Seguimento Rios e Albufeiras - 2016

nipnip

Cirrus
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19 Jan 2009
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Loureiro, Peso da Régua (600m)
O desinteresse (ou o desacelerar do interesse) dos grandes grupos pelo renovável tem alguns ponto fáceis de entender:
- produzir renovável é caro, o investimento em I&D tem que ser constante, as produtividades são incertas (embora sejam muito bem estudadas).
- as catástrofes anunciadas do fim do petróleo, do petróleo caríssimo afinal não aconteceram e neste momento (até médio prazo) não se vislumbra que se concretizem.

Portanto ou há rendas como até agora ou o negócio deixa de ser interessante.

Porque há-de alguma empresa de energia investir em renovável se pode ela própria produzir o mesmo com menos recursos? porque quererá algum comercializador investir em renovável se pode importar muito mais barato?

Quanto aos nossos problemas energéticos eu enumeraria os seguintes:
- falta de independência energética (somos apesar de tudo crónicos importadores de energia)
- excessiva dependência de energias renováveis sobre as quais não temos nenhum controlo (vento por exemplo)
- défice tarifário gigante para com os comercializadores de energia que enfraquecem esses mesmos comercializadores
- e o mais grave de todos é a falta de conhecimento da população sobre estes problemas que permitem que pequenos grupos contestem e façam parar a construção de barragem x porque prejudica o habitat, não se pode pesquisar gás no local y porque prejudica o património cultural, não pode pesquisar petróleo no local z porque os turistas podem não gostar.
 
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meko60

Nimbostratus
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30 Set 2010
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As centrais térmicas, ao contrário das outras centrais, não se podem desligar e ponto. Ficam suspensas (numa espécie de modo de hibernação), mas não são totalmente desligadas. Nesse estado as centrais ao invés de estarem a produzir, estão a consumir energia.
Se fossem desligadas, o tempo de resposta, que nas centrais a carvão já é grande, seria enorme!

Boa tarde.
No essencial é exactamente isso que se passa. Uma central, quer seja térmica ou hidráulica, na situação de não estar a produzir tem sempre gastos de energia. Há equipamento que não pode ser desligado, há iluminação interior e exterior e outros. Esse consumo varia em função da duração do tempo de paragem dessa central, se estiver parada apenas 1 fim de semana, o consumo é maior do que se estiver parada meses seguidos como é o caso da central de CC do Pêgo.
 

james

Cumulonimbus
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16 Set 2011
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Viana Castelo(35 m)/Guimarães (150 m)
O desinteresse (ou o desacelerar do interesse) dos grandes grupos pelo renovável tem alguns ponto fáceis de entender:
- produzir renovável é caro, o investimento em I&D tem que ser constante, as produtividades são incertas (embora sejam muito bem estudadas).
- as catástrofes anunciadas do fim do petróleo, do petróleo caríssimo afinal não aconteceram e neste momento (até médio prazo) não se vislumbra que se concretizem.

Portanto ou há rendas como até agora ou o negócio deixa de ser interessante.

Porque há-de alguma empresa de energia investir em renovável se pode ela própria produzir o mesmo com menos recursos? porque quererá algum comercializador investir em renovável se pode importar muito mais barato?

Quanto aos nossos problemas energéticos eu enumeraria os seguintes:
- falta de independência energética (somos apesar de tudo crónicos importadores de energia)
- excessiva dependência de energias renováveis sobre as quais não temos nenhum controlo (vento por exemplo)
- défice tarifário gigante para com os comercializadores de energia que enfraquecem esses mesmos comercializadores
- e o mais grave de todos é a falta de conhecimento da população sobre estes problemas que permitem que pequenos grupos contestem e façam parar a construção de barragem x porque prejudica o habitat, não se pode pesquisar gás no local y porque prejudica o património cultural, não pode pesquisar petróleo no local z porque os turistas podem não gostar.


Muito pelo contrário. Se tivéssemos uma população mais informada e mais letrada, nunca teriam sido construídas as barragens do Baixo Sabor e Foz Tua, por exemplo.
 

nipnip

Cirrus
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19 Jan 2009
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Loureiro, Peso da Régua (600m)
Muito pelo contrário. Se tivéssemos uma população mais informada e mais letrada, nunca teriam sido construídas as barragens do Baixo Sabor e Foz Tua, por exemplo.

assim letrada como a população que foi manipulada por meia dúzia de "letrados" para contestar a construção de Foz Côa? :)

temos duas escolhas: ou o país onde se pode viver e para isso é preciso sacrificar algumas "preciosidades" ou um país condenado ao fracasso onde viver será cada vez mais difícil!
 

james

Cumulonimbus
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16 Set 2011
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Viana Castelo(35 m)/Guimarães (150 m)
Sacrificar preciosidades é o que tem mais ocorrido em Portugal nas últimas décadas e com os belos resultados que se tem verificado.
O lobi das barragens tem posto e disposto como quer do país e destruindo património e mais património e sem resultados que se vejam para a maioria da população.

