Seguimento - Incêndios 2017

luismeteo3

Furacão
Registo
14 Dez 2015
Mensagens
17,112
Local
Fatima (320m)
Costa anuncia compra de antenas satélite para SIRESP adiada desde 2015 e admite rever contrato
28.06.2017 às 16h21


mw-860

MARCOS BORGA

Ministra da Administração Interna já ordenou aquisição das antenas por ajuste direto para assegurar redundâncias nas comunicações. António Costa admite rever contrato com SIRESP

A Ministra da Administração Interna "já ordenou a aquisição por ajuste direto das antenas satélite que permitem assegurar redundâncias em situações em que se repita a destruição da rede de comunicações".

A informação foi avançada esta tarde pelo Primeiro Ministro António Costa, durante o debate quinzenal, em resposta a questões da coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, sobre as falhas nos sistemas de comunicações durante o combate aos incêndios no distrito de Leiria. Mais à frente, em resposta a Heloísa Apolónia, d'Os Verdes, o Primeiro Ministro admitiu rever o contrato do SIRESP. "Todos os contratos devem ser revistos. Ao que sei, esse contrato já foi revisto duas vezes e se for necessário revê-lo com certeza que deve ser revisto", disse.

Sobre as duas antenas satélite compradas, o objetivo é assegurar uma redundância que evite que se repitam casos como os registados no combate a estes incêndios. Isto porque as duas unidades móveis ligeiras que o MAI tem para fazer face a eventuais quebras nas comunicações asseguradas por cabos - como ocorreu durante os incêndios naquela zona do país -, não estão ainda equipadas com ligações via satélite.

Conforme o Expresso avançou no último sábado, o anterior Governo comprou, em julho de 2015, duas carrinhas pick-up da Toyota por 357 mil euros, com o objetivo de as equipar para operarem como estações retransmissoras móveis ligeiras da rede Siresp. Só que essas estações móveis nunca chegaram a entrar em ação.

Devido a limitações orçamentais, não foi possível lançar, em 2015, o concurso para a contratualização do serviço de telecomunicações por satélite, que poderia funcionar como alternativa que restabelece as ligações de uma ou mais antenas do Siresp, que se encontrem desconectadas da rede (como sucedeu em Pedrógão Grande e Góis durante os incêndios, devido ao derretimento de cabos). Em causa está a verba necessária para a contratualização de antenas parabólicas e o tráfego das comunicações por satélite. O valor poderá rondar os 100 mil euros anuais.

Em 2016, questões orçamentais terão impedido, igualmente, o lançamento do concurso, que viria a ser ter como meta março de 2017 — data que acabaria por não ser cumprida.

Durante o debate, a coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu também que o Governo deve por fim à parceria público-privada que deu origem ao Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) contratado pelo Estado em 2006. "O SIRESP nunca deveria ser uma PPP. Custou cinco vezes mais ao Estado do que custou a montar e de cada vez que há problemas dizem que não têm nada com isso e que querem mais dinheiro publico. Ora o Estado não pode continuar a pagar uma concessionária que falha sempre", disse Catarina Martins. "Resgate-se o SIRESP para o público para poder ser responsabilizado e faça-se ai as alterações que devem fazer. E responsabilizem-se os privados quando devem ser responsabilizados".
http://expresso.sapo.pt/politica/20...ESP-adiada-desde-2015-e-admite-rever-contrato
 


luismeteo3

Furacão
Registo
14 Dez 2015
Mensagens
17,112
Local
Fatima (320m)
GNR tem dez agentes a receber apoio psicológico
28/6/2017, 9:37
3
A GNR tem dez guardas a receber apoio psicológico e dois foram encaminhados para um centro clínico. O Centro de Psicologia e Intervenção Social pede especial atenção a eventuais sinais de perturbação.

Partilhe
22554873_770x433_acf_cropped.jpg

A GNR destacou seis psicólogos para a região centro, durante os incêndios da passada semana

MIGUEL A.LOPES/LUSA


A GNR está a tomar atenção ao estado psicológico dos seus agentes. Esta terça-feira, o Centro de Psicologia e Intervenção Social da GNR pediu aos comandantes que estivessem atentos a eventuais sinais de perturbações nas forças que combateram os fogos da região centro do país na semana passada.

O pedido foi feito numa reunião que juntou cerca de 60 comandantes, adjuntos, chefes de secção e comandantes de destacamento. Na reunião foi pedida uma especial atenção às mudanças de comportamento dos militares da GNR nas próximas semanas.


Os psicólogos da GNR têm, até agora, 10 militares em observação. Esses guardas mostraram sinais de preocupação e outros dois foram encaminhados para um centro clínico para terem apoio psicológico ou psiquiátrico. Ainda assim, os casos não são graves, já que todos continuam a trabalhar.

Para estes guardas é difícil esquecer o que viram naqueles dias, “sobretudo os que estiveram próximos dos cadáveres”, e alguns tinham vontade de desabafar, adiantou à TSF o chefe do centro de psicologia. O coronel Ilídio Canas adiantou ainda que também encontraram problemas “em alguns que estiveram cercados ou muito próximo do fogo e viveram de perto a aflição das populações”.

O responsável por este serviço pediu, por isso, especial atenção a eventuais sinais de stress e que será normal nos próximos dias algumas manifestações de tristeza ou preocupação. A prioridade é detetar estes problemas de forma a que não se prolonguem.

A GNR destacou seis psicólogos para a região centro, durante os incêndios da passada semana. Na zona continuam dois e todos os guardas que combateram os incêndios têm o número de telefone do centro de psicologia para esclarecerem quaisquer dúvidas ou para pedirem ajuda.
http://observador.pt/2017/06/28/gnr-tem-dez-agentes-a-receber-apoio-psicologico/
 

DaniFR

Cumulonimbus
Registo
21 Ago 2011
Mensagens
2,218
Local
Coimbra
Milhares de colmeias queimadas!

Os incêndios que atingiram a região Centro destruíram milhares de colmeias e pasto das abelhas em vários concelhos, o que fará diminuir a produção de mel certificado da Serra da Lousã nos próximos anos, disseram hoje responsáveis do setor.

mel.jpg


“Terão ardido milhares” de colmeias e cortiços, segundo uma estimativa provisória à agência Lusa do apicultor António Carvalho, presidente da Cooperativa Lousãmel, a entidade que gere a Denominação de Origem Protegida (DOP) da Serra da Lousã.

Às colónias de abelhas dizimadas pelo fogo, soma-se, em toda a região demarcada, um número igualmente elevado de apiários cuja flora em redor foi reduzida a cinzas.

As abelhas “morrerão de fome” se não forem alimentadas artificialmente no local pelos proprietários ou objeto de transumância.

“A flora não vai recompor-se no espaço de três anos”, disse à Lusa António Carvalho. A Lousãmel, com sede na Lousã, tem cerca de 450 associados em diferentes concelhos.

A cooperativa assume a gestão da DOP Serra da Lousã, que abrange 10 municípios: Arganil, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande, Penela e Vila Nova de Poiares, nos distritos de Coimbra e Leiria.

“Vou propor à direção que a venda dos materiais apícolas seja a um preço mais acessível para os sócios afetados pelos fogos”, anunciou o presidente da Lousãmel.

A diretora executiva da empresa, Ana Paula Sançana, salientou que os incêndios registados na região, desde o dia 17, quando morreram 64 pessoas devido ao fogo que eclodiu no concelho de Pedrógão Grande, “destruíram pelo menos 30% dos pastos” da DOP, com “graves reflexos nos ecossistemas” e na economia.

Na região demarcada, além de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, onde o fogo lavrou durante vários dias e teve consequências mais trágicas, foram também afetados os concelhos de Arganil, Góis, Pampilhosa da Serra e Penela.

“Foi um passo muito negativo” para o futuro da apicultura na Serra da Lousã, pelo menos até ao fim da década, disse.

Ana Paula Sançana realçou que morreram igualmente “milhões de outros insetos que fazem a polinização” de espécies, como as urzes, o castanheiro e o medronheiro, entre outras, cujos néctares e pólenes são determinantes para a qualidade do mel DOP.

“Também por isso, a regeneração destas espécies vai ser muito mais lenta”, sublinhou.

