Seguimento - Incêndios 2012

Vince

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23 Jan 2007
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Braga
Vince, em parte isso da chuva da Primavera não é assim tão linear, do tipo, chove, ameniza, e menos incêndios.
Dependendo da vegetação e da região, pelo contrário pode ser pior, bem pior.
Em anos no geral secos, em que o Verão venha a ser quente (e que não tenha ardido muito nos anos anteriores...) em boa parte de Portugal vai arder muito mais se parte da Primavera for chuvosa, do que se não for, e porquê? Porque se for chuvosa, vai crescer mais vegetação, mais mato, mais "fuel" para arder...
Portanto sim, está tudo "check" até agora, e se a Primavera for algo chuvosa, mas não diluviana (o mais provável), poderá piorar as coisas devido a este aumento de matéria para arder, isto caso o Verão depois tenha períodos muito quentes claro, isso é essencial...




Como dizes, também a quantidade de vegetação que cresce na Primavera é um factor muito importante. Os piores anos são aqueles em que chove muito no Inverno, permitindo o grande crescimento de mato nos meses de Março, Abril, e depois uma Primavera seca e quente que retire a humidade aos solos e seque a vegetação que antes tinha crescido em abundância.

De facto este ano pode até nem ser dos mais problemáticos em termos de incêndios se chover pouco nos próximos 3 meses, na minha opinião, pois o Inverno foi muito seco e temos a vegetação ainda muito rasteira, pouco desenvolvida.

Por outro lado, à parte destes factores pré-Verão, a própria circulação da atmosfera nessa estação é importantíssima. Está mais que provado que Verões com circulação marcadamente de Este/Noroeste são terríveis para os incêndios...


Bom, fala-se sempre muito nisso da vegetação do Inverno e Primavera, mas qual será o peso disso em todos os restantes factores ?
É difícil de saber. A biomassa acumulada não é apenas a que nasce nas estações que antecedem a época de incêndios, é biomassa que acumula ao longo de muitos anos, e se estiver tudo seco e ressequido devido a uma seca, só pode agravar a situação.

O factor mais importante é claro o meteorológico, ondas de calor/circulação de leste. No que toca ao resto, varia muito:

Em 2003 tivemos bastante chuva em Janeiro e Abril, e tivemos depois uma parte do Verão escaldante, e foi o pior ano de sempre em incêndios.

Mas em 2005, não tivemos chuva, tivemos uma grande seca parecida com a actual (até agora) e tivemos um Verão que sem ter tido extremos como 2003, o Verão no seu todo (JJA) foi na altura o mais quente de sempre até à data. E foi também um ano trágico nos incêndios.



(Em 2011 terão sido uns 70/80 mil hectares)

Nos últimos anos tivemos Invernos e primaveras de vegetação exuberante, e em 2010 apesar de um Verão muito quente com várias ondas de calor, tivemos muitos incêndios mas não chegámos aos números apocalípticos de outros anos como 2003 ou 2005.


Encontro muitas analogias entre 2005 e 2012. Pelo que na minha opinião, se chegarmos ao Verão e tivermos o azar de ter bastante calor com circulação de leste, a coisa pode ficar preta. Tal como nas conversas recentes sobre a morte de idosos em que se falou de um padrão que poderia ter despertado maior atenção, acho que os responsáveis pela prevenção e luta de incêndios nesta altura devem olhar para tudo isto e acender uma luzinha de alarme lá nos seus gabinetes, que é para não serem apanhados de surpresa.
 


Dan

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26 Ago 2005
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Bragança (675m)
Um incêndio neste momento, para os lados da serra da Nogueira.
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Snifa

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Grande parte do noroeste está sob uma gigantesca coluna de fumo


Neste momento é um cheiro a mato queimado que não se pode abrir as janelas...olhando para o céu nocturno é visível o fumo:mad:toda a tarde foram várias as colunas de fumo densas, ali para os lados de Paços de Ferreira, Penafiel, e na direcção de Braga..neste momento há 7 incêndios significativos por todo o Norte...:evilmad:


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http://www.prociv.pt/cnos/Pages/ListaFogos.aspx
 

DaniFR

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21 Ago 2011
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Coimbra
Mais de 400 bombeiros combatem chamas em Penela

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Mais de 400 bombeiros combatem as chamas em São João Deserto, concelho de Penela, distrito de Coimbra. O incêndio deflagrou às 12.30 horas e tem neste momento duas frentes ativas, numa altura em que há 13 incêndios em curso em todo o País.

Segundo a últiam atualização do site da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), às 23 horas, o incêndio está a ser combatido por 449 operacionais, apoiados por 126 veículos.

Nesta altura há sete incêndios mais significativos no País (fogos com mais de duas horas ou mais de 10 veículos operacionais ou três ou mais meios aéreos pesados), sendo os outros em Vinhais, Castro de Aire, Alijó, São Pedro do Sul, Vieira do Minho e Barcelos.

