Lobo Ibérico

james

Cumulonimbus
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Correcao : os animais e a vida natural ja existiam muito antes das comunidades humanas se estabelecerem .

E obvio que deve haver um equilibrio entre as atividades humanas e a vida selvagem .

Agora este tipo de discurso que diz que se os animais comerem as couves , os habitantes podem controla - los a vontade , sinceramente . . .

Isso sim e fundamentalismo !
 
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boneli

Nimbostratus
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12 Jan 2008
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Correcao : os animais e a vida natural ja existiam muito antes das comunidades humanas se estabelecerem .

E obvio que deve haver um equilibrio entre as atividades humanas e a vida selvagem .

Agora este tipo de discurso que diz que se os animais comerem as couves , os habitantes podem controla - los a vontade , sinceramente . . .

Isso sim e fundamentalismo !

Isto de por animais ao nível de pessoas é fantástico...estamos a falar de 300 Lobos que são animais irracionais que vão desaparecer a continuar assim e de pessoas que pensam e que sabem o que estão a fazer ao matar estes animais..quando eles desaparecerem de vez olha...acaba-se o fundamentalismo.
E só para finalizar equilíbrio entre Homem e animal é palavra que neste momento não existe.
Foram abatidos de forma ilegal nos últimos dez anos perto de 100 Lobos no nosso território. Se isto é equilíbrio eu vou ali e já venho.
 

james

Cumulonimbus
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O numero de lobos mantem - se estavel a cerca de 20 anos . Se o ritmo de perseguicao ao lobo que existiu ate aos anos 80 se tivesse mantido , eles ja nao existiriam .

A caca ilegal ao lobo e hoje muito menor que no passado . Mas claro que ainda ha muito a fazer para garantir a sobrevivencia do lobo a longo prazo .

As areas protegidas permitiram a preservacao de habitats e o fim do declinio de muitas especies , o equilibrio entre o homem e o ecossistema tem ocorrido dentro do possivel .

E facil rotular os outros quando nao se tem ideias . E nao volto a falar sobre este assunto ,.
 

DMigueis

Cumulus
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Estamos aqui com interpretações erradas.

Primeiro, não disse que o Homem pode controlar as populações à vontade...como eu disse e destaquei, deve ser feita uma gestão cinegética como deve ser, organizada, bem regulamentada, etc...

Segundo, quando falei na caça e no equilíbrio Homem-animal, não estava a defender a caça ao lobo!!! Bem pelo contrário, pois como é óbvio, equilíbrio entre a actividade humana e a população de lobo é tudo o que não existe neste momento, e por isso repudio totalmente a caça ilegal ao lobo!!
 
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DMigueis

Cumulus
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Estamos aqui com interpretações erradas.

Primeiro, não disse que o Homem pode controlar as populações à vontade...como eu disse e destaquei, deve ser feita uma gestão cinegética como deve ser, organizada, bem regulamentada, etc...

Segundo, quando falei na caça e no equilíbrio Homem-animal, não estava a defender a caça ao lobo!!! Bem pelo contrário, pois como é óbvio, equilíbrio entre a actividade humana e a população de lobo é tudo o que não existe neste momento, e por isso repudio totalmente a caça ilegal ao lobo!!
 

lusometeo

Cirrus
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Apenas se esquecem de uma coisa.
As áreas protegidas não são zonas desertificadas. Nas áreas protegidas há povoações. Povoações essas que já lá estão muitooooo antes de ser criada a rede de áreas protegidas.
As áreas protegidas não são exclusivamente para refúgio e conservação de espécies de flora e fauna selvagem. São muito mais do que isso.

E tem que haver um equilíbrio saudável entre conservação da natureza e actividades humanas.
Se não pensem. Achavam bem que todos os pastores das povoações incluídas no Parque Nacional fossem impedidos de continuar a sua actividade? Achavam bem que todos os produtores de castanha dentre da área do Parque Natural de Montesinho fossem proibidos de exercer a sua actividade?

Óbvio que não! E pensando agora nesses produtores de castanha. Qual é a principal queixa deles? Prejuízos causados pelo veado e pelo javali (embora na minha opinião eles se esqueçam um pouco dos gaios...). Agora, o que acontece neste momento com a população de javalis em Portugal? completamente descontrolada! Precisa de alguma forma de controlo. Mesmo nas áreas de lobo, o javali prospera, mesmo sendo uma das presas preferidas pelo lobo em algumas zonas. Este é um caso claríssimo em como a gestão cinegética devidamente ORDENADA pode ter um efeito benéfico.

