Local mais quente de Portugal ? 50°C é possível ?

belem

Cumulonimbus
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10 Out 2007
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Sintra/Carcavelos/Óbidos
A minha dúvida em relação à terra quente transmontana, prende-se com o facto de ter constantemente temperaturas um bocado acima das regiões circundantes, nomeadamente no seu curso inferior, onde o calor se sente, de facto, durante o verão de forma marcada - até final de Setembro...
Quanto ao resto, muito obrigado pela ajuda:thumbsup:

Programa de Conservação do Parque Arqueológico do Vale do Côa:


«O PAVC localiza-se no Nordeste Português, numa zona também caracterizada pela existência
de diversas fronteiras: desde logo a fronteira com Espanha, mas também as divisões administrativas,
regionais, naturais e sócio culturais entre a Beira Alta e Trás-os-Montes e Alto Douro. Geomorfologicamente
a área do PAVC integra-se na Meseta Ibérica, situando-se mais concretamente
na Meseta Setentrional e na bacia hidrográfica do Rio Douro. Esta região possui atributos específicos
que contribuem para a existência de um cluster climático, geomorfológico, orográfico e mesmo
social, económico e cultural particular. De entre estes atributos destacamos as formações xistosas,
o clima seco e quente e de baixa pluviosidade anual, especialmente nas zonas do vale de cotas mais
reduzidas (Aubry et al., 2002a, p. 62), aonde no pico do Verão as temperaturas alcançam facilmente
os 50ºC ou a pobreza dos solos que determinaram a implantação ao longo dos últimos dois milénios
dum modelo de exploração económica do território baseado numa agricultura tradicionalmente
assente em 3 grandes monoculturas (oliveira, amendoeira e vinha) adaptadas a estas exigentes
condições.».

«Clima:
A monitorização da evolução e variabilidade anual, mensal e mesmo diária dos elementos climáticos
é de grande importância para a conservação da Arte do Côa. O INAG (Instituto da Água)
fornece já os dados relativos à precipitação local, obtidos através das estações de medição de Escalhão
e de Castelo Melhor, que permitem calcular quer as médias anuais globais de pluviosidade
quer a precipitação abaixo de determinada cota, ou seja no fundo do vale. Por outro lado, faculta
ainda, através da estação hidrométrica de Cidadelhe, informações acerca do volume e fluxo do caudal
do Côa. Todas estas informações podem ser facilmente acedidas no endereço electrónico do
INAG (www.inag.pt) e contribuem decisivamente para definir o contexto climático de intervenção
dos trabalhos de conservação da Arte do Côa.
Estes dados são contudo insuficientes para a caracterização integral do regime climático regional
e local. De facto as informações sobre a temperatura (variações anuais, mensais e diárias entre
o fundo do vale e os planaltos adjacentes; entre e nos diversos Núcleos de Arte Rupestre; numa ou
em várias superfícies gravadas) são fundamentais para compreender cabalmente os contornos climáticos
microlocais e das quais o Programa de Conservação não pode obviamente prescindir. Como
tal, foi implantado um sistema de monitorização da temperatura e suas amplitudes que compreende
também competências na medição da precipitação e da humidade relativa de modo a complementar
o retrato climatérico da região que os dados fornecidos pelo INAG já possibilitam no
que diz respeito às duas variáveis referidas.»



In Revista Portuguesa de Arqueologia volume 7.número 1. 2004

http://www.ipa.min-cultura.pt/pubs/RPA/v7n1/folder/01.pdf
 


frederico

Furacão
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9 Jan 2009
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Porto
Boa noite.

Em 2001 fiz várias caminhadas no vale do Côa, no vale do Águeda e da Ribeira de Toirões e em vários pontos do vale do Douro na região fronteiriça, durante o final do mês de Junho.

