Aquecimento Global

algarvio1980

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21 Mai 2007
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Temperaturas em Portugal vão subir mais do que média mundial no futuro

Relatório do IPCC apresenta resultados que indicam subidas de até 9,0 graus Celsius na Península Ibérica até 2100. O Sul da Europa vai ter também menos chuva e tempestades mais intensas.

Portugal enfrentará alterações mais intensas no clima do que a média mundial, segundo os últimos dados do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) e especialistas ouvidos pelo PÚBLICO.

De acordo com o pior cenário do mais recente relatório do IPCC, a temperatura média global pode aumentar entre 2,6 e 4,8 graus Celsius até ao final do século, em relação à média de 1986-2005. Para Portugal, porém, os valores são maiores. Para o mesmo cenário, e considerando os resultados centrais de uma série de modelos de simulação do clima, os termómetros poderão subir entre 3,0 e 7,0 graus. Nos meses de Verão, a Península Ibérica pode chegar a aquecer 9,0 graus Celsius.

Em determinados pontos do país, as subidas podem-se revelar ainda mais acentuadas, quando forem concluídos os cálculos que levam em conta detalhes locais, como o relevo ou a brisa marítima. "Isto é garantido", afirma o meterologista Pedro Viterbo, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e revisor do relatório do IPCC divulgado no final de Setembro.

Segundo mapas produzidos pelo IPCC, Portugal deverá testemunhar uma redução da precipitação que, também no pior cenário, pode chegar a valores entre 10% no Norte do país e 40%, no Sul.

Os relatórios do IPCC dão uma visão grosseira do que pode acontecer no futuro. Baseiam-se em modelos climáticos globais, que dividem o mundo em quadrículas grandes, com mais de 100 quilómetros de lado, para os cálculos.

Modelos regionais descrevem o clima de forma mais detalhada, levando em conta mais factores, numa quadrícula mais apertada. Este exercício está a ser feito pelo IPMA e pelo Instituto Dom Luiz, da Universidade de Lisboa, e deverá estar concluído no próximo ano. As células para as quais são feitas as simulações têm nove quilómetros de lado.

Há sete anos, foi feito um exercício semelhante, no âmbito do projecto SIAM, uma avaliação interdisciplinar dos efeitos das alterações climáticas em Portugal. As temperaturas máximas de Verão subiam 10 graus Celsius até 2100, segundo um dos resultados.

O climatologista Pedro Miranda, do Instituto Dom Luiz e um dos autores do projecto SIAM, explica que o relevo e a brisa marítima à escala local e regional, por exemplo, são factores que os modelos globais não contabilizam bem. "As montanhas têm imenso impacto no clima", afirma. "E temos uma topografia muito complexa", completa.

Já a influência brisa marítima tem uma penetração pequena no país, da ordem dos dez quilómetros, algo que também não é reflectido em modelos climáticos em que cada unidade de análise tem 100 quilómetros de lado. Daí que, ao fazer-se a "regionalização" das simulações climáticas, os impactos na temperatura surjam maiores no interior. "O aumentar é próprio dos modelos regionais", refere Pedro Miranda.

Não são cálculos que se façam de um dia para o outro. "Passar de um modelo global para um modelo regional com uma escala de dez quilómetros demora mais de seis meses, num computador potente", diz o climatologista.

O próprio volume de dados é difícil de manusear. "Geramos tantos dados que temos dificuldade de fazer o download", explica Pedro Viterbo.

Seja com um quadro global ou regional, é impossível dizer, preto no branco, quanto vai subir o termómetro em Portugal neste século. A avaliação do IPCC leva em conta quatro cenários de emissões de gases com efeito de estufa no futuro. Utiliza mais de 30 modelos diferentes de simulação do clima em cada cenário. E apresentam os resultados em mapas diferentes, com valores que se situam a meio tabela entre os modelos, ou entre os primeiros 25% ou 75%.

Os números mais dramáticos para Portugal emergem do pior cenário para o futuro, em que pouco ou nada é feito para controlar as emissões de dióxido de carbono (CO2), que continuam a subir ao longo do século. A sua concentração na atmosfera atinge mais de 900 partes por milhão em 2100, mais de duas vezes a actual.

Um cenário optimista mas possível é aquele em que as emissões sobem até à metade deste século e depois caem para um nível inferior ao de agora. A concentração de CO2 fica próxima das 500 partes por milhão. Neste caso, os mapas do IPCC mostram Portugal com as temperaturas a subir entre 1,0 e 3,0 graus Celsius.

Europa está a aquecer mais

O relatório do IPCC chama a atenção para o facto de a Europa já estar a aquecer mais do que a média global. A temperatura média entre 1979 e 2010 aumentou 0,48 graus Celsius por década no Norte europeu, 0,44 graus no Centro e 0,34 graus no Mediterrâneo, contra uma média global de 0,27 graus. Há evidências de maior secura dos solos e de frequência de eventos extremos no sul.

