Seg. Previsão do Tempo e Modelos - Novembro 2010

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Veterano

Cumulonimbus
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2 Fev 2009
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Não estou com isto a dizer que não se devem pôr cartas por exemplo a 300 horas, não, podem sempre pôr-se nem que seja por curiosidade, agora se não existir pelo menos alguma consistência mínima entre saídas ou entre modelos, acho que não vale a pena perder muito tempo com grandes discussões de volta delas. Se calhar seria boa ideia ter um tópico como existe no Meteored para pôr cartas de sonho ou brutais de longo prazo, e manter alguma racionalidade neste tópico, vamos pensar no assunto.

Já me interroguei várias vezes qual a razão pela qual os modelos tem tendência a colocar no médio/longo prazo saídas brutais, com depressões muito cavadas, em localizações improváveis:huh:.

Não será racional, quase nunca acontece nada que se lhes assemelhe:mad:.

Talvez um mero exercício teórico, um automatismo do modelo ou uma operação de marketing;), para nos fazer sonhar...E continuar a acompanhar!

Como disse no meu anterior post, apenas o coloquei como curiosidade, a confirmar na run das 12z.
 


Vince

Furacão
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23 Jan 2007
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Braga
Já me interroguei várias vezes qual a razão pela qual os modelos tem tendência a colocar no médio/longo prazo saídas brutais, com depressões muito cavadas, em localizações improváveis:huh:.

Há aqui uma componente, a humana. Se está de sonho para nós aqui, significa que está desinteressante noutro local ao lado :) Ora, os modelos a longo prazo, localmente mudam muito, nós é que temos apenas a tendência de reparar ou referir o que nos interessa e ignoramos as imensas saídas que nada mostram para nós.
Ora, nas mudanças frenéticas dos modelos a longo prazo, volta e meia acaba por acertar aqui algo de excepcional e vamos a correr falar disso, no dia seguinte amuam os portugueses, ficam eufóricos os espanhóis, e no seguinte os franceses e por aí fora:D
 

necman

Cirrus
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8 Abr 2008
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Realmente fica para memoria :lmao:
recm2401.gif
 

Paulo H

Cumulonimbus
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2 Jan 2008
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O freemeteo ja mostra algo ao fim :D

Mostra lá uma queda de pressao para os 990 e ainda dá continuidade á queda .


O que aconteceria se viesse uma pressao de 965??

Na teoria, não aconteceria nada, nem uma brisa! Na prática, o aproximar e o afastar desse centro normalmente estão associados grandes gradientes horizontais de pressão e por consequência Vento forte! Não é por piada que no centro de um furacão o vento é fraco, porquê? Tudo depende do gradiente de pressão, isto é, se num dado local, as isobaras estão próximas ou não. Quanto mais próximas, tanto maior será a velocidade do vento!

Sendo assim, se imaginarmos que essa depressão com centro nos 965bar ocupa um espaço físico desde os Açores até Espanha (limite da depressão nos 1012mbar), então as isobaras deverão estar espaçadas pelo que o vento é fraco. Se pelo contrário essa depressão ocupar um espaço físico desde a madeira até Portugal (de 965bar a 1012bar) então as isobaras estariam muito próximas e por consequência teríamos vento moderado a forte, sendo muito forte no litoral e terras altas.

Tudo é relativo, e neste caso como em todos, depende unicamente do gradiente isobarico. Embora na prática, seja muito provável de ocorrer vento forte!
 

squidward

Cumulonimbus
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Se isso fosse verdade, começava já a construir um abrigo.:eek::lol:
 

Paulo H

Cumulonimbus
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2 Jan 2008
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Normalmente, e sem qualquer base científica, observo que se no mapa de portugal continental estiverem 4 ou 5 isobaras de norte a sul, então as rajadas de vento serão da ordem dos 100-120km nas terras altas, sendo menor nos restantes locais, da ordem dos 60-80km/h.

Ps: falo das isobaras que normalmente são colocadas nas cartas, com espaçamento de 4mbar! :)
 

Jorge_scp

Nimbostratus
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17 Fev 2009
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Na teoria, não aconteceria nada, nem uma brisa! Na prática, o aproximar e o afastar desse centro normalmente estão associados grandes gradientes horizontais de pressão e por consequência Vento forte! Não é por piada que no centro de um furacão o vento é fraco, porquê? Tudo depende do gradiente de pressão, isto é, se num dado local, as isobaras estão próximas ou não. Quanto mais próximas, tanto maior será a velocidade do vento!

Tudo o que disseste está certo. Mas deixa só fazer um pequeno reparo: O vento seria fraco ou nulo quando o centro de 965hPa estivesse por cima, porque assim que este se começasse a afastar, ui ui... se realmente o gradiente de pressão for grande, mas qual a depressão de 965 hPa que não o tem, principalmente junto ao centro?

