Cáucaso (Geórgia, Arménia e Karabagh) - Junho 2017

David sf

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A estrada continuava a subir até perto dos 2600m no Passo Vorotan:


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Após o Vorotan a estrada prolonga-se durante vários quilómetro por um longo planalto acima dos 2000m, verdejante e florido, com belíssimas vistas.


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Mais um engarrafamento:


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Já perto da descida para a cidade de Goris começam a aparecer umas nuvens ameaçadoras:


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E pouco depois aparece um nevoeiro denso:


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Que obriga a uma circulação muito vagarosa. Os últimos quilómetros antes de Karabagh foram realizados a uma média de 30 km/h no meio de curvas, penhascos e nevoeiro.

Só quando entramos em Nagorno Karabagh e baixamos de altitude se começa a ver alguma coisa. No posto fronteiriço, apesar do chuvisco, já dava para apreciar a paisagem:


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Após 20 minutos de formalidades seguimos por este país, que uns dizem que não existe, até à sua capital, Stepanakert, onde chegamos já de noite. No caminho o guia conta a versão arménia do conflito.

Logo em 1920, após o final da I Guerra Mundial, a má relação entre os dois países dá origem a uma série de incidentes, principalmente contra os arménios que viviam no Azerbaijão. Nesse ano uma revolução comunista toma o poder em Baku, capital do Azerbaijão, e filia o país voluntariamente na URSS. Após a anexação da Arménia, Estaline em agradecimento para com o governo azeri, oferece-lhes os territórios de Naquichevão e de Nagorno Karabagh.

Nos últimos anos de domínio soviético, e já a perceber-se o império a desmoronar-se, a região de Nagorno Karabagh vota em referendo favoravelmente à sua transferência para a Arménia, algo que era permitido pela constituição soviética. Os azeris não reconhecem os resultados do referendo e iniciam-se algumas escaramuças entre as duas repúblicas.

Após a declaração de independência dos dois países, os arménios ocupavam apenas uma pequena parte da região em redor da capital, Stepanakert, que era constantemente bombardeada desde Shoushi, a segunda maior cidade da região, situada no topo da montanha que ladeia Stepanakert, logo um ponto estratégico para os azeris. Em Shoushi ocorreu também um dos maiores massacres contra arménios deste conflito.

A guerra em larga escala inicia-se com a tomada de Shoushi pelos arménios, mais uma das suas vitórias miraculosas, em menor número e atacando de baixo para cima. Esta vitória foi o ponto de viragem a favor dos arménios, um ponto estratégico conquistado e uma vingança pelo massacre ocorrido anos antes nesta cidade.

Nos dois anos seguintes os arménios recuperaram quase a totalidade de Nagorno Karabagh e estenderam o seu território vários quilómetros para dentro do Azerbaijão. A conquista mais importante em território historicamente azeri foi a cidade de Aghdam, na altura com centenas de milhares de habitantes e hoje cidade-fantasma onde se é proibido entrar.

Após os acordos de Minsk celebrados em 1994, a guerra em larga escala terminou, mas as escaramuças têm sido frequentes, cada vez mais nos últimos anos. O fortalecimento económico do Azerbaijão e a radicalização do Islão não indiciam nada de bom para os arménios. A cidade de Mossul, até há um mês atrás capital do Estado Islâmico do Levante, situa-se a apenas 400 km em linha recta da fronteira arménia. O enfraquecimento económico do seu mais forte aliado regional, a Rússia (que recentemente vendeu armamento ao Azerbaijão), fez a Arménia virar-se nos últimos anos para o mundo ocidental, aproximando-se da NATO e da UE.

Para o governo azeri entrar em Nagorno Karabagh é proibido. Se me identificassem como autor deste texto eu entraria numa lista negra onde já aparecem vários políticos de renome, cantores, actores, escritores, etc. Como não me puseram o visto no passaporte (a agência de viagens levou folhas para o efeito) não há nenhuma prova que tenha estado em Nagorno Karabagh, mas se tivesse o visto no passaporte e tentasse entrar no Azerbaijão sujeitava-me a pena de prisão.
 


Toby

Nimbostratus
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Alcobaca (160 m)
Bonita viagem!
A Arménia é o país que tem mais a grande percentagem de população que está fora do país.
País não muçulmano cercado de país muçulmano.
Povo orgulhoso e muito solidário entre eles.
Clima quente em verão, frio em inverno.
País que se revela devagar da dominação russa, onde reina ainda uma corrupção de estado.
Conheço efectivamente os Arménios, é uma mistura muito específica entre cultura ocidental moderna e conservantismo. (macho ;) como o port..... :lol:)
Muito grandes de músico sobretudo violino.
 