No Lugar do Monte, em Barcelos, distrito de Braga, desde as 15.08 horas de terça-feira que lavra um incêndio em mato. No local estão 183 homens no combate às chamas 150 homens, estando a ser apoiados por 47 veículos operacionais.

A ANPC já registou esta quarta-feira, desde a meia-noite, um total de 321 incêndios.

fonte

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Mário Barros

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Cumulonimbus
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26 Jun 2010
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Ponte de Lima (centro)
Os bombeiros de Ponte de Lima mobilizaram esta tarde meios para defender casas e duas unidades fabris, entre as freguesias de Freixo e Sandiães, ameaçadas por um incêndio florestal.

«Temos meios no local a fazer a defesa e para já estão a aguentar», explicou à Lusa Carlos Lima, comandante dos Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima e a liderar as operações no terreno.

Em causa, além de «algumas habitações» estão uma pequena fábrica de papel e uma outra unidade fabril que serve também como armazém de camiões. Ambas têm o fogo «a poucos metros».

http://www.tvi.iol.pt/noticia/sociedade/fogos-bombeiros-ponte-de-lima-tvi24/1337000-4071.html
 

AnDré

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Incêndios florestais/Amarante
Área ardida no primeiro trimestre é 30 vezes superior à de 2011


A área ardida no concelho de Amarante, nos primeiros três meses do ano, é 30 vezes superior à de igual período do ano passado e as ocorrências sete vezes superiores às de 2011, disse à Lusa fonte da proteção civil.

Dados oficiais, que reportam ao período até 14 de março, apontam para uma área ardida de 376,8 hectares, a maioria na serra do Marão, muito superior, portanto, aos 11,66 hectares registados nos primeiros três meses do ano passado.

À Lusa, Hélder Ferreira, vereador da proteção civil municipal, estimou que a área ardida no concelho esteja próxima dos 300 hectares, porque, sublinhou, desde 14 de março já se verificaram alguns incêndios de média dimensão.

Para Gonçalo Monteiro, segundo comandante dos bombeiros locais, esta situação é "insustentável" para a corporação, porque há dias com seis ou sete incêndios em vários pontos do concelho.

"Não há contabilidade que aguente isto", disse, garantindo não se lembrar de situação igual nos cerca de 33 anos que tem como bombeiro.

Os dados oficiais comprovam que só nos primeiros três meses deste ano houve mais área ardida do que no total de 2011, incluindo o verão, ao longo do qual se registaram 212,5 hectares.

Em termos de ocorrências, os números oficiais destes primeiros meses de 2012 também apontam para um crescimento acentuado. Em 2011 há registo de 28 fogos, mas, em 2012, só até 14 de março, a proteção civil assinalou 156 ignições.

Hélder Ferreira disse à Lusa que a zona do concelho que tem sido mais afetada é a serra do Marão, destacando o incêndio verificado na localidade de Carneiro, mas iniciado do lado de Baião, com uma área ardida de 120 hectares.

Apesar da extensão dos estragos provocados pelos incêndios, o responsável ressalva que só uma "pequena parte" afetou zona de floresta, nomeadamente pinhal.

No entanto, à Lusa, o autarca não nega estar "muito preocupado" com o que poderá acontecer, nas serras do Marão e da Meia Via, nos próximos meses, se "não chover a sério".

"Nos montes há muita massa combustível e isso é autêntica pólvora. Se não chover, vamos ter um problema muito sério", afirmou.

Hélder Ferreira recorda o ano de 2005, também muito seco, ao longo do qual se registaram mais de 451 incêndios no concelho, destruindo cerca de 2.663 hectares.

Gonçalo Monteiro, dos bombeiros de Amarante, conhece estes números e por isso está preocupado com o presente, atendendo aos "custos elevadíssimos" que está a provocar na corporação, sobretudo danos em viaturas.

"O Estado deve estar atento ao esforço dos bombeiros", lembrou, reclamando a declaração, pela proteção civil nacional, do alerta amarelo.

Também o desgaste no pessoal inquieta o comandante, explicando que, nesta altura do ano, os corpos de bombeiros voluntários não estão preparados para acorrer a tantas situações.

"Os meus bombeiros estão exaustos, não tenho força moral para lhes pedir mais", exclamou, admitindo que a situação pode ficar "insustentável" se os incêndios continuarem neste ritmo.
DN Portugal
 

Snifa

Furacão
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16 Abr 2008
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Porto-Marquês:145 m Mogadouro:749 m
Grande coluna de fumo negro neste momento para Leste...segundo protecção civíl há um incêndio em Paredes com 3 frentes activas...já com o helicóptero em acção

http://www.prociv.pt/cnos/Pages/ListaFogos.aspx

de novo o Norte do País a ser particularmente afectado...:evilmad: