Tempestade Tropical GRACE (Atlântico 2009 #7)

nimboestrato

Nimbostratus
Registo
8 Jan 2008
Mensagens
1,865
Local
Pedras Rubras-Aeroporto
E dura... dura... dura...

380760metergb12121europ.gif
[/URL][/IMG]

Quase a beijar a costa sul Irlandesa ,
terá 7 vidas esta Grace de mil encantos...
 


Vince

Furacão
Registo
23 Jan 2007
Mensagens
10,624
Local
Braga
Comecei a preparar há já vários dias este post um pouco como desabafo e para colmatar uma tremenda "injustiça" meteorológica. Formou-se nas aguas dos Açores uma invulgar Tempestade Tropical em condições pouco propícias de água pouco quente para a formação destes fenómenos e numa génese tropical bastante invulgar.

Contudo o evento apesar de muito discutido por esse mundo fora não existiu em Portugal para além do fórum. Nem por parte do nosso IM, para grande frustração minha e de todos por aqui, nem por parte da comunicação social. Nada ! Não houve uma única notícia em Portugal sobre este evento, apesar de até em Media do Brasil ter visto referências. Mistérios de Portugal, que até fala regularmente nos media de todas as tempestades no Atlântico mesmo que nada nos digam directamente.

Como tal resolvi escrever este post, que serve um pouco como resumo e história do que se passou. O texto foi inicialmente baseado na tradução de um artigo da wikipedia o qual adaptei e acrescentei muitas informações, imagens e opiniões pessoais.



Tempestade Tropical «Grace»

gracep.jpg


A Tempestade tropical «Grace» formou-se no centro de uma extensa área de baixas pressões extratropicais que surgiu a oeste dos Açores. Inicialmente anexada a uma frente oclusa a depressão separou-se da frente adquirindo gradualmente algumas características tropicais.


30 de Setembro 2009
12:00z e 18:00z


gracez.gif



30 de Setembro 2009

grace30.jpg




1 de Outubro 2009

A 1 de Outubro a convecção aprofundou-se próximo do centro do sistema criando mesmo um anel convectivo e uma espécie de olho, movendo-se junto em redor do grupo central dos Açores.


2009al901kmsrvis2009100.gif


grace2s.jpg


animn.gif



A quando da passagem deste centro próximo da Horta é que se percebeu que algo de bastante anormal se passava como demos conta no fórum na altura. A queda de pressão foi significativa num curto espaço de tempo. A depressão foi colocada sob vigilância do NHC como Invest 90L. Soube-se depois que o Invest até já tinha sido activado no dia anterior mas não era público ao contrário do que é habitual.

histgraphall.gif





2 de Outubro 2009

No dia seguinte, 2 de Outubro, aquele anel convectivo desfez-se e convecção diminui em torno do centro e o Centro Nacional de Furacões (NHC) cessou a monitorização como Invest 90L que foi portanto desactivado:

NHC_ATCF
invest_DEACTIVATE_al902009.ren
FSTDA
R
U
040
010
0000
200910021142
NONE
NOTIFY=ATRP
END



grace2.jpg




3 de Outubro 2009

A 3 de Outubro, apesar do 90L estar descontinuado, a perturbação vai criando mais convecção e até outflow nalguns quadrantes, apresenta uma estrutura que vemos muitas vezes em ciclones tropicais em dificuldade, que é de haver convecção um pouco removida do centro. A única diferença é que esta perturbação sempre foi bastante pequena em relação a muitos outros casos. Nestes dias o sistema executa uma volta completo em sentido anti-horário a nordeste do grupo central dos Açores subindo de latitude para água um pouco mais fria e regressando novamente para água um pouco mais quente e passando entretanto pelo grupo ocidental (Flores e Corvo).


55169247.jpg




4 de Outubro 2009

Durante o dia 4 de Outubro dá-se a grande surpresa, a convecção aprofundou-se novamente e envolve bem o centro tendo o sistema uma estrutura bastante perfeita, a única diferença em relação a outros ciclones tropicais é ser bastante pequeno. O 90L é reactivado por parte do NHC.