Mas como é óbvio, também devem haver as tais zonas de refúgio. Zonas relíquias, que efectivamente existem e são protegidas por lei, como são os casos das Zonas de Protecção Total, Zonas de Protecção Parcial Tipo I e Tipo II. E é necessário justificação e autorização para lá entrar, e o pagamento de uma taxa. Taxa essa que tem sido fortemente contestada, ainda por cima por algumas pessoas que quando vão para o "monte", lá deixam o seu rasto para trás sob a forma de papeis, plásticos e afins!

Imaginem outro caso. Imaginem que no Parque Nacional, se detectava uma cabra-montês com indícios de sarna. O que seria melhor, deixá-la andar por lá, ou abatê-la numa acção de caça selectiva? Se calhar seria mais um caso em como a gestão cinegética até seria favorável. Nem precisamos de ir a um caso tão extremo. Poderíamos falar num animal, veado, corço, cabra, muflão, etc., com uma deformação na armação. Deformação essa que poderia levar a que a armação se desenvolvesse de modo a começar a perfurar o crânio. Se calhar a morte através da caça não fosse pior que a morte natural que o animal viria a ter.

Como disse o MSantos. Fundamentalismos não levam a lado nenhum.

Tudo muito certo... e claro que existem caçadores e caçadores...
Mas quantos caçadores é que denunciam os colegas que incumprem as normas e regras cinegéticas (muitas vezes de segurança). Esses sim deviam ser os primeiros a querer separa o trigo do joio (conheço muitos caçadores que matam por matar, pelo prazer de olha pela mira e disparar a arma contra o corço... mas também conheço aqueles que verdadeiramente caçam)

É bom não esquecer que o lobby da caça é tão forte que se quisermos andar com uma faca (+ de 10 cm) não posso... mas já posso andar armado com uma caçadeira (não é por acaso que a grande maioria dos homicídios com arma de fogo em Portugal é causado pela caçadeira)...

P.S.: não sou caçador mas sou pescador submarino (a diferença é bastante pequena).
 

DMigueis

Cumulus
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Tudo muito certo... e claro que existem caçadores e caçadores...
Mas quantos caçadores é que denunciam os colegas que incumprem as normas e regras cinegéticas (muitas vezes de segurança). Esses sim deviam ser os primeiros a querer separa o trigo do joio (conheço muitos caçadores que matam por matar, pelo prazer de olha pela mira e disparar a arma contra o corço... mas também conheço aqueles que verdadeiramente caçam)

É bom não esquecer que o lobby da caça é tão forte que se quisermos andar com uma faca (+ de 10 cm) não posso... mas já posso andar armado com uma caçadeira (não é por acaso que a grande maioria dos homicídios com arma de fogo em Portugal é causado pela caçadeira)...

P.S.: não sou caçador mas sou pescador submarino (a diferença é bastante pequena).

Completamente de acordo.
O caso do ano passado, do lobo abatido durante uma montaria, era o momento perfeito para começar a mudar essa mentalidade dos caçadores.
Bastava o indivíduo ter sofrido uma pena bem mais pesada do que os míseros 300 euros. Acabou por ficar mais barato do que em Espanha matar um lobo legalmente!!!
Bastava o caçador ter ficado sem arma, suspenso de caçar durante uns tempos, ou mesmo para sempre e, mais importante ainda, a associativa onde isso aconteceu (Gavieira, por sinal, onde mataram novamente um lobo recentemente), deveria ter sido suspensa, e os próprios gestores da associativa deveriam ter sido responsabilizados, bem como todos os que participaram na montaria. A maioria não teve culpa? Pois não, mas paga o justo pelo pecador, e assim talvez os justos passassem a andar mais em cima dos pecadores...

Outra possível solução seria nas zonas onde lobos são abatidos, os pastores deixarem de ser subsidiados pelos ataques, durante um período de tempo, 2, 3, 6 meses. Assim, também os pastores começavam a mudar mentalidades e andar em cima dos furtivos, que muitas vezes são os próprios pastores.
 

lusometeo

Cirrus
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Completamente de acordo.
O caso do ano passado, do lobo abatido durante uma montaria, era o momento perfeito para começar a mudar essa mentalidade dos caçadores.
Bastava o indivíduo ter sofrido uma pena bem mais pesada do que os míseros 300 euros. Acabou por ficar mais barato do que em Espanha matar um lobo legalmente!!!

