre todos os Portugueses para os difamar pela simples razão que vocês não me são assim tão importantes nem me incomodam em nada. Não se tenha em tão elevada estima. Um pouco de modéstia não fica mal a ninguém.

Sugiro-lhe tento na língua quando me chama de ignorante e olhe para a sua figura quando interpreta erradamente ideias bastante simples e que qualquer pessoa de consciência tranquila entenderia pacificamente no seu verdadeiro contexto.
 

Vince

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Eu confesso que o termo "colónia estrangeira" usado por um profissional da área do Turismo me surpreendeu bastante.
 

Agreste

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Não é preciso ser-se um génio para entender que o termo "colónia estrangeira" está empregue num contexto turístico por a região ser utilizada e devastada para usufruto quase exclusivo dos estrangeiros.

Diga-me a percentagem de investimento feito directamente e exclusivamente para os Algarvios e compare-o com as somas gastas para desenvolver esta actividade turística a qual é de facto um CASE STUDY usado negativamente.

Talvez esta explicação o ajude a entender porque é que tratei o Algarve de uma "colónia estrangeira". Ele é o porque tudo o que se faz é para o turista e não para os Algarvios. Isso com o máximo respeito para os Algarvios que são Portugueses honrados como todos os outros.

Tome nota no entanto do seguinte, a sua reacção revela para mim um complexo qualquer de inferioridade. Nunca da vida iria escolher os Algarvios por entre todos os Portugueses para os difamar pela simples razão que vocês não me são assim tão importantes nem me incomodam em nada. Não se tenha em tão elevada estima. Um pouco de modéstia não fica mal a ninguém.

Sugiro-lhe tento na língua quando me chama de ignorante e olhe para a sua figura quando interpreta erradamente ideias bastante simples e que qualquer pessoa de consciência tranquila entenderia pacificamente no seu verdadeiro contexto.

Eu acho que é urgente um curso de reciclagem. Todos os conceitos estão errados e servem para qualquer lugar da terra. Se o turismo não é para os forasteiros é para quem?

Eu gosto de sol e de praia e nisso estamos ao nível dos melhores. Mesmo Quarteira chega a ser um sítio bastante divertido. :)

O Turismo Algarvio começou nos anos 60. Só a linha de Cascais tem mais história. Os outros estão a começar agora. :cool:
 

GabKoost

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Entre BRG e GMR
Eu confesso que o termo "colónia estrangeira" usado por um profissional da área do Turismo me surpreendeu bastante.

Surpreende-o talvez porque não é profissional de turismo.

Para bom entendedor meia palavra basta. Utilizei esta expressão sem qualquer instinto pejorativo ou menorizador.

Como disse acima, os recursos do Algarve foram devastados para beneficio de pessoas extra sociedade. O investimento lá feito não é para os Algarvios mas para os visitantes. Todo o planeamento (ou falta dele) lá realizado remete os Algarvios para segundo plano.

Neste momento, apenas o interior Algarvio apresenta um produto turístico realmente ALGARVIO com tudo o que o termo permite integrar. Paisagem, historia, arte, cultura e tradição. Porém, concordaremos que é uma vertente secundária do Algarve que, mesmo assim, está a ser desenvolvida por câmaras como a de Silves que percebe que tem potencial para compor melhor a oferta da região. Torná-la mais ALGARVIA.

Sim porque de facto, a industria turística com que o Algarve está associada tanto poderia ser em Portugal como no sul de África. O sol, a praia e as musicas das discotecas são as mesmas nos 4 cantos do mundo.

Sabemos que, por enquanto, quem vem para VER PORTUGAL, vai ao Norte e a Lisboa e não ao Algarve. Isso é um facto que constato dezenas de vezes por mês em conversas directas com visitantes.

Estes, visitam o Norte, passam por Sintra e Lisboa e, para acabar, vão fazer praia ao Algarve, não para o conhecer mas apenas para usufruir dele. Os próprios Portugueses tem dificuldades em definir os principais traços identitários dos Algarvios.

Enquanto os Minhotos tem uma imagem clara, assim como Lisboa, Coimbra, Alentejo ou as Ilhas, o Algarve, fora da evidência que aqui estamos a debater, tem uma imagem escura e quase desconhecida.

Agora, é claro que os seus recursos tem de ser aproveitados. O seu clima e geografia permitem retirar lucro fácil e imediato com poucos esforços publicitários. Ele vende-se por si mesmo.

Acho que o próximo passo para a subida qualitativa do Algarve é, para além do reordenamento do Litoral, apresentar um pacote antropológico e Etnográfico FORTE e PRESENTE em PRIMEIRO PLANO.

Juntar às suas características naturais únicas uma proposta suplementar que lhe permita vender a sua ALMA para além do seu CORPO e tornar-se assim mias PORTUGUÊS aos olhos dos estrangeiros.