Seguimento - Incêndios 2017

jonas

Cumulonimbus
Registo
14 Jul 2015
Mensagens
2,280
Local
Paredes
Penso que o abandono dos eucaliptos é igual a não conseguir render terrenos, que é igual ao abandono das florestas, que é igual á sujidade dos terrenos (mais fogos).Esta é a minha opinião.
Por um lado é bom por outro é mau.
 


Registo
6 Mai 2017
Mensagens
45
Local
Portugal
Penso que o abandono dos eucaliptos é igual a não conseguir render terrenos, que é igual ao abandono das florestas, que é igual á sujidade dos terrenos (mais fogos).Esta é a minha opinião.
Por um lado é bom por outro é mau.

Não acho que devamos nem considerar abandonar por completo a plantação de eucaliptos, nem "deixar estar como está".

Um dos extremos nunca se concretizará, é inconcebível, agora a plantação de árvores nativas á volta das povoações, bem como em corredores por entre as plantações comerciais, penso que seria uma mais valia em todos os cenários.
Para proteção contra incêndios, uma barreira que eles teriam que atravessar, e também, para ajudar á recuperação das florestas portuguesas. Dando preferência a zonas já húmidas por natureza, criamos zonas verdes todo o ano. Podem-se plantar nas extremas dos terrenos, para vizinhos unirem esforços e dividirem o "sacrifício" de dedicar uns metros da sua área a este objectivo.

Vejo na televisão a definição "floresta" a ser atirada ao ar, mas não sei do que falam, um monte de pinheiros ou eucaliptos plantados em linha para cortar daqui a uns tempos não é floresta.
 

António josé Sales

Nimbostratus
Registo
6 Out 2016
Mensagens
1,070
Local
Turquel, concelho de Alcobaça
Não acho que devamos nem considerar abandonar por completo a plantação de eucaliptos, nem "deixar estar como está".

Um dos extremos nunca se concretizará, é inconcebível, agora a plantação de árvores nativas á volta das povoações, bem como em corredores por entre as plantações comerciais, penso que seria uma mais valia em todos os cenários.
Para proteção contra incêndios, uma barreira que eles teriam que atravessar, e também, para ajudar á recuperação das florestas portuguesas. Dando preferência a zonas já húmidas por natureza, criamos zonas verdes todo o ano. Podem-se plantar nas extremas dos terrenos, para vizinhos unirem esforços e dividirem o "sacrifício" de dedicar uns metros da sua área a este objectivo.

Vejo na televisão a definição "floresta" a ser atirada ao ar, mas não sei do que falam, um monte de pinheiros ou eucaliptos plantados em linha para cortar daqui a uns tempos não é floresta.
Concordo em absoluto com tudo o que disseste.:thumbsup::thumbsup::thumbsup::D
 

bandevelugo

Cumulus
Registo
3 Jan 2008
Mensagens
319
Local
Lisboa
Não acho que devamos nem considerar abandonar por completo a plantação de eucaliptos, nem "deixar estar como está".

Um dos extremos nunca se concretizará, é inconcebível, agora a plantação de árvores nativas á volta das povoações, bem como em corredores por entre as plantações comerciais, penso que seria uma mais valia em todos os cenários.
Para proteção contra incêndios, uma barreira que eles teriam que atravessar, e também, para ajudar á recuperação das florestas portuguesas. Dando preferência a zonas já húmidas por natureza, criamos zonas verdes todo o ano. Podem-se plantar nas extremas dos terrenos, para vizinhos unirem esforços e dividirem o "sacrifício" de dedicar uns metros da sua área a este objectivo.

Vejo na televisão a definição "floresta" a ser atirada ao ar, mas não sei do que falam, um monte de pinheiros ou eucaliptos plantados em linha para cortar daqui a uns tempos não é floresta.

Caro Micael Gonçalves,

"um monte de sobreiros plantados em linha para tirar cortiça daqui a uns tempos" não é floresta? E "um monte de azinheiras plantadas em linha para produzir bolota e cogumelos daqui a uns tempos, e dar lenha" não é floresta"? Ou a lógica só se aplica às "monoculturas" de pinheiro e não às "monoculturas" de Quercus?

Na Mata de Leiria, onde estão há muitos milhares de anos, os pinhais são desprezados e nem merecem ser classificados como "floresta", mas em Burgos os lindos pinhais do Pek já são "Floresta Modelo"!!!! Há que ter um mínimo de coerência...

