Relíquias florestais: restos de laurissilva em Portugal Continental

belem

Cumulonimbus
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10 Out 2007
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Si o loureiro é o Prunus lusitanica, pode ben ser certo. Eu acho que o prunus lusitanica é o menos "laurisilvico" da tuda a laurisilva.
Como eu disse, ha prunus lusitanica en un área do meu val, onde as fotos do topic da Serra de Ancares, en esse val de montanha, mais nao onde as fotos.
Os Prunus lusitanica fican ao inicio do val a 800 metros de altitude mais en zona moito protegida dos frios. Penso que é a única especie "laurisilvica" que ainda temos no val, as outras nao existen, de seguro elas morreram cando o clima tornouse mais frio.

Acredito que de tudas as especies da laurislva o loureiro é o mais resistente ao frio e a condiçoes climáticas diferentes.

A pergunta era dirigido ao Frederico e penso que ele estava a referir-se ao Laurus nobilis.
Se o número de espécies macaronésicas for demasiado baixo, dificilmente se pode associar a região a uma Laurissilva propriamente dita. Será antes um pequeno vestígio remanescente.
 


frederico

Furacão
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9 Jan 2009
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Isso de Tomar vi no Biosfera, se bem me recordo foi dito pelo Eng. Domingos Patacho da Quercus. Por acaso conheço-o pessoalmente do Tejo Internacional, mas perdi o contacto, já lá vão uns anos.
 

belem

Cumulonimbus
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10 Out 2007
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Sintra/Carcavelos/Óbidos
Vou referir apenas algumas espécies mais frequentes, de 2 zonas do sul da Estremadura, e depois incluir um resumo de outras 2 zonas.
A zona mais quente das primeiras 2, deverá ser a de Queluz, havendo uma transição para um piso bîoclimático, mais fresco e húmido na Serra da Carregueira.
Resta comparar zonas bioclimáticas, ainda mais extremas, de Leste a Oeste e em altitude ( por exemplo, zona de Lisboa e Serra de Sintra). Queluz e Carregueira, ficam a meio termo.


Algumas associações pré-climácicas que conheço da Serra da Carregueira:

Zonas baixas e/ou vertentes umbrias: Carvalho cerquinho ( predominante em vertentes umbrias), sobreiro ( pequenos a médios, em porte), freixo, carrasco ( arbustivo), folhado, loureiro (arbustivo), medronheiro, hera, madressilva, murta, etc...

Zonas baixas ou altas e/ou soalheiras: zambujeiro, pinheiro-manso ( tamanho médio e com pouca expressão), pinheiro-bravo ( tamanho médio e de maior expressão ( provavelmente plantado), carrasco, sobreiro ( arbóreos, mas pequenos e raros), tojos, etc...

Encontrei uns 5 ou 6 exemplares de Quercus faginea em estádio climático, mas a crescer de forma dispersa. Apenas 1 associação foi encontrada, mas com pouca expressão (a nível de área coberta).

Carvalhais encontrados, até ao momento, com alguma complexidade florística: 2.

Não se pode falar em laurissilva, mas podia estar mais longe de o ser ( pelo menos na tendência bioclimática).


Matinha de Queluz:

Associação quase climácica/climácica:

Sobreiros relativamente frequentes com porte climácico ( em associação, sem ser dispersos), carrascos com porte arbóreo e climácico, medronheiro ( com alguns exemplares com porte climácico), pinheiro-manso ( porte climácico) mas apenas com alguns exemplares isolados, apenas 1 pinheiro-bravo encontrado ( porte climácico), aderno ( não vi nenhuma árvore, só arbustos), folhado ( arbustivos e em expansão), loureiro ( arbustivo), madressilva, pervinca e hera.
Resumidamente, houve acção humana, nesta floresta, mas foi muito esporádica. Historicamente, sabe-se que esta floresta, já existe há centenas de anos. O carvalho-cerquinho, terá existido nesta floresta? Haveriam adernos com porte arbóreo e folhados de grandes dimensões?

De referir a expansão muito inapropriada de pitosporos.