53533619.jpg


Ao final da tarde de 4 de Outubro recriava novamente o olho junto a S.Miguel

tc2r.jpg



Nas horas seguintes tudo se precipita, já poucos tem dúvidas ou está céptico perante as circunstâncias, o NHC nos avisos passou em pouco tempo de amarelo para vermelho, são muito raras mudanças tão rápidas por parte deles. O NHC informa que espera mais uma ou duas horas, a incredulidade deve ter sido bastante, imagino que a discussão interna também deve ter sido intensa pois há sempre o receio de nomear um sistema e ele passado pouco tempo se desfazer.

IF THIS TREND CONTINUES OVER THE NEXT
HOUR OR TWO...ADVISORIES ON A TROPICAL STORM WILL BE INITIATED
LATER THIS EVENING. THERE IS A HIGH CHANCE...GREATER THAN 50
PERCENT...OF THIS SYSTEM BECOMING A TROPICAL CYCLONE DURING THE
NEXT FEW HOURS.

gracej.gif



Pouco depois nas primeiras horas da madrugada aparece a primeira mensagem informática no servidor do NHC dando conta de que nasceu oficialmente a «Grace».

BEGIN
NHC_ATCF
invest_RENUMBER_al902009_al092009.ren
FSTDA
R
U
040
010
0000
200910050200
NONE
NOTIFY


5 de Outubro 2009

E passado uma hora surge o primeiro aviso oficial do sistema ser nomeado como «Grace» pelo NHC, o sétimo ciclone tropical nomeado da temporada 2009 de furacões no Atlântico, o 9º sistema tropical (contando com as duas depressões tropicais não nomeadas).

A primeira discussão oficial, traduzida por mim:

ZCZC MIATCDAT4 ALL
TTAA00 KNHC DDHHMM
TROPICAL STORM GRACE DISCUSSION NUMBER 1
NWS TPC/NATIONAL HURRICANE CENTER MIAMI FL AL092009
1100 PM AST SUN OCT 04 2009

A convecção associada à área de baixas pressões a nordeste das Ilhas
dos Açores tornou-se mais organizada esta tarde.
A convecção ... é relativamente profunda e rodeia uma espécie de olho
que persistiu durante muitas horas. Esta é a mesma baixa de superfície
que atravessou os Açores há dias atrás e efectuou um giro anti-horário.

A baixa .... previamente associada a uma frente oclusa co-localizada
debaixo de uma depressão em altura ... perdeu desde aí a sua estrutura frontal
e desde então está sob um robusto fluxo de sudoeste nos níveis altos.
Adicionalmente, dados ASCAT das 22:10z indicam uma zona de ventos máximos
num raio pequeno.... inferior a 20 milhas. Face a estas alterações estruturais...
este sistema pode agora ser classificado como Tempestade Tropical.

A passagem do ASCAT mostrou alguns vectores de vento na ordem dos 45-50kt a
sudeste do centro...e estes são os dados de suporte para os 55kt definidos
na intensidade inicial.

Grace está de momento sobre águas com temperatura de 21ºC e debaixo de
um fluxo nos níveis altos com cisalhamento do vento moderado (windshear).
Apesar de não estar previsto o aumento do cisalhamento do vento amanhã ou
depois ... o ciclone está a rumar a águas ainda mais frias e é muito provável
que enfraqueça muito brevemente. Os modelos globais indicam que o pequeno ciclone
será absorvido por uma grande depressão extra-tropical no nordeste do Atlântico
daqui a 36 horas... se não for antes.

Grace move-se para nordeste num profundo fluxo de sudoeste presente no nordeste do Atlântico.
O movimento para nordeste é expectável até à sua dissipação.


FORECAST POSITIONS AND MAX WINDS

INITIAL 05/0300Z 41.2N 20.3W 55 KT
12HR VT 05/1200Z 44.0N 18.0W 50 KT
24HR VT 06/0000Z 48.0N 16.0W 45 KT
36HR VT 06/1200Z...DISSIPATED

$$


A tempestade apresentava convecção relativamente profunda em torno de um olho. Apesar de Grace estar sobre as águas pouco quentes (21ºC) para o desenvolvimento de ciclones tropicais, o baixo windshear (cisalhamento do vento) permitiu que a convecção persistisse. A massa de ar tropical em que toda esta região incluindo o continente esteve envolvida também terá tido um papel relevante.


