Reparem como os últimos sismos se distribuem ao longo do paralelo 40ºN. Interessante não?!
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Penso que a maior ocorrência de sismos no paralelo 40ºN seja mera coincidência com a localização actual dos limites das placas continentais e outras secundárias. Se houvesse correlação entre a maior ocorrência sísmica e a localização no paralelo 40º então certamente, por simetria, ocorreria de igual forma no paralelo 40ºS, o que não acontece.
É sabido que os animais têm comportamentos estranhos que nos podem indicar a ocorrência de um terramoto futuro, mas de que forma podemos ver isso através de fenómenos atmosféricos? Não percebo como é que a partir das nuvens podemos chegar a essa conclusão.
Alterações nas nuvens deve ser mais um falso mito, nem tinha ouvido falar.
Já alterações no comportamento dos animais, é um facto bastante discutido, muito embora inconclusivo.
Eu diria que, tendo eles alguns sentidos acrescidos e mais apurados, talvez até porque ao contrário de nós, eles passam mais o tempo a sentir do que a pensar, tornando-os mais sensitivos talvez.
Eu penso que é possível que sintam algo, agora se o que sentem é suficiente para reagirem com medo ou perturbação, isso já não sei!
As aves migratórias, alguns insectos, alguns mamíferos e alguns peixes (ex: tubarões detectam campos eléctricos muito fracos) têm decerto a faculdade de orientação, uns de uma forma outros de outra, sentem a orientação do campo magnético terrestre de forma que sabem onde é o norte e o Sul! Também alguns têm a faculdade de se aperceberem da latitude pelo correlacionamento entre a posição relativa do Sol no horizonte e a época do ano em que se encontram. Mostraram-se algumas evidências, ainda há muito pouco tempo, fazendo o seguimento lado a lado com gansos ou patos?!?! na sua rota migratória, sendo que com a instrumentação adequada mostravam-se as linhas de campo magnético terrestre ao longo da viagem, sendo que as aves seguiam paralelas a estas como se auto-estradas se tratassem!!!
Mas daí a sentirem sismos, não sei.. De sismologia sei que existem as ondas P e as ondas S. Nos sismos mais fortes ocorrem também as ondas R e L.
As ondas P são as primeiras, mais rápidas (0.3 a 7km/s) enquanto que as ondas S são mais lentas (0.1 a 5km/s).
Supondo um epicentro a 200km de distância de nós, e admitindo a velocidade máxima de propagação das ondas P e S, diferem 2km/s uma da outra, e por isso o tempo decorrido nessa situação entre uma e outra seria 200km/2km/s resultando 100s de tempo. Será nesses 100s que os animais se perturbam? Ficariam perturbados por sentir a onda P mais fraca e pouco sentida por nós num sismo de fraca amplitude?!
O meu exercício ao admitir que o meio material para propagação das ondas é o mesmo não é muito correcto para a estimativa das velocidades de uma e da outra, pois numa a propagação é vertical submetendo-se a camadas estratificadas de diferentes materiais, enquanto que a propagação da outra onda não é vertical.
Acredito que haja toda uma dinâmica de fenómenos a todo o momento e que antecede a ocorrência de um sismo, que ocorre aquando de um certo ponto crítico que é atingido. Devemos pensar que abaixo de nós, habitantes da crosta terrestre (uma casca de ovo flutuante) existem fluxos de magma que contem materiais ferromagnéticos e que dada a proximidade com a crosta relativamente ao núcleo e manto interior, podem ocorrer perturbações no campo magnético por sobreposição e por isso, ocorrem também alterações na condutividade eléctrica do meio. Os fenómenos de que falo são chamados de fenomenos telúricos.
Ora os animais que citei, podem facilmente sentir estas alterações, perturbando-se ou não! Penso que tem de haver um padrão desajustado para que os animais sintam que algo não está bem! Digo isto porque, fenómenos telúricos, perturbações no campo magnético existem a todo o momento, depende da escala com que o medimos!
Penso que não seja boa ideia usar o comportamento dos animais na previsão de sismos, uma vez que se estes reagirem a
padrões anormais de magnetismo terrestre ou a variações de condutividade eléctrica, isso não significa por si só que se possa antever um sismo, daí o descredito no uso dos animais como aferidor. É que padrões anormais deverão ocorrer um pouco por toda parte, com maior ou menor frequência, mas só uma pequena parte destas anomalias se correlaciona com sismos! Daí a falha destes como aferidor de eventos sísmicos.
E digo mais, todos nós sentimos não as perturbações em si, mas os seus efeitos! Eu explico: Perto de Castelo Branco existem 2 locais onde ocorrem estes fenómenos, sendo eu próprio testemunha de um deles, é mesmo verdade!
- Serra da Gardunha, entre Alpedrinha e Fundão, a 35-40Km de Castelo Branco
- Serra de Nisa, entre Nisa e Arneiro, a 40km de Castelo Branco já no Norte Alentejano.
E foi justamente em Arneiro, que com amigos paramos o carro na estrada, desligamos o motor e destravamos o carro, o que aconteceu foi surpreendente, a pick-up Nissan Navarra começou a acelerar até uns 20km/h desengatada fazendo marcha atrás numa descida de 50m! Não é ilusão! Deitamos água na estrada e esta descia, enquanto a viatura subia literalmente! Nestes 50-100m de estrada o desnível é de uns 4-5m de altura, confirmado por um deles que é topografo!
Se forem a Arneiro (Nisa) a 40km de Castelo Branco, aproveitem a experiência e almocem umas belas migas de peixe num restaurante reconhecido com prémio gastronómico. A paisagem é muito bela, fazendo-se a descida para o Tejo entre Norte Alentejo e a Beira Baixa. Visitem a sério!
"Sinais precursores:
Ocorrência de microssismos;
Alteração da condutividade eléctrica;
Flutuações no campo magnético;
Modificações na densidade das rochas;
Variação dos níveis da água em poços próximos das falhas;
Aumento da emissão de rádon;
Anomalias no comportamento dos animais; "
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Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sismo]
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ondas_sísmicas
http://domingos.home.sapo.pt/estruterra_2.html