Só por exemplo, na carta do ECMWF que mostra essa tal depressão (que até deverá ser já desfeita na próxima run), mostram ventos de 150/160 km/h aos 850 hPa...
 

Paulo H

Cumulonimbus
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2 Jan 2008
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Tudo o que disseste está certo. Mas deixa só fazer um pequeno reparo: O vento seria fraco ou nulo quando o centro de 965hPa estivesse por cima, porque assim que este se começasse a afastar, ui ui... se realmente o gradiente de pressão for grande, mas qual a depressão de 965 hPa que não o tem, principalmente junto ao centro?

Só por exemplo, na carta do ECMWF que mostra essa tal depressão (que até deverá ser já desfeita na próxima run), mostram ventos de 150/160 km/h aos 850 hPa...

Não é comum acontecer, mas não impossível! Estou a referir-me àqueles furacões em que é bem visível o olho central onde a pressão é mínima e até ocorre céu limpo! Também no centro de um tornado o seu vento é menor. Não são os centros de depressão o que assustam mas sim os seus gradientes de pressão demasiado próximos, antes e depois!

Ainda não vi a carta dessa depressão, estou a postar de telemóvel, nem sempre consigo visualizar as imagens! :)

Mas com ventos de 150-160km/h, à superfície é da ordem dos 2/3, ie, 100km/h.
 

Jorge_scp

Nimbostratus
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17 Fev 2009
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Não é comum acontecer, mas não impossível! Estou a referir-me àqueles furacões em que é bem visível o olho central onde a pressão é mínima e até ocorre céu limpo! Também no centro de um tornado o seu vento é menor. Não são os centros de depressão o que assustam mas sim os seus gradientes de pressão demasiado próximos, antes e depois!

Ainda não vi a carta dessa depressão, estou a postar de telemóvel, nem sempre consigo visualizar as imagens! :)

Mas com ventos de 150-160km/h, à superfície é da ordem dos 2/3, ie, 100km/h.

Certo, estamos de acordo, só estava a relembrar que o antes e depois é que pode ser complicado.

Mas o que o ECMWF estava a modelar (acabou de alterar na última run, como esperado), com ventos dessa ordem (150/160 km/h) aos 850 hPa, dava mesmo ventos dessa ordem nas terras altas (850hPa=1400 m aprox)! E no litoral pouco menos baixos. Só seriam significativamente mais baixos em zonas do interior com pouca altitude.
 

stormy

Super Célula
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7 Ago 2008
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Realmente fica para memoria :lmao:
recm2401.gif

Bom...a ficarmos sob uma crista fragil, que se acabará por erodir, libertando um anticiclone isolado em altura na Gronelandia, seria um cenário plausivel a formação desse tipo de sistemas, dada a interacção directa entre ar quente vindo de SW na circulação de uma baixa a NW dos Açores, e ar mais frio vindo de NE na circulação de uma baixa na Europa.....basicamente, a crista ao romper-se, vai quebrar a fronteira entre o ar frio e quente, principalmente em latitudes acima dos 40-50ºN, dando origem a forte instabilidade baroclinica, á qual basta se juntar um bom jet em altura para desencadear ciclogeneses fortes.

Neste momento, aliado a uma tendencia de NAO-, tambem os modelos andam a tornar-se consistentes num cenário desse tipo, com o track a sul...não pensem que será indicio de um inverno como o passado, pois não há condições para uma tal intabilidade de circulação que leve a todo o cenario meio caotico que tivemos no inverno anterior....e mais, a nivel hemisferico não se nota qualquer perturbação muito relevante ou persistente, ao contrario do que se passava há um ano, mesmo nas zonas tropicais.
 

David sf

Moderação
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8 Jan 2009
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Entrada fria para, pelo menos, o interior norte de Portugal ganha consistência. Vejam o que mudou em somente 12 h:

graphe_ens3_rru3.gif


Mesmo no Alentejo a maioria das linhas já passam abaixo do 0.

graphe_ens3_cws9.gif


A média dos ensembles do ECMWF aponta para 3 possibilidades:

-depressão no Atlântico;
-depressão no Golfo da Biscaia;
-depressão no Golfo de Leon.

O facto de a pressão no Atlântico estar mais baixa não quer dizer que seja opção preferencial, simplesmente as pressões que se obtêm com depressões atlânticas são tendencialmente mais baixas que as obtidas com depressões mais próximas do continente.

EDM1-192_nyr2.GIF


A 240 h nota-se pelos geopotenciais que a tendência é mais para sermos afectados pela massa continental que pela atlântica.

EDM1-240_kmu1.GIF


E aqui vê-se muito bem as duas hipóteses em cima da mesa. Em Portugal a divergência é menor, pois quer sejamos afectados pela massa continental ou pela atlântica o geopotencial de ambas as situações é semelhante. Mas nos Açores ou no Golfo de Leon a divergência é grande. Ou haverá anticiclone ou haverá depressão.

