Aquecimento Global

José M. Sousa

Cumulus
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Quanto ao que ele diz de relacionarem imediatamente calor com aquecimento global, toda a razão, mas bem, no Inverno aqui no fórum uns quantos fazem também exactamente isso, de cada vez que neva a uma cota baixa lá aparece um tópico sobre o arrefecimento global, e tenho a ideia que o próprio Bastardi faz isso também, sempre que há uma onda de frio lá diz mais umas piaditas sobre o aquecimento global.

Quem faz esse género de piada, devia pensar melhor: http://climateprogress.org/2010/07/27/snow-storms-consistent-with-global-warmin/
 


Mário Barros

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Clima: A culpa não é (só) das alterações climáticas

Uma intensa onda de calor na Rússia. Chuvas intensas no Paquistão que causaram as piores inundações dos últimos 80 anos. Situação idêntica a ter lugar em alguns pontos da China. A culpa é do aquecimento global? Talvez, dizem os especialistas.

Os russos aguardam ansiosamente a chuva. Depois de tantos dias com um calor improvável para esta época do ano, e que acabou por dar origem a fortes incêndios e a causar danos na produção agrícola, a “dança da chuva” irá provavelmente ter efeitos. Ou não tivesse sido já anunciado “o último dia de calor” no país, pelos meteorologistas.

No Paquistão o saldo dos efeitos das fortes chuvas está para além do negativo. Mais de 1500 mortos e cerca de 20 milhões de afectados pelas inundações são, para já, os dados finais. Uma situação que levou o Ministro dos Negócios Estrangeiros do Paquistão a afirmar: “As alterações climáticas, com a sua inclemência e imprevisibilidade, tornaram-se uma realidade para 170 milhões de paquistaneses”.

Mas será que estes acontecimentos extremos a nível meteorológico estão realmente relacionados com as alterações climáticas? Se a ONU não teme afirmar que as cheias no Paquistão são um reflexo “do impacto adverso das alterações climáticas”, os especialistas preferem não colocar todo o peso sobre um só factor, embora não descartem a importância do fenómeno.

A resposta, para os cientistas, é simples. É cientificamente incorrecto relacionar fenómenos desta natureza, e em diferentes pontos do globo, com a mudança de clima. No entanto, como afirmou o director do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (PIAC), “inundações como as que atingiram o Paquistão podem tornar-se mais frequentes e mais intensas no futuro nesta e noutras partes do Mundo.

Correntes de jacto

Os meterologistas apresentam explicações para os fenómenos que assolaram Rússia e Paquistão nas últimas semanas. As culpadas são as correntes de jacto, umas corrrentes estreitas de vento forte, situadas na alta troposfera ou na estratosfera, que circulam para este à volta do globo e que são responsáveis pelo clima em muitas regiões por onde passam.

Especialistas citados pela The Economist, explicam que este ano a actividade dos anti-ciclones no Atlântico provocou correntes de baixa pressão na zona da Europa Central e Ocidental e correntes de alta pressão na Rússia. Uma situação que, ao causar um bloqueio na circulação da atmosfera, acaba por dificultar a formação de nuvens e, consequentemente, a queda de chuva. E é assim que algumas zonas da Rússia acabaram por experienciar temperaturas que só se deviam verificar de quatro em quatro séculos.

De certa forma, como explica o meteorologista Peter Stott, também citado pela The Economist, esta onda de calor pode relacionar-se com as fortes chuvadas sentidas no Paquistão. O especalista ressalta que a situação na Rússia enfraqueceu a corrente de jacto que circula para sul, provocando uma concentração de ar húmido na zona do Paquistão que, em conjunto com o ar frio que chega vindo da Sibéria, resulta em condições favoráveis para o surgimento de tempestades e chuvas fortes.

O relatório do PIAC divulgado em 2007 indica que a ocorrência de queda de chuvas fortes é hoje em dia mais comum do que há 50 anos. Mas este fenómenos, mais uma vez, não são suficientes para os cientistas associarem às alterações climáticas ou ao aquecimento global. Ainda que alguns, como o Professor Brian Hoskins, admitam que num mundo mais frio, estas situações não se verificariam de forma tão extrema.

@Frederico Batista

SAPO
 

Mário Barros

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Número de dias quentes aumenta mais na Península Ibérica

Na Península Ibérica, os dias estão a ficar mais quentes do que no resto do mundo, diz um estudo da Universidade de Salamanca (USAL), em Espanha, publicado na revista "Climatic Change".

Na Península Ibérica, os dias estão a ficar mais quentes do que no resto do mundo, concluiu um estudo da Universidade de Salamanca (USAL), em Espanha, publicado na revista "Climatic Change".

Devido ao impacto que as temperaturas extremas têm na agricultura e na saúde, os investigadores da USAL analisaram as variáveis mais representativas destes extremos térmicos desde 1950 a 2006.

Os resultados revelaram que, para a Península Ibérica, registou-se um aumento dos dias quentes maior do que no resto do mundo. Também foi detetada uma diminuição das noites frias, tendência que acompanhou a descida global.
Investigação do ponto de vista físico

São poucos os estudos que se centram nos extremos climáticos e nas alterações que estão a ocorrer nas temperaturas máximas e mínimas ou nas variáveis dias quentes e noites frias.

Até agora, a maioria dos investigadores tinha analisado as alterações da temperatura média à escala global. Estes resultados indicavam que o aumento das temperaturas se deve "mais provavelmente" a fatores antropogénicos.

Esta nova investigação permitiu analisar, do ponto de vista físico, as causas das variações dos extremos climáticos, ou seja, verificar "que alterações se estão a produzir nas massas de ar que chegam à Península Ibérica, bem como na temperatura do mar", segundo explicou ao diário espanhol El Mundo Concépcion Rodríguez, autora principal do trabalho e investigadora do Departamento de Física Geral e Atmosfera da Universidade de Salamanca.

"A tendência de diminuição de noites frias corresponde com a obtida à escala global, segundo o relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC). No entanto, o crescimento de dias quentes na Península Ibérica é superior ao obtido globalmente para todo o planeta", afirmou.
Padrões atmosféricos

Para explicar estas diferenças, a equipa científica relacionou o aumento de dias quentes com índices que representam a variação das características da atmosfera e dos oceanos.

Desta forma, "os dias quentes estão relacionados com os padrões atmosféricos, enquanto as noites frias dependem da temperatura do mar [do Atlântico Norte]", explicou a investigadora.

O tempo que traz a massa de ar desde o Norte de África é a principal causa do aumento de dias quentes. "O tipo de tempo que provoca mais noites frias é a depressão sobre o golfo de Génova, que transporta ar seco e frio do Centro da Europa para Espanha", argumenta Concépcion Rodríguez.

A investigadora acrescenta ainda que as alterações no número de dias quentes e de noites frias são mais pronunciadas a sudoeste e noroeste da Península Ibérica e que "uma das causas prováveis destas alterações é a variação da temperatura superficial do mar no Atlântico Oriental".

Expresso
 

frederico

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9 Jan 2009
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Porto
Li há uns tempos que na Idade Média havia cultura de vinha na Escócia, e pastos em zonas dos Alpes onde agora há neve todo ano.

Este tipo de estudos, se não me engano, nunca foi feito em Portugal, embora exista muita documentação dos últimos oito séculos com referências a secas ou inundações.

No reinado de D. João V, há registos de queda de neve em Lisboa e produção de gelo na serra de Montejunto.

A partir destes dados, podemos fazer algumas inferências sobre o clima do passado.

Será que na Idade Média Portugal foi um país mais quente e seco do que actualmente?
 

Gerofil

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21 Mar 2007
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Estremoz
Como a topografia das montanhas poderia alterar as taxas do aquecimento global

