Aquecimento Global

irpsit

Cumulonimbus
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9 Jan 2009
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A activadade solar não decresce desde 1960.

A actividade solar teve no seu máximo de vários séculos na década de 60, desde então tem vindo a diminuir (excepto a seguir aos anos 70 em que aumentou novamente).

E atingiu no último mínimo e no máximo actual os valores mais baixos dos últimos 100 anos.

Ou seja, tirando algumas excepções, a actividade solar nos máximos foi aumentando desde 1890 até 1960 e desde então têm diminuído.

Kispo, estes são factos! A actividade solar actualmente está bastante reduzida.

wolfaml.png
 


irpsit

Cumulonimbus
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9 Jan 2009
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Por outro lado, a temperatura aqui na Islândia tem tido tendência de aumento (dentro da variação natural ao longo das décadas) desde 1800 até 2013.

E os últimos anos foram os mais quentes desde 1800.

http://en.vedur.is/weather/articles/nr/2614


ae_sth2012.jpg


Eu nem sou pró ou contra teorias científicas. A climatologia não é política ou futebol, para se ter uma ou outra preferência. Estes são os dados oficiais islandeses.
 

irpsit

Cumulonimbus
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9 Jan 2009
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O que poderia ser interessante era fazer um "overlap" da temperatura e da actividade solar e ver o quão desfasado os dois gráficos ficam. E saber quanto tempo até o sinal solar influenciar o sinal da temperatura.

Mas o que parece óbvio é um aumento tendencial da temperatura, ao passo que tal não ocorre na actividade solar. Ou seja, o aumento da temperatura tem que ser causado por outro factor.

E se a maioria dos estudos confirma que são factores humanos (emissões de CO2 e CH4, desflorestação, etc), provavelmente serão mesmo esses factores os que causam esse aumento.
 

Kispo

Cumulus
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17 Ago 2008
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Monte Abraão, Queluz (195m)
O que poderia ser interessante era fazer um "overlap" da temperatura e da actividade solar e ver o quão desfasado os dois gráficos ficam. E saber quanto tempo até o sinal solar influenciar o sinal da temperatura.

Mas o que parece óbvio é um aumento tendencial da temperatura, ao passo que tal não ocorre na actividade solar. Ou seja, o aumento da temperatura tem que ser causado por outro factor.

E se a maioria dos estudos confirma que são factores humanos (emissões de CO2 e CH4, desflorestação, etc), provavelmente serão mesmo esses factores os que causam esse aumento.

se experimentares fazer um "overlap" da temperatura e da [CO2] na atmosfera também verás o quanto estão desfasados, principalmente desde o ano 2000, em que a temperatura estabilizou segundo os dados dos satelites, mas pelo contrário a [CO2] na atmosfera continuou a aumentar.

Em relação à actividade solar acho que fui explícito no meu post. Só no último ciclo solar, que teve um máximo por volta do ano 2000, houve um decréscimo da actividade solar. Nos dois ciclos solares imediatamente anteriores (máximo de 1970 e 1980 +/-), foram atingidos níveis de actividade solar, inferiores apenas aos níveis de 1960 ou aos longíquos níveis de 1780. É só olhar para o gráfico com atenção. Há uma grande difrença entre 1700-1960 e 1960-2000 em termos de actividade solar (neste caso usei o indice de manchas solares para ilustrar a actividade solar)
 

Mário Barros

Furacão
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18 Nov 2006
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Maçores (Torre de Moncorvo) / Algueirão (Sintra)
Recorde histórico nos níveis de CO2
A concentração de dióxido de carbono (CO2), o principal gás com efeito estufa implicado nas alterações climáticas, bateu um ontem novo recorde histórico.

Pela primeira vez as medições diárias no Havai registaram a marca de 400 ppm (partes por milhão) - em cada milhão de moléculas de ar, 400 são de CO2. Um nível que, segundo os cientistas, só existiu antes na Terra entre há três e seis milhões, quando a temperatura média do planeta era consideravelmente mais alta do que agora, e ainda faltava muito para surgir o Homo sapiens.