EEM1-240_gyy8.GIF
 

trovoadas

Cumulonimbus
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3 Out 2009
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loule-caldeirao
Analisando algo mais próximo em termos temporais vamos aos próximos dias mais concretamente a partir de terça, em que o modelo ECMWF disponivel no site do instituto de Metereologia, mostra alguma precipitação no sul e centro de Portugal







Como já é sabido é uma previsão a quase 3 dias, logo, até ao evento, algo se irá alterar, podendo dar mais ou menos precipitação. O que é certo sim é que teremos uma depressão de terça a quarta a afectar, sobretudo, a zona sul e centro do país, agora os locais onde choverá mais e as quantidades de precipitação que cairão é algo que vai sendo afinado pelos modelos até ao evento.
Até agora nada me diz que não poderemos ter 20mm ou mais em alguma zona do Algarve, Alentejo ou Estremadura...é uma questão de aguardar...a partir daí é sim hora de analisar com rigor as previsões para o próximo fim de semana e ver o que o nosso amigo S.Pedro nos reserva.
 

rozzo

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11 Dez 2006
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Em termos de entradas frias, aquelas continentais vindas de E/NE, o mais normal, especialmente habituados a ver isto no GFS estamos, é quando ameaça para aqui, acaba por ficar retido mais a Este, em Espanha, etc.
É um padrão recorrente as entradas frias previstas a médio prazo "curvarem" mais para SE do que o inicialmente previsto, nunca atingindo zonas tão a Oeste como queriam fazer os modelos crer.

Lembrando disto, uma coisa que gosto de ver nos modelos, embora pouca valha senão empiricamente constatar o que disse o no parágrafo anterior, é ver os modelos no médio prazo a darem entradas frias, e com baixos geopotencias e temperaturas aos 850hPa baixas, a avançar para Oeste, sem nos acertar, e encaminhadas para o Sul do UK, e para o Atlântico a Oeste de França.
E porque gosto de ver isto? Porque acreditando eu que regra geral estas entradas acabam por ficar mais a SE do que o previsto, me parece que no final têm mais chances de acabar em cima de nós, do que as que inicialmente estavam previstas em cima de nós e acabam só no Mediterrâneo.

Vale o que vale, pouco, apenas empiricamente, e se calhar com alguma "memória selectiva".. Mas reparei bastante nisto o ano passado.
E estou a falar nisto porque o ECMWF anda a ameaçar uma entrada dessas.

Aguardemos..
 

David sf

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8 Jan 2009
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Em termos de entradas frias, aquelas continentais vendas de E/NE, o mais normal, especialmente habituados a ver isto no GFS estamos, é quando ameaça para aqui, acaba por ficar retido mais a Este, em Espanha, etc.
É um padrão recorrente as entradas frias previstas a médio prazo "curvarem" mais para SE do que o inicialmente previsto, nunca atingindo zonas tão a Oeste como queriam fazer os modelos crer.

Lembrando disto, uma coisa que gosto de ver nos modelos, embora pouca valha senão empiricamente constatar o que disse o no parágrafo anterior, é ver os modelos no médio prazo a darem entradas frias, e com baixos geopotencias e temperaturas aos 850hPa baixas, a avançar para Oeste, sem nos acertar, e encaminhadas para o Sul do UK, e para o Atlântico a Oeste de França.
E porque gosto de ver isto? Porque acreditando eu que regra geral estas entradas acabam por ficar mais a SE do que o previsto, me parece que no final têm mais chances de acabar em cima de nós, do que as que inicialmente estavam previstas em cima de nós e acabam só no Mediterrâneo.

Vale o que vale, pouco, apenas empiricamente, e se calhar com alguma "memória selectiva".. Mas reparei bastante nisto o ano passado.
E estou a falar nisto porque o ECMWF anda a ameaçar uma entrada dessas.

Aguardemos..

Também concordo com essa observação, acho que se se mantiver o bloqueio até dia 29/30 no Atlântico que a entrada fria não escapa. É necessário que ocorra algo assim:

gfs-0-192_pcp0.png


gfs-0-228_pvw7.png


E não isto:

ECM1-192_nla5.GIF


ECM1-216_bqh3.GIF


Ou seja o bloqueio tem que se manter a sul da Gronelândia de modo a que a massa de ar frio seja deslocada para sul e não para leste, sendo absorvida pela depressão atlântica.
 

Veterano

Cumulonimbus
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2 Fev 2009
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Porto-Aviz-2,5 km do mar (46 m)/Matosinhos
Ou seja o bloqueio tem que se manter a sul da Gronelândia de modo a que a massa de ar frio seja deslocada para sul e não para leste, sendo absorvida pela depressão atlântica.

Ou seja, nesta altura o modelo que nos "interessa" é o GFS, um par de dias atrás era o ECM:rolleyes:.

Vamos ver se ainda se colocam os dois de acordo e que para que lado irão cair...;)
 
Estado
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