Enfim... no Portugal do século XIX e início do século XX o grande causador dos incêndios eram os matagais e os baldios ao abandono... arborizaram-se os matagais e depois a culpa dos pavorosos incêndios passou a ser dos pinhais... Substituiram-se os pinhais por eucaliptais e agora a culpa dos incêndios é dos eucaliptos...

MAS NINGUÉM NOTA AQUI UM PADRÃO???!!!!
 

luismeteo3

Furacão
Registo
14 Dez 2015
Mensagens
17,112
Local
Fatima (320m)
Na sequência do incêndio de Pedrógão Grande, o Presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS) da GNR diz que a ministra da Administração Interna se deve demitir. Concorda?
Sim:1869 votos

26%
Não:3926 votos

54%

Não tenho opinião formada sobre o assunto:1531 votos

21%
http://www.sapo.pt/
 

cova beira

Nimbostratus
Registo
29 Dez 2008
Mensagens
669
Local
Tortozendo
Em todos os grandes incêndios existe incapacidade e falta de organização no combate a incêndios. Tavira, teve mais de 1000 bombeiros (foi o 1º incêndio em Portugal com mais de 1000 bombeiros), mas a população teve que se virar sem a ajuda dos bombeiros, em Pedrógão Grande a mesma coisa.

Incêndio em Tavira: Incidiu em cerca de 5800 ha de povoamentos florestais tendo percorrido , essencialmente, áreas ocupadas por sobreiro e pinheiro-manso.

Percentagem das árvores ardidas no incêndio em Tavira:
Sobreiro: 49% (2812 hectares)
Pinheiro - manso: 22% (1291 hectares)
Pinheiro - bravo: 10% (587 hectares)
Outras folhosas (Medronheiro): 13% (730 hectares)
Azinheira: 1% (38 hectares)
Eucalipto - (17 hectares)

Fonte: http://www.icnf.pt/portal/florestas/dfci/relat/raa/resource/doc/ree2012/rel-recup-inc-catraia-set-v5

Ou seja, no incêndio em Tavira que arderam mais de 24000 ha, só arderam 17 hectares de eucaliptos.

Afinal, a culpa é do eucalipto... :D

Que arranquem os eucaliptos, depois não se queixem que o interior do país ficar um deserto, quem é o produtor que vai plantar carvalhos ou outras árvores para irem tirar rendimentos daqui a 10, 20 ou 50 anos. Só, se for muito maluco.

O eucalipto é a árvore que dá mais rentabilidade no curto prazo, o resto que limpem as florestas, o mato, que abram caminhos pela floresta, que se criem condições, que não plantem eucaliptos junto às estradas e junto às casas, que os proprietários limpem os matos à volta da casa. Talvez, as coisas corram melhor, enquanto não existir auto-protecção das pessoas não vale a pena, andar a proibir o triste do eucalipto, porque esse triste ainda é uma fonte de riqueza para muitas pessoas que vivem no interior.

fiquei sem compreender se estás a ser ironico,

estás a tentar dizer que os eucaliptos no perímetro do fogo não arderam ou que não havia eucaliptos para arder.

ontem Passos Coelho fez um malabarismo semelhante que eu considero de muito mau gosto.

Toda a gente sabe que o pinheiro bravo e eucalipto são arvores extremamente inflamáveis não compreendo porque se continua a questionar esse facto.
 
  • Gosto
Reactions: luismeteo3

luismeteo3

Furacão
Registo
14 Dez 2015
Mensagens
17,112
Local
Fatima (320m)
Na sequência do incêndio de Pedrógão Grande, o Presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS) da GNR diz que a ministra da Administração Interna se deve demitir. Concorda?
Sim:1869 votos

26%
Não:3926 votos

54%

Não tenho opinião formada sobre o assunto:1531 votos

21%
http://www.sapo.pt/
O mais natural é que no fim de tudo apurado a ministra tenha de se demitir, mas a verdade é que esta tragédia tinha acontecido na mesma com outro governo qualquer...
 

Toby

Nimbostratus
Registo
25 Mar 2011
Mensagens
1,975
Local
Alcobaca (160 m)
fiquei sem compreender se estás a ser ironico,

estás a tentar dizer que os eucaliptos no perímetro do fogo não arderam ou que não havia eucaliptos para arder.

ontem Passos Coelho fez um malabarismo semelhante que eu considero de muito mau gosto.