Povinho ignorante é o que esses lobis pretendem.

Mas já vi que a tua consciência ambiental e patrimonial é zero. Lamento.

E, já agora, a suspensão da barragem de Foz - Coa foi um dos atos mais inteligentes que eu vi um Governo fazer ( e eu nem sequer me identifico ideologicamente com esse partido) . Se depois não se tirou o máximo partido das potencialidades das gravuras, já é de outro âmbito.
É que em Portugal é típico destruir - se as nossas preciosidades ( que pelos vistos desprezas) para enriquecer meia - dúzia e o país continuar mais ou menos igual.
 
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nipnip

Cirrus
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19 Jan 2009
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Loureiro, Peso da Régua (600m)
Sacrificar preciosidades é o que tem mais ocorrido em Portugal nas últimas décadas e com os belos resultados que se tem verificado.
O lobi das barragens tem posto e disposto como quer do país e destruindo património e mais património e sem resultados que se vejam para a maioria da população.

Povinho ignorante é o que esses lobis pretendem.

Mas já vi que a tua consciência ambiental e patrimonial é zero. Lamento.

E, já agora, a suspensão da barragem de Foz - Coa foi um dos atos mais inteligentes que eu vi um Governo fazer ( e eu nem sequer me identifico ideologicamente com esse partido) . Se depois não se tirou o máximo partido das potencialidades das gravuras, já é de outro âmbito.
É que em Portugal é típico destruir - se as nossas preciosidades ( que pelos vistos desprezas) para enriquecer meia - dúzia e o país continuar mais ou menos igual.

foi de facto uma decisão brilhante, pagou-se a obra, não se fez a obra, não se obtiveram os benefícios da obra! Fôz Coa está hoje mais desertificada do que já era! No entanto salvaram-se as gravuras (pseudo-preciosas) que ninguém quer ver (tal era o potencial). E pelo caminho também se salvaram algumas quintas de gente "influente" da região. Mas foi tudo feito em prol do bem do país e dos bens patrimoniais e culturais.

Sabes também me custa ver as nossa serras escarradas de ventoinhas por tudo quanto é lado, mas são escolhas.
 

AnDré

Moderação
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22 Nov 2007
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Odivelas (140m) / Várzea da Serra (930m)
A chuva destes dias veio mais uma vez beneficiar as bacias do noroeste.

O rio Lima, a montante de Alto Lindoso, tem estado com um caudal constante acima dos 50m3/s e albufeira já atingiu novamente os 97% da sua capacidade.
O que significa que houve nova recarga nas cascatas do Gerês.
Na bacia do Cávado, desde Alto Rabagão à Caniçada, todas as albufeiras também devem estar a encher. Segundo os dados da REN, na 5ªfeira, todas elas tinha já bastante capacidade de encaixe. Esta chuva vai fazer com que fiquem no pleno ou próximas disso.

No Zêzere, à chegada a Cabril, não se nota um aumento do caudal, mas a albufeira também está nos 97%.

3nRD9he.png


O Alqueva não encheu (longe disso), mas mantém a cota nos 149m.

Penso que este foi o último evento da Primavera capaz de ainda reforçar os armazenamentos hídricos. A partir de agora e até Setembro/Outubro, ainda que chova, a evapotranspiração tenderá a ser maior. Só no noroeste é que Junho, por vezes, ainda traz surpresas.
 

frederico

Furacão
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9 Jan 2009
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Porto
As barragens não travam o despovoamento. Provas disso não faltam por todo o país. Não são meia dúzia de projectos turísticos durante três meses no Verão que fixam populações. O Sabor e o Tua pouco ou nada vão aumentar a produção eléctrica nacional, serviram apenas para servir interesses obscuros do Governo de então, das construtoras e da EDP. Se houvesse um plano decente de eficiência energética a nível nacional o consumo cairia muito, há quem fale em 10%. No caso do Tua perde-se um vale com potencial turístico e agrícola, um turismo sustentável o ano inteiro, feito à custa da bela linha, e no Sabor perdemos um vale selvagem de forma mesquinha, para aumentar a produção eléctrica nacional em 1 ou 2%...