Os efeitos futuros do aquecimento global poderiam ser significativamente alterados ao longo de distâncias muito pequenas pelos movimentos do ar em complexos montanhosos, podendo duplicar ou até mesmo triplicar o aumento da temperatura em algumas situações.
É o que indica um estudo publicado no International Journal of Climatology, pelos pesquisadores Christopher Daly, David R. Conklin e Michael H. Unsworth, da Oregon State University, a partir de dados históricos coletados junto à Floresta Experimental de H.J. Andrews, no Oregon, que estuda as potenciais variações de temperatura, junto a vales e encostas íngremes.
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Este gráfico indica que as diferenças de temperatura diurna no mês de dezembro, que se poderiam esperar do aquecimento global no futuro, na Floresta Experimental de HJ Andrews, perto de Blue River, Oregon, onde as condições atmosféricas responsáveis pelas piscinas de ar frio nos vales poderiam se tornar mais freqüentes. O aquecimento global seria mais forte nos topos dos morros mas não em seus fundos de vales. (Crédito: Oregon State University)
Baseando-se num aumento regional na temperatura em cerca de 5 graus para o Oeste do Oregon em 2100, o estudo concluiu que algumas localidades, como topos de montanhas, realmente podem ter um aumento na temperatura de até 14 graus em alguns momentos, enquanto os bolsões de ar frio encontrados nos vales tal aumento da temperatura seria semelhante à média regional.
O terreno íngreme e os registros climático a longo prazo na H.J. Andrews Forest perto de Blue River, Oregon, na região central do Oregon Cascade Range, proporcionaram um raro conjunto de dados para estudar este fenômeno. Em geral, as temperaturas diminuem à medida que você sobe em altitude – mas não necessariamente nas montanhas. Alguns sulcos na H.J. Andrews Forest são rotineiramente mais quentes do que nos protegidos vales abaixo deles, especialmente à noite e durante o inverno, quando o ar fresco é drenado para baixo, formando piscinas de ar frio com temperaturas bastante estáveis.
A formação dessas piscinas frias é mais pronunciada durante condições atmosféricas de tempo claro e calmo. Desde a zona de alta pressão que fornece a Califórnia com muitos dias claros, a calmaria se desloca para o norte com o clima aquecido, o noroeste do Pacífico podem ver um aumento no intercâmbio de ar frio em muitos vales. Isto poderia levar a um aumento no aquecimento das cristas das montanhas em diversos graus, em relação ao que encontraríamos nos seus vales.
São prováveis os impactos ecológicos e hidrológicos, embora difíceis de se prever. As florestas de Douglas- fir toleram uma ampla gama de condições de temperatura e são bastante resistentes, mas algumas espécies vegetais ou animais que dificilmente podem se mover poderão enfrentar dificuldades. Os frios fundos de vale Cool, com temperaturas mais estáveis poderiam realmente funcionar como refúgios aos topos mais quentes do cume para algumas espécies, embora não se espere que escapem aos efeitos do aquecimento global na região. Variações no derretimento do gelo nos topos e nos vales também estão mais susceptíveis de se tornarem mais complexas.
Forças semelhantes podem ser encontradas em muitos climas mediterrânicos em todo o mundo, como na Europa, América do Sul e partes ocidentais dos E.U.A., que têm climas que são controlados pelo movimento sazonal de faixas de alta pressão. Este estudo continuará na Floresta Andrews para estudar tais alterações à medida que evoluem. Embora nem todas as montanhas dos E.U.A. sejam topograficamente semelhantes a esta área, com terrenos íngremes e mal ventilados, tais vales são comuns em muitas partes de Cascade Range, montanhas de Sierra Nevada e nas Montanhas Rochosas.

Rascunho Geo ©
 

Rui Sousa

Cirrus
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9 Dez 2009
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Novo estudo sobre medições de temperaturas por satélites de 1979 a 2009: http://www.mdpi.com/2072-4292/2/9/2148/pdf

Abstract do estudo:

“Updated tropical lower tropospheric temperature datasets covering the period 1979–2009 are presented and assessed for accuracy based upon recent publications and several analyses conducted here. We conclude that the lower tropospheric temperature (TLT) trend over these 31 years is +0.09 ± 0.03 °C decade−1. Given that the surface temperature (Tsfc) trends from three different groups agree extremely closely among themselves (~ +0.12 °C decade−1) this indicates that the “scaling ratio” (SR, or ratio of atmospheric trend to surface trend: TLT/Tsfc) of the observations is ~0.8 ± 0.3. This is significantly different from the average SR calculated from the IPCC AR4 model simulations which is ~1.4. This result indicates the majority of AR4 simulations tend to portray significantly greater warming in the troposphere relative to the surface than is found in observations. The SR, as an internal, normalized metric of model behavior, largely avoids the confounding influence of short-term fluctuations such as El Niños which make direct comparison of trend magnitudes less confident, even over multi-decadal periods.”

Parece que mais uma vez as previsões feitas pelos modelos computacionais sobre a evolução das temperaturas do planeta não são verificadas pelas observações instrumentais. Eu pelo menos fico com menos confiança nesses modelos de cada vez que se comparam com a realidade observada.
 

irpsit

Cumulonimbus
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9 Jan 2009
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É simples. Vejam os vídeos.

" Nos últimos 100 anos, existe aquecimento global e é resultante da subida do CO2"




"Existe variedade climática, e o aquecimento global recente poderá não ser estatísticamente significativo"




Ora aí está. Estámos limitados pelas estatísticas. Se eu tiver uma subida de temperatura para 41ºC no espaço de duas horas, vou ignorar e não vou ao médico porque é estatísticamente não significativo.

A questão é "terá o extra CO2 produzido pela ação humana um efeito potencialmente destrutivo?"
E "será que devemos travar essa produção de CO2 pela actividade humana?"

De acordo com o segundo vídeo deverá ser apelativo vivermos num mundo cerca de 5ºC mais quente do que hoje em dia. Viajar pelas praias tropicais de Portugal, com máximas de 20ºC em Janeiro e de 40ºC em Agosto, e furacões ao largo da costa.
 
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Mário Barros

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18 Nov 2006
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Isto não é propaganda.

É mais sensato mudarmos a nossa sociedade do petróleo para energias que não apresentem um impacto negativo no meio-ambiente.

Já conhecia o vídeo, se não é propagando é o que ? :rolleyes:

Porque é que eles não tentam simular a quantidade de CO2 sem nós (humanos). Acho que teriam uma surpresa.
 

irpsit

Cumulonimbus
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9 Jan 2009
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Inverness, Escocia
Espera, esta é interessante, vejam a localização daquelas estações oficiais!!



O que eu acho é que as nossas preocupações ambientalistas (que são sérias) faziam bem em provavelmente afastar-se do envolvimento com o CO2 e mudanças climáticas e focar-se em coisas como desflorestação massiva, poluição aquática, extinção das espécies e habitats, poluição atmosférica como causando problemas de saúde, etc....

Claro que todo o escândalo em torno das mudanças climáticas é grave, danifica a imagem dos movimentos em favor da defesa do meio-ambiente.
 
Editado por um moderador:

Kispo

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não resisto a este comentário:

Mário Barros: deram-te mesmo a volta à cabeça. Como as pessoas mudam.
O que tem mais piada é que ultimamente, tem-se assistido globalmente ao movimento contrário.

Espero que já falte pouco tempo para a queda desta farsa do Aquecimento Global causada pelo CO2.
 

Vince

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23 Jan 2007
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Kispo, mas qual é a farsa que estará a cair ? Os últimos anos muito se falou do mínimo solar e que o sol era isto e aquilo, mas mesmo com o maior mínimo de muitas décadas a temperatura global não tem baixado.
Parece-me é que estamos a assistir a um saudável interregno, em que os mais radicais de um lado e do outro andam a pensar nos exageros e erros de parte a parte, e agora talvez possamos olhar para isto tudo com mais calma, estudar mais, aprender mais, todos sermos mais humildes nas certezas absolutas.
 

Mário Barros

Furacão
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não resisto a este comentário:

Mário Barros: deram-te mesmo a volta à cabeça. Como as pessoas mudam.
O que tem mais piada é que ultimamente, tem-se assistido globalmente ao movimento contrário.

Espero que já falte pouco tempo para a queda desta farsa do Aquecimento Global causada pelo CO2.

:confused::confused::confused: sinceramente não percebi.

Eu estava a dizer, é que se calhar havia aquecimento tanto com nos cá, como sem nos, devido às emissões naturais (CO2).
 

Kispo

Cumulus
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17 Ago 2008
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Monte Abraão, Queluz (195m)
Kispo, mas qual é a farsa que estará a cair ? Os últimos anos muito se falou do mínimo solar e que o sol era isto e aquilo, mas mesmo com o maior mínimo de muitas décadas a temperatura global não tem baixado.
Parece-me é que estamos a assistir a um saudável interregno, em que os mais radicais de um lado e do outro andam a pensar nos exageros e erros de parte a parte, e agora talvez possamos olhar para isto tudo com mais calma, estudar mais, aprender mais, todos sermos mais humildes nas certezas absolutas.

Tivémos um El Niño forte que camuflou a situação. Vamos ver o que vai acontecer agora.