Recordo-me que na altura fiquei impressionado com a aridez e as temperaturas elevadíssimas daqueles vales, e com os contrastes paisagísticos que exisitiam entre os vales referidos e os planaltos e serras adjacentes. Recordo-me de sair de Figueira de Castelo Rodrigo para o vale do Águeda e passar junto de bosquetes bem desenvolvidos de carvalho-negral e de pouco depois estar perante uma vegetação que associava mais ao vale do Guadiana, com Cystus e azinheiras.

Nesse dia que fomos ao Águeda, afluente do Douro que durante parte do seu percurso faz a fronteira com Espanha, estava muito calor. Numa região do vale muito rochosa e praticamente desprovida de vegetação o calor era infernal... as rochas libertavam energia térmica que tornava a paisagem ondulada, mais parecia que estava noutras latitudes... os grifos e os abutres-do-egipto aproveitam essa energia para planar e procurar alimento...

A conjugação da ausência de vegetação, escarpas rochosas, elevada exposição solar e protecção contra os ventos tornam estes vales do interior excepcionalmente quentes.

Por tudo isto, penso que é perfeitamente possível que algures num destes vales já se tenham atingido os 50ºC. Basta pensarmos que na Amareleja já ultrapassámos os 47ºC...
 
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16 Fev 2006
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São Joaquim/ 1345 m Brasil
Boa noite.

Em 2001 fiz várias caminhadas no vale do Côa, no vale do Águeda e da Ribeira de Toirões e em vários pontos do vale do Douro na região fronteiriça, durante o final do mês de Junho.

Recordo-me que na altura fiquei impressionado com a aridez e as temperaturas elevadíssimas daqueles vales, e com os contrastes paisagísticos que exisitiam entre os vales referidos e os planaltos e serras adjacentes. Recordo-me de sair de Figueira de Castelo Rodrigo para o vale do Águeda e passar junto de bosquetes bem desenvolvidos de carvalho-negral e de pouco depois estar perante uma vegetação que associava mais ao vale do Guadiana, com Cystus e azinheiras.

Nesse dia que fomos ao Águeda, afluente do Douro que durante parte do seu percurso faz a fronteira com Espanha, estava muito calor. Numa região do vale muito rochosa e praticamente desprovida de vegetação o calor era infernal... as rochas libertavam energia térmica que tornava a paisagem ondulada, mais parecia que estava noutras latitudes... os grifos e os abutres-do-egipto aproveitam essa energia para planar e procurar alimento...

A conjugação da ausência de vegetação, escarpas rochosas, elevada exposição solar e protecção contra os ventos tornam estes vales do interior excepcionalmente quentes.

Por tudo isto, penso que é perfeitamente possível que algures num destes vales já se tenham atingido os 50ºC. Basta pensarmos que na Amareleja já ultrapassámos os 47ºC...

OCORRE ALGO PARECIDO AQUI EM SC, NO LITORAL SUL, VALE DO RIO ITAJAÍ E BAIXO VALE DO RIO URUGUAI (REGIÃO DE ITAPIRANGA), NO VERÃO TEM DIAS DE CALOR MUITO FORTE, NESTAS ÁREAS A MÁXIMA ABSOLUTA OSCILA ENTRE 40 A 46,5°C. HÁ O PAREDÃO DA SERRA E POUCO VENTO NO INTERIOR DO LITORAL SUL E NA REGIÃO DE ITAPIRANGA, A CIDADE FICA A 180 m, É UM VALE FECHADO E COM MUITAS ÁREAS DE ROCHA QUE AFLORAM, CONTRIBUINDO PARA DIAS MUITO QUENTES. A PIOR ONDA DE CALOR EM ITAPIRANGA FOI EM JAN/FEV DE 1952, 17 DIAS SEGUIDOS COM MÁXIMAS ENTRE 40,5 A 46,5°C.
 

belem

Cumulonimbus
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10 Out 2007
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Sintra/Carcavelos/Óbidos
Boa noite.

Em 2001 fiz várias caminhadas no vale do Côa, no vale do Águeda e da Ribeira de Toirões e em vários pontos do vale do Douro na região fronteiriça, durante o final do mês de Junho.