Toda a gente sabe que o pinheiro bravo e eucalipto são arvores extremamente inflamáveis não compreendo porque se continua a questionar esse facto.


Uma faca em boas mãos é um instrumento, más em maus mãos é uma arma.
É a gestão, os excessos, a organização, a prevenção, a educação que é a causa desta tragédia.

É o meu parecer, mas posso enganar-se.
Bom dia à todos
 
  • Gosto
Reactions: jonas e luismeteo3

luismeteo3

Furacão
Registo
14 Dez 2015
Mensagens
17,112
Local
Fatima (320m)
Hoje o sexta ás 9 na RTP1 vai ser sobre o grande incêndio de Pedrogão onde vão revelar novos factos. Ao que parece vários grandes erros e descoordenação logo no primeiro ataque ao incêndio que o deixou incontrolável.
 

dahon

Nimbostratus
Registo
1 Mar 2009
Mensagens
1,677
Local
Viseu(530m)
Hoje o sexta ás 9 na RTP1 vai ser sobre o grande incêndio de Pedrogão onde vão revelar novos factos. Ao que parece vários grandes erros e descoordenação logo no primeiro ataque ao incêndio que o deixou incontrolável.
Só espero mais uma vez que tenham em conta as condições meteorológicas. Se não para mim continua a valer pouco ou nada.
 
  • Gosto
Reactions: luismeteo3

Orion

Furacão
Registo
5 Jul 2011
Mensagens
21,635
Local
Açores
Moradores de Escalos Fundeiros rejeitam trovoada na origem do fogo

Quando deflagrou o incêndio, pouco depois do almoço, no dia 17, alguns residentes verificaram que algum fumo se erguia acima dos pinhais e eucaliptais, numa propriedade próxima da povoação.

Dono de uma pequena fábrica onde produz calças, em cooperação com os três filhos, o alfaiate Miguel Serrano, de 75 anos, assegurou que "o céu estava limpo" e que não havia trovoada quando eclodiram as labaredas.

"Aqui não houve trovoada nessa altura, nada", declara o morador, frisando que a árvore supostamente atingida por um raio, como revelou a Polícia Judiciária (PJ) na manhã do dia 18, "era uma árvore podre, caída no chão e parte dela ainda no ar", como "acontece com outras" na mesma zona florestal, salienta Miguel Serrano.

---

Hoje o sexta ás 9 na RTP1 vai ser sobre o grande incêndio de Pedrogão onde vão revelar novos factos. Ao que parece vários grandes erros e descoordenação logo no primeiro ataque ao incêndio que o deixou incontrolável.

Isso não é facto propriamente 'novo'. É a 'teoria da conspiração' a ser finalmente comprovada como verdade.

O mais natural é que no fim de tudo apurado a ministra tenha de se demitir, mas a verdade é que esta tragédia tinha acontecido na mesma com outro governo qualquer...

E como é que sabes isso? Tens mesmo que ver o 6ª às 9 :D

O Comandante de Pedrógão era novato na coisa. Quem o nomeou tem, no mínimo, responsabilidade indireta.

Quanto à ministra, a demissão dela está longe de ser grande remendo. Ela estava à nora (e o carro dela até foi assaltado - fim de semana péssimo de facto) porque todos os outros abaixo dela não estavam muito melhores. Ela pode tomar a iniciativa mas isso seria só raspar a superfície.

Honestamente penso que por algumas pessoas nem vale a pena investigar o que se passou. É o 'nada se poderia ter feito' marcelista que está muito mas muito longe da realidade.

"Incompetência do Governo não pode encontrar justificação na meteorologia"

Pedro Soares acusou a maioria PSD/CDS-PP de ser responsável pelo agravamento dos fogos florestais. “Não se conhecem deste Governo políticas florestais nem políticas de prevenção para a florestas”, referiu o dirigente bloquista, lembrando ainda que os sapadores florestais estão sem receber apoios desde junho.

Que saudades tenho eu dos ativistas. Vão para o governo e ficam calados com a conveniência da malta do costume. Ficam indignados com a partidarização das tragédias apenas e só quando não lhes é conveniente. Vão mas é apanhar bonés.
 