As medições de CO2 no Havai, no topo do vulcão Mauna Loa, são feitas desde 1958. O valor médio registado nesse ano foi de 315 ppm. Mas desde então, a concentração aumentou e após 55 anos chegou ao 400 ppm.

O aumento do CO2 na atmosfera decorre das emissões causadas pela queima dos combustíveis fósseis (petróleo e carvão) para a produção energética, atividades industriais e transportes. Resta saber se o problema das alterações climáticas voltará a ser prioritário para os decisores mundiais.

DN

Pronto, agora é que vamos todos morrer :(.
 

CptRena

Nimbostratus
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16 Fev 2011
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Gafanha da Encarnação, Aveiro
Não me façam rir. :lol:
A medir níveis de CO2 no topo de uma montanha vulcânica, como se o CO2 nem tivesse nadinha associado ao vulcanismo. Não tarda está mas é o vulcão a ter uma diarreia de lava e eles a pensar que andam a medir o CO2 representativo de toda a atmosfera terrestre e afinal havia outra.



Recorde histórico nos níveis de CO2

As medições de CO2 no Havai, no topo do vulcão Mauna Loa, são feitas desde 1958. O valor médio registado nesse ano foi de 315 ppm. Mas desde então, a concentração aumentou e após 55 anos chegou ao 400 ppm.

Pronto, agora é que vamos todos morrer :(.
 

duncan

Cumulus
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24 Set 2006
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palmela
será que o aquecimento vai mesmo parar?
O gelo este ano do ártico teve um degelo menor que o ano passado, como refere o artigo abaixo.

http://www.dailymail.co.u...-warming-predictions.htmlA chilly Arctic summer has left nearly a million more square miles of ocean covered with ice than at the same time last year – an increase of 60 per cent.

The rebound from 2012’s record low comes six years after the BBC reported that global warming would leave the Arctic ice-free in summer by 2013.

Instead, days before the annual autumn re-freeze is due to begin, an unbroken ice sheet more than half the size of Europe already stretches from the Canadian islands to Russia’s northern shores.


global cooling


The Northwest Passage from the Atlantic to the Pacific has remained blocked by pack-ice all year. More than 20 yachts that had planned to sail it have been left ice-bound and a cruise ship attempting the route was forced to turn back.

Some eminent scientists now believe the world is heading for a period of cooling that will not end until the middle of this century – a process that would expose computer forecasts of imminent catastrophic warming as dangerously misleading.

The disclosure comes 11 months after The Mail on Sunday triggered intense political and scientific debate by revealing that global warming has ‘paused’ since the beginning of 1997 – an event that the computer models used by climate experts failed to predict.

In March, this newspaper further revealed that temperatures are about to drop below the level that the models forecast with ‘90 per cent certainty’.

The pause – which has now been accepted as real by every major climate research centre – is important, because the models’ predictions of ever-increasing global temperatures have made many of the world’s economies divert billions of pounds into ‘green’ measures to counter climate change.

Those predictions now appear gravely flawed.


THERE WON'T BE ANY ICE AT ALL! HOW THE BBC PREDICTED CHAOS IN 2007



Only six years ago, the BBC reported that the Arctic would be ice-free in summer by 2013, citing a scientist in the US who claimed this was a ‘conservative’ forecast. Perhaps it was their confidence that led more than 20 yachts to try to sail the Northwest Passage from the Atlantic to the Pacific this summer. As of last week, all these vessels were stuck in the ice, some at the eastern end of the passage in Prince Regent Inlet, others further west at Cape Bathurst.


Shipping experts said the only way these vessels were likely to be freed was by the icebreakers of the Canadian coastguard. According to the official Canadian government website, the Northwest Passage has remained ice-bound and impassable all summer.


The BBC’s 2007 report quoted scientist Professor Wieslaw Maslowski, who based his views on super-computer models and the fact that ‘we use a high-resolution regional model for the Arctic Ocean and sea ice’.


He was confident his results were ‘much more realistic’ than other projections, which ‘underestimate the amount of heat delivered to the sea ice’. Also quoted was Cambridge University expert

Professor Peter Wadhams. He backed Professor Maslowski, saying his model was ‘more efficient’ than others because it ‘takes account of processes that happen internally in the ice’.


He added: ‘This is not a cycle; not just a fluctuation. In the end, it will all just melt away quite suddenly.’
..

BBC


The continuing furore caused by The Mail on Sunday’s revelations – which will now be amplified by the return of the Arctic ice sheet – has forced the UN’s climate change body to hold a crisis meeting.

The UN Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) was due in October to start publishing its Fifth Assessment Report – a huge three-volume study issued every six or seven years. It will now hold a pre-summit in Stockholm later this month.

Leaked documents show that governments which support and finance the IPCC are demanding more than 1,500 changes to the report’s ‘summary for policymakers’. They say its current draft does not properly explain the pause.

At the heart of the row lie two questions: the extent to which temperatures will rise with carbon dioxide levels, as well as how much of the warming over the past 150 years – so far, just 0.8C – is down to human greenhouse gas emissions and how much is due to natural variability.




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In its draft report, the IPCC says it is ‘95 per cent confident’ that global warming has been caused by humans – up from 90 per cent in 2007.



This claim is already hotly disputed. US climate expert Professor Judith Curry said last night: ‘In fact, the uncertainty is getting bigger. It’s now clear the models are way too sensitive to carbon dioxide. I cannot see any basis for the IPCC increasing its confidence level.’

She pointed to long-term cycles in ocean temperature, which have a huge influence on climate and suggest the world may be approaching a period similar to that from 1965 to 1975, when there was a clear cooling trend. This led some scientists at the time to forecast an imminent ice age.

Professor Anastasios Tsonis, of the University of Wisconsin, was one of the first to investigate the ocean cycles. He said: ‘We are already in a cooling trend, which I think will continue for the next 15 years at least. There is no doubt the warming of the 1980s and 1990s has stopped.


Then... NASA satelite images showing the spread of Artic sea ice 27th August 2012
Then... NASA satelite images showing the spread of Artic sea ice 27th August 2012



...And now, much bigger: The spread of Artic sea ice on August 15 2013
...And now, much bigger: The same Nasa image taken in 2013





‘The IPCC claims its models show a pause of 15 years can be expected. But that means that after only a very few years more, they will have to admit they are wrong.’



Others are more cautious. Dr Ed Hawkins, of Reading University, drew the graph published by The Mail on Sunday in March showing how far world temperatures have diverged from computer predictions. He admitted the cycles may have caused some of the recorded warming, but insisted that natural variability alone could not explain all of the temperature rise over the past 150 years.

Nonetheless, the belief that summer Arctic ice is about to disappear remains an IPCC tenet, frequently flung in the face of critics who point to the pause.

Yet there is mounting evidence that Arctic ice levels are cyclical. Data uncovered by climate historians show that there was a massive melt in the 1920s and 1930s, followed by intense re-freezes that ended only in 1979 – the year the IPCC says that shrinking began.

Professor Curry said the ice’s behaviour over the next five years would be crucial, both for understanding the climate and for future policy. ‘Arctic sea ice is the indicator to watch,’ she said


Read more: http://www.dailymail.co.u...ctions.html#ixzz2eLHmVxI5
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BozoBR

Cirrus
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15 Set 2013
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Brasil
São tantas variáveis que é difícil afirmar com precisão se há ou não. O pior que as discussões sempre são atravessadas por discursos com viés ideológico.
 

Kispo

Cumulus
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17 Ago 2008
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Monte Abraão, Queluz (195m)
Os defensores da Teoria do Aquecimento Global Antropogénico devem andar um pouco desorientados desde há uns anos para cá. Finalmente, alguns começam a ver a realidade com olhos de ver.

Ciclos de aquecimento e arrefecimento, sempre ocorreram no passado e hoje isso não é diferente.

O que me parece claro é que o factor humano foi claramente sobrevalorizado... basta ver que a concentração de CO2 na atmosfera não pára de aumentar segundo os dados obtidos no Mauna Loa. Pelo contrário as temperaturas globais do planeta deixaram de aumentar desde 1997/1998. Alguma coisa de errado se passa com a Teoria do Aquecimento Global Antropogénico não acham?

Parece claro que o aquecimento global que ocorreu nos anos anteriores a 1997/1998 não se deveram ao Homem, i.e. às emissões de CO2.

Na minha opinião, a qual se baseia em alguns estudos já publicados, factores como a actividade solar, vulcanismo e fenómeno El Niño/La Niña são os principais responsáveis e não a [CO2] na atmosfera, conforme já tive oportunidade de o dizer várias vezes neste forum.

Destaco os fenómenos de vulcanismo e o fenómeno El Niño/La Niña como tendo uma influência imediata nas variações na temperatura global.

A actividade solar acaba por influenciar a temperatura global na Terra de forma não imediata mas sim progressiva.
 

Gerofil

Furacão
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21 Mar 2007
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Estremoz
16 de Setembro: Dia Mundial para Preservação da Camada do Ozono

A data, é uma oportunidade para uma reflexão conjunta e concertada sobre a necessidade de realização de acções e adopção de comportamentos que contribuam para a protecção do velho protector dos seres vivos na terra. A data foi instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas, através de uma resolução (49/114) de 1994), para comemorar o dia da assinatura, em 1987, do Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Prejudicam a Camada de Ozono.
Ozono (O3) é um composto químico com efeitos prejudiciais para os seres vivos quando se encontra junto à superfície terrestre: provoca irritações nos olhos e tracto respiratório, é o componente principal do nevoeiro fotoquímico e actua como gás com efeito de estufa. No entanto, é ao nível da estratosfera (entre 25 a 30 Km da superfície terrestre) que se encontra 90% deste composto, constituindo a chamada camada de ozono, que assume um papel fundamental na protecção da vida na Terra: absorve mais de 95% das radiações ultravioletas (UV), impedindo que estas atinjam a superfície terrestre em quantidades elevadas.
Nos anos 80, confirmou-se a destruição progressiva da camada do ozono, com a sua consequente rarefacção, designada por “buraco do ozono”. Esta diminuição de espessura da camada de ozono facilita a passagem das radiações UV para a superfície terrestre e deve-se principalmente à reacção de moléculas de ozono com radicais de bromo ou cloro, na estratosfera, destruindo-as e consequentemente reduzindo a espessura da camada de ozono.
O buraco do ozono já ocupa 28 milhões de quilómetros quadrados. A região mais afectada pela destruição da camada do ozono é a Antárctida, pois nessa área, principalmente durante o mês de Setembro, quase metade da concentração de ozono é sugada pela atmosfera.

RNA
 
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irpsit

Cumulonimbus
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9 Jan 2009
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Inverness, Escocia
Dados interessantes aqui da Islandia.
Sem qualquer juízo de valor.

O verao de 2009 foi dos mais quentes em mais de 100 anos.
O inverno 2009-2010 foi normal.
A primavera de 2010 foi fria, mas nada de anormal.
O verão de 2010 foi, tambem, dos mais quentes em mais de 100 anos.
O outono 2010 foi algo invulgarmente quente, sem nenhuma neve até Janeiro do ano seguinte.
O resto do inverno 2010-2011 foi normal.
O verão de 2011 foi acima da média e seco.
O inverno de 2011-2012 teve frio brutal durante 2 meses, do mais frio em cerca de 40 anos, depois de Fevereiro foi muito mais quente que o normal, quase sem neve
O verão de 2012 foi médio, mais fresco que os verões quentes típicos da última década e extremamente chuvoso.
O inverno 2012-2013 foi anormalmente quente, praticamente sem neve, um recorde, algo inédito em quase 100 anos.
A primavera 2013 e verao 2013 foram radicalmente frios, dos mais frios em cerca de 50 anos. Nos anos 60 houve veroes piores que o actual. O ano inteiro de 2013 foi extremamente chuvoso, batento recordes de décadas.

Os glaciares recuam sem parar desde há muitos anos consecutivos,e continuaram o mesmo de modo dramático em 2013, mesmo apesar dos períodos frios acima indicados.
 

duncan

Cumulus
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24 Set 2006
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palmela
boa tarde IPCC já lançou o relatório sobre as alterações climáticas, como poderão ler em baixo, continuam a defender que o aquecimento foi provocado pelo homem, e que apesar nos últimos 15 anos ter havido um abrandamento do aquecimento, essa situação deve-se ao facto de os oceanos absorverem o calor e que nos próximos anos os mesmos vão começar a liberta-lo. E também frisaram que os modelos de previsão não estão errados que podem sofrer pequenas flutuações devido a ciclos do clima.



hoje às 9 horas (hora de Portugal) o Painel Intergovernamental de Cientistas para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) lançou, em conferência de imprensa, o mais importante relatório científico sobre a ciência climática (sumário em inglês). A conclusão é unanime: as alterações climáticas estão a acontecer, o maior causador são as atividades humanas. As previsões devem-nos deixar muito preocupados, mas ainda é possível evitar o pior.

Este 5º relatório foi elaborado por mais de 800 cientistas e beneficia de modelação mais avançada e de uma maior compreensão sobre as alterações climáticas por comparação com relatórios anteriores. Hoje foi lançado o relatório relativo ao grupo de trabalho sobre ciência climática. Durante 2014, serão lançados os relatórios relativos aos outros grupos de trabalho sobre impactes das alterações climáticas (em março 2014) e mitigação das alterações climáticas (abril de 2014). Em outubro de 2014, será lançado, por último, o relatório global de síntese.

O relatório sobre ciência climática, hoje divulgado, aborda diversos aspetos, entre eles a velocidade atual e futura a que o planeta está a aquecer, os impactes sobre as comunidades e biodiversidade e as principais medidas de mitigação e adaptação às alterações climáticas.

Consequências graves

As principais conclusões apontadas pelo relatório e selecionadas pela Quercus são as seguintes:

- Devido aos avanços da ciência do clima e da modelação, estamos mais certo do que nunca que os seres humanos são responsáveis pela maior parte do aquecimento global e seus impactos. As emissões de carbono são responsáveis por todo o aquecimento nos últimos 60 anos. O aumento da temperatura global poderá atingir 4,8 graus Celsius entre os períodos 1986-2005 e 2081-2100.

- As alterações climáticas estão a conduzir a mais fenómenos extremos: ondas de calor, chuvas intensas e subida do nível do mar (poderá atingir 98 cm entre 1986-2005 e 2100).

- Os impactes ambientais estão a acelerar: as camadas de gelo estão a derreter muito mais rapidamente, o aumento do nível do mar está a acelerar e o gelo do mar Ártico está a desaparecer a um ritmo surpreendente.

- Os oceanos têm absorvido uma grande quantidade de CO2, o que está a causar um aumento da acidez que pode perturbar de forma catastrófica toda a cadeia alimentar marinha.

Aspetos mais pertinentes para Portugal

Apesar de os dados mais precisos às escalas regionais só virem a ser divulgados oficialmente na próxima segunda-feira, sabe-se desde já que para países do Sul da Europa e da zona Mediterrânica, as perspetivas são dramáticas: menos chuvas mas mais concentradas no tempo e associadas a cheias, mais fogos, custos muito elevados para combater a subida do nível do mar, menor produção agrícola, maior pobreza, e uma enorme perda de biodiversidade.

Questões cruciais

Há uma pausa recente no aquecimento global?

Este relatório diz que o aquecimento global combinado de oceanos e atmosfera tem continuado a aumentar sem parar. O aquecimento do ar à superfície diminuiu recentemente, porque o calor foi antes absorvido pelo oceano mas irá voltar para a atmosfera em poucos anos. É um ciclo que ocorreu várias vezes ao longo das últimas décadas. A trajetória de longo prazo permanece a mesmo.

Os modelos usados não estão errados? Não houve uma sobrestimação do aquecimento recente?

Este relatório observa que os modelos estão certos no panorama e tendência globais. Por vezes, os modelos não preveem flutuações de curto prazo, como a recente desaceleração do aquecimento das temperaturas da superfície. Isto é eles consideram a lentidão do aquecimento em determinados períodos, mas podem não acertar no período exato em que tal acontece. O relatório diz-nos que, a longo prazo, os modelos correspondem à tendência observada a longo prazo no aquecimento das temperaturas à superfície.

O que dizer sobre a revisão da “sensibilidade climática”?

Infelizmente, a revisão da chamada “sensibilidade climática” é pequena e não muda o fundamental: as emissões estão a subir rapidamente para o cenário pior, que será catastrófico, não importando assim o nível exato de sensibilidade climática. Por outro lado, a boa notícia é que esta revisão não aumentar a nossa confiança de que podemos manter o aquecimento abaixo do limiar de 2 graus se tivermos no caminho certo, de que não estamos já se comprometeu a ultrapassar esse limite na próxima alguns anos.

Este relatório considera que não há nenhuma ligação entre a seca e a mudança climática?

O relatório observa que a seca tem aumentado em várias regiões. O relatório também constata que a precipitação aumentou noutras regiões. Essas mudanças anulam-se quando se toma uma visão global, sendo que a uma escala regional há um claro aumento na seca.

Conferência das Nações Unidas sobre clima em Varsóvia é próximo momento decisivo

O relatório agora divulgado lança para a discussão política que irá acontecer em novembro, em Varsóvia, um dado muito importante: há um limite à emissão de dióxido de carbono (CO2) para o aquecimento do planeta não exceder 2º Celsius. Neste momento, já usámos mais de metade do CO2 que podemos. O relatório traça um caminho claro para evitar alterações catastróficas. Temos que começar a diminuir as emissões, com cortes significativos nos próximos anos, eventualmente, baixando as emissões nas próximas décadas para zero.

A 11 de novembro de 2014, em Varsóvia, os líderes mundiais estarão reunidos na Cimeira anual convocada pelo secretário-geral da ONU Ban Ki Moon para enfrentar a atual "ameaça ao desenvolvimento, à estabilidade dos países e economias e à saúde do planeta”.

Os governos devem criar mais fundos para aumentar a resiliência e o apoio às comunidades vulneráveis que já sofrem os impactes das alterações climáticas. Mais recursos estariam disponíveis se os governos eliminassem os subsídios atribuídos aos combustíveis fósseis e, em vez disso, estimulassem o acesso às energias limpas e renováveis para todos.

A garantia por um futuro climático seguro será possível se os governos desviarem os investimentos de desenvolvimento tecnológico de novos processos de extração de combustíveis fósseis (gás de xisto e areias betuminosas) para a energia limpa e renovável, bem como para soluções inovadoras sobre formas mais eficientes de utilização de energia. As soluções existem e tomar medidas faz sentido, proporcionando importantes benefícios para as comunidades, economias e ambiente que delas dependem.

A Quercus estará em Varsóvia e já está a acompanhar as discussões e trabalhos preparativos através do Blog http://varsovia.blogs.sapo.pt/.
 
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