86861567.jpg


gracef.gif



Uma menção muito rara da localização de um sistema ainda tropical em relação a Lisboa no aviso oficial, a última vez foi em 2005 com o "Vince"

AT 1100 AM AST...1500 UTC...THE CENTER OF TROPICAL STORM GRACE WAS
LOCATED NEAR LATITUDE 45.4 NORTH...LONGITUDE 16.4 WEST OR ABOUT 575
MILES...925 KM...SOUTHWEST OF CORK IRELAND...AND ABOUT 590 MILES...
950 KM....NORTHWEST OF LISBON PORTUGAL



A Tempestade Tropical tinha desde a tarde do dia anterior adquirido um movimento mais acentuado para nordeste seguindo o forte fluxo de sudoeste que esteve presente nestes dias ao largo de Portugal percorrendo inevitavelmente águas cada vez mais frias e aproximando-se de uma superfície frontal a norte.

10018382.jpg




6 de Outubro 2009


As cartas sinópticas de vários serviços de meteorologia europeus foram emendadas para acomodar a surpreendente Grace conforme vários utilizadores do fórum fizeram aqui notar.

UKMETsfcfcst2009-10-0612Z.jpg



Lentamente a Tempestade Tropical foi se deteriorando estruturalmente ficando menos simétrica acabando por ficar embebida na própria superficie frontal no dia 6 de Outubro. O NHC emitia o 5º e último aviso embora a Grace ainda possuisse ventos de Tempestade Tropical e uns surpreendentes 986 mb de pressão estimada com a ajuda da observação de um barco próximo. Apesar das circunstâncias, superficie frontal e água fria, manteve mesmo assim uma estrutura notavel, passando a sul da Irlanda finalmente dissipando-se completamente sobre o Reino Unido.

20091006.0900.msg2.x.vis1km_high.09LGRACE.45kts-992mb-487N-144W.100pc.jpg


ekjcz5.gif




Na reanálise pós época o NHC admitiu numa das "discussions" que a formação da Grace vá ser antecipada. Arrisco dizer que será para 30 de Setembro, talvez considerada depressão tropical e no dia 1 de Outubro como tempestade Tropical quando gerou pela primeira vez o anel convectivo e olho que depois se desfez formando-se novamente no dia 5.

Algumas pessoas por causa do olho defendem que a Grace chegou a ser Furacão (no limite) em dois momentos distintos. Logo no dia 1 a quando daquela espectacular queda de pressão para 984mb que nós pudemos testemunhar em directo no fórum pelos dados das estações oficiais no Faial.

E num outro momento no dia 4 e 5 de Outubro quando o olho reapareceu. Pessoalmente duvido que na reanálise pós época a Grace seja considerada Furacão pois nunca houve observações de vento que suportassem essa categoria apesar de observações relativamente próximas.

Foi sempre um sistema bastante estranho, invulgar e pequeno, mas espectacularmente interessante, meteorologicamente falando. Também não causou transtornos nem estragos como qualquer linda tempestade deve ser para ser perfeita. O cepticismo inicial (em que eu me incluo) acho que é normal, muitas vezes há estruturas com olho que nada tem de tropical e há muitos sistemas híbridos com convecção a rodear o centro que rapidamente morrem ao fim de umas horas sem terem oportunidade de finalizar a ciclogenese tropical. Afinal a temperatura da água era pouco propícia à formação de um ciclone tropical. E da parte do NHC penso que houve sempre um receio ao longo de muitos dias de nomearem o sistema e ele depois se dissipar rapidamente como seria o mais provável nesta zona do Atlântico com estas condições.

Aguardemos pela análise pós época, será certamente um documento muito interessante de ler.
 