Última edição:
  • Gosto
Reactions: guisilva5000

Orion

Furacão
Registo
5 Jul 2011
Mensagens
21,635
Local
Açores
Última edição:
  • Gosto
Reactions: guisilva5000

Orion

Furacão
Registo
5 Jul 2011
Mensagens
21,635
Local
Açores
Registo
6 Mai 2017
Mensagens
45
Local
Portugal
Caro Micael Gonçalves,

"um monte de sobreiros plantados em linha para tirar cortiça daqui a uns tempos" não é floresta? E "um monte de azinheiras plantadas em linha para produzir bolota e cogumelos daqui a uns tempos, e dar lenha" não é floresta"? Ou a lógica só se aplica às "monoculturas" de pinheiro e não às "monoculturas" de Quercus?

Na Mata de Leiria, onde estão há muitos milhares de anos, os pinhais são desprezados e nem merecem ser classificados como "floresta", mas em Burgos os lindos pinhais do Pek já são "Floresta Modelo"!!!! Há que ter um mínimo de coerência...

Enfim... no Portugal do século XIX e início do século XX o grande causador dos incêndios eram os matagais e os baldios ao abandono... arborizaram-se os matagais e depois a culpa dos pavorosos incêndios passou a ser dos pinhais... Substituiram-se os pinhais por eucaliptais e agora a culpa dos incêndios é dos eucaliptos...

MAS NINGUÉM NOTA AQUI UM PADRÃO???!!!!

Para responder ao seu comment, eu não exclui as monoculturas de Quercus da minha crítica, e acho que tenho sido coerente, os meus comentários até são raros e bem pensados.
Qualquer área de exploração que não tenha biodiversidade minimamente abundante a meu ver não é floresta, uma só espécie de árvore não cria um habitat, cria um pinhal, um sobreiral, eucaliptal, etc.
Duvido que alguém no seu perfeito juízo afirme que os matagais deixaram de ser um causador de incêndios, ou os pinhais tornaram-se "neutros" depois da chegada do Eucalipto, simplesmente um substitui o outro com o passar do tempo em grandes áreas do país, daí a nossa atenção virar para aquilo que existe hoje atrás lá da casa, da aldeia... agora o padrão que realmente noto, é o de explorar matéria orgânica como se estivéssemos numa fábrica, só que sem os extintores á mão.

É normal que qualquer problema se propague mais facilmente enquanto houver combustível sem interrupção nem barreiras.

Conseguimos também uma paisagem mais bonita, e com fauna mais presente. A sugestão é simples
 
  • Gosto
Reactions: Mr. Neves

Mr. Neves

Cumulonimbus
Registo
22 Jan 2013
Mensagens
3,971
Local
Tondela-290m
Caro Micael Gonçalves,
Enfim... no Portugal do século XIX e início do século XX o grande causador dos incêndios eram os matagais e os baldios ao abandono... arborizaram-se os matagais e depois a culpa dos pavorosos incêndios passou a ser dos pinhais... Substituiram-se os pinhais por eucaliptais e agora a culpa dos incêndios é dos eucaliptos...

MAS NINGUÉM NOTA AQUI UM PADRÃO???!!!!

Esse dito padrão, não passa de um profundo desconhecimento e tentativa de enriquecimento das populações, que levaram a uma falta de planeamento florestal colossal, e para além disso, que preocupação têm as pessoas e os madeireiros com o ambiente? Mas não tapemos o sol com a peneira relativamente ao poder inflamável do pinheiro e do eucalipto, e às capacidades destrutivas dos ecossistemas deste último. E como o @Micael Gonçalves referiu, uma floresta monocultural não é por certo uma floresta que suporte um ecossistema saudável e bem estruturado. A questão, é que à luz das necessidades dos tempos modernos, a população e os empresários, não conseguem subsistir sem a plantação desmesurada de eucaliptos e pinheiro para a exploração da pasta de papel, e para a comercialização de madeiras a diferentes níveis.Talvez não seja solução acabar repentinamente e por completo com o eucalipto, mas continuar a plantar sem o mínimo de cuidados ao nível de planeamento florestal só porque sim, é que não parece solução. A solução talvez passe é por estudar outras espécies que não sejam tão prejudiciais como o eucalipto, mas que possuam uma rentabilidade aceitável.
As populações possuem um profundo desconhecimento ao nível das ciências florestais. Como exemplo concreto, dou o caso das plantações de castanheiro, vejo por vezes grandes plantações de castanheiro a altitudes baixas, e os proprietários a queixarem-se de que mais valia terem plantado eucalipto ou pinheiro, porque passados alguns anos as árvores secaram... esquecendo-se que na verdade o castanheiro só devia ser plantado altitudes relativamente elevadas, talvez altitudes superiores aos 700m, para evitar as pragas e doenças. Mas para além destes casos de ignorância que desmotivam as populações a plantar árvores autóctones, há aqueles que entendem e se fazem de desentendidos e preferem continuar a agir sem o mínimo de cuidados nas suas propriedades. Outra coisa que a mim me parece indiscutível é a resistência que as árvores autóctones oferecem aos incêndios, não sei como está a lei a este nível mas para mim devia ser obrigatório plantar pelo menos um mínimo de árvores autóctones por uma certa área de terreno, e se possível usá-las como proteção para os incêndios, estudando convenientemente as formas de planeamento florestal. Sei que nem todas as pessoas têm posses, verbas ou saúde para levar um projeto destes avante, mas no passado os governos já deram incentivos à limpeza das matas e afins, e não se viu nada, alguém deve ter enchido os bolsos mais uma vez. Mas ainda bem que se fala agora nesses casos na anexação dos terrenos para o estado, veremos é que cuidados eles terão após os anexarem.

