Seguimento Rios e Albufeiras - 2017



AnDré

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22 Nov 2007
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e é normal que com um verão uma barragem desca de 43% para 23%?? A mim não me parece e mais do que a falta de chuva, com certeza se nós portugueses e no mundo desenvolvido em geral, não déssemos a água como algo garantida, que é só abrir a torneira e já está, talvez as barragens não descessem tanto os níveis de agua armazenada. Nas cidades onde vivo Leiria e Caldas quantos dias neste verão não está a cair a aquela chuva morrinha e as rotundas são todas regadas a mesma todos ou quase todos os dias!! Com certeza não haveria necessidade de tanta rega.

No Alentejo há que ter em conta uma variável que noutros pontos do país é mais residual, que é a evaporação da água.
Os ribeiros secam, e as albufeiras das barragens são pouco profundas, mas extensas. Há dias em que a evaporação pode significar -1cm de altura nas albufeiras.
 

cepp1

Cumulus
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26 Jul 2017
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No Alentejo há que ter em conta uma variável que noutros pontos do país é mais residual, que é a evaporação da água.
Os ribeiros secam, e as albufeiras das barragens são pouco profundas, mas extensas. Há dias em que a evaporação pode significar -1cm de altura nas albufeiras.
Obrigado por estas sempre boas explicações!!! Sempre aprender sobre o clima aqui!!
 

Aristocrata

Super Célula
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28 Dez 2008
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Water has sporadically been scarce in this part of southern Europe for centuries. But Portuguese Environment Secretary Carlos Martins tells The Associated Press that "it has gotten worse with climate change."
Se esse senhor diz isso, quem sou eu para o contrariar? Eu não sou político...

As secas são por natureza repetitivas. A utilização da água é que tem sido incrementada nas últimas décadas, nomeadamente para a agricultura. E a bacia do Sado é um excelente exemplo.

Mesmo este ano parece-me que na bacia do rio Lima "pensaram" que choveria mais durante a primavera.
E passaram a turbinar normalmente na parte final do inverno.
Como não terão "pensado" bem, a barragem do Lindoso está agora muito mais baixa do que o esperado.
Mesmo sendo primavera e verão secos, não o foram de forma EXTREMA, porque os aquíferos no NO ainda não estão tão baixos como no resto do país.
 

Aristocrata

Super Célula
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28 Dez 2008
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Paços de Ferreira, 292 mts

O pior disto é que a gestão das barragens devia ser prioritária na manutenção do caudal ecológico nas situações de seca, relegando para 2º plano a gestão energética.
Podemos produzir energia de outras fontes (mesmo fósseis) mas não podemos deixar morrer um rio, com todas as implicações ecológicas assentes num plano de água natural - as secas naturais preservaram sempre a vida animal e vegetal de uma maneira ou de outra. As secas artificiais não tem essa capacidade.
 

vamm

Cumulonimbus
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26 Set 2014
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Ourique
https://www.rtp.pt/noticias/pais/ba...ourique-muito-perto-do-limite-infimo_v1020592

reportagem sobre a dita barragem, fosse eu a mandar no pais e a água só estava ligada duas ou 3 horas por dia!!!
A barragem é pouco profunda e infelizmente está a abastecer uma vasta área: desde a zona de ourique até almôdovar. Para mal dos nossos pecados, ainda vão querer ligá-la a outras áreas do concelho de Odemira, mas tudo isso só faria sentido sem o Alqueva ali tivesse chegado. Coisa que não aconteceu.
 
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Snifa

Furacão
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16 Abr 2008
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27 DE SETEMBRO DE 2017 08:42

Seca destapa ponte escondida há 19 anos

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Antiga ponte na região do Alentejo tem estado submersa pelas águas da barragem do Pego do Altar

Há duas décadas que a ponte de Rio Mourinho estava submersa pelas águas da barragem do Pego do Altar (Alcácer do Sal), mas a seca que tem atingido o Alentejo provocou a descida do nível da albufeira, destapando a antiga passagem entre as localidades de Santa Susana e São Cristóvão. A ponte, com cerca de 30 metros, foi construída há 200 anos e o seu regresso à luz do dia atesta o pesadelo que a falta de chuva representa para a bacia do Sado, onde as albufeiras registam uma média de 19,2% da sua capacidade. Em ano normal estariam nos 46%.

