Seguimento Litoral Centro - Janeiro 2015

StormRic

Furacão
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23 Jun 2014
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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)
O vento deverá acalmar um pouco para depois intensificar de novo mas com média mais alta que propriamente a rajada (vento mais constante do que com impulsos) à medida que a aproximação do anticiclone acontece. Este vento muito provavelmente é influência da frente ainda.

A frente já vai no Alentejo, a julgar pelo radar e satélite:
uL9JFZ2.jpg

GMUOXik.jpg


Vê-se uma linha de instabilidade e um mosaico de pequenas células na corrente de norte. Será durante a passagem dessas células no litoral, porque não devem progredir para o interior, que se registarão as maiores rajadas.
 


adiabático

Cumulus
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19 Nov 2007
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Lumiar
Sem dúvida, esse foi sempre aliás o grande problema das matas de Sintra, a introdução de espécies. Uma das matas mais resistentes ao vento é por exemplo a que rodeia o Castelo dos Mouros, no exterior das muralhas de nordeste a noroeste mas bem lá em cima, na zona do Penedo da Amizade. As matas originais dos cimos de Sintra eram sempre de baixa estatura, entrelaçavam-se com os penedos e umas ás outras, rastejavam mesmo. Agora que as espécies introduzidas atingem alturas enormes e a mata perde densidade parece irremediável que acabe por desaparecer dos cimos. No entanto é preocupante notar que os eucaliptos apesar da sua altura descomunal (são a segunda espécie com mais altos exemplares em todo o mundo a seguir às sequóias) vão ser capazes de resistir muito melhor ao vento. Embora constituídas principalmente por Cupressus Lusitanicus (que não são de qualquer modo autóctones, apesar do nome), as matas da Peninha mais ocidentais, muitas são pouco conhecidas, adaptaram-se no seu porte e inclusivamente o solo foi capaz de produzir um coberto notável devido à pouca altura das copas; aprenderam mesmo a rastejar e a criar copas do tipo almofada para resistir ao vento. Essa mata é das mais sustentáveis e regenera-se continuamente.

Desconhecia que o Cupressus lusitanica tivesse capacidade de auto-propagação em Portugal, mas porque não? O interessante dessa mata (do ponto de vista cénico) é o tipo de subcoberto, muito pouco denso, provavelmente devido a algum tipo de alelopatia, ao efeito do ensombramento, à acumulação das escamas sobre o solo. A mata da encosta do castelo dos Mouros é interessante, sem dúvida, já lá vi azevinho de porte arbóreo, mas não vou lá há muitos anos e ainda não fui desde que andaram a desmatar aquilo para dar visibilidade ao castelo. O eucalipto, curiosamente, mesmo resistindo ao vento, é uma árvore que em povoamento não compete bem com a vegetação autóctone, como se tem verificado no parque de Monsanto. Como o subcoberto, aí, não é "limpo", a morte de um eucalipto adulto é uma oportunidade para os carvalhos e sobreiros que ja estavam presentes na nova "clareira" de aproveitarem o bónus de sol e água para tomar conta do terreno. Imagino que o mesmo possa suceder com os cedros do Buçaco. Há coisas interessantes, em Sintra, por exemplo, um bosquete de bétulas na estrada da Malveira-da-Serra para o Linhó. Mas a vegetação autóctone não é nada desinteressante, do meu ponto de vista. Mesmo a carvaliça atinge porte arbóreo, tal como o carrasco na Arrábida (até em Oeiras eu já vi carrasco com 4m de altura, formando bosquetes que vistos de fora parecem moitas grandes, mas que têm fustes quase limpos, que não terão mais do que 30/40 anos pois estão em terrenos que eram de cultivo, o que me faz pensar que os carrascos da Arrábida não são de modo nenhum um caso sui generis).

Isto está um pouco off-topic e já descobri aqui no fórum outro tópico com esta temática, vou copiar isto para lá: http://www.meteopt.com/forum/topico...fera-de-porte-arboreo.6242/page-2#post-472214
 
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Jodamensil

Cumulus
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