Desconheço isso... tens algum link dessa história.
Nem me lembro de ver isso na comunicação social (não que ligue muito ao que eles dizem...
 

DMigueis

Cumulus
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Desconheço isso... tens algum link dessa história.
Nem me lembro de ver isso na comunicação social (não que ligue muito ao que eles dizem...

Uma das páginas onde se pode ler o comunicado assinado por diversas organizações

http://atnatureza.blogspot.pt/2013/11/comunicado-perseguicao-ilegal-ao-lobo.html

Onde se pode ler:
Na mesma zona de caça onde foi abatida a loba “Bragadinha”, no ano passado deu-se a morte a tiro de um lobo adulto durante uma batida ao javali. O indivíduo responsável pelo crime foi apenas punido com uma multa de 300€, um valor que se considera irrisório e sem qualquer efeito dissuasor.
 
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lusometeo

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Uma das páginas onde se pode ler o comunicado assinado por diversas organizações

http://atnatureza.blogspot.pt/2013/11/comunicado-perseguicao-ilegal-ao-lobo.html

Onde se pode ler:

Pois na minha opinião, acho que essa decisão de aplicar os 300 € (não sei se pelo poder judicial, se pelo poder administrativo) é absolutamente absurda.

Absurda por ser manifestamente excessiva :eek:

Pronto, agora que agarrei a atenção, explico. A Lei não prevê qualquer pena para o abate de lobos. Pelo que sei, o Grupo Lobo (gente que desconheço bem como desconheço o porquê daquela campanha pela angariação de fundos) participou na elaboração desta lei (lei 90/88). Contudo, certamente que não se fizeram acompanhar de um advogado ou jurista nas várias reuniões que promoveram na elaboração desta lei (mais tarde aprovada pela Assembleia da República), o que acabou por resultar numa lei de intenções...

A verdade é que não ficou expresso na lei que o abate do lobo fosse um acto criminoso (apenas se refere que são crimes e contra-ordenações todos os actos violadores dos preceitos daquela lei) bem como não ficou prevista qualquer sanção (seja ela pena de prisão ou meramente pena de multa). Na realidade, o único crime que se pode dizer que esteja tipificado (essencial para que qualquer comportamento possa ser considerado crime) resulta do art.º 7.º, n.º 2 que afirma ser crime a violação do disposto no art.º 3.º, n.º 1, isto é, a "detenção, transporte, comercialização e exposição de amimais mortos, vivos ou naturalizados, bem como os seus troféus ou peles...".

O acto de abater, presente no art.º 2.º, n.º 1 da referida lei não se encontra tipificado como crime ou contra-ordenação e como tal não tem definida qualquer sanção...

Mas ainda não acabei...

O mais engraçado é que o diploma que regulamenta esta lei foi aprovado em 1990 (DL n.º 139/90). Ora, aquele acto a que se imputou a prática de crime, isto é, a "detenção, transporte, comercialização e exposição de amimais mortos, vivos ou naturalizados, bem como os seus troféus ou peles..." é aqui tipificado como contra-ordenação (art.º 11.º, n.º 1, alínea a), punida pelo art.º 11.º, n.º 2, alínea b) do DL 139/90. Ora, claramente existe aqui um engano muito grave do legislador...

Claro que na Lei 90/88, pretendia referir-se o criminalizar o comportamento do previsto no n.º 1 do art.º 2 (proibição de abate e captura) e não no n.º 1 do art.º 3. Contudo, não foi isso que foi feito.

Assim, a verdade é que o abate e captura não se encontram correctamente tipificados e como tal não podem ser considerado acto criminoso ou contra-ordenacional e não têm qualquer sanção atribuída...

Daí ter perguntado por um link daquela aplicação de sanção de 300 euros... porque achei muito estranho que tal aplicação tivesse sido feita.

Obviamente que esta situação tem de mudar, porque é o erro do legislador e que deve ser corrigido, pois apesar de claro e manifesto, é suficiente para anular qualquer processo crime que seja iniciado (como o processo crime iniciado agora pelo ICNB, perdão ICNF - se bem que do F não vejo, nem nunca vi nada - contra desconhecidos). Apesar de acreditar que esta situação seja corrigida em breve não acredito que o abate do lobo venha alguma vez a ser criminalizado sem que haja a possibilidade de apenas aplicar a pena de multa.
 