Recordo-me que na altura fiquei impressionado com a aridez e as temperaturas elevadíssimas daqueles vales, e com os contrastes paisagísticos que exisitiam entre os vales referidos e os planaltos e serras adjacentes. Recordo-me de sair de Figueira de Castelo Rodrigo para o vale do Águeda e passar junto de bosquetes bem desenvolvidos de carvalho-negral e de pouco depois estar perante uma vegetação que associava mais ao vale do Guadiana, com Cystus e azinheiras.

Nesse dia que fomos ao Águeda, afluente do Douro que durante parte do seu percurso faz a fronteira com Espanha, estava muito calor. Numa região do vale muito rochosa e praticamente desprovida de vegetação o calor era infernal... as rochas libertavam energia térmica que tornava a paisagem ondulada, mais parecia que estava noutras latitudes... os grifos e os abutres-do-egipto aproveitam essa energia para planar e procurar alimento...

A conjugação da ausência de vegetação, escarpas rochosas, elevada exposição solar e protecção contra os ventos tornam estes vales do interior excepcionalmente quentes.

Por tudo isto, penso que é perfeitamente possível que algures num destes vales já se tenham atingido os 50ºC. Basta pensarmos que na Amareleja já ultrapassámos os 47ºC...

E no Pinhão os 46ºc.
Pinhão, que como se pode verificar nos mapas das temperaturas médias máximas para os meses de Junho, Julho, Agosto, nem sequer está perto, termicamente, das zonas mais quentes do Douro.
 

joseoliveira

Cumulonimbus
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18 Abr 2009
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Loures (Moninhos) 128m
Recordo-me que na altura fiquei impressionado com a aridez e as temperaturas elevadíssimas daqueles vales, e com os contrastes paisagísticos que exisitiam entre os vales referidos e os planaltos e serras adjacentes. Recordo-me de sair de Figueira de Castelo Rodrigo para o vale do Águeda e passar junto de bosquetes bem desenvolvidos de carvalho-negral e de pouco depois estar perante uma vegetação que associava mais ao vale do Guadiana, com Cystus e azinheiras.

Também notei isso há já alguns anos aquando da primeira vez que visitei essa região sobretudo no percurso entre Vila Nova de Foz Côa e Torre de Moncorvo.

O que achei curioso é que apesar de já ter ouvido falar da "Terra quente" não tinha a noção de até que ponto se poderia literalmente designar esta zona como tal, porque achava que havia aqui algo de contraditório num contexto geográfico e por sua vez climático.

No entanto, não deixei de reparar na grande semelhança paisagística quanto ao tipo de relevo, de vegetação e até em algumas características climáticas, que sobretudo no Verão, se podem comparar à região do Parque Natural do Vale do Guadiana, no concelho de Mértola e na vizinha serra algarvia nos conselhos de Alcoutim e Castro Marim!

Por isso, mesmo que apenas superficializando a questão quanto a extremos de temperatura => a 50ºC, acho que estas duas zonas do País poderão ter mais em comum do que aparentemente nos mostram! ;)
 
Registo
16 Fev 2006
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São Joaquim/ 1345 m Brasil
Estava olhando algumas tabelas e notei algo "engraçado".

Médias máximas de 35 a quase 38°c e as máximas absolutas, nestes meses, não eram muito superiores as médias. Tipo; média máxima de 37,9 e máxima absoluta inferior a 43°c.

São joaquim, que é fria e alta tem média máxima em novembro de 20,0°c e máxima absoluta de 31,4°c e em dezembro; 21,8°c e máxima de 31,4°c

na capital, florianópolis, ilha, em fevereiro a média máxima é de quase 29°c e já deu 38,8°c. Itapiranga, extremo-oeste e num vale bem fechado, a média máxima é de +-34°c/35°c e já deu 46,5°c (neste caso não padrão, mas a leitura já é feita a 74 anos, o erro já está padronizado. Detalhe o local é bem sombreado. Em orelans/sc, a média máxima em janeiro é +-32/33°c e já deu 44,6°c ( a mais alta do brasil). Em blumenau, vale do rio itajaí, bem mais aberto que itapiranga, em janeiro a média máxima é de +-33°c e já deu 43°c.

