1954 Tornado em Castelo Branco (Portugal)
6 novembre 1954 12 h 50
F3
tempo : trovoada à granizo
paisagem :
Visita pessoal sobre o sítio : Não
longeur trajectória : ?
amplitude trajectória (m) : ?
Lieu(x) : Castelo branco
Pessoa bléssés ou morta : 5 mortos, 220 feridos, mais de 40 000 pessoas com prejuízos
Não existe, em Portugal, informação apurada sobre a frequência com que ocorrem, em território nacional, os tornados, ou trombas de água que, formadas no mar, evoluam para as regiões costeiras. Todavia, e de uma maneira geral, estima-se que existam em média, por ano, cerca de 2 ocorrências, valor pouco significativo quando comparado com outras regiões do globo.
Do conhecimento histórico que se tem do fenómeno em Portugal continental, o tornado que maior impacte causou no decorrer do último século foi o registado em Castelo Branco, no ano de 1954.
O relato que a seguir se apresenta é uma simples compilação do que alguma imprensa reportou em relação ao incidente de Castelo Branco e que, de algum modo, ilustra o poder de destruição que um fenómeno desta natureza pode exercer:
- Castelo Branco, 6 de Novembro de 1954, 12h50, duração 30 segundos. Ruído estranho, longínquo. Escureceu. “Uma enorme nuvem negra tendo um feitio estranho aproximava-se a uma velocidade fantástica”. “Escuridão profunda e um ruído espantoso” como se “milhares de aviões passassem”. 5 mortos, 220 feridos, mais de 40 000 pessoas com prejuízos. “O vento entrou pelo poente”. Atinge metade da cidade, salva-se a zona do Castelo - a mais pobre.
Automóveis e camiões voltados e arrastados, chaminés e tectos de casas abateram, placas desabaram. Cobertura metálica do mercado arremessada, a enorme cúpula de ferro (com 8 grossos suportes de ferro) do coreto colocada no solo ao seu lado, portões separados dos gonzos e arremessados, pedregulhos, vidros, telhados, chaminés, fios eléctricos pelo chão.
Varandas retorcidas, persianas e montras partidas, uma trave vinda não se sabe de onde aparece numa varanda, automóveis de rodas para o ar ou encostadas à parede, “ideia de um bombardeamento”, reclames luminosos destruídos, postes de iluminação e fios no chão, os carros que circulavam tinham estragos (vidros e faróis partidos, chapas amolgadas), enormes árvores caídas. “Uma delas que dois homens não abraçariam”. “Campo de milho que dava a impressão de por cima ter passado um enorme cilindro”. Ala esquerda do quartel de Cavalaria destruída, dois cavalos mortos.
Muros caídos, pessoas levadas, postes de ferro dobrados, camioneta carregada projectada a 20 m de distância e voltada, árvores dos arredores aparecem no centro da cidade, objecto identificado pertencente ao cemitério de Benquerenças (a 9 km) aparece junto ao Hotel de Turismo. Fardos de 120 kg de cortiça foram arremessados a 500 m.
6 novembre 1954 12 h 50
F3
tempo : trovoada à granizo
paisagem :
Visita pessoal sobre o sítio : Não
longeur trajectória : ?
amplitude trajectória (m) : ?
Lieu(x) : Castelo branco
Pessoa bléssés ou morta : 5 mortos, 220 feridos, mais de 40 000 pessoas com prejuízos
Não existe, em Portugal, informação apurada sobre a frequência com que ocorrem, em território nacional, os tornados, ou trombas de água que, formadas no mar, evoluam para as regiões costeiras. Todavia, e de uma maneira geral, estima-se que existam em média, por ano, cerca de 2 ocorrências, valor pouco significativo quando comparado com outras regiões do globo.
Do conhecimento histórico que se tem do fenómeno em Portugal continental, o tornado que maior impacte causou no decorrer do último século foi o registado em Castelo Branco, no ano de 1954.
O relato que a seguir se apresenta é uma simples compilação do que alguma imprensa reportou em relação ao incidente de Castelo Branco e que, de algum modo, ilustra o poder de destruição que um fenómeno desta natureza pode exercer:
- Castelo Branco, 6 de Novembro de 1954, 12h50, duração 30 segundos. Ruído estranho, longínquo. Escureceu. “Uma enorme nuvem negra tendo um feitio estranho aproximava-se a uma velocidade fantástica”. “Escuridão profunda e um ruído espantoso” como se “milhares de aviões passassem”. 5 mortos, 220 feridos, mais de 40 000 pessoas com prejuízos. “O vento entrou pelo poente”. Atinge metade da cidade, salva-se a zona do Castelo - a mais pobre.
Automóveis e camiões voltados e arrastados, chaminés e tectos de casas abateram, placas desabaram. Cobertura metálica do mercado arremessada, a enorme cúpula de ferro (com 8 grossos suportes de ferro) do coreto colocada no solo ao seu lado, portões separados dos gonzos e arremessados, pedregulhos, vidros, telhados, chaminés, fios eléctricos pelo chão.
Varandas retorcidas, persianas e montras partidas, uma trave vinda não se sabe de onde aparece numa varanda, automóveis de rodas para o ar ou encostadas à parede, “ideia de um bombardeamento”, reclames luminosos destruídos, postes de iluminação e fios no chão, os carros que circulavam tinham estragos (vidros e faróis partidos, chapas amolgadas), enormes árvores caídas. “Uma delas que dois homens não abraçariam”. “Campo de milho que dava a impressão de por cima ter passado um enorme cilindro”. Ala esquerda do quartel de Cavalaria destruída, dois cavalos mortos.
Muros caídos, pessoas levadas, postes de ferro dobrados, camioneta carregada projectada a 20 m de distância e voltada, árvores dos arredores aparecem no centro da cidade, objecto identificado pertencente ao cemitério de Benquerenças (a 9 km) aparece junto ao Hotel de Turismo. Fardos de 120 kg de cortiça foram arremessados a 500 m.