A barragem do Pego do Altar tem hoje 8% da sua capacidade, traduzidos em cerca de sete milhões de metros cúbicos, nas contas do coordenador da Associação de Regantes, Gonçalo Lince de Faria, dos quais cinco milhões são para garantir a sobrevivência dos peixes. Já foram retiradas várias toneladas de carpas e outras espécies para diminuir a carga piscícola. "Em 70 anos de barragem houve poucos com uma seca tão grande", sublinha, recordando que a associação optou por ratear a área de arroz em 40%, logo em abril, para que a água não faltasse de vez.

O prejuízo estende-se à pecuária na maioria das zonas do país, com os produtores a alimentarem o gado à mão, enquanto o governo aciona o "alerta laranja" e já admite rigor na preparação da próxima campanha agrícola, antes dos investimentos dos empresários nas sementeiras.

Vamos ter de articular com o Ministério da Agricultura, perceber quais são as espécies que exigem mais água e regiões de maior risco, para darmos um sinal aos produtores sobre o que devem fazer", avança o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, admitindo que, por exemplo, a produção de arroz venha a ter um ano pouco recomendável.

Será um tema para debater a 2 de outubro na reunião da Comissão de Gestão de Albufeiras, admitindo Carlos Martins que o abastecimento público esteja assegurado para os próximos três meses nas regiões mais críticas, sem excluir dificuldades, caso se mantenha a falta de chuva. Sobretudo nas zonas que dependem de águas subterrâneas, já que a ausência de precipitação impede a recarga de aquíferos.

Os fluxos de água proveniente de Espanha, que também atravessa um período de seca, merecem atenção do governo. O secretário de Estado admite que os caudais ecológicos estão a respeitar os acordos ibéricos, mas Carlos Martins receia que a "diminuição da quantidade de água afete a sua qualidade" do lado de cá da raia. Francisco Ferreira, presidente da Zero, diz que o cumprimento por parte de Espanha dos caudais "é essencial" para os abastecimento português, alegando que há o risco de a seca prosseguir: "Temos de antever as consequências para saber lidar coma falta de água."


https://www.dn.pt/sociedade/interior/seca-destapa-ponte-escondida-ha-19-anos-8801172.html
 

luismeteo3

Furacão
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14 Dez 2015
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Fatima (320m)
Armazenamento de água volta a descer em Setembro
02 out, 2017 - 10:31

No último dia do mês, verificou-se, relativamente a Agosto, uma descida no volume armazenado em todas as bacias hidrográficas monitorizadas.

Foto: DR

A quantidade de água armazenada em Setembro voltou a descer em todas as bacias hidrográficas de Portugal continental, na comparação com Agosto, segundo o Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH).

No último dia do mês de Setembro, verificou-se, relativamente ao final do mês anterior, uma descida no volume armazenado em todas as bacias hidrográficas monitorizadas, de acordo com o boletim de armazenamento de albufeiras do SNIRH, divulgado esta segunda-feira.

Das 60 albufeiras monitorizadas, três apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e 23 têm disponibilidades inferiores a 40% do total.

No último dia de Agosto, comparativamente a igual período do mês anterior, registou-se uma descida em todas as bacias monitorizadas.

Em Setembro, a maior parte dos armazenamentos por bacia hidrográfica apresentam-se inferiores às médias de armazenamento deste mês no período de referência (1990/91 a 2015/16), sendo as exceções Cávado/Ribeiras Costeiras, Ave e Arade.

O Sado apresenta um armazenamento de 18,2% contra uma média de 42,6%.

No Oeste, a percentagem indicada no SNIRH é de 43,6%, no Lima 51,4% e no Mondego 52,5%, enquanto o Mira tem 55,9%.

O Cávado, regista 62,1% da sua capacidade, o Ave de 56,8% e o Arade 45,2%.

A cada bacia hidrográfica pode corresponder mais do que uma albufeira, segundo o SNIRH.
http://rr.sapo.pt/noticia/94712/armazenamento_de_agua_volta_a_descer_em_setembro