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David sf

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12 – NAGORNO KARABAGH


Inicio o dia dedicado inteiramente a Nagorno Karabagh por um passeio matinal na zona mais central de Stepanakert, onde se situava o hotel onde fiquei instalado, enquanto esperava pelo pequeno-almoço que só é servido após as 8 horas.

O edifício do Parlamento de Nagorno Karabagh:


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Apesar de não ser reconhecido pela ONU nem pela esmagadora maioria dos restantes países, Nagorno Karabagh funciona de facto como um país independente (embora económica e militarmente dependente da Arménia). O Azerbaijão não tem qualquer controlo sobre este território há mais de 20 anos e a sua população é mais de 99% arménia.

Nas ruas de Stepanakert, bem como em todos os locais do país onde estive, nunca deu para perceber grandes sinais de que a guerra se desenrolava bem perto. Esporadicamente cruzei-me com veículos militares, mas nada que não seja visível em qualquer outro lugar do mundo. A presença de delegações da UE e da NATO na região nesta semana pode ter ajudado a acalmar os ânimos.

O hotel Armenia, onde fiquei hospedado, tinha todas as condições de qualquer outro hotel na Europa Ocidental, com um excelente pequeno-almoço. O preço da estadia estava incluído no total da viagem, pelo que não o posso especificar:


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Após o pequeno-almoço, e já com o grupo todo junto, visitamos os principais locais da pouco interessante Stepanakert:


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Com visita ao Museu da História de Nagorno Karabagh, uma visita guiada de uma hora pela História, heróis e tradições do país, enquanto o guia da excursão estava no MNE a tratar dos nossos vistos:


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No museu havia uma secção dedicada aos monumentos arménios destruídos em territórios azeris e turcos:


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A visita a Stepanakert terminou no castiço mercado da cidade:


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À saída da cidade encontra-se o mais icónico monumento do país, conhecido como “We are the mountains” ou tatik-papik (avó-avô), representando a comunhão entre as pessoas e a montanha:


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Saímos então de Stepanakert a caminho do Mosteiro de Gandzasar, no Norte do país:


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O mosteiro estava a sofrer obras de remodelação e não difere muito de todos os restantes mosteiros visitados na Arménia:


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A vista, um pouco prejudicada pelas nuvens:


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No muro exterior do complexo existe a cápsula de um míssil lançado pelos azeris durante a guerra e que miraculosamente foi travado por um muro do século XIII:


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David sf

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O almoço foi num excêntrico hotel próximo de Gandzasar:


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À tarde deslocamo-nos para Tigranakert, antiga fortaleza fundada pelo rei arménio Tigran. Este local situa-se bastante próximo da linha da frente da guerra, numa zona plana típica do território azeri. Fica a cerca de 5km da cidade fantasma de Aghdam, onde não consegui convencer ninguém a ir.

A estrada para Tigranakert:


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A estrada para Aghdam (o que deu para fotografar desde o vidro do autocarro:


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Tigranakert hoje está muito artificializado, o edifício foi transformado em restaurante durante a ocupação azeri. Hoje alberga um museu arqueológico:


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A vista desde o alto da fortaleza. A paisagem aqui parece-se muito com o Alentejo e até o cheiro é o mesmo:


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Uma antiga Igreja no alto da montanha vista desde Tigranakert:


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O local de escavações arqueológicas ao lado da fortaleza:


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Já a caminho de Stepanakert, a antiga muralha que dividia o território arménio do território islâmico:


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13 –TATEV

Após mais uma noite em Stepanakert, saímos logo de manhã da capital de Nagorno Karabagh de regresso à Arménia. Logo à saída de Stepanakert, a caminho de Shoushi, passa-se por um dos tanques que liderou o assalto a esta cidade no início da guerra, que agora serve de monumento à vitória das forças arménias:


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Vista desde este ponto para Stepanakert (desde o vidro do autocarro), e que mostra o quão vulnerável estava a capital deste país quando Shoushi estava na posse dos azeris e o quão importante foi a sua conquista pelas forças arménias:


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E a vista para a fortaleza de Shoushi, por onde se iniciou o assalto das forças arménias:


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Logo de seguida uma breve paragem em Shoushi, na moderna catedral de Ghazanchetsots, a principal desta cidade e que foi usada pelas forças azeris para esconder armamento, pois sabiam que os arménios não iriam bombardear a sua catedral:


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O caminho de volta foi feito pelas mesmas estradas por onde tinha passado dois dias antes, mas desta vez sem nevoeiro. Perto da fronteira, ainda em Nagorno Karabagh, passa-se por uma cidade recentemente construída para albergar arménios refugiados da Síria, que fugiram à barbárie do Estado Islâmico:


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O caminho até à próxima paragem é longo, mas a paisagem vai entretendo:


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Um dos vários gasodutos que atravessam a estrada:


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Atravessamento da cidade de Goris para abastecer:


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Mais um rebanho enorme ao longo da estrada, este dividido em vários “pelotões”:


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A principal paragem do dia foi em Tatev, mosteiro dedicado ao apóstolo Tadeu. Até há uns anos atrás o acesso a Tatev era feito por uma estrada muito sinuosa e a viagem era demorada e um pouco complicado para autocarros turísticos. Mas em 2010 foi inaugurado o teleférico, o mais longo teleférico do mundo sem paragens (5700m percorridos a velocidade média de 37 km/h, que se sentem muito bem nas mudanças de declive) que reduziu a viagem para 10 minutos.


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O mosteiro de Tatev é um dos mais interessantes e preservados complexos da Arménia.


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É permitida a visita aos antigos quartos dos monges, com esta vista:


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Após almoço em Tatev, regresso a Yerevan, com paragem numa adega a meio do caminho para degustação e vinho.


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Passamos de novo pelo Monte Ararat, mas ainda não é hoje que ele está descoberto.

14 – ECHMIADZIN


Para os dois últimos dias na Arménia restavam-me duas pequenas excursões a partir de Yerevan. A primeira seria a Echmiadzin, a sede da Igreja Arménia.

No entanto a primeira paragem é ainda dentro de Yerevan, em Matenadaran, museu que reúne milhares de manuscritos em arménio, a maior parte recolhidos de Igrejas que actualmente estão localizadas em territórios do Azerbaijão e da Turquia.

É necessário pagar um valor elevado para tirar fotos no seu interior, e eu optei por não o fazer. Ficam apenas fotos do exterior.


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David sf

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Após uma visita de uma hora seguimos para a cidade de Vagharshapat, onde se localiza o complexo de Echmiadzin, sede da Igreja Arménia. Mas antes de Echmiadzin paramos em outras duas igrejas, dedicadas a duas santas, Hripsime e Gayane, que no século III ajudaram a difundir o Cristianismo na Arménia. Tal como Nino na Geórgia, uma grande parte dos evangelizadores cristãos no Cáucaso foram mulheres.

Igreja de Santa Hripsime, onde decorria um casamento:


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O túmulo da Santa Hripsime:


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Igreja de Santa Gayane:


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Seguimos para o complexo de Echmiadzin, na minha opinião demasiado moderno e artificial. O interior da Igreja principal foi projectado por um arménio de origem persa, notando-se bastante a influência oriental:


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O altar da Igreja foi construído no local que terá sido indicado por Deus a Gregório, o Iluminador no século IV:


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Após o almoço, fazemos a última paragem nas ruínas de Zvartnots, enorme templo de influência clássica que foi destruído por um sismo no século X:


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Estas ruínas ficam muito perto do aeroporto (que também se chama Zvartnots). Ao fundo o Ararat coberto por nuvens:


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15 – GARNI e GEGHARD


No último dia na Arménia faço a excursão mais famosa desde Yerevan, ao templo clássico de Garni e ao templo arménio de Geghard, ambos localizados nos arredores de Yerevan. Era sábado, estava bom tempo e estavam ambos apinhados de visitantes.

O dia começa com uma novidade, foi preciso esperar pelo último dia na Arménia para o Ararat se apresentar totalmente limpo, com todo o seu esplendor:


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O templo de Garni é o único tempo de origem grega que se mantém nesta região. Manteve-se porque foi residência de uma família nobre durante vários séculos.


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Tal como os outros templos, está muito bem localizado, com belas vistas para o vale onde existe um monumento geológico:


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As antigas termas do complexo:


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E o melhor estava guardado para o fim. Após visitar vários templos arménios foi preciso chegar ao último para ficar completamente surpreendido. Geghard, tal como todos os outros, situa-se num local naturalmente fabuloso, mas também o mosteiro é fabuloso. Provavelmente por ser o segundo mais antigo (após Echmiadzin) e por ser o que mais preservou o traço original, tudo aqui é místico e diferente. Até existe uma nascente de água no seu interior.

Pena que houvesse tanta gente, o que não permitia sentir todo o misticismo do lugar na sua plenitude.


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No regresso a Yerevan, paramos num local onde se fabrica o lavash, típico pão arménio, de forma tradicional:


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David sf

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16 - VIENA

Acordo às 2 da manhã (23h do dia anterior em Portugal) para apanhar o avião rumo a Viena, que sairia pouco depois das quatro e meia. A viagem até ao moderno aeroporto de Zvartnots dura cerca de 15 minutos de táxi e pouco depois das 3 da manhã já estou na sala de embarque, onde começam a chegar as más notícias do incêndio de Pedrógão Grande.

