Tornado em Castelo Branco 25 de Outubro 2012

Paulo H

Cumulonimbus
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O fluxograma é útil e melhor que nada, não exclui subjetividades baseando-se apenas no aspecto visual..

Importante saber nestas situações, além do aspecto visual:
- Sentido do vento
- Antecipação de rajadas de vento
- Relatório de estragos, e extensão dos estragos (centenas de metros, quilômetros?)
- Variação de temperatura
- Variação da %HR (um pouco difícil..)
 


Paulo H

Cumulonimbus
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Notícias de última hora, relativamente ao video publicado:

http://www.reconquista.pt/pagina/edicao/228/23/noticia/24435

Castelo Branco: Vídeo mostra tempestade de 25 de outubro

Um video amador divulgado através do Youtube mostra a tempestade que destruiu alguns pavilhões da zona industrial de Castelo Branco na tarde de 25 de outubro.
O Instituto de Meteorologia garantiu horas depois dos acontecimentos que o caso não se tratava de um tornado, mas logo após a saída do jornal para as bancas um leitor fez chegar ao Reconquista um vídeo com quase dois minutos que mostra a deslocação do vento, afirmando ter contactado diversos sites americanos especializados em tornados, questionando o que seria aquele fenómeno.

Segundo ele, a resposta foi unânime, afirmando tratar-se, efetivamente, de um tornado.

O meteorologista Paulo Pinto declarou ao Reconquista ter visto, também, o vídeo, já depois de o jornal estar na rua e sobre isso deixa alguns esclarecimentos. Começa por explicar que nesse dia 24 o instituto recebeu diversos relatos de vento forte provenientes da zona de Castelo Branco, um deles falava de ventos fortes na zona, numa área não identificada, por volta das 13H00 e o relato da zona industrial, referindo-se a ventos fortes pelas 14H40.
"As condições meteorológicas naquele dia e na região, foram favoráveis à ocorrência de fenómenos de vento forte, podendo mesmo ter ocorrido diversos fenómenos independentes entre si em áreas próximas. Assim, não se coloca de parte que o vídeo recolhido na zona possa relacionar-se com um episódio diferente do que causou o vento muito forte na zona industrial, embora possa dizer respeito a fenómeno ocorrido na região. O fenómeno que se vê no vídeo aparenta corresponder a um mesociclone baixo, cuja rotação é visível na massa nebulosa mais próxima do autor do filme. Nestes casos, segundo alguns autores, é difícil decidir se o fenómeno deverá ser denominado tornado, ainda que o movimento de rotação organizado tenha vorticidade vertical suficiente. A base nebulosa que vem até ao solo em parte do filme, parece ter movimento de rotação no contacto com o mesmo, embora não seja definitivo afirmá-lo", explica Paulo Pinto.
O meteorologista admite que mediante o filme, o fenómeno possa ser classificado como um tornado.

"A questão que se coloca é que os termos da notícia se referem a uma classificação que efetuámos com base em relato visual e observação da natureza dos danos a partir de filmes e fotografias. Destes, concluí que o tipo de danos é mais ajustado a vento essencialmente horizontal, downburst, e não a tornado. Esta análise fundamentou-se essencialmente no facto de o vento ter sido suficientemente forte para ter arrastado uma viatura e ter produzido arrancamento de coberturas mas, nas fotos que tive oportunidade de analisar, ter causado poucos danos nas estruturas de suporte das coberturas, o que seria mais típico de um tornado. Quanto ao filme, existe a incerteza em saber-se se o fenómeno identificado foi exatamente o que, pelas 14H40, causou os danos", concretiza.
Para ele, este é um caso que levanta alguma complexidade de análise e pode tornar-se difícil conseguir-se uma investigação mais detalhada.

A tempestade provocou diversos estragos. Cristina Mota Saraiva/ Reconquista



Conclusão:

Da análise do video, verifica-se que se trata de um mesociclone, com carateristicas de tornado ou de downburst. Observa-se algum movimento rotacional até ao solo. Contudo, desta análise não é possível concluir com certeza, por não se garantir que se trate da mesma nuvem que provocou os estragos. Em conjugação com os estragos observados, é mais favorável a hipótese "downburst" mas sem excluir completamente a hipótese "tornado"!
 

Zapiao

Nimbostratus
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O video tem que ter a hora a que foi filmado. Isso ve-se nas propriedades do ficheiro;)
 

Paulo H

Cumulonimbus
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O video tem que ter a hora a que foi filmado. Isso ve-se nas propriedades do ficheiro;)

Não é assim tão simples.. Depende se a hora está correta ou não, da máquina que filmou!

Eu vi o vídeo umas quantas vezes, e para mim a filmagem da nuvem ocorre uns 15 segundos após a passagem no local. Como sou de castelo branco, reconheço na imagem o local afetado, e a direção que a nuvem toma já a fugir para fora do local.

Conclusão: é sempre difícil demonstrar os factos. Por um lado referem que sem mais meios audiovisuais que é difícil de analisar, por outro, quando são publicados, colocam a questão se a filmagem diz respeito ao momento exacto.

Assim é complicado..