O clima na Europa é em grande parte influenciado por um fenómeno atmosférico, a Oscilação do Atlântico Norte (NAO, na sigla em inglês), que tem a tendência de vir a deslocar-se para cima em latitude. "Se a NAO muda, o clima aqui muda", assevera Ricardo Trigo, investigador do Instituto Dom Luiz, que tem oito artigos científicos citados no relatório do IPCC.

Segundo o relatório, o Sul da Europa enfrentará outros impactos, como tempestades mais intensas, embora menos frequentes, mais temperaturas extremas no Verão e menos humidade superficial, aumentando o risco de secas. Haverá tendencialmente menos chuva, embora haja muito mais incerteza nas projecções futuras da precipitação do que da temperatura.

"Este relatório vem demonstrar que as alterações climáticas já estão a afectar a Europa e que vão piorar sem uma forte alteração climática", alerta a associação ambientalista Quercus, num comunicado, defendendo medidas mais fortes para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa. "É fundamental o corte nos subsídios aos combustíveis fósseis, para que sejam adoptadas medidas para um novo desenvolvimento baseado numa economia de baixo carbono, dentro e fora da União Europeia", completa a Quercus.

Fonte: Publico

Este último ano hidrológico já foi parecido com Novembro e Março chuvosos, Outubro e Setembro normal e depois tudo mais seco que um carapau. :lol:
 


Dan

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De acordo com o pior cenário do mais recente relatório do IPCC, a temperatura média global pode aumentar entre 2,6 e 4,8 graus Celsius até ao final do século, em relação à média de 1986-2005. Para Portugal, porém, os valores são maiores. Para o mesmo cenário, e considerando os resultados centrais de uma série de modelos de simulação do clima, os termómetros poderão subir entre 3,0 e 7,0 graus. Nos meses de Verão, a Península Ibérica pode chegar a aquecer 9,0 graus Celsius.

Fonte: Publico

Ou seja, nos meses de Julho e Agosto, os valores médios de temperatura passavam para os 30ºC / 35ºC, nomeadamente no interior. É uma barbaridade.
 

David sf

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8 Jan 2009
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O clima na Europa é em grande parte influenciado por um fenómeno atmosférico, a Oscilação do Atlântico Norte (NAO, na sigla em inglês), que tem a tendência de vir a deslocar-se para cima em latitude. "Se a NAO muda, o clima aqui muda", assevera Ricardo Trigo, investigador do Instituto Dom Luiz, que tem oito artigos científicos citados no relatório do IPCC.

Como é que a NAO sobe em latitude?

Mais um relatório alarmista (9ºC?!?!), parece que querem voltar a pôr as alterações climáticas alegadamente antropogénicas no topo da agenda mediática. Seria interessante reler o que previam para o ano de 2013 alguns relatórios de há 10-15 anos atrás.
 

Dan

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Nas últimas décadas observámos um aumento de algumas décimas com consequências já significativas, um aumento de 9ºC em 80 anos seria uma catástrofe e pressupunha a transformação de quase toda a península no deserto estéril. Quem produz estes relatórios parece não saber bem o que está a dizer.
 

Paulo H

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9C?? Que exagero.. A ser assim, tinha de me mudar de maio a outubro para a praia! :)

Imaginem os 47C de máxima absoluta na Amareleja, poderem subir potencialmente até aos 56C! Mais vale dizer que Portugal passaria a ser a Líbia ou o Dead Valey. :)
 

supercell

Nimbostratus
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A resposta a este assunto é claramente, sim , está mais que provado que as ações nefastas que o homem tem vindo a fazer afetam muito negativamente a composição da atmosfera, tendo como consequências o aquecimento global e todas as outras consequências inerentes a esta. :nugget:
 

Kispo

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O clima na Europa é em grande parte influenciado por um fenómeno atmosférico, a Oscilação do Atlântico Norte (NAO, na sigla em inglês), que tem a tendência de vir a deslocar-se para cima em latitude. "Se a NAO muda, o clima aqui muda", assevera Ricardo Trigo, investigador do Instituto Dom Luiz, que tem oito artigos científicos citados no relatório do IPCC.

Tb gostava de saber como é k a NAO se movimenta para norte... :lol: secalhar a islândia devido ao movimento das placas tectónicas vai deslocar-se para norte tal como os Açores :w00t:
 

duncan

Cumulus
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24 Set 2006
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palmela
Eu não sou geofísico, mas cada vez percebo menos; uns dizem que o clima vai arrefecer nos próximos anos porque o sol vai entrar numa fase de menor atividade como aconteceu na pequena idade do gelo. neste relatório nem falam desta variável, já de li e falei com meteorologistas que me disseram que a atmosfera tem uma forma de se adaptar ás alterações, e que também esta não é assim tao sensível ao aumento do co2, e este é mais complexo do que se pensa, ou seja não se pode contar só com uma variável.
 