Luís Estêvão é o presidente da Cooperativa Pampimel, que conta cerca de 70 associados no concelho da Pampilhosa da Serra, onde arderam 150 colmeias e cortiços, e cerca de 600 unidades ficaram sem alimento.

“Nalguns casos, num raio de cinco a seis quilómetros, não há nada”, afirmou, indicando que os apicultores “ainda conseguiram salvar muitas colmeias”.

Devido à seca dos últimos meses, os produtores já contavam com uma baixa na produção de mel na Serra da Lousã.

Os incêndios vieram agravar as previsões: “Vai haver uma redução nesta campanha e as quantidades vão ser afetadas nos próximos anos”, segundo Luís Estêvão.

Também o seu pai perdeu duas unidades apícolas.

“É urgente alimentar” os enxames sem pasto, recorrendo a produtos artificiais, mas os seus donos “vão ter de arranjar alternativa para as mudar”, defendeu, por sua vez, o presidente da Câmara da Pampilhosa da Serra, José Brito, proprietário de meia centena de colmeias.

O autarca do PSD, antigo presidente da assembleia geral da Lousãmel, estima que as chamas tenham consumido 25% da área do concelho.

“Mas, felizmente, três quartos do território ainda estão verdes”, o que permite realizar a transumância dentro dos limites do município.

José Brito manifestou algum otimismo quanto à regeneração do coberto vegetal: “Vai demorar tempo para conseguirmos normalizar esta atividade importantíssima, mas as plantas queimadas poderão rebentar daqui a um ano”.

A Câmara Municipal “vai comprar alguns produtos” para ajudar a alimentar as colmeias nesta fase.

A autarquia espera ser ressarcida das despesas pela Administração Central. “Se não conseguirmos esse apoio, suportamos nós os encargos”, adiantou à Lusa.

Almerindo Costa, presidente da Associação de Apicultores Serramel, que reúne 70 produtores e organiza a feira do mel do Espinhal, disse que o fogo destruiu 85 colmeias e cerca de 70 cortiços no concelho de Penela.

“Este ano já vai ser mau” em termos de produção e a destruição de extensas áreas florestais onde predominam as urzes “vai ter impacto” durante alguns anos nas quantidades de mel colhidas.

Na sua opinião, “tudo vai depender do rebentamento da flora”, a partir da próxima primavera.

Os incêndios que deflagraram na região Centro, no dia 17, provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos e só foram dados como extintos uma semana depois, no sábado.

As chamas consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a 75 mil campos de futebol.

A área destruída por estes fogos corresponde a praticamente um terço da área ardida em Portugal, em 2016, que totalizou 154.944 hectares, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna divulgado pelo Governo em março.

Notícias de Coimbra
 
  • Gosto
Reactions: luismeteo3

criz0r

Cumulonimbus
Registo
11 Abr 2008
Mensagens
4,541
Local
.
Quer queiramos quer não, este flagelo dos incêndios não vai parar por aqui. Esta desertificação artificial vai prosseguir e com ela a permanência de secas de longa duração que irão agravar ainda mais este ponto.

Relativamente aos Pirómanos a situação é muito simples, na eventualidade de serem apanhados em flagrante as penas terão de ser reforçadas, para que não se corra o risco de voltarem a actuar.
Se efectivamente forem apanhados e continuarem a ter penas suspensas então meus amigos as florestas nacionais vão ser aniquiladas em menos de uma década.

Não me venham cá com tangas, a Meteorologia pode ser a chave para a ignição de alguns incêndios pontuais e até contribuir para a sua propagação, agora focos de incêndios a surgirem durante a noite em diversos pontos diferentes..
 

AJB

Nimbostratus
Registo
5 Mar 2009
Mensagens
1,182
Local
Baião
Relativamente ás ignições:
98% dos incendios rurais em Portugal (dos investigados) são de causa humana, de acordo!
Agora, dentro destes 98%, desenganem-se (ja escrevi aqui isto várias vezes) os que pensam que a maioria é o chamado "fogo doloso", vulgarmente conhecido como "fogo posto" ou "incendiarismo"!
Cada qual acredita no que quer...por exemplo, o sr. pres. da liga de bb´s acredita que em Pedrogao foi "fogo posto". Ontem ao ser ouvido pela PJ nada concretizou, falou em boatos...
Vamos a factos relativamente aos maiores incendios rurais nos ultimos anos:
2012 - Algarve, Tavira, Catraia - Descuido de um grupo de trabalhadores (mais de 20000 ha)
2013 - Trás os Montes, Freixo - Reacendimento de um outro incendio (13800 ha)
2016 - Beira Litoral, Arouca - Descuido de um habitante atrás da sua residencia (mais de 20000 ha)
.... aguardemos 2017
 