Ou seja, em relação a média máxima, os extremos absolutos máximos tem entre 9 a 11°c de diferença. Achei pouca a diferença entre a média máxima e a máxima absoluta, ainda mais que em portugal o período de insolação é bem maior que aqui.

Alguém teria alguns anos com os dados diários para tirar esta dúvida?
 

Dan

Moderação
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26 Ago 2005
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Bragança (675m)
Por cá a diferença também anda pelos 12/13ºC.

Alguns exemplos:

Beja – média máxima do mês mais quente 32,8ºC
máxima absoluta 45,4ºC

Bragança – média máxima do mês mais quente 28,5ºC
máxima absoluta 39,5ºC

Lisboa/Geofísico – média máxima do mês mais quente 27,8ºC
máxima absoluta 41,8ºC


E há também o factor altitude. Os locais com uma altitude mais elevada têm maior dificuldade em registarem valores elevados de temperatura. 1345m já faz alguma diferença.
 

Daniel Vilão

Super Célula
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22 Mar 2007
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Ribafria-Alenquer / Moscavide / Degracia
Lisboa/Geofísico – média máxima do mês mais quente 27,8ºC
máxima absoluta 41,8ºC

Lisboa/Gago Coutinho, em funcionamento no aeroporto desde os anos 90, não tem ainda normais definidas, mas apresenta uma tendência para ter extremos maiores do que a estação do Geofísico, se for feita uma comparação apenas dentro desse período.

Se houvesse normais para essa estação, o mês mais quente teria uma média máxima a rondar certamente os 28,5 ºC ou não longe dos 29,0 ºC.

O extremo máximo em Gago Coutinho até agora, neste pequeno período de análise, foi de 42,0 ºC em 01/08/2003.
 

Daniel Vilão

Super Célula
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22 Mar 2007
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Ribafria-Alenquer / Moscavide / Degracia
No Poceirão então, deverá ser também o que acontece e a uma escala ainda maior! :D

E fui eu que causei toda esta fixação pelo Poceirão, que parece ganhar adeptos. :lol:

Vamos então continuar a descobrir a realidade climática do nosso país, bastante rico em especificidades, locais como o Poceirão haverá muitos mais.

---

Aproveitando o meu post anterior, em que referia que na estação de Gago Coutinho, que ainda não tem idade suficiente para ter normais climatológicas, deverá ter uma média das máximas no mês mais quente de quase 29 ºC, a zona de Moscavide sendo, nas máximas, ainda ligeiramente mais quente, cerca de 1 ºC em média, deverá andar perto dos 30 ºC de média de máximas no mês mais quente.

Apenas o Inverno aqui tem sensivelmente a mesma média que o aeroporto e algumas zonas envolventes, pois o Verão por aqui é tendencialmente mais quente por se tratar de um local mais abrigado e mais baixo do que toda a envolvência, menos sujeito aos fluxos de Oeste e da influência da nortada, especialmente, isto sem falar nas condicionantes do urbanismo, que não estou a incluir nas médias, por não se tratar de condições naturais de aquecimento, mas sim antrópicas e que não estão a entrar em discussão naquilo que refiro.
 