Mário Barros

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Este último ano hidrológico já foi parecido com Novembro e Março chuvosos, Outubro e Setembro normal e depois tudo mais seco que um carapau. :lol:

Continuem a despejar dinheiro nestes estudos que é o que é preciso, não façam coisas sérias e responsáveis que não é preciso. Vamos continuar nas especulações a 80 anos que são autênticos tesourinhos deprimentes como este. Acho que nem na idade média se era tão ignorante.
 

james

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Eu não sou geofísico, mas cada vez percebo menos; uns dizem que o clima vai arrefecer nos próximos anos porque o sol vai entrar numa fase de menor atividade como aconteceu na pequena idade do gelo. neste relatório nem falam desta variável, já de li e falei com meteorologistas que me disseram que a atmosfera tem uma forma de se adaptar ás alterações, e que também esta não é assim tao sensível ao aumento do co2, e este é mais complexo do que se pensa, ou seja não se pode contar só com uma variável.

Penso que essa é outra teoria que diz que o degelo polar vai provocar não um aquecimento mas um brutal arrefecimento de todo o Hemisfério Norte .

Mas , sinceramente , acredito cada vez menos nestes estudos . Então este estudo deve ter sido feito pelo senhor francês que disse que íamos ter o verão mais frio dos últimos 200 anos .

È curioso , porque se uma pessoa consultar os arquivos climáticos constata que em Portugal desde o Século xvl que há registos de terríveis secas ou tempestades violentas . Mas quem vê estes estudos parece que isso é um fenómeno recente .

Eu , como ecologista convicto , sempre me preocupei com o aquecimento global , mas atualmente sinto - me confuso . Penso que estes estudos estão a sobrevalorizar a ação do homem e a menosprezar a tendência do planeta para procurar reequilíbrios e isso será muito importante .
 

vitamos

Super Célula
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11 Dez 2007
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Estarreja
Penso que essa é outra teoria que diz que o degelo polar vai provocar não um aquecimento mas um brutal arrefecimento de todo o Hemisfério Norte .

Mas , sinceramente , acredito cada vez menos nestes estudos . Então este estudo deve ter sido feito pelo senhor francês que disse que íamos ter o verão mais frio dos últimos 200 anos .

È curioso , porque se uma pessoa consultar os arquivos climáticos constata que em Portugal desde o Século xvl que há registos de terríveis secas ou tempestades violentas . Mas quem vê estes estudos parece que isso é um fenómeno recente .

Eu , como ecologista convicto , sempre me preocupei com o aquecimento global , mas atualmente sinto - me confuso . Penso que estes estudos estão a sobrevalorizar a ação do homem e a menosprezar a tendência do planeta para procurar reequilíbrios e isso será muito importante .

De acordo. Eu tenho uma visão também parecida sobre esta temática. PArece-me a mim que certos estudos tendem para uma visão alarmista. Contudo, prefiro mil vezes esta visão alarmista do que uma outra perspetiva (independentemente de esta poder ser mais aproximada da realidade), que pudesse ser mais "descuidada" no que diz respeito a uma prevenção de fenómenos de aquecimento global ou outras alterações climáticas. Não tenho grandes dúvidas que, uma industrialização descontrolada e sem limites, com aumento inerente dos índices de poluição terão efeitos nefastos no planeta, mesmo que as alterações decorrentes não sejam as catastróficas que alguns estudos indicam. Logo, um princípio firme de corte ao nível das emissões não fará certamente mal nenhum ao nosso planeta.

Parece-me, e em resumo, que nestas matérias devemos sempre jogar pelo seguro, e esse jogo deve sempre ser baseado no pior dos cenários. Penso que só ficamos a ganhar.
 

GabKoost

Nimbostratus
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19 Jan 2009
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Entre BRG e GMR
Que existe aquecimento global produzido pela actividade humana, EXISTE!

Nem vale a pena negar isso.

Agora que ao mesmo tempo tempo temos estado a viver numa época de crescente aquecimento natural não é menos verdade.

Desde o fim da era glaciar que a temperatura tinha vindo a subir. Entre 7550 e 3550 AC as temperaturas mantiveram-se estáveis e depois vieram a arrefecer até ao Sec XV e XIV da nossa era. Época onde os cientistas dizem termos chegado ao mais frio desde o término da era Glaciar.

Desde então estas subiram consideravelmente e irão continuar pois num século estas foram do seu ponto mais frio até ao mais quente desde o fim da última era glaciar.

As variações climáticas são naturais. A velocidade à qual estas acontecem é que foram alteradas pela nossa actividade.

A nossa geração e as próximas irão de facto sofrer bastante com estas mudanças.

Após isso, a natural mudança de combustíveis fosseis para energias mais limpas irão repor uma certa normalidade nestas variações...

Mas já não será para nós!