Seguimento - Incêndios 2017

dahon

Nimbostratus
Registo
1 Mar 2009
Mensagens
1,677
Local
Viseu(530m)
Há uma coisa que me anda a intrigar e que eu não consigo encontrar no fórum mas sei que foi discutido.
Não me lembro se foi no ano passado ou em anos anteriores, mas lembro-me de se falar dos downdrafts provocados por virgas. Penso que na altura em que isso foi falado ocorreram uns fenómenos de vento na região de Lisboa em que se levantava uma espécies de tempestades de poeira.
Lembro-me também que seria algo em que devido à evaporação da precipitação ocorreria um rápido arrefecimento da atmosfera o que levaria à ocorrência de downburts violentos.
Alguém tem informação sobre isso?
 
  • Gosto
Reactions: luismeteo3


ClaudiaRM

Furacão
Registo
2 Dez 2009
Mensagens
10,667
Local
Viseu
Imagine a minha expressão... digo, não digo. Não tive coragem de dizer.

Ora, ainda bem que teve mais contenção do que o órgão de CS onde foi 'informado' . Poupou a pânico, neste caso felizmente sem motivo, a alguém.
 
  • Gosto
Reactions: luismeteo3

Agreste

Furacão
Registo
29 Out 2007
Mensagens
10,032
Local
Terra
Aconselho ver o programa prós e contras de ontem onde estiveram os principais especialistas em incêndios florestais e comportamento de fogo.
A certa altura o Professor Domingos Xavier Viegas fez uma descrição, a possível, com os dados que obteve até ao momento, onde disse que com as características dos ventos produzidos por uma célula convectiva e do terreno a propagação do fogo foi em varias direcções e com uma velocidade muito acima do normal. Além das projecções a centenas de metros também elas em várias direcções. Daí as opções que agora sabemos que foram erradas, mas que na altura dada a situação poderiam parecer as mais indicadas.

não tenho o histórico do radar, gostava de ver a célula convectiva.
 
  • Gosto
Reactions: dahon

Zarb

Cumulus
Registo
20 Jun 2017
Mensagens
112
Local
Cepões de Viseu
Ora, ainda bem que teve mais contenção do que o órgão de CS onde foi 'informado' . Poupou a pânico, neste caso felizmente sem motivo, a alguém.

Pena as autoridades nacionais no Comando não terem seguido a mesma estratégia quando decidiram passar essa informação errada a, pelo menos, cinco órgãos de comunicação social diferentes (um deles internacional) sem a prévia confirmação ou certeza do que diziam...
 

Agreste

Furacão
Registo
29 Out 2007
Mensagens
10,032
Local
Terra
Há uma coisa que me anda a intrigar e que eu não consigo encontrar no fórum mas sei que foi discutido.
Não me lembro se foi no ano passado ou em anos anteriores, mas lembro-me de se falar dos downdrafts provocados por virgas. Penso que na altura em que isso foi falado ocorreram uns fenómenos de vento na região de Lisboa em que se levantava uma espécies de tempestades de poeira.
Lembro-me também que seria algo em que devido à evaporação da precipitação ocorreria um rápido arrefecimento da atmosfera o que levaria à ocorrência de downburts violentos.
Alguém tem informação sobre isso?

o IPMA tinha um documento sobre um caso desses passado no início de junho... uma situação diferente e que afetou o sul e a grande lisboa.
 
  • Gosto
Reactions: dahon

ClaudiaRM

Furacão
Registo
2 Dez 2009
Mensagens
10,667
Local
Viseu
Pena as autoridades nacionais no Comando não terem seguido a mesma estratégia quando decidiram passar essa informação errada a, pelo menos, cinco órgãos de comunicação social diferentes (um deles internacional) sem a prévia confirmação ou certeza do que diziam...

Já que afirma isso sem dúvida nenhuma, podia associar um nome. Ou foram as autoridades nacionais no Comando em coro? Foi uma pessoa, duas, três? Que cargo ocupam? Têm nome e sobrenome? Eu também posso dizer que as autoridades nacionais no Comando me disseram que o Zarb quando era miúdo roubou uma pêra do quintal do vizinho. Não percebe que ao dizer coisas dessas sem especificar quer tirar a água do capote de uns mas sem molhar outros? Como disse mais atrás, isso tem um nome. Como sei que não vai dizer mais nada senão essas coisas genéricas, sem rosto nem nome, tão fiáveis quanto a notícia do Canadair despenhado, não perco mais tempo com as suas contribuições. Continuação de boa noite.
 