O voo da Austrian Airlines corre na perfeição e às 6 da manhã aterro em Viena. Tenho cerca de 10 horas para visitar esta cidade onde nunca havia estado, e aposto dedicar essas poucas horas ao centro da cidade e deixar os palácios e outras atracções nos arredores da cidade para uma próxima visita.

Visitar Viena às 7 da manhã de uma manhã fresca e soalheira é uma bênção. Seguem as fotos:


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O famoso Hotel Sacher, onde se vendem as não menos famosas Sacher Torte:


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Uma chaminé de uma fábrica, com bastante estilo:


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Mais fora do centro, um Augarten, estrutura construída pelos Nazis durante a II Guerra Mundial como bunker para a população da cidade:


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Localizado num jardim bastante agradável:


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David sf

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Visitei o Museu do Crime, onde se mostra a evolução do combate ao crime na cidade ao longo da sua História, mostrando cenas de crimes, armas usadas nesses mesmos crimes, notas falsas apreendidas, máquinas de jogo viciadas, pinturas eróticas retiradas de bordéis e até uma cabeça de um assassino:


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Na ala mais recente, destaque para os atentados perpetrados contra diplomatas turcos por terroristas arménios:


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Situado numa zona mais moderna da cidade, mas mesmo assim bastante cuidada:


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O Danúbio:


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Outro Augarten, já perto da estação central, onde apanhei o comboio para regressar ao aeroporto:


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O voo de regresso correu como previsto, pontual e calmo. Espantou-me que a TAP tenha conseguido encher um A330 nesta rota.
 

Paelagius

Nimbostratus
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27 Set 2013
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Porto
Que grande viagem @David sf ! Estou surpreendido pelo teu interesse naquela região. Pude ver alguns locais que me são de certa forma familiares. Namorei 6 anos com uma georgiana (Lazmingreliana)…

Sim, muitos georgianos optam por comprar o carro usado importado do Japão, mas não custam 2500$… Não te sei precisar agora o valor, mas recordo-me que o Yaris não ficou por esse preço — nem por sombras, só se viesse comprometido…

O custo de vida não é muito elevado mas também não é para um português fazer grande figura por lá… A reforma do pai da minha namorada, engenheiro civil, eram uns míseros 180Lari ≈ 60€… :( Quando se deu a queda da URSS, o dinheiro de toda a gente ficou retido na Rússia onde estava o banco… Certamente para uns bandos de magnatas russos que andam por aí!

A maioria é seguidora da Igreja Ortodoxa Georgiana e não Russa… Ambas Ortodoxas mas regem-se de algum modo diferente.

A Rainha Santa Ketevan é muito venerada por lá. Entregou-se aos Persas para que não arrasassem a Geórgia e fez-se prisioneira por longos anos e torturada por não converter o país ao Islão. Dois missionários portugueses assistiram ao seu suplício de mártir e conseguiram transladar o seu corpo. Tive oportunidade de, em 2014, ir à procura da sua representação em azulejos da época, escondidos no Convento da Graça, em Lisboa.

Também o poeta Luís Vaz de Camões, em "Os Lusíadas", na sua crítica, faz referência àquela região…Os portugueses, que difundiram a fé cristã (católica) lugares mais longínquos e não foram capazes de defender a religião ali:

"Gregos, Traces, Arménios, Georgianos,
Bradando vos estão que o povo bruto
Lhe obriga os caros filhos aos profanos
Preceptos do Alcorão (duro tributo!).
Em castigar os feitos inumanos
Vos gloriai de peito forte e astuto,
E não queirais louvores arrogantes
De serdes contra os vossos mui possantes."

O estandarte de Nuno Álvares Pereira parece lembrar a bandeira (mais recente) da Geórgia mas não sei se terão algo em comum…

Fiquei admirado que não tenhas feito qualquer referência à gastronomia da Geórgia (khinkali, khachapuri, churchkhela, Saperavi, Bonjormi,…). As cubas debaixo de terra… E o culto aos brindes 'Tamada': à saúde, à amizade,… até caírem que nem tordos!

Na actual Geórgia, existiu um reino chamado Ibéria… Acreditam que as duas Ibérias partilham uma génese comum e as suas tribos Kart, Lazmingreliana, Svan, e os Bascos. Mas foram os gregos que baptizaram estes dois territórios extremos da Europa. Ninguém te contou isso?

Ser comunista é coisa de velho por lá. É claro que, tal como cá, ainda possa residir alguma saudade do antigo regime. Mas lá arranjaram a casa de uma personalidade tão contestada, em Portugal a casa de Salazar é o que se vê…
 
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