Ora bem e vendo o GFS, 12z, a situação é algo desapontante a meu ver. Ainda faltam umas boas horas portanto, isto que escrevo é apenas uma tendência.
Começando pelos níveis mais baixos, é importante mencionar o elevado ponto de orvalho à superfície, algo que será prevalente durante a passagem na íntegra da frente:
Haverá convergência dos ventos especialmente no G. Ocidental mas vão enfraquecendo ao longo da sua passagem (deslocam-se para norte):
Um pouco mais acima, não há um grande diferencial térmico. Contudo, haverão bolsas de ar moderadamente quente e húmido mas neste nível o ar tenderá a ser seco (e isto ajudará na visualização):
Acima, nos 850 hPA, continua a haver poucas diferenças no gradiente térmico. Contudo, haverão intrusões de ar quente:
A faixa de humidade é muito curta, o que corta as perspectivas de chuva:
Os ventos convergentes neste nível serão mais fortes no G. Ocidental e tenderão a enfraquecer:
Nos 700 hPa, há uma temperatura estável de +- 3 graus. Com os +- 10 a 850 hPa dá um gradiente térmico de +-4.6, próximo da estabilidade (já li 4º e 5º):
Neste nível também há uma fina camada de humidade:
Os ventos de convergência serão significativos no G. Ocidental mas tenderão a ficar mais fracos:
Nota ainda para a intrusão de ar frio nos 500 hPa e os ventos fracos:
O GFS tem sido inconstante na modelação do CAPE. A nova saída indica um fortalecimento antes da frente chegar ao G. Central e uma subsequente redução:
Voltando a pegar nos tefigramas:
É possível ver que está prevista uma capping layer por volta dos 3/4 mil metros. Mas a mesma aparenta ser fraca. É importante mencionar que os modelos estão muito indecisos. O HIRLAM indica que a frente mal chegará ao G. Oriental. E o GFS está incerto na mudança de direção da depressão. Ainda assim, e tendo em conta os meus ainda poucos conhecimentos diria que o estado do tempo será mais ou menos assim:
- Céu muito nublado. Períodos de chuva passando a aguaceiros. Tendo em conta o CAPE relevante não me admiraria nada se fosse lançado um aviso amarelo para o G. Central. Trovoadas são possíveis mas de curta direção tendo em conta os fracos ventos nas camadas mais acima na atmosfera. Tendo em conta a fraca humidade não me admiraria nada se aparecessem células isoladas e o céu estivesse com abertas suficientes para se ver as células. A
capping layer não deverá ser problema no G. Central. Os ventos convergentes estão a diminuir mas a camada tampão aparenta ser fina, o CAPE é significativo e há algum suporte nas camadas mais baixas da atmosfera para a convecção.