  • Gosto
Reactions: Teya e luismeteo3

dahon

Nimbostratus
Registo
1 Mar 2009
Mensagens
1,677
Local
Viseu(530m)
Cá está.
RAJADAS DE VENTO FORTE NAS ÁREAS DE LISBOA E SETÚBAL: 7 DE JUNHO DE 2015 2015-06-09 (IPMA)
No passado dia 7 de Junho de 2015, o território do continente encontrava-se sob a influência de uma depressão centrada em Marrocos e de um vale em altitude, que promoviam condições de instabilidade sobre a região. Durante a tarde, na circulação do referido vale, organizou-se uma banda nebulosa como resultado de convecção de base elevada, sobre os distritos de Lisboa, Setúbal, Évora e Beja. Esta atividade convectiva resultava de instabilidade disponível apenas acima dos 3500 m de altitude tendo-se desenvolvido sobre uma camada de ar extremamente seco. Na camada correspondente à banda nebulosa, o conteúdo em água precipitável era, pelo contrário, elevado, garantindo potencial precipitante à mesma. Este contexto é favorável à ocorrência de fenómenos de tipo downburst seco (da nomenclatura anglo-saxónica). Em áreas localizadas das nuvens, como é normal, produzem-se correntes de precipitação. Se estas, ao longo do seu trajeto descendente encontrarem ar extremamente seco nas vizinhanças, vão sofrendo evaporação e, portanto, arrefecendo. Se, como foi o caso, existir uma camada seca bastante extensa verticalmente, este mecanismo de arrefecimento pode ser muito pronunciado. Nestas condições, a corrente descendente vai-se tornando mais densa (portanto, mais pesada) e acelerando progressivamente até à superfície (Fig. 1). No contacto com esta, o escoamento descendente adquire um movimento tipicamente divergente, suscetível de produzir circulações secundárias e, consequentemente, vento forte à sua passagem (Fig. 2). Estas circulações podem elevar poeira e detritos, o que as torna visíveis à sua passagem, sendo por vezes confundidas com fenómenos de tipo tornado. O downburst, embora constitua um fenómeno repentino, pode afetar o mesmo local durante um período razoavelmente longo, até dezenas de minutos, e propagar-se a alguma distância do ponto inicial. A análise das observações disponibilizadas pela rede de superfície do IPMA aponta para que diversos downbursts se tenham desenvolvido em associação à passagem da banda nebulosa mencionada e, consequentemente, tenham afetado diversos locais das áreas de Lisboa e Setúbal durante a tarde do passado dia 7 de junho. Os valores de rajada máxima constantes da Tabela 1 são representativos apenas dos locais onde foram medidos, admitindo-se que valores superiores possam ter afetado outros locais. Chama-se a atenção para o facto de este tipo de fenómeno não ser incomum em território nacional. Naturalmente, a sua ocorrência em áreas densamente povoadas, como foi o presente caso, permite que seja testemunhado por um grande número de pessoas.
330ukiz.jpg

v0bdg0Z.jpg

goLVJ9L.jpg


Acredito que possa ter ocorrido um fenómeno destes. Posso estar enganado mas penso que existiram as condições para ocorrer.

Edit->Aqui está o tópico:https://www.meteopt.com/forum/topico/instabilidade-07-junho-2015.8283/#post-492641
 
Última edição:
  • Gosto
Reactions: luismeteo3 e Teya

Teya

Cumulus
Registo
27 Set 2014
Mensagens
340
Local
Olival Basto / Odivelas/ Lagos
certíssimo e eu próprio peço desculpa pelo off-topic. Mas a verdade é que venho a este fórum há mais de seis anos e nunca fiz o registo.

Hoje decidi fazê-lo porque não compreendo como é que há pessoas (estas, ao contrário de outras, admito que não sejam pagas para o fazer) que vêem para um fórum de meteorologia explanar a sua "camaradagem"... ainda por cima, de forma tão básica.

Triste, triste que tenha feito o registo para apenas vir condenar as opiniões dos outros, quando você apenas veio expressar tb a sua opinião pessoal. Você tem a sua razão, os outros têm as deles o que não quer dizer que a sua seja válida e a dos outros não, apenas factos provados são independentes de razões pessoais. Não concordar com as opiniões dos outros é um direito que lhe assiste a si e aos outros, mas mantendo sempre o respeito e a meu ver hoje esse respeito falhou aqui neste fórum.
 