DMigueis

Cumulus
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Nesse caso, espero que os juristas do ICNF, juntamente com o Grupo Lobo, façam algo para promover a alteração da Lei.


Grupo Lobo (gente que desconheço bem como desconheço o porquê daquela campanha pela angariação de fundos)

Não é por falta de informação que desconhece ;)
 

lusometeo

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Nesse caso, espero que os juristas do ICNF, juntamente com o Grupo Lobo, façam algo para promover a alteração da Lei.




Não é por falta de informação que desconhece ;)

A referência ao desconhecimento é mesmo em relação às pessoas: não sei quem são os seus órgãos, nunca cumprimentei ninguém da actual ou qualquer outra direcção, não sei quem os financia, quem os apoia politicamente, etc, etc. Agora o Grupo Lobo enquanto instituição claro que conheço... em especial o trabalho que têm feito na dinamização das raças de cães portugueses como o Castro e o Cão de Gado que entregam aos pastores.

Não percebo é muito bem aquela relação com a fundação suíça que criou aquele complexo em Mafra (é aliás, a grande iniciativa dessa fundação suíça) e agora supostamente pede-lhes 160.000 euros pelo terreno... mas ao mesmo tempo aqueles fundação continua todos os anos a considerar que o projecto em Portugal é praticamente a razão de existência daquela fundação. Estranho.

Só espero que o mesmo não venha a conhecer com a Faia Brava e o grupo holandês que os financia, nomeadamente, pela compra de terras (de facto, também nunca percebi muito bem essa história).

Quanto à história de crime do abate do lobo, o Grupo Lobo tem essa noção. Aliás, perante a diarreia legislativa que Portugal sofre desde 1995 (com muitas leis fundamentais a serem alteradas todos os anos, muitas vezes antes de sequer entrarem em vigor) surpreende-me que ainda não tenham conseguido a alteração da lei.

Claro que o Grupo Lobo é uma associação privada, não tem qualquer poder legislativo, nem tampouco tem dinheiro que abra determinadas portas (a não ser que passem a cimentar ou electrificar os lobos :D:D). Mas é uma associação com algum peso (não em voto ou €€) mas por ser a única, segundo sei, que se dedica especialmente a protecção do lobo ibérico (e muito bom trabalho tem feito... pena é que o muito seja sempre pouco perante a degradação da biodiversidade portuguesa).
 

belem

Cumulonimbus
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Só espero que o mesmo não venha a conhecer com a Faia Brava e o grupo holandês que os financia, nomeadamente, pela compra de terras (de facto, também nunca percebi muito bem essa história).

A Faia Brava é uma reserva privada.


Têm serviços online:

http://www.atnatureza.org/index.php/visitar/2-uncategorised/39-faia-brava


Também têm ligação com a ATN, que tem feito um apanhado do que é feito na reserva:

http://atnatureza.blogspot.pt/


Qualquer dúvida podes enviar-lhes um email.
 

DMigueis

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Pode não ter poder legislativo, nem €€, o Grupo Lobo. Mas pelo contrário, o ICNF tem tudo isso, não fosse o ICNF um instituto pertencente ao Estado. Basta que os seus dirigentes, técnicos, vigilantes, etc. queiram mudar.
 

lusometeo

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A Faia Brava é uma reserva privada.


Têm serviços online:

http://www.atnatureza.org/index.php/visitar/2-uncategorised/39-faia-brava


Também têm ligação com a ATN, que tem feito um apanhado do que é feito na reserva:

http://atnatureza.blogspot.pt/


Qualquer dúvida podes enviar-lhes um email.

Eu conheço bem a Faia Brava e o seu processo de constituição (salvo erro em 2001). O meu medo é que esse projecto seja colocado em causa se o seu financiador lhe vier a tirar o tapete. Claro que vão existindo outro como a ARK, a MAVA, Taurus e o BES. Mas esses apoios resultam de outras coisas...

Claro que existem coisas que eu não concordo como por exemplo a exportação de raças bovinas... mas esse é um tema que tem a ver com a integração europeia (com a minha opinião sobre a integração europeia) e que para aqui não releva.

De todo o modo é um espaço espetacular que costumo percorrer bastantes vezes, embora acho que já não tenha margem para crescer (apesar disso continuam a tentar adquirir terrenos... mas o cadastro é uma chatice).