Bastien

Cirrus
Registo
11 Jan 2008
Mensagens
59
Local
Povoa da Galega, Mafra
Excelente documento descritivo deste evento, que como aqui foi dito, ( talvez por ser o dia a dia da nossa comunidade cientifica:eek:) foi completamente esquecido como se nunca tivesse existido.
PARABÉNS
 

Hazores

Nimbostratus
Registo
11 Out 2008
Mensagens
1,711
Local
AGH,terceira,açores
vou ser muito sincero, tomara que as instituições oficiais do nosso país fizessem uma terça parte da descrição que nos destes, não só deste caso (que por mim está excelente), mas também de outros comentários que tens feito por aqui.

o que acho fascinante neste fórum é que cada vez mais pessoas o consultam, confiando nas previsões feitas pelos amadores, em vez de consultarem as fontes oficiais, isto dá que pensar e levaria a uma outra discussão.
 

criz0r

Cumulonimbus
Registo
11 Abr 2008
Mensagens
4,541
Local
.
Impecável este relatório da nossa Grace Vince li tudo de trás pa frente :thumbsup: , é compreensível que as Entidades Oficiais muitas vezes não discutam o tema " Tempestades Tropicais " ou " Furacões " quando se abrange o Território Nacional talvez devido a evitar preocupações por parte da população em geral, mas se este fenómeno não constituía de forma alguma perigo para o nosso País porque não dedicaram um espaço a falar deste acontecimento quanto mais não seja como mera curiosidade uma vez que é apesar de tudo algo raro nas nossas Latitudes.
 

Vince

Furacão
Registo
23 Jan 2007
Mensagens
10,624
Local
Braga
Obrigado, mas não se esqueçam que não é ao IM que cabe a monitorização de sistemas tropicais no Atlântico, é ao NHC, e mesmo este com toda a experiência e meios que tem (a melhor do mundo a par da marinha americana) também andou um bocado aos papeis como vimos. A responsabilidade do IM só se iniciaria após o NHC lançar um aviso de ventos de tempestade tropical que afectassem o território nacional, mas quando o NHC o fez já a «Grace» estava 615km afastada dos Açores.

Com o IM fiquei foi desiludido pelo silêncio, nem sequer foi com aquele erro ou gaffe na manhã de 7 de Outubro, esse erro eu até compreendo, errar é humano, e era uma coisa dificil de acreditar que fosse um ciclone tropical, alguma coisa falhou e se calhar nem foi da parte do Costa Teso, que se ele estava a ver aquilo pela primeira vez pensou que era mais um dos muitos vórtices que já vimos muitas vezes e que não são nada de especial. O erro terá vindo de outros departamentos que talvez já devessem saber que algo de estranho andou uma série de dias pelos Açores, quanto mais não fosse pela baixa pressão que a certa altura se registou nas estações do próprio IM. Suponha eu que numa instituição destas até seguiriam com vivacidade e especial interesse o assunto dada a monotonia que a meteorologia tantas vezes é em Portugal.

A desilusão foi pelo silêncio sobre o assunto, que se tornou ainda mais enervante quando poucos dias depois até fizeram uma nota sobre a Tempestade Tropical seguinte, o Henry. E como o IM nada disse, a comunicação social também parece ter ficado de fora. O resultado final é que a «Grace» não existiu em Portugal para a população em geral.
 

psm

Nimbostratus
Registo
25 Out 2007
Mensagens
1,509
Local
estoril ,assafora
Vince este é dos melhores posts escritos que existem neste forum, o detalhe do acontecimento e sua cronologia estão prefeitos:thumbsup:!
 

Vince

Furacão
Registo
23 Jan 2007
Mensagens
10,624
Local
Braga
Já saiu um relatório do NHC sobre a Grace.


Tropical Cyclone Report
Tropical Storm Grace

(AL092009) 4 – 6 October 2009
Robbie Berg National Hurricane Center
28 November 2009


Grace was a rare northeastern Atlantic Ocean tropical storm that formed near the Azores and moved northeastward toward the British Isles.