Orion

Furacão
Registo
5 Jul 2011
Mensagens
21,634
Local
Açores
Governo organizou focus group para saber impacto dos fogos na sua popularidade

Pessoalmente estou extremamente chocado com isto e decerto os trolls e idiotas úteis vão ficar muito indignados, correto? Errado porque se ficassem não seriam trolls e idiotas úteis. Cá vão as palavras do Grande Líder:

“Eu dou a cara e assumo as responsabilidades”, frisou António Costa, referindo que o lhe compete fazer “é responder às populações, reconstruir este território, contribuir para a prevenção dos incêndios e apoiar as populações e os combatentes do fogo, quando ele surge”.

Venerem o Grande Líder que não foge às responsabilidade após saber que está, pelo menos por agora, excluído da fúria popular :uau:

Mas voltando ao tópico...

Protecção Civil devolve críticas ao MAI

Ficam por pagar 40% das multas por falhas na limpeza florestal

Passos afirma que o problema dos incêndios não é o eucalipto

O ex-primeiro-ministro salientou que "grande parte" do território não tem eucalipto, que a "maior parte" da floresta portuguesa não é eucalipto e que o eucalipto é o que arde menos e onde o fogo se apaga com "mais facilidade".

Novamente, o PPC não está a dar dados inteiramente verdadeiros mas o eucalipto já aqui foi discutido exaustivamente. É bom material para os ativistas partidários (vulgo trolls e idiotas úteis).
 
Última edição:

Orion

Furacão
Registo
5 Jul 2011
Mensagens
21,634
Local
Açores
Protecção Civil devolve críticas ao MAI

---

Do Expresso:

Na carta, Joaquim Leitão escreve: "Sendo a secretaria-geral da Administração Interna a gestora da rede SIRESP, a questão que se coloca é o motivo para a não comunicação atempada à ANPC desse facto e o porquê de, nessa altura (19h38) não terem sido acionadas as estações móveis para a região afetada."

Um grande mistério para mim é porque é que a estação da Serra de Lousã desligou às 20:32 sendo que nos mapas disponíveis nos relatórios do SIRESP e da SIGMAI a mesma não aparenta ter sido diretamente afetada pelo incêndio de Góis (só a estação de Malhadas e eventualmente nos cabos da estação da Pampilhosa - ambas 'desligaram' às 20:26). Será que isto deveu-se à ignição registada perto da estação de Cabeço Pião? E terá isto aumentando o congestionamento na estação de Cabeço Pião sendo que as 2 vias de comunicação restantes a esta estação eram Penela (que funcionou perfeitamente não obstante a baixa carga) e Figueiró dos Vinhos que foi funcionando cada vez pior até desligar-se na madrugada do dia 18?

O Ministério da Administração Interna mudou metade do comando da Proteção Civil em abril, pouco antes do início da época crítica de fogos florestais. Algumas escolhas estão a provocar polémica por serem elementos com ligações politicas e pouca formação em Proteção Civil.

SIC
A ministra da Administração Interna disse ontem no Parlamento que está, desde a primeira hora, a recolher, analisar e cruzar todos os dados do incêndio de Pedrógão Grande. Constança Urbano de Sousa emocionou-se diante dos deputados e explicou porque pediu uma auditoria aos serviços da Secretaria-Geral da administração interna.
SIC

Na comissão, Constança Urbano de Sousa esclareceu que, às 14:00 do dia 17 de junho, estavam ao serviço da GNR naquele zona 10 militares, contrariando informações avançados que davam conta que o posto da Guarda Nacional Republicana de Pedrógão Grande estava a funcionar com três elementos.

"Muito se tem dito sobre a prestação da GNR e o que se tem dito é injusto", afirmou, avançando que às 16:00 desse ainda, "ainda antes do momento mais critico deste incêndio", estavam ao serviço 31 militares, efetivo que foi sendo progressivamente reforçado.