Sobre Sintra, vamos até andares bioclimáticos superiores, com o aparecimento do carvalho-negral, do carvalho-alvarinho e até do azevinho entre outros e localmente existem até formações mais laurissilvicas.
Em zonas baixas, encontramos sobreiros e em zonas altas também ( mas de pequenas dimensões).


Sobre a zona de Lisboa ( muito mais quente e seca): vou mencionar um bosque de carvalho-cerquinho ( com um ou outro exemplar de porte climácico), perto do Keil do Amaral, de um sobreiral no mesmo local ( com algumas azinheiras e carrascos) e de outro núcleo de sobreiros ( alguns com porte climácico, tendo em conta os solos onde crescem), perto da sede do Parque. Estes núcleos, são provavelmente alguns únicos que restam da floresta que existia na zona de Lisboa, mesmo antes da Serra de Monsanto, ser usada para a agricultura ( séculos atrás).
Também existem alguns zambujeiros com porte climácico, de forma algo dispersa ou por vezes em pequenos núcleos associados.
São encontradas associações arbustivas ( ainda) de medronheiros, folhados e adernos. Não vou referir os pinheiros-mansos/bravos/alepo, os carvalhos-negrais e alvarinhos, que foram plantados, pelo Homem, embora, alguns até já tenham existido no local, de forma espontânea.

Também é de notar, a presença de mais variedades florestais, mas com pouca expressão.

O extremo mais árido, do Sul da Estremadura, existe numa zona com clima Bsk, segundo Koppen-Geiger, para o Cabo Raso, em que a vegetação estépica, tem maior expressão.

O extremo mais húmido para esta mesma zona, surge nos cumes mais altos e enevoados da Serra de Sintra. Da estepe, ao bosque húmido, a distância, é de poucos kms ( 2-10 kms)?

A zona mais quente de todo o sul da Estremadura, é a zona baixa de Lisboa ( mesmo antes do Homem chegar a viver aqui), apenas representada por um bosquete de sobreiros e zambujeiros ( contudo a mais de 100 metros de altitude). A zona mais fria, fica nos cumes mais altos de Sintra e nas vertentes umbrias desta zona.


Do zambujal «termomediterrânico» ao carvalhal eurossiberiano, estes são os extremos de uma paleta de variações florestais, encontrada numa linha de 30 kms.
 

chicoria

Cirrus
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3 Jan 2012
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Un ejemplar femenino de tejo puede tener unas 20.000 semillas perfectamente. Mediante un sistema de redecillas entre árboles en la época de otoño, recoger la mayor cantidad de ellas. Si suponemos que existen 50 ejemplares femeninos tendríamos 1 millón de semillas, con apañar la mitad es suficiente. 500.000 semillas. Se las damos a las gallinas y las recogemos.

Ola viva. Peço desculpa estar a ressuscitar este post que ja tem barbas. Mas queria perguntar o seguinte: as galinhas não morrem se comerem bagas de teixo? E que cavalos, vacas, humanos, ovelhas, etc da-lhes logo o badagaio! Gostava de plantar uns teixos e azevinhos e nunca consegui propagar por estaca. :thumbsup:
 

Bergidum

Cumulus
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22 Dez 2009
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Los frutos de teixo se pueden comer, pues lo que es venenoso es el interior, que no llega a ser digerido. El arilo rojo está dulce y sabroso.De hecho son los pájaros los que diseminan la mayor cantidad de plantas de teixo.
Las hojas son venenosas para algunos animales (caballos,...) pero las vacas las pueden comer en pequeña cantidad.
En Portugal quedan muy pocos silvestres, solo en Geres (bastantes), unos pocos na Serra da Estrela e 3 !!! ejemplares nas Açores...(Ilha do Pico)
 

chicoria

Cirrus
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Ola, si eso ya lo sé apeser de qué nunca hé probado el fruto rojo. Pero las semillas son muy toxicas también, quando son masticadas... fijo que a los pajaros no les pasa nada de nada? E pués eso, porque no les pueden masticar ou que las toxinas no les hacén daño?
 