Synoptic History
Grace originated from a large extratropical low that formed along a cold front on 27 September about 410 n mi east of Cape Race, Newfoundland. The low occluded early on 28 September and moved southeastward and then eastward at about 12 to 14 kt over the next day. It slowed down briefly on 29 September but then accelerated toward the southeast and south on 30 September just to the west of the Azores. Beginning on 1 October, the low turned northeastward and began to make a counterclockwise loop across the central and western Azores while still associated with an occluded front. By 2 October, the structure of the low began to evolve as a 30-n mi radius of maximum winds developed and became separated from a broader area of maximum winds located 250 to 300 n mi from the center. For about a day and a half, the low produced only intermittent deep convection. Satellite imagery suggests that the warm sector of the cyclone wrapped entirely around the center of the low by 1800 UTC 3 October, leading to an erosion of the frontal structures near the cyclone’s center. The low is estimated to have transformed into a tropical cyclone about 12 h later while centered over the western Azores about 115 n mi west of Lajes when deep convection became sufficiently organized and persistent. The “best track” chart of Grace’s path is given in Fig. 1, with the wind and pressure histories shown in Figs. 2 and 3, respectively. The best track positions and intensities are listed in Table 11. The transition from extratropical low to tropical storm does not include a subtropical stage because the surface low had already separated from the upper-level low and had a small radius of maximum winds by the time the convection became organized and persistent enough to satisfy the definition of a tropical or subtropical cyclone.
Records indicate that no other cyclone has become a tropical storm as far northeast over the Atlantic Ocean as did Grace. However, it is important to note that prior to the beginning of routine Dvorak classifications in 1972—and before the advent of scatterometry—it would have been difficult to identify and assess the intensity of tropical cyclones in this part of the Atlantic basin.


While passing through the Azores later on 4 October, Grace developed an eye-like feature surrounded by a ring of relatively deep convection, and began to strengthen. The cyclone accelerated eastward then northeastward over the northeastern Atlantic Ocean as it became embedded in deep-layer southwesterly flow, and it reached its estimated peak intensity of 55 kt around 0000 UTC 5 October. Figure 4 shows a visible image from METEOSAT-9 at 1400 UTC 5 October, when Grace is still estimated to have had maximum sustained winds of 55 kt. Moving north-northeastward at around 25 kt over increasingly colder water, Grace merged with a frontal boundary by 0600 UTC 6 October and become an extratropical low about 200 n mi west-southwest of Cork, Ireland. The small extratropical low moved east-northeastward over the Celtic Sea and dissipated by 0000 UTC 7 October as it approached Wales in the United Kingdom.

Meteorological Statistics
Observations in Grace (Figs. 2 and 3) include satellite-based Dvorak and Hebert-Poteat technique intensity estimates from the Tropical Analysis and Forecast Branch (TAFB) and the Satellite Analysis Branch (SAB) and UW-CIMSS intensity estimates from the Advanced Microwave Sounding Unit (AMSU). Data and imagery from NOAA polar-orbiting satellites, Defense Meteorological Satellite Program (DMSP) satellites, National Aeronautics and Space Administration (NASA) satellites, including TRMM, QuikSCAT, and Aqua, the U.S. Navy WindSat, and the EUMETSAT ASCAT were also useful in constructing the best track of Grace.
The estimated peak intensity of 55 kt from 0000 UTC to 1200 UTC 5 October is based on a blend of subtropical intensity estimates of 55 to 65 kt from TAFB, a Dvorak intensity estimate of 55 kt from SAB, and an estimate of 55 kt from a 0634 UTC 5 October QuikSCAT pass. While somewhat uncertain, the peak intensity has been set at the lower end of the range of intensity estimates since sea surface temperatures decreased to near 18.5°C along the path of Grace over that time period, and it is likely that an increasingly stable boundary layer prevented efficient mixing of strong winds aloft to the ocean surface. There are four CIMSS AMSU intensity estimates from around the time of peak intensity, but the data appear too noisy to be relied upon for the analysis.
The highest winds reported in the Azores were a sustained wind of 27 kt with a gust to 38 kt from Ponta Delgada on São Miguel Island and a sustained wind of 25 kt with a gust to 33 kt from the island of Santa Maria.
There was only one ship report of winds to tropical storm force while Grace was a tropical cyclone. A Liberian cargo ship, the Cap Castillo (call sign A8PI5), reported a sustained wind of 39 kt at 230° and a pressure of 997.8 mb at 0600 UTC 5 October, while located about 95 n mi south of the center of Grace.


Casualty and Damage Statistics
There were no reports of damage or casualties associated with Grace.