DN

A implementação, o funcionamento e a manutenção do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) - que tem estado no centro da polémica após o trágico incêndio em Pedrógão Grande - já custou mais 13,6 milhões de euros do que os 485,5 milhões previstos na adjudicação feita em 2006 pelo Ministério da Administração Interna (MAI), à data liderado por António Costa.

Sábado
 
Última edição:

luismeteo3

Furacão
Registo
14 Dez 2015
Mensagens
17,112
Local
Fatima (320m)
BE anuncia acordo com Governo para conter eucalipto e arrendar compulsivamente terras abandonadas
Pedro Soares frisou que estas medidas vão "implicar reforço de meios, reforço de investimento do Estado, que é coisa que não tem havido".
img_817x460$2013_07_19_11_14_06_204195.jpg



Lusa29 de junho de 2017 às 15:18


O deputado do BE Pedro Soares anunciou hoje que os bloquistas chegaram a acordo com o Governo em matérias da reforma florestal, que passam pela revogação da "lei de liberalização do eucalipto" e "arrendamento compulsivo de terras abandonadas".

De acordo com Pedro Soares, que no parlamento confirmou aos jornalistas a notícia avançada pela TSF, há condições para aprovar nova legislação florestal "até ao final da sessão legislativa": "O país exige que haja esse esforço da Assembleia da República".

Sublinhando que "o Governo tem uma margem significativa com as propostas sobre a floresta que o BE apresentou" e que se encontram na comissão parlamentar de Agricultura, devendo ser votadas em votação final global a 19 de julho, o deputado afirmou que acordo versa sobre o regime da florestação e o ordenamento da floresta.

"Não queremos diabolizar o eucalipto, mas queremos que haja uma floresta ordenada e isso não é compatível com a actual lei do regime de florestação, da ex-ministra Assunção Cristas. O caminho será o da revogação da lei que ficou conhecida por lei da liberalização do eucalipto", argumentou.

Por outro lado, "o arrendamento compulsivo das terras abandonadas é uma questão fundamental no sentido de poder criar espaços de ordenamento da floresta suficientemente amplos, que tenham uma boa gestão", através das unidades de gestão florestal ou do banco de terras.

"Todo este processo é de valorização da floresta, de valorização da pequena propriedade, gerindo-a em colectivo, introduzindo também uma maior intervenção do Estado", defendeu, apontando que, actualmente, há uma "gestão caótica", com "cerca de 12 a 13 milhões de parcelas florestais".

As medidas, ao darem escala e gestão às parcelas, "visam que os proprietários obtenham maiores rendimentos, que tenham mais capacidade negocial" com as empresas a quem vendem os produtos, como as celuloses.

Pedro Soares frisou que estas medidas vão "implicar reforço de meios, reforço de investimento do Estado, que é coisa que não tem havido".
http://www.jornaldenegocios.pt/empr...nte-terras-abandonadas?ref=HP_UltimasNoticias
 

Snifa

Furacão
Registo
16 Abr 2008
Mensagens
11,932
Local
Porto-Marquês:145 m Mogadouro:749 m
Pedrógão Grande

Aldeia de xisto decide arrancar eucaliptos

Os moradores da aldeia de xisto de Ferraria de São João, no concelho de Penela, decidiram, em assembleia, avançar com uma zona de proteção da povoação, arrancando eucaliptos e plantando árvores mais resistentes aos fogos.

A moção da assembleia de moradores foi aprovada por unanimidade no domingo e prevê a criação de uma zona de proteção de pelo menos 100 metros à volta da Ferraria de São João, aldeia com cerca de 40 habitantes que já fica no distrito de Coimbra, mas que acabou cercada pelo incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande e que provocou 64 mortos, contou à agência Lusa o presidente da associação de moradores, Pedro Pedrosa.

A zona de proteção terá "no mínimo 100 metros, à volta dos aglomerados", mas os moradores mostram-se "ambiciosos" em alcançarem uma zona de 500 metros na envolvente da aldeia, em que serão replantadas "folhosas, como sobreiros ou carvalhos", podendo também avançar-se com a plantação de "medronheiros ou azevinho", contou.

O primeiro passo passa pelo cadastro dos terrenos circundantes, sendo que é necessário "identificar as parcelas" na zona ao redor de Ferraria de São João, mas o presidente da associação sublinha que "ainda em julho" gostaria de começar a cortar e a arrancar os eucaliptos.

"A origem deste projeto veio no rescaldo do incêndio", conta Pedro Pedrosa, que vive há oito anos na aldeia e que há três explora uma unidade de turismo rural com capacidade para 12 pessoas.

Após ver tudo a arder à volta da aldeia, o morador decidiu que era preciso "fazer alguma coisa" e os habitantes acabaram por se juntar no domingo para aprovar uma zona mínima de proteção, para garantir "alguma segurança e, também, para valorizar a aldeia".

À volta de Ferraria de São João, o pouco verde que se vê vem das folhas dos sobreiros.

"Foi a demonstração a quem não queria acreditar. Provou a todas as pessoas que não acreditavam", realçou.

Segundo Pedro Pedrosa, há também uma preocupação para que as pessoas "não percam rendimento", querendo replantar árvores de onde as pessoas também possam retirar algum proveito económico.

José Gonçalves, de 48 anos, mora há 25 na Ferraria de São João e, por ele, "o eucalipto devia ser proibido de plantar. O sobreiral foi o que nos valeu".

Para além de uns currais que arderam, as casas ficaram intactas.

A maioria dos terrenos com eucaliptos são de pessoas da terra, notou, ao que outra moradora disse que alguns dos habitantes "só não punham eucaliptos dentro da casa porque não conseguiam".

Agora, José Gonçalves acredita que pode ser um momento de viragem, em que se aposte também na pastorícia para limpar os matos e noutro tipo de árvores para acabar com a paisagem monótona do eucalipto nos montes à volta da Ferraria de São João.

"Os pinheiros deram em secar e quem tinha terras de amanho, onde se semeava milho, centeio, batatas, começaram a desistir. Isto aqui era tudo terras amanhadas", conta Benilde Mendes, de 66 anos, moradora da aldeia, contando que onde havia terras de cultivo passou a haver eucaliptos.

A habitante da Ferraria de São João tem terrenos com eucaliptos, de onde retirava "algum" dinheiro, mas aprovou a moção "pela segurança das pessoas e por tudo".

No domingo, a associação vai continuar o trabalho de identificação dos terrenos à volta da aldeia.

http://www.jn.pt/nacional/interior/adadasd-8600808.html
 

Pek

Cumulonimbus
Registo
24 Nov 2005
Mensagens
4,819
Local
Menorca
El otro día comentaba en un post de forma muy breve (como vistazo inicial) el tema de la problemática de los incendios forestales en España y en él reflejaba también aquellas zonas de España con muy elevada cobertura forestal que nunca o casi nunca registran incendios forestales. Asimismo comentaba que en algunas de esas áreas sin incendios (no en todas) se realiza un uso y aprovechamiento tradicionales del arbolado autóctono y una gestión completa del territorio, de modo que sus habitantes resultan beneficiarios directos de los bosques y de las restantes actividades. Un ejemplo claro es el de la Tierra de Pinares de Soria y Burgos con el Bosque Modelo del Urbión, la masa boscosa continua más extensa de la Península Ibérica, abarca 100.000 hectáreas de superficie, a caballo entre las provincias Burgos y Soria (15 municipios de Burgos y 20 de Soria). Mayoritariamente compuesto por pino silvestre o albar (Pinus sylvestris), aparecen otros árboles dominantes como hayas (Fagus sylvatica), robles rebollos (Quercus pyrenaica), pinos laricios (Pinus nigra), etc.

La localizo en el mapa de incendios forestales. Se sitúa dentro de la mancha verde (representan zonas sin incendios) indicada con la flecha:
fcca7ec8c8bf2b91bc3818383f4ba2e4o.jpg


Unas imágenes de hoy de una pequeña parte de esa zona, las 4 primeras de Covaleda (foto 1) y Duruelo (fotos 3 y 4), ambas en Soria, y la última de Neila (Burgos). Esto son sólo 3 municipios, el Bosque completo cubre 35 municipios, para que os hagáis una idea del inmenso tamaño que tiene:

DDgCCAkXYAADEEj.jpg


DDgCDPSXkAA7SGN.jpg


DDgCE-JXkAA3MeR.jpg


DDgCF-6WsAAuo1Z.jpg


DDKb4l8W0AAhEfz.jpg:large


Fuente de las imágenes:


Y una explicación de cómo funciona su gestión que puede resultar interesante:

Donde el monte no arde
La comarca de Pinares Soria-Burgos, un ejemplo de buena gestión forestal desde hace más de un siglo, obtiene la denominación de Bosque Modelo, una etiqueta internacional que certifica la sostenibilidad de la explotación de la madera


http://www.elmundo.es/suplementos/natura/2007/15/1181340017.html

Información sobre el Bosque Modelo de Urbión: http://www.urbion.es/


Edito con la localización y la extensión del Bosque:
plan-de-reactivacic3b3n-del_pc3a1gina_04.jpg

plan-de-reactivacic3b3n-del_pc3a1gina_13.jpg
 
Última edição:

dahon

Nimbostratus
Registo
1 Mar 2009
Mensagens
1,677
Local
Viseu(530m)
Um grande mistério para mim é porque é que a estação da Serra de Lousã desligou às 20:32 sendo que nos mapas disponíveis nos relatórios do SIRESP e da SIGMAI a mesma não aparenta ter sido diretamente afetada pelo incêndio de Góis (só a estação de Malhadas e eventualmente nos cabos da estação da Pampilhosa - ambas 'desligaram' às 20:26). Será que isto deveu-se à ignição registada perto da estação de Cabeço Pião? E terá isto aumentando o congestionamento na estação de Cabeço Pião sendo que as 2 vias de comunicação restantes a esta estação eram Penela (que funcionou perfeitamente não obstante a baixa carga) e Figueiró dos Vinhos que foi funcionando cada vez pior até desligar-se na madrugada do dia 18?

Ocorreram várias falhas de electricidade em toda a zona por isso é possível que tenham deixado de funcionar por falta de energia.
 

algarvio1980

Furacão
Registo
21 Mai 2007
Mensagens
12,446
Local
Olhão (24 m)
Em todos os grandes incêndios existe incapacidade e falta de organização no combate a incêndios. Tavira, teve mais de 1000 bombeiros (foi o 1º incêndio em Portugal com mais de 1000 bombeiros), mas a população teve que se virar sem a ajuda dos bombeiros, em Pedrógão Grande a mesma coisa.

Incêndio em Tavira: Incidiu em cerca de 5800 ha de povoamentos florestais tendo percorrido , essencialmente, áreas ocupadas por sobreiro e pinheiro-manso.

Percentagem das árvores ardidas no incêndio em Tavira:
Sobreiro: 49% (2812 hectares)
Pinheiro - manso: 22% (1291 hectares)
Pinheiro - bravo: 10% (587 hectares)
Outras folhosas (Medronheiro): 13% (730 hectares)
Azinheira: 1% (38 hectares)
Eucalipto - (17 hectares)

Fonte: http://www.icnf.pt/portal/florestas/dfci/relat/raa/resource/doc/ree2012/rel-recup-inc-catraia-set-v5

Ou seja, no incêndio em Tavira que arderam mais de 24000 ha, só arderam 17 hectares de eucaliptos.

Afinal, a culpa é do eucalipto... :D

Que arranquem os eucaliptos, depois não se queixem que o interior do país ficar um deserto, quem é o produtor que vai plantar carvalhos ou outras árvores para irem tirar rendimentos daqui a 10, 20 ou 50 anos. Só, se for muito maluco.

O eucalipto é a árvore que dá mais rentabilidade no curto prazo, o resto que limpem as florestas, o mato, que abram caminhos pela floresta, que se criem condições, que não plantem eucaliptos junto às estradas e junto às casas, que os proprietários limpem os matos à volta da casa. Talvez, as coisas corram melhor, enquanto não existir auto-protecção das pessoas não vale a pena, andar a proibir o triste do eucalipto, porque esse triste ainda é uma fonte de riqueza para muitas pessoas que vivem no interior.
 
  • Gosto
Reactions: bandevelugo