belem

Cumulonimbus
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10 Out 2007
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Sintra/Carcavelos/Óbidos
A zona em que senti mais calor até hoje foi numa encosta baixa a apenas alguns kms do Guadiana, na zona de Mértola em Junho! Eram 7 da manhã, quando reparei que havia uma azáfama nos animais, vários pombos-bravos, rolas-bravas, lebres, perdizes e aves de rapina corriam a zona, bebiam e comiam... Mais tarde soube porquê tão cedo....
Pensava que a sombra dos pinheiros ia safar-me durante a tarde ( assim como ao que parece uma quantidade extraordinária de gafanhotos, louva deus, lepidópteros, etc...), mas nem por isso, passadas poucas horas o ar parecia uma fornalha ao ponto de latejar os olhos e deixar os sentidos estranhos e algo confusos.
Tive que sair rapidamente de lá, meter-mo no carro e ir até Mértola ( e tive que esperar que as lojas abrissem já em horário laboral porque os seus donos ainda estavam a dormir uma sesta) para comprar muita água e beber...
Escusado será dizer que tive a beber água durante cerca de meia hora, com intervalos para descansar debaixo da sombra das árvores de um jardim...
Um termómetro da cidade indicava 41ºc, valor que até nem me parecia muito longe da realidade, mas que para mim parecia uma lufada de ar fresco comparado com o local de onde tinha vindo!!!
Experienciei a vaga de calor em 2003 em Lisboa, onde se chegou aos 42ºc, lembro-me inclusive de estar a acompanhar a situação pela internet durante um bocado e depois ir um pouco lá fora para sentir tal temperatura e achei que era um calor forte, mas nem sequer semelhante ao que senti junto ao Guadiana.
Penso que em locais mais quentes do que os arredores baixos de Mértola e no pico do calor em Julho ou Agosto, numa fase mais quente do que aquela, pode fazer valores bastante altos.
 

Daniel Vilão

Super Célula
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22 Mar 2007
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Ribafria-Alenquer / Moscavide / Degracia
A zona em que senti mais calor até hoje foi numa encosta baixa a apenas alguns kms do Guadiana, na zona de Mértola em Junho! Eram 7 da manhã, quando reparei que havia uma azáfama nos animais, vários pombos-bravos, rolas-bravas, lebres, perdizes e aves de rapina corriam a zona, bebiam e comiam... Mais tarde soube porquê tão cedo....
Pensava que a sombra dos pinheiros ia safar-me durante a tarde ( assim como ao que parece uma quantidade extraordinária de gafanhotos, louva deus, lepidópteros, etc...), mas nem por isso, passadas poucas horas o ar parecia uma fornalha ao ponto de latejar os olhos e deixar os sentidos estranhos e algo confusos.
Tive que sair rapidamente de lá, meter-mo no carro e ir até Mértola ( e tive que esperar que as lojas abrissem já em horário laboral porque os seus donos ainda estavam a dormir uma sesta) para comprar muita água e beber...
Escusado será dizer que tive a beber água durante cerca de meia hora, com intervalos para descansar debaixo da sombra das árvores de um jardim...
Um termómetro da cidade indicava 41ºc, valor que até nem me parecia muito longe da realidade, mas que para mim parecia uma lufada de ar fresco comparado com o local de onde tinha vindo!!!
Experienciei a vaga de calor em 2003 em Lisboa, onde se chegou aos 42ºc, lembro-me inclusive de estar a acompanhar a situação pela internet durante um bocado e depois ir um pouco lá fora para sentir tal temperatura e achei que era um calor forte, mas nem sequer semelhante ao que senti junto ao Guadiana.
Penso que em locais mais quentes do que os arredores baixos de Mértola e no pico do calor em Julho ou Agosto, numa fase mais quente do que aquela, pode fazer valores bastante altos.

Uma realidade que conheço bastante bem, pois conheço o Alentejo a pente fino e muitos são os dias que por lá passo, seja Verão ou Inverno.

E tenho a mesma opinião acerca do vale do Guadiana, que já me deu muito boas experiências.
 

joseoliveira

Cumulonimbus
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18 Abr 2009
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Loures (Moninhos) 128m
Experienciei a vaga de calor em 2003 em Lisboa, onde se chegou aos 42ºc, lembro-me inclusive de estar a acompanhar a situação pela internet durante um bocado e depois ir um pouco lá fora para sentir tal temperatura e achei que era um calor forte, mas nem sequer semelhante ao que senti junto ao Guadiana.

Não posso dizer que conheço perfeitamente os efeitos do calor do Verão no Alentejo, mas pelo menos o suficiente para tirar algumas conclusões nomeadamente na área da "raia alentejana" e claro, Mértola!