Bergidum

Cumulus
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22 Dez 2009
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Comarca del Bierzo. León. España.
Supongo que las tragan enteras, y los ácidos del estómago van preparándolas para germinar. Si no pasan por los pájaros pueden tardar años en germinar.
De todas formas los teixos salen muy bien de estaca: coge ramillas del tronco, sin cortarlas, arrancándolas, de unos 20 cm. Quítales las hojas a los 15 cm inferiores y las entierras, manteniéndolas húmedas, enraizarán muchas de ellas, pero hay que ser pacientes.
 

belem

Cumulonimbus
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10 Out 2007
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Supongo que las tragan enteras, y los ácidos del estómago van preparándolas para germinar. Si no pasan por los pájaros pueden tardar años en germinar.
De todas formas los teixos salen muy bien de estaca: coge ramillas del tronco, sin cortarlas, arrancándolas, de unos 20 cm. Quítales las hojas a los 15 cm inferiores y las entierras, manteniéndolas húmedas, enraizarán muchas de ellas, pero hay que ser pacientes.


Sí, los urogallos, por ejemplo, me parece que gustan mucho de los frutos del teixo.
 

Paulo H

Cumulonimbus
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Vi há uns tempos atrás, um programa na tv, acerca de sementes de árvores. Para semear teixos, há que colher as bagas e preparar um caixa com tampa, uma camada de areia, outra de turfa, colocam-se as bagas, e cobre-se novamente com areia. De seguida fecha-se a tampa e armazena-se na arca frigorífica durante 4 meses. Depois tira-se a caixa e deixa-se ficar à temperatura ambiente o resto do ano. Repete-se tudo novamente no próximo ano, com mais 4 meses na arca frigorífica. Ao fim de 2 anos, as sementes estão prontas a ser semeadas.

Falou-se também na forma mais eficiente de conservar as bolotas de sobreiro ou azinheira. Apanhar as bolotas de deita-las num balde de água, deitar fora as que flutuam (já não têm suficiente humidade para germinar). De seguida guardar numa caixa de areia com turfa e novamente areia, fechar à temperatura ambiente, e abrir no mês/dia em que se devem semear.
 

chicoria

Cirrus
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3 Jan 2012
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Urogallos?? Nem conhecia vejam là! :shocking:

Epa eu conheço isso tudo, ja tentei de estaca durante varios anos mas tudo o que vi foi as folhas amarelarem de dia para dia e nunca pegaram.
Também conheço a técnica da estratificação (alternância de camadas de areia etc) mas o problema é que não me apetece propriamente ter de esperar 2 anitos para ter uns brotos!! :lol:
Talvez seja possivel uma pessoa vomitar (estou a falar a sério!!!) e deixar as sementes dentro do vomito durante uns dias para os acidos do estomago atacarem a casca, assim emula-se o processo normal dentro do sistema digestivo dos passaros. Na semana passada vi uma exposição sobre as macieiras selvagens no Cazaquistão (Malus sieversii) que são pelos vistos as antepassadas de todas as maçãs cultivadas no mundo inteiro e foram seleccionadas ao longo de séculos por ursos frugiveros daquela região que escolhiam os frutos mais doces e carnudos. As sementes nascem a partir da caca dos ursos, em condições normais parece que as pevides de maçã não germinam bem sem serem corroidas por acidos digestivos.
De resto espero que seja mesmo verdade que os passaros não lhes acontece nada com os grãos de teixo, pelo que sei os papos podem triturar grãos muito duros!!
 

belem

Cumulonimbus
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10 Out 2007
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Também há macieiras silvestres na P. Ibérica, mas realmente não sei nada sobre as variedades que foram domesticadas. Tenho que ler mais sobre o assunto, ainda que me parecesse ter lido há uns tempos, que a variedade selvagem da Europa, não teve grande influência na maior parte das maçãs domésticas actuais.
 

chicoria

Cirrus
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3 Jan 2012
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Referes-te ao Malus sylvestris :) e sim ficou demonstrado recentemente que não tem que ver com as macieiras domesticadas.

Se tiveres oportunidade lê sobre a historia do Malus sieversii, vale mesmo a pena, é uma historia fantastica :) e ainda por cima é um tema de actualidade!