Mas voltando ao eucalipto.... Para além da propagação de incêndios, os eucaliptos trazem outros perigos para o futuro e o presente dos ecossistemas. Como se sabe os eucaliptos não são originários do nosso país, e mesmo os pinheiros só deveriam fazer parte da faixa costeira portuguesa, mas realmente por questões de rapidez de crescimento e dinheiro, o nosso país virou uma área eucaliptal e de pinhal, o que veio dar origem à destruição progressiva da comunidade clímax dos nossos ecossistemas. Em termos de sucessões ecológicas estima-se que certas florestas portuguesas se tenham formado após cerca de 150 anos, e infelizmente aquilo que fazemos com os incêndios ou com a plantação das espécies que referi acima, é levar os ecossistemas a regressar a sucessões secundárias, os quais terão de evoluir de novo de de uma comunidade pioneira ou de uma comunidade muito ténue e levar mais cerca de 150 anos a atingir comunidades mais complexas até à comunidade clímax. O eucalipto é uma árvore que através dos seus óleos voláteis, entra em combustão com as elevadas temperaturas, mas não se fica só por aqui... O eucalipto traz sérios problemas ao solo, como a erosão e o empobrecimento do mesmo. A erosão é mais sentida nas encostas de montanhas ou de outras elevações onde o facto da folhagem destas árvores ser reduzida, permite a entrada de mais água para o solo, que deverá escorrer. Esta escorrência originará ao longo dos anos um processo de erosão que irá colocar a nu a rocha mãe, que permitiu após longos anos de transformações, dar seguimento às nossas florestas, falo desde os primeiros musgos e líquenes que geraram matéria orgânica, para que fossem evoluindo os primeiros arbustos, ervas, fetos e posteriormente abetos, carvalhos, vidoeiros, nogueiras etc. E associado à erosão e à escorrência de água, podem estar a associados os perigos de inundação/cheias. Não sei se já repararam na pobreza de biodiversidade das áreas eucaliptais. É que não estamos na Austrália, onde os coalas tratam de se alimentar das folhas de eucalipto! Cá a realidade de um eucaliptal é um deserto verde, onde os insetos e microorganismos não proliferam por não conseguirem consumir ou decompor a matéria vegetal dos eucaliptos. Já as espécies vegetais não se atrevem também a competir com as necessidades excessivas de consumo de nutrientes dos eucaliptos, tais como potássio, cálcio, magnésio, nitrogénio, fósforo e água. Aliás as únicas espécies que parecem ainda se atrever nos eucaliptais, são os fetos que por si só também só complicam a propagação de incêndios. O excessivo consumo de água (causa do elevado tamanho destas árvores e da sua ótima adaptação a Portugal) em conjunto com estes nutrientes, empobrece o solo não permitindo que outras plantas se desenvolvam, e muitas das vezes este solo é também submetido à erosão. Por todos estes perigos pergunto se é assim tão viável destruirmos o passado secular das nossas florestas por motivos económicos, e colocarmos os nossos ecossistemas em tamanhos riscos.

Ainda bem que estão a ser tomadas medidas ao nível da reforma das florestas portuguesas e para o controlo do eucalipto, mas o mais provável é cair tudo em saco roto, como de costume, esperemos que não.

Peço desculpa por me ter alongado tanto, talvez esta mensagem devesse até estar colocada no tópico "Árvores e Floresta de Portugal".