De uma coisa parece que estou certo, a nossa reacção a 40ºC em Lisboa é diferente da que sentimos por exemplo em Mértola e outros vales da bacia do Guadiana mais próximos da fronteira. Obviamente essa diferença marca-se pela muito baixa percentagem de humidade conjugada com uma muito forte radiação e por sua vez forte concentração de calor, factores que em Lisboa apresentam diferenças.
 

SocioMeteo

Nimbostratus
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11 Fev 2010
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Seixal
No meu entender esta questão dos 50º graus em Portugal acaba por pecar num sentido na realidade, não existe nenhum registo Oficial que comprove que de facto em Portugal se tenham registado mais de 50º graus celsius, depois esta discussão leva a uma enormidade de dados e informações especulativas que em determinados momentos poderão ser sem duvida exageradas em função de gostos e preferenciais pessoais. Sem querer por aqui a palavra de ninguém em causa, quer-se dizer quem conheça a região entre Barrancos -Amareleja sabe perfeitamente que se trata da região Habitada mais quente de Portugal e pelo vistos fala-se aqui dos 47º graus de Amareleja (maior temperatura registada em Portugal) como se trata-se de uma zona fresca…Lol e esses argumentos de que em cantos escondidos recalcados do Vale do Guadiana fazem 50º graus e que em recantos escondidos do Vale do Côa também 50ºgraus,enfim se formos entrar por ai perdemos na mesma porque digo-vos uma coisa no interior Espanhol faz seguramente muito mais calor que em Portugal e se me vir aqui um Sevilhano dizer-me que nos Montes entre Sevilha e Córdoba num canto escondido entre rochas fa, ou que um habitante da Extremadura espanhola me venha dizer que nos vales Aracena enfim ou que em Castilha la Mancha nos vales escondidos entre Toledo e Ciudad Real ou numa região escondida de Múrcia(regiões todas elas na mesma ou menor latitude de Portugal bem mais metidas no Interior onde o efeito da Continental é bem maior logo onde as amplitudes térmicas são bem maiores logo as probabilidades de temperaturas mais elevadas ser de facto maior que o Interior português) faça mais de 55º graus??? E agora se algum espanhol me disser isso eu vou dizer que em Espanha faz mais calor que no Death Valley ou no Médio Oriente??? Para não falar na Grécia ou mesmo no Interior ceciliano onde também um Grego ou habitante da Cecília pode especular sobre valores desses???
Julgo que basearmos em meras suposições e relatos e experiências pessoais não oficiais é sempre um erro para avaliarmos um clima porque é sempre a palavra de um contra a outro, eu também posso vir dizer que em Santarém façam -7 graus negativos pois que nos Montes entre Alcanena e Santarém pois já vi no termómetro do meu carro essa temperatura lá registada, também posso dizer em em Palmela faz -5 graus negativos pois eu já vi isso no meu termómetro. Julgo eu pessoalmente baseio-me em analises metereologicas oficiais credíveis e em zonas que sejam habitadas.
Agora todos nos de uma maneira ou de outra já presenciamos fenómenos extremados eu já estive em muitas zonas onde faz muito calor Interior da Beira Baixa por exemplo região de Castelo Branco já estive no interior alentejano entre Moura e Amareleja etc mas digo-vos uma coisa calor como senti na Extremadura espanhola de Alemendralejo perto de Merida nunca senti em território europeu.
Mas onde estive com mais calor foi em Agadir no centro de Marrocos já estive com 44º graus em pleno mês de Maio,
Mas se formos basearmos em dados subjectivos por exemplo por estranho que se pareça já estive num mês de Julho em Londres onde os temometros marcavam lá 36º graus ou já estive em Munique em Outubro com 29º graus e não venho dizer que em Londres faça 36º graus ou em Munique 30º graus em Outubro. Estes fenómenos são giros de se observar e comentarmos e partilharmos uns com os outros mas nunca podem servir como dados muito credíveis.

Cumps

Para a semana vem mais :rain: