Veado-Vermelho (Cervus elaphus)

Seattle92

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Bem, com tanta informação já recolhida... o passo seguinte foi transformar todos estes dados num mapa de Portugal onde fica visível a distribuição do Veado no nosso país.

Um mapa do género do que temos visto sobre a distribuição dos diferentes animais em Espanha.

Agora é uma questão de se ir actualizando à medida que se encontrem mais zonas onde o bicho apareça.

Já que o ICNB ou o Ministério do Ambiente não é capaz de fazer uma compilação deste género (mas bastante mais cientifica)... temos de ser nós a pôr as mãos na massa.
 


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Distribuição do Veado-Vermelho em Portugal (2010)

veadodistribuicao.jpg


PS: Este mapa não é (nem é suposto ser) um registo cientifico, mas apenas uma compilação de vários relatos (estudos, artigos, notícias) sobre a existência de veados em estado selvagem no nosso país. De fora ficaram zonas cercadas (herdades, quintas, tapadas,...)
 

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Veados aparecem mortos na zona da Lombada

Já apareceram três veados mortos na área da Zona Nacional de Caça da Lombada. A unidade de gestão florestal está a apurar as causas
A população de Guadramil queixa-se que vários veados têm aparecido mortos em terrenos das imediações da aldeia inserida no perímetro do Parque Natural de Montesinho (PNM).

Para já não há explicações sobre as causas da morte dos animais, mas técnicos do PNM já estiveram na localidade a averiguar a situação, e, pelo que se diz em Guadramil, uma localidade inserida na Zona Nacional de Caça da Lombada, estão a realizar investigações para apurar as razões na origem da morte dos cervídeos.
Um dos últimos casos sucedeu há algumas semanas. Alípio Pais contou ao Jornal Nordeste que após ter sido encontrado um veado morto foram pedir ajuda ao proprietário de uma retroescavadora residente em Babe, “para ajudar a enterrá-lo, mas quando voltaram viram que alguém tinha cortado os cornos ao veado. Não se sabe quem foi”, explicou.

Na aldeia não sabem se a morte dos veados estará relacionada com alguma doença grave que está a afectar a espécie ou se existe outra razão, como o envenenamento voluntário ou involuntário. “Já andam a estudar para saber que doença afecta dos veados lá no Parque (Montesinho)”, acrescentou.

Em Guadramil os populares garantem que os veados dão mais prejuízo à agricultura do que os javalis. “Nem é pelo que comem é mais pelo que estragam, dão prejuízo porque até estragam os castanheiros em fase de crescimento, é preciso fazer cercas com arames para proteger as culturas”, dizem. A população também se queixa que nem sempre o PNM paga os danos causados por aqueles animais.

Unidade de Gestão Florestal não conseguiu recolher amostras, devido ao elevado grau de decomposição

A Unidade de Gestão Florestal do Nordeste do Transmontano confirmou ao Jornal Nordeste que já pareceram três veados mortos, do lado português, mas em locais muito próximos da fronteira, mas não foi possível apurar as causas das mortes “porque os animais se encontravam já em estado avançado de decomposição”, explicou Graça Barreira. “Nem foi possível recolher amostras devido ao elevado grau de decomposição”, assegurou.

A unidade continua a realizar investigações e prospecções no terreno com o objectivo de apurar as causas da morte dos cervídeos. No entanto, Graça Barreira não acredita que a doença que afectou os veados na área espanhola chegue aos animais deste lado da fronteira.

Em Espanha a dimensão do problema é mais grave, com um elevado número de veados a aparecer mortos, “tudo indica devido a uma doença conhecida por septicemia hemorrágica generalizada, pode ser um surto, mas cá na região nunca houve, pode estar relacionada com as condições climatéricas”, referiu a responsável pela Unidade de Gestão Florestal.

O Parque Natural de Montesinho foi informado da situação, confirmou o actual director, Vitorio Martins, e está a colaborar com o que lhes é solicitado pela unidade florestal.

A caça de cervídeos é proibida e está limitada às determinações do Plano de Ordenamento do Parque Natural de Montesinho, publicado em Diário da República em Novembro de 2008, só pode ser realizada em caçadas de aproximação organizadas sempre sujeitas à aprovação do Instituto de Conservação da Natureza.


Glória Lopes, Jornal Nordeste, 2010-09-01
In DTM


Má notícia. Seja por doença, seja porque já começarem a ser perseguidos com veneno. :(
 

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Bom projecto de introdução de veados no Parque de Natureza de Noudar em Barrancos.

Mais que uma introdução, é mais um reforço de população, já que a espécie já se encontrava por esses lados.

Todo o projecto do parque de Noudar é muito interessante. Uma boa forma de proteger a natureza e continuar com as actividades agrícolas tradicionais.


http://www.parquenoudar.com/pt/modules/smartsection/item.php?itemid=197
 

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Cervus elaphus
A caça ao veado encontra-se praticamente ausente da economia das populações tardo romanas desta região do Douro [Vila Nova de Foz Côa], atestando-se apenas por alguns ossos dispersos o que impossibilita as interpretações da verdadeira importância deste taxon. Este aspecto contrasta com o panorama do Sul de Portugal, como na villa de Torre de Palma (Monforte) onde os animais caçados assumem a significativa percentagem de 27% (17,2 % de veado) (MacKinnon, 1999-2000) e Quinta das Longas (Elvas) onde só os restos de veado constituem 19,13% (Cardoso & Detry, 2005). Na Ilha do Pessegueiro, embora se reporte a um porto romano, logo com vivências humanas diferentes das de uma villa, a caça ao veado é particularmente importante sendo efectivamente interpretada como a base da subsistência (Cardoso, 1993).

A redução da frequência dos veados no registo arqueológico foi registada na Alcáçova de Santarém, a partir da Idade do Ferro, acentuando-se em período islâmico. Este facto foi interpretado como resultado das alterações de carácter ambiental como consequência da desflorestação que a pressão demográfica terá causado (Davis, 2006).
http://www.nia-era.org/index2.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=40


Temos falado da distribuição actual do veado no nosso país, mas também é engraçado ver como era a situação há 2 mil anos atrás.

Parece que já nesta altura este animal seria mais abundante no sul do país, nomeadamente no Alentejo (onde agora está a voltar em força).

Pelo contrário o corço, outro cervideo da nossa fauna, sempre deve ter sido mais abundante no norte o país, em zonas com florestas mais densas.
 

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Agora percebo porque é que tem aparecido veados nas zonas do Torrão... Inclusivé porque é que um amigo espetou-se contra um veado a chegar ao Torrão e teve um prejuizo de 15000€. O veado seguiu o seu rumo.

e sei que na zona existe alguns cervididos até mesmo noutras propriedades abertas , cervidios estes que teem fujido de S. bento

nas zonas circundantes a h.da figueirinha existem gamos,os que fogem de s.bento são veados

Desde que há uns anos (+/- 10) atrás, alguém, farto de imposições e de ter que pagar ao estado taxas absurdas pelo fomento e incremento da criação de Veados naquela zona, arreou a vedação que os continha, que é fácil de verificar a presença deles na região, e de gamos igualmente, e não me estou a referir a S. Bento, como será fácil de constatar.

Se bem que, de Gamos e Gamelas ou Damas, a presença é bastante mais antiga, dali até Avis, diria mesmo que nunca deixaram de existir, conheço mesmo, ali bem ao lado, um núcleo, de alguém que sempre os criou, e continua a criar, em regime fechado, pelo único prazer de os poder ver e admirar a cada dia, e quando a lotação do cercado é excedentária... abre o portão e deixa sair uns quantos, cuidando sempre de que saia a correlação correcta de Machos e Fêmeas, assim que, o "fenómeno" da respectiva existência, nem é estranho, nem novidade, pena é que não seja gerido nem melhorado.


Num forum de caça encontrei alguns testemunhos que explicam uma das razões para a recolonização do Alentejo por veados, estar a ocorrer de uma forma tão rápida.

O facto da burocracia do estado ser tão grande faz com que algumas coisas sejam feitas de uma forma pouco legal e com pouco controlo.

A questão é capaz de não ser assim tão grave, se os animais que são libertados forem portugueses, ou no caso de serem importados, terem passado pelo controlo necessário.

Mas mesmo assim, claro que seria bem melhor se estas "largadas" fossem feitas de uma forma legal e controlada, com a coordenação do ICNB.


Neste caso está-se a falar uma zona do conselho de Alcácer do Sal na freguesia do Torrão. Alguns km mais abaixo na zona de Figueira dos Cavaleiros também já é possível caça-los na zona de caça municipal. Possivelmente a população é a mesma.

Tenho de actualizar o mapa ;)
 

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Vendo a lista de zonas de caça municipal que autorizam o abate de veados (áreas abertas), no site do ministério da agricultura, encontrei muitas outras áreas onde esta espécie já ocorre.

Por exemplo a população da serra da Lousã tem se espalhado bastante pela área. A oeste já está perto da zona de Pombal e a leste já passa muito a Pampilhosa da Serra e já entra no distrito de Castelo Branco (mesmo ás portas da serra da Estrela)

A população do parque do Tejo Internacional e do parque de São Mamede, também se tem espalhado bastante para oeste e já chega pelo menos à fronteira com o distrito de Santarém, na zona de Mação/Gavião.

Mais para baixo, também já não é apenas na zona de fronteira com Espanha que a espécie se mantém. No lado esquerdo do Guadiana, Portel é um exemplo onde já se encontram estes animais.


Isto tudo assumindo que o Ministério da Agricultura apenas autoriza caça de veados em zonas onde a população existe e já apresenta um número considerável.
Acredito que sim, até porque no caso da Lousã, as primeiras autorizações de caça só foram dadas cerca de 10 anos depois das primeiras reintroduções e depois de muita pressão em relação à suposta grande densidade que a população já apresentava.
 

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Veado ibérico em risco de poluição genética

Possibilidade de contaminação do cervídeo está a ser estudada por parceria ibérica
2010-12-03
Por Carla Sofia Flores


Proteger o património genético do veado ibérico, que tem vindo a ser “ameaçado” pela mistura com outras subespécies europeias, é um dos objectivos principais de um protocolo de cooperação assinado pelas universidades de Aveiro, Extremadura e Córdoba, em Espanha.

Esta subespécie (Cervus elaphus hispanicus) é alvo da atenção destas três instituições de ensino superior desde há quatro anos, pelo que têm vindo a realizar trabalho de investigação para apurar a sua conservação genética.

O protocolo agora assinado vem “uniformizar as metodologias de análise de ADN dos veados para certificar a sua pureza genética”, explicou ao “Ciência Hoje” Carlos Fonseca, do Departamento de Biologia/CESAM da Universidade de Aveiro (UA).
Segundo o biólogo, o estudo deste animal está em diferentes estados de desenvolvimento nestas universidades, pelo que os trabalhos vão ser coordenados de forma a atribuírem-se tarefas específicas a cada grupo.

Os investigadores da UA estão responsáveis pela colheita do material genético do veado a nível nacional, mas também pela realização de testes laboratoriais que complementem o trabalho realizado em Espanha. “No trabalho de campo, recolhemos material ósseo das hastes para confirmar se existe o fenómeno de poluição genética”, referiu Carlos Fonseca, sublinhando ainda a necessidade de apurar a pureza e especificidades da subespécie.

De acordo com os resultados preliminares desta investigação, em Portugal o padrão ibérico mantém-se nas populações de veados analisadas. No entanto, Carlos Fonseca suspeita de que na zona sul do país a subespécie esteja contaminada por animais de outras origens, como Escócia ou centro da Europa.

A introdução destes veados “estrangeiros” pode alterar as características físicas e fisiológicas do Cervus elaphus hispanicus, ao ponto de surgirem problemas no que respeita à adaptação ao seu habitat natural. Como tal, após a publicação dos resultados finais desta investigação, apontada por Carlos Fonseca para meados de 2011, as entidades responsáveis pela protecção destes animais poderão tomar as medidas necessárias para garantir a sua conservação genética.

Várias espécies cinegéticas em análise

Este protocolo não vai incidir apenas no estudo do veado ibérico, mas pretende também potenciar a investigação em ecologia, conservação e gestão de outras espécies cinegéticas e dos seus habitats, tais como o javali, o gamo ou a cabra ibérica.

Este trabalho está a ser coordenado juntamente com outras entidades nacionais como a Administração Central e Regional, a Comissão e Junta Nacional de Homologação de Troféus, a Organizações do Sector da Caça, entre outros.
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=46320&op=all
 

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Belas imagens Brigantia. :thumbsup:


Quanto aos links, fico muito satisfeito em notar que já começam a haver iniciativas que aproveitam a riqueza natural do parque. Espero que iniciativas como esta se tornem cada vez mais relevantes. Até para as populações locais, é importante que a preservação da natureza também lhes dê alguns benefícios económicos, e o turismo é uma boa maneira de isso acontecer.


“É o passeio anual que fazemos, a que chamamos Passeio da Brama, porque é a época em que os veados acasalam e andam em despique pelas fêmeas, tudo isto se passa na zona nacional de caça da Lombada, com uma extensão de 20 mil hectares e vegetação rasteira e no habitat destes animais”, explicou o presidente da Associação Montesinho Vivo, Telmo Cadavez.
Naquela zona estima-se que existam cerca de 300 exemplares
http://www.jornalnordeste.com/notici...Action=noticia

Será que estes 300 exemplares se referem unicamente à zona de caça da Lombada? Mesmo assim, 20 mil hectares é uma área muito grande. Tantos anos depois de aparecimento destes animais no Montesinho, já se estaria à espera de uma população bem maior que 300 veados.