Veado-Vermelho (Cervus elaphus)



DMigueis

Cumulus
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22 Jun 2011
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Figueira da Foz/Aveiro
Os exemplares que apareceram nos últimos anos no Gerês vieram da Galiza. Acho que (mais uma vez) não se fez nada deste lado da fronteira.

Também não tenho conhecimento de introduções "portuguesas".

É certo que o veado já está com uma distribuição interessante no PNPG, desde Castro Laboreiro, Serra Amarela e já numa parte da Serra do Gerês.
O número não é muito grande, mas eles já por lá andam. Na Serra Amarela a situação será mais preocupante, porque os "caçadores" do Lindoso dão-lhes bastante chumbo...E nos últimos 2 anos, os vestígios ficaram um pouco mais escassos.

Em relação à possível expansão do PNPG para a Cabreira? É possível, mas não acho assim tão provável. Claro que há sempre a possibilidade de 2 ou 3 animais dispersarem, mas, no caso dos machos. Se não houver fêmeas, eles acabarão sempre por regressar ao local original...
 

MSantos

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3 Out 2007
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Aveiras de Cima
Hoje à tarde estive no PN Montesinho na zona de Varge e ouvi a brama dos veados, neste momento já está no auge, não consegui ver nenhum mas ouvi bastantes.

Para quem não conhece deixo aqui um exemplo do que é a brama, para quem tem interesse na fauna é um bonito espectáculo de se assistir. :thumbsup:

https://www.youtube.com/watch?v=XAeloElNe3k
 
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frederico

Furacão
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9 Jan 2009
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O alegado problema do veado tem apenas uma causa: propriedade privada. Passo a explicar. Comparativamente a outros países desenvolvidos como os EUA ou a Finlândia nós temos pouquíssima percentagem de território com floresta pública. Seria importante que na gestão de recursos naturais houvesse um maior equilíbrio entre propriedade privada e pública. Face a outro países nós em Portugal ocupamos demasiado espaço, quase não há elevação sem estrada até ao pico, até sistemas frágeis e dinâmicos como as ilhas-barreira da Ria Formosa têm habitações, quando deveriam estar todas despovoadas. Todos os grandes concelhos de Portugal deveriam ter a sua floresta pública, mata municipal, tapada, extensa, com árvores autócnes e fauna portuguesa, onde não haveria estes aborrecimentos do veado que comeu as couves do António ou do sobreiro cujas abas entraram na propriedade do vizinho e que deve por isso ser mutilado dado o crime que cometeu. No passado havia tapadas e coutadas reais onde as espécies cinegéticas eram preservadas, os nossos reis até tentaram salvar o urso da extinção em território nacional! Uma versão moderna dessas coutadas poderia passar por aumentar drasticamente a percentagem de floresta pública cuja gestão e vigilância poderia ser entregue às comunidades locais.

Lamentavelmente tudo faz mal aos tuguinhas, são as árvores porque crescem e tapam a vista da casa do fulano, beltrano e sicrano, são os veados e os lobos, são as galerias ripícolas que estão a mais, afinal é necessário «limpar» os ribeiros e as ribeiras, melhor, betonizar e entubar os cursos de água, Portugal é sem dúvida o país da Europa Ocidental onde o povo tem menos respeito e admiração pela Natureza.
 

lreis

Cumulus
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22 Dez 2010
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O alegado problema do veado tem apenas uma causa: propriedade privada. Passo a explicar. Comparativamente a outros países desenvolvidos como os EUA ou a Finlândia nós temos pouquíssima percentagem de território com floresta pública. Seria importante que na gestão de recursos naturais houvesse um maior equilíbrio entre propriedade privada e pública. Face a outro países nós em Portugal ocupamos demasiado espaço, quase não há elevação sem estrada até ao pico, até sistemas frágeis e dinâmicos como as ilhas-barreira da Ria Formosa têm habitações, quando deveriam estar todas despovoadas. Todos os grandes concelhos de Portugal deveriam ter a sua floresta pública, mata municipal, tapada, extensa, com árvores autócnes e fauna portuguesa, .

Portugal é o pais do grupo "ocidental" com menor percentagem de matas públicas (cerca de 2%, do total da floresta nacional, se a memória não me falha). Juntamente com os espaços comunitários (vulgo, baldios), este valor sobe para patamares em torno dos 7%, o que apesar de tudo é mínimo. Mas mesmo assim, este padrão varia muito em termos nacionais. Existem concelhos (do Alto Minho, Montalegre, Boticas, Ribeira de Pena, Mondim de Basto, etc.), onde a percentagem de floresta pública e comunitária aproxima-se dos 80 a 90%, enquanto mais para o Sul existem onde este valor é 0%.
Esta questão (matas públicas/matas privadas) é importante, comparando por exemplo com países do referido grupo, que têm uma percentagem de floresta pública bem acima dos 50%, e como tal têm outro "espaço de manobra" para "encaixar" estas acções de protecção e de apoio ao desenvolvimento de populações animais selvagens.
 

Pek

Cumulonimbus
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24 Nov 2005
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Menorca
Duras condiciones para la supervivencia de los ciervos en la Cordillera Cantábrica este invierno 2014-2015. Hubo una gran mortalidad entre las distintas poblaciones de la cordillera. Muchos acudían a las carreteras y los pueblos para encontrar espacios artificiales sin nieve e intentar sobrevivir:







A este joven atrapado consiguieron salvarle unos esquiadores de fondo.



Como se ve en el tramo final del vídeo con las imágenes de un ejemplar, muchos corzos (Capreolus capreolus) también murieron o sufrieron las consecuencias del pasado invierno
 
Última edição:

karlussantus

Cirrus
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27 Out 2015
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Boas, reparei agora que este vídeo ainda não consta deste tópico por isso, apesar de ser de 2008, aqui fica.

http://ww1.rtp.pt/noticias/?t=Veado....rtp&headline=20&visual=9&article=174893&tm=8


Malta, está na hora de começarmos a pensar em organizar uma caminhada, em Setembro, por Rio de Onor ou por Guadramil.
Pessoal de Bragança (Dan, Z13, Veterano, MSantos, Fil, etc), pensem nisso. Os melhores fins-de-semana deverão ser o 3º e/ou 4º.


Não conhecia a comunidade da Nazaré, mas em breve tentarei observá-la de perto. Estes nascimentos são sempre uma boa notícia:thumbsup:.
Tenho por hábito observar os veados do Bom Jesus, Braga, se bem que este fim-de-semana não consegui avistar nenhum:(. Tenho de tirar algumas fotos desta comunidade.


Abraços,
Pedro

Muito bom o video. :thumbsup:
É sempre o mesmo jornalista da RTP a fazer as reportagens sobre natureza.

É triste que nenhuma produtora se lembre de iniciar um projecto de documentários de vida selvagem em Portugal. Porque é que estamos condenados a ver 100 documentários por semana sobre os leões da savana africana? Já começa a chatear.

Uma equipa que passasse umas boas semanas/meses no Montesinho ou no Gerês de certeza que conseguia recolher material suficiente para fazer um excelente documentário. Veados, corços, javalis, cabras montês, garranos, lobos, raposas, martas, doninhas, toirões, armihos, texugos, esquilos, ratos, morcegos,... e isto só nos mamíferos.



Bom Jesus? Estão num cercado nesse monte? Não conhecia.

Estas mensagens já são um pouco antigas, mas andava à procura de verificar a existência de uma população de veados no Bom Jesus de Braga.
Uma vez que o autor desta fotografia afirma que esta foi feita nas imediações do elevador do Bom Jesus, enquanto aguardava para subir ao Santuário.

12095324_1058130550903973_5560083777491321164_o.jpg

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MSantos

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Estas mensagens já são um pouco antigas, mas andava à procura de verificar a existência de uma população de veados no Bom Jesus de Braga.
Uma vez que o autor desta fotografia afirma que esta foi feita nas imediações do elevador do Bom Jesus, enquanto aguardava para subir ao Santuário.

12095324_1058130550903973_5560083777491321164_o.jpg

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O animal da foto não é um veado, trata-se de um gamo. ;)
 

boneli

Nimbostratus
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Braga. Lomar
Estes dois cercados já existem alguns anos. Um cá em baixo junto ao elevador e outro lá em cima a seguir ao hotel Mãe de D´Agua quem vai para o Sameiro. Mas os animais não andam à solta.
 

frederico

Furacão
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O veado tem um problema em algumas serras... é que come os rebentos de árvores e dificulta a regeneração natural da floresta.
 

MSantos

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O veado tem um problema em algumas serras... é que come os rebentos de árvores e dificulta a regeneração natural da floresta.

Isso só acontece se houver excesso de população, se a população não for excessiva não existe impacto significativo na vegetação. Nos locais em que existem maiores populações de veados e não existem predadores naturais, normalmente existe a caça, que serve como controle.
 
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lreis

Cumulus
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Isso só acontece se houver excesso de população, se a população não for excessiva não existe impacto significativo na vegetação. Nos locais em que existem maiores populações de veados e não existem predadores naturais, normalmente existe a caça, que serve como controle.

Acho que são estão a misturar os impactos em duas situações diferentes.
No caso de situações de arvoredo em matas de regeneração natural de alguma forma já constituídas, parece-me ser um não-assunto ou de impacto reduzido. Existem aliás exemplos na zona de Bragança e de Vinhais (por exemplo), de manchas de folhosas com populações de veados significativas, em que as mesmas progrediram e se desenvolveram.
Em zonas com plantações recentes (seja para fruto, castanheiro, por ex, ou para repovoamento florestal) o impacto já será porventura significativo e existirá um potencial de perigo ao sucesso dessas plantações. Neste caso a situação não é exclusivo do veado. O garrano (no Alto Minho, com grande impacto) ou o corço também entram "neste campeonato".
Mas como aqui é dito, e bem, se existir um controlo natural destas populações, o panorama será certamente outro
 
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Pek

Cumulonimbus
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De nuevo un invierno más duras condiciones para los ciervos en la Cordillera Cantábrica. Vídeo tomado en el entorno de Maraña (León):

 
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