Forecast and Warning Critique
The genesis of Grace as a tropical cyclone was not expected. The precursor extratropical low was mentioned in the Tropical Weather Outlook (TWO) between 1800 UTC 1 October through 0600 UTC 2 October as it was moving northward across the central Azores, but it was explicitly stated that tropical or subtropical formation was not anticipated through the ensuing 48 h. Subsequent TWOs did not mention this system before the time that it is estimated to have become a tropical cyclone, largely due its unclimatological location for tropical cyclogenesis.
The average official forecast track errors for Grace were 57 and 83 n mi for the 12- and 24-h forecasts, respectively. These errors were higher than the average long-term track errors (which are 32 and 55 n mi, respectively) and were mainly the result of the official forecasts being too slow. Because only three 12-h forecasts and one 24-h forecast were made, a meaningful comparison of the track models is not possible.
The average official intensity errors for Grace were 3 and 0 kt for the 12- and 24-h forecasts, respectively. These errors were lower than the average long-term intensity errors (which are 7 and 11 kt, respectively). A meaningful comparison of the intensity models is also not possible due to the small number of forecasts.
Watches or warnings were not issued for the Azores since operational advisories and forecasts were initiated after Grace had moved east of those islands.

Best track for Tropical Storm Grace, 4 – 6 October 2009

graceq.png


gracev.png


Best track positions for Tropical Storm Grace, 4 – 6 October 2009. Track during the extratropical stage is partially based on analyses from the NOAA Ocean Prediction Center.


grace.png


Selected wind observations and best track maximum sustained surface wind speed curve for Tropical Storm Grace, 4 – 6 October 2009. Estimates during the extratropical stage are partially based on analyses from the NOAA Ocean Prediction Center. Subtropical satellite classifications are depicted as the mid-point of the Hebert-Poteat classification range (indicated by thin vertical bars). Dashed vertical lines correspond to 0000 UTC.

gracen.png


Selected pressure observations and best track minimum central pressure curve for Tropical Storm Grace, 4 – 6 October 2009. Estimates during the extratropical stage are partially based on analyses from the NOAA Ocean Prediction Center. Dashed vertical lines correspond to 0000 UTC.

92185837.jpg


METEOSAT-9 visible image of Tropical Storm Grace at 1400 UTC 5 October 2009 as it was moving north-northeastward over the northeastern Atlantic Ocean between the Azores and the British Isles.

http://www.nhc.noaa.gov/pdf/TCR-AL092009_Grace.pdf
 

stormy

Super Célula
Registo
7 Ago 2008
Mensagens
5,149
Local
Lisboa
na minha opiniao a fase da GRACE entre as 12h de dia 1/10 e as 12h de 2/12 devia ser ja registrada como TS ou TD pois ha registos de vento medio/10min e SLP na horta e pico-aerodromo consistentes com a classificaçao.
depois, a fase entre as 12h do dia 2/10 e as 12h do dia 4/10 devia ser considerada STD ou pelo menos nao deveria ser classificada como extra-tropical pois a depressao apresenta caracteristicas hibridas mantem um bom outflow nos niveis altos associado a explosoes convectivas, circulaçao fechada e um bom LLC/MLC;).
a GRACE foi um incrivel surpresa em termos cientificos e demonstra o quao dificil é prever ou defenir a separaçao entre sistemas tropicais e ET se forem a ver ha inumeros exemplos de sistemas com caracteristicas mistas desde as comuns DANA até aos "medicanes" passando pelas estranhissimas "polar lows"...estes sistemas teem em comum os nucleos quentes nos niveis baixos ou medios ( ainda que associados ou com genese em massas frias em altura), os ventos fortes, convecçao relativamente profunda ou mesmo muito profunda em alguns casos, maior intensidade em areas oceanicas com SST elevada pelo menos relativamente á atmosfera circundante, ausencia de frentes, fonte de energia ( calor latente e humidade oceanicos), circulaçao relativamente fechada, etc
sao sistemas muito interessantes..:D
apesar disto tudo...destas dificuldades de previsao.. sinto-me desiludido pelo facto de portugal ser dos unicos paises do mundo em que nem o IM nem os media falaram no assunto...ironias da vida:disgust: