Biodiversidade

frederico

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Penso que o trabalho em torno do lobo tem corrido genericamente mal.

Nas minhas caminhadas pelo Gerês vi gado dentro de cercas baixas que podem ser facilmente puladas pelo lobo, sem nada nem ninguém por perto. Assim é normal que haja ataques. Os proprietários deveriam ser sensibilizados e instruídos, para terem melhores cães de guarda, para colocarem melhores cercas, uma vedação alta em segunda mão é barata e fácil de instalar. Existem projectos interessantes na Galiza, os burros, por exemplo, podem ser utilizados como sistema de aviso para a presença do lobo. Há muita negligência.

Outro problema passa pela organização do território, coisa que existe noutros países europeus mais a Norte. Seria fundamental definir áreas de reserva integral e áreas de floresta nativa, que seriam públicas e geridas pelas municípios em articulação com o ICN. Com áreas de floresta nativa onde haja presas em abundância, veado, corço, javali, garrano, a probabilidade do lobo causar ataques é menor. Investir na floresta nativa trará benefícios nas décadas vindouras, menores prejuízos com cheias, maior tempo de vida para as barragens, empregos resultantes da exploração sustentável dos recursos florestais.

Infelizmente não há dinheiro nem vontade política para refazer o Parque Nacional. Criar floresta nativa pública implica negociar com proprietários para adquirir as terras. Além do mais neste momento é prioritário erradicar as invasoras e nada está a ser feito.

EDIT: essa floresta pública deveria estar nas mãos dos municípios ou de instituições sem fins lucrativos como associações ambientais, Igreja ou comunidades locais. Não de um Estado Central distante.
 


frederico

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Neste momento devido ao abandono da agricultura em algumas áreas do país seria possível criar um rede razoável de floresta nativa sem qualquer tipo de reflorestação.

1) Na zona centro perto de Ansião há boas áreas onde o carvalho-português está a crescer.

2) Em algumas encostas da Gardunha bastaria limpar o eucalipto e o pinheiro, para o carvalhal vingar.

3) Na serra de Fafe há boas áreas de carvalho-roble.

4) No concelho de Odemira há duas excelentes florestas ripícolas que mereciam ser reserva integral.

5) Em Barrancos junto ao rio Ardila seria possível recuperar o azinhal e o zambujal antes que a doença do sobreiro faça mais estragos.

6) Em Portalegre e no Marvão seria possível termos um excelente carvalhal dentro de 20 anos.

7) Na serra do Monfurado a sul de Montemor-o-Novo bastaria aumentar a densidade de freixo e de carvalhos para termos uma floresta extraordinária ao nível da que há em Aracena.

E há mais exemplos.
 
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Mr. Neves

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Boas... Alguém sabe identificar a espécie desta bela borboleta?
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Pedro1993

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Boas... Alguém sabe identificar a espécie desta bela borboleta?
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O nome em questão dessa borboleta não sei, mas ela está a trabalhar bem na polinização da flor da cerejeira, pode ser que tenhas aí umas boas cerejas.
 

Pedro1993

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Lixo, calor e ninhos: as cegonhas foram seduzidas pelo Inverno português

Muitas cegonhas portuguesas deixaram de migrar no Inverno. Esta mudança de comportamento está ligada ao aquecimento global e aos alimentos encontrados nos aterros sanitários, mostra um novo estudo. Mas estes campos de lixo têm os dias contados e os cientistas querem ver como a espécie vai adaptar-se



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É Inverno, o camião do lixo surge carregado e as cegonhas aprontam-se para a caça. O lixo irá ser despejado e rapidamente aparecerá uma máquina que o vai espalhar e cobrir de terra. É durante este intervalo, depois de o camião chegar e antes de a terra esconder o lixo, que as cegonhas obtêm uma refeição. Os alimentos podem ser restos de carne, de peixe, algo mais “escabroso como um animal morto” ou pouco comestível como “um pedaço de computador”, conta ao PÚBLICO a bióloga portuguesa Aldina Franco, da Faculdade de Ciências Ambientais da Universidade de East Anglia, em Norwich, no Reino Unido, que tem estudado esta ave.

Os aterros são um festim para as cegonhas e uma peça fundamental que ajuda a explicar uma mudança de comportamento nesta espécie. Desde a década de 1980 que mais e mais cegonhas-brancas (Ciconia ciconia) portuguesas desistiram de migrar para a África subsariana durante o Inverno, mantendo-se por cá. Hoje é possível encontrar abaixo do rio Tejo muitas cegonhas residentes nos 12 meses, e também aves vindas da Alemanha e da Polónia que substituíram o Verão africano pelo Inverno da Península Ibérica. Um censo feito em 2015 contou 14.000 indivíduos em Portugal durante a temporada fria, mostrando a dimensão da nova realidade.

https://www.publico.pt/ciencia/noti...oram-seduzidas-pelo-inverno-portugues-1729223
 

Mr. Neves

Cumulonimbus
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lreis

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Outro problema passa pela organização do território, coisa que existe noutros países europeus mais a Norte. Seria fundamental definir áreas de reserva integral e áreas de floresta nativa, que seriam públicas e geridas pelas municípios em articulação com o ICN. Com áreas de floresta nativa onde haja presas em abundância, veado, corço, javali, garrano, a probabilidade do lobo causar ataques é menor. Investir na floresta nativa trará benefícios nas décadas vindouras, menores prejuízos com cheias, maior tempo de vida para as barragens, empregos resultantes da exploração sustentável dos recursos florestais.

Infelizmente não há dinheiro nem vontade política para refazer o Parque Nacional. Criar floresta nativa pública implica negociar com proprietários para adquirir as terras. Além do mais neste momento é prioritário erradicar as invasoras e nada está a ser feito.

EDIT: essa floresta pública deveria estar nas mãos dos municípios ou de instituições sem fins lucrativos como associações ambientais, Igreja ou comunidades locais. Não de um Estado Central distante.

As politicas públicas vão caminhando no sentido de se poder negociar com os proprietários para adquirir terras para fins de conservação e preservação da biodiversidade. No entanto, penso que é mais útil e consequente, ganhar a proactividade privada para estes projetos. O Estado como proprietário é um elemento a ter em conta mas implica muitos factores, como refere.
O projecto de erradicação de invasoras é provavelmente a tarefa mais difícil e cara que temos à nossa frente. Vai implicar muito dinheiro e dezenas de anos de esforços de intensidade anual. Necessita de planeamento económico a 20 anos, situação que é uma miragem nos tempos mais próximos.
Relativamente à floresta pública estar nas mãos Estado Central ou regional, acho indiferente. Haja recursos suficientes e a gestão é feita em padrões aceitáveis, como o foi no passado. Na realidade o Estado, encontra-se gestora de muita área porque as comunidades locais confirmam a intenção de ser o Estado a gerir, situação que pode mudar assim o queiram.
 

lreis

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Neste momento devido ao abandono da agricultura em algumas áreas do país seria possível criar um rede razoável de floresta nativa sem qualquer tipo de reflorestação.

Esta descrição lembra-me uma situação interessante que tem sido detectada em fotografia área de várias décadas.
Nos anos 60 e 70 do século passado, as áreas em torno das linhas de água de muitas serranias, foram arborizadas com bétulas, salgueiros, freixos, etc.
Nos anos subsequentes muitas dessas serras arderam, mas a vegetação imediatamente situada em torno das linhas de água, resistiu e não morreu.
Passado 10/20 anos, confirma-se por fotografia área que a área naturalmente arborizada, através de expansão da vegetação arbórea existente, é significativa e permitiu recuperar alguma coisa do que antes ardeu, para além de manter uma pool de biodiversidade local.
Alguma destas linhas de água foram andando "para trás e frente", ao sabor dos fogos, mas outras tem conseguido expandir-se de forma auspiciosa.
A seguir no futuro.
 
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Pedro1993

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DIA DA TERRA LANÇA-NOS O DESAFIO DE PLANTARMOS 7,8 MIL MILHÕES DE ÁRVORES

Esta é a 46ª vez que o mundo celebra o Dia da Terra, iniciativa para inspirar as pessoas a ajudar o planeta. Este ano, com o tema Árvores pela Terra, foi lançado o desafio de, até 2020, plantarmos 7,8 mil milhões de árvores.

“O Dia da Terra é mais do que um simples dia, 22 de Abril. É maior do que participar numa manifestação e assumir uma posição”, escrevem os organizadores da iniciativa. “A partir deste Dia da Terra, vamos fazer acontecer grandes feitos. Vamos plantar 7,8 mil milhões de árvores pela Terra”, uma por cada pessoa no planeta. “Sabemos que é incrivelmente ambicioso, mas acreditamos que temos de o fazer para combater as alterações climáticas e evitar que os nossos ecossistemas mais frágeis se extingam.”

Esta é uma campanha a cinco anos, uma espécie de contagem decrescente até 2020, ano em que se comemoram os 50 anos do Dia da Terra. Neste Dia da Terra de 2016, a meta são as 50.000 árvores.

http://www.wilder.pt/historias/dia-...afio-de-plantarmos-78-mil-milhoes-de-arvores/