As barragens em alguns contextos podem ser muito importantes mas chegámos a um ponto em que são feitas não para servir o interesse das populações mas sim como forma de transferir dinheiro dos nossos impostos para interesses que comem do Orçamento de Estado.
 

slbgdt

Nimbostratus
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31 Jan 2015
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Barcelos
Com a descida do caudal do Douro, tal como referiu o @nipnip, as térmicas já ultrapassaram a hídrica..

Mas isso não é notícia, não convém dizer que somos totalmente dependentes da energia térmica.

Pelos vistos é melhor queimar carvão que submergir vales abandonados.
Algo que os anti-barragens nunca me comseguiram responder.
Qual o melhor para a natureza?

@frederico esses 1%, correspondem ao Fim de semana, Inverno, verão, dias de vento ou sem vento, noite dia?
Consegue me explicar onde arranjou esse 1%?
E esses 1% já engloba os armazenamentos, que no verão vão permitir a entrada de mais caudal na cascata do Douro?
 
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guisilva5000

Super Célula
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16 Set 2014
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Belas
Das maiores diferenças deste ano comparado ao anterior é, sem dúvida, a precipitação. Nestas duas imagens comparo a albufeira da barragem do Cabril:

26 de Julho de 2015 (+-50%, cota 273 m, 350 hm^3 de volume)


oapWaxp.jpg


04 de Agosto de 2016 (91%, cota 293 m, 657 hm^3 de volume):

657 mil milhões de litros de água (mas nada comparado com o Alqueva :D)

8RRg2Qc.jpg


Desde Novembro de 2015 que o armazenamento da albufeira está acima da média, sendo que em Julho a média é de 60% e a média deste ano foi de 92%.


Grande parte das albufeiras do país encontram-se acima da média para os meses de Verão, principalmente as das bacias do Douro, Tejo e Lima.

Infelizmente não tive a sorte de ver uma descarga :(
 
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nipnip

Cirrus
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19 Jan 2009
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Loureiro, Peso da Régua (600m)
Alguém sabe detalhes acerca de uma descarga alegadamente não prevista ontem na barragem de bagaúste?

EDP faz descarga "não autorizada" na barragem de Bagaúste.
19861301_5dHVP.jpeg


Várias pessoas que se encontravam a veranear na foz do rio Corgo, junto à cidade da Régua, não ganharam para o susto quando o caudal do rio Douro fez uma subida de mais de 10 metros de margem em menos de cinco segundos. O pânico instalou-se quando um de três pescadores desportivos foi arrastado pela forte corrente do rio Douro, valendo a destreza dos dois companheiros do homem que agarraram pelos calções e o arrastaram para a margem, quando já apresentava sinais de afogamento provocados pelo pânico e à subida repentina das águas do Douro, sem que os alarmes de cheia, recentemente instalados, fossem aciomados.
Eram cerca de 17:30 horas, do dia de hoje, 25 de agosto, quando duas das quatro comportas da barragem de Bagauste de levantaram e começara a deixar passar cerca de 20 mil m3 segundo de água, durante o período de cerca de dez minutos. Depois de se fechar uma fechou a outra, ambas ao centro da barragem, mas logo se abriu outra junto à eclusa, no momento em que duas embarcações se encontravam na caldeira no sentido ascendente.



Responsaveis pela via navegavel do Douro não foram avisados.



As autoridades marítimas (Polícia Marítima da Régua) não foram informadas desta descarga anomala, não tendo tempo de fazer um aviso à navegação para o perigo que corriam todas as embarcações que navegavam a jusante da barragem da Régua.
Para além do susto dos banhistas na foz do rio Corgo, não há vítimas a registar, apenas danos nas tendas e viaturas dos banhistas e de algumas pessoas que se encontravam no parque da Junqueira na cidade de Peso da Régua.
http://alemdourodigital.blogs.sapo.pt/autoridade-maritima-desconhecia-23088
 

huguh

Cumulonimbus
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1 Out 2015
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Godim - Peso da Régua (93m)

trovoadas

Cumulonimbus
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3 Out 2009
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loule-caldeirao
Odeleite já baixou da fasquia dos 50%. Odelouca também abaixo dos 50%. Bacia do Sado com grandes problemas. Os cerca de 10% encaixados em Maio por grande parte das barragens do Sul foram sem dúvida uma dádiva ou já estaríamos com o alarme a tocar.
 
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