  • Gosto
Reactions: luismeteo3

Orion

Furacão
Registo
5 Jul 2011
Mensagens
21,635
Local
Açores
Armando Casinhas tentou fugir do fogo em Pobrais para a Estrada Nacional 236. Quando lá chegou vários carros estavam já em chamas. Voltou para trás e conseguiu salvar-se.

A casa dele ardeu? Como eram as redondezas da sua casa? Onde estava ele quando viu o fogo? Quão perto chegou o fogo dele? Que distância percorreu até à estrada? Como é que se salvou... Na cave? No quintal? Numa clareira?

Usar um exemplo para comprovar um ponto de vista nem sempre é adequado. Houve aquela malta que se salvou por terem ido para o tanque d'água. Se estivessem em casa teriam sobrevivido? Acho que pelo relato da mulher a resposta é não mas não se experimentou. Rigidificar um procedimento para circunstâncias tão diversas e dinâmicas é contraproducente.

Este, também de Pobrais, morreu em casa -> http://expresso.sapo.pt/sociedade/2017-06-19-Vitor-e-a-64-vitima-do-incendio-em-Pedrogao-Grande
 
Última edição:
  • Gosto
Reactions: Hawk e Duarte Sousa

weatherbox

Cumulus
Registo
31 Out 2016
Mensagens
117
Local
Ibéria
O autor disse-me que o video foi feito no nó Oeste do IC8 para Proença a Nova, por volta das 18h de sábado, e os ventos soprariam NNW para SSE, ou seja, numa direcção muito diferente da que o incêndio seguiu desde Pedrogão até à N238-1...

Já há informações da hora aproximada a que o incêndio chegou a Nogueirinho, Pobrais, e ao trágico troço da Estrada da Morte?...

Ainda não, é estranho mas ainda não encontrei uma cronologia decente dos eventos. A única coisa que encontrei foi uma notícia que refere pessoas na aldeia de Nodeirinho, junto à IC8 lado norte, no ground zero, pediram ajuda às 20h sem sucesso. Se foi por essa hora não existe relação com a ventania de Proença a Nova, mas de quase de certeza que houve algo do género envolvido também

Sobre o assunto downbursts secos e frentes de rajada/gust fronts, está aqui um artigo em espanhol: https://www.tiempo.com/ram/64142/el-reventon-termico/
 
  • Gosto
Reactions: mecre90

weatherbox

Cumulus
Registo
31 Out 2016
Mensagens
117
Local
Ibéria
Para quem não está a ver bem o que é uma frente de rajada o melhor exemplo são os pós-frontais no Inverno, quando depois da frente fria entra o ar frio com aguaceiros de chuva ou granizo. Esse ar é bastante frio e seco e quando ocorre precipitação o ar cai com maior velocidade porque o gelo sobrevive mais tempo devido à humidade mais baixa gerando aquelas rajadas típicas que duram pouco tempo

Quando a atmosfera está instável às vezes as frentes de rajadas também se conseguem ver no satélite, por exemplo ontem de manhã:

qBQUPnn.gif


O ar frio que desce da trovoada expande-se depois pela superficie como uma frente, por vezes a grande velocidade ou enormes distâncias, neste caso consegue ver-se porque esta frente acaba por forçar o ar instável que encontra nalguns locais desencadeando novas trovoadas


Há uma polémica enorme por causa da trovoada que começou o incêndio quando a que pode ter agravado a tragédia é outra e até pode estar a muitos quilometros de distância
 

Zarb

Cumulus
Registo
20 Jun 2017
Mensagens
112
Local
Cepões de Viseu
Triste, triste que tenha feito o registo para apenas vir condenar as opiniões dos outros, quando você apenas veio expressar tb a sua opinião pessoal. Você tem a sua razão, os outros têm as deles o que não quer dizer que a sua seja válida e a dos outros não, apenas factos provados são independentes de razões pessoais. Não concordar com as opiniões dos outros é um direito que lhe assiste a si e aos outros, mas mantendo sempre o respeito e a meu ver hoje esse respeito falhou aqui neste fórum.

Cada qual tem direito à sua opinião. E a minha não é melhor que as dos outros...

O que eu não gosto mesmo é de ver, por este ou aquele interesse, ver gente a deitar poeira sobre o que é óbvio para qualquer um. São as situações em que a culpa morre solteira (como morrerá também neste caso).