Seguimento Meteorológico Livre 2018

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Raincold

Cirrus
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16 Fev 2018
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Minho
Uma pessoa fica com as voltas trocadas a ver o GFS . Tanto prevê uma série interminável de ondulações frontais como prevê eventos épicos de frio . E tudo no mesmo dia , é muita informação. :hehe:

Valha - nos o ECM que está mais confiante numa série prolongada de ondulações frontais e até com algum frio à mistura .
 


c0ldPT

Nimbostratus
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20 Out 2017
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Gandra, Paredes (132 m) | Foz, Porto (35 m)
Bastou o gfs ir pelo caminho um pouco mais frio entre dia 1 e dia 3 para quase parar de chover no sul... Entrada fria que fique bem la a norte da PI, assim não duvido que se passe dos 100mm ate no sul.
Do eixo Montejunto-Estrela para baixo os acumulados são quase iguais... diminuiu bastante foi no norte
 

Mr. Neves

Cumulonimbus
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22 Jan 2013
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Tondela-290m
Resumo:hehe: do que se pode observar pelos modelos nos últimos dias:

Não se sabe exatamente quando é que os efeitos do SSW vão parar a perturbação na troposfera, mas a verdade é que as datas e os dados até estão a bater algo certos, tendo em conta que passados 15 dias sensivelmente da quebra do vórtice, os modelos anunciam uma mudança clara da sinótica, com grande probabilidade de vermos já chuva significativa no início da semana. Ainda assim é de salientar que a inversão/abrandamento da circulação zonal está a terminar dentro de 3 dias (altura em que se deverá começar a estabelecer um forte fluxo zonal associado à NAO- às nossas latitudes), o que significa que a propagação do sinal pela troposfera estará também a abrandar, por outras palavras, espera-se que os modelos se tornem mais assertivos nos próximos dias, talvez a partir deste fim-de-semana já haja maiores consensos :
D4YwggQ.png


Parece-me nesta altura bastante consensual entre os modelos, a dita aproximação da célula polar à célula de hadley, trazendo os meandros do jet stream polar até nós com períodos de grande intensificação do mesmo, aquando a união ao jet sub-tropical, isto como já cheguei a referir resulta num aumento da quantidade de ciclogéneses ao longo do seu trajeto, e o que é que está a ser modelado também com grande concordância:D?

Uma ciclogénese explosiva que deverá trazer condições bastante severas para o arquipélago dos Açores, o vento médio promete ser muito intenso, bem como as rajadas, terá de ser feito um acompanhamento mais exaustivo, até porque há a possibilidade do núcleo e seu respetivo "gancho" passar por cima de alguma das ilhas, o que pode trazer condições muito perigosas. A existência de algum CAPE/LI com uma anomalia positiva relativamente à temperatura do mar, deverão potenciar os fenómenos convectivos embebidos nos sistemas frontais e respetivos pós-frontais, com possibilidade de bastante granizo e quem sabe de mais alguma coisa nas regiões altas, dado o perfil atmosférico bastante frio em altura. De facto esta é um depressão não muito normal, nestas latitudes, mais faz lembrar outro tipo de tempestades:hehe:.

Mas entretanto o que é que ainda não está tão bem definido?

Como é sabido com a inversão da circulação zonal e subida da dorsal anticiclónica, está a iniciar-se a descida de uma massa de ar muita fria continental, e é aqui que começa a incerteza entre os modelos, havendo vários cenários em linha de vista, e que se tornam dificeis de analisar.

O não estabelecimento de um fluxo continental visto por alguns modelos como o GFS (nas saídas anteriores), está intimamente ligado à intensidade da depressão muito cavada dos Açores, aquando da sua aproximação máxima ao continente, quanto mais intensa for, mais ar enérgico subtropical será conduzido, e maior será a instabilidade produzida pela colisão da massa de ar continental com a dita depressão, gerando uma vasta área depressionária de fluxo zonal, havendo a subida das união dos jatos, desviando o fluxo continental para norte juntamente com a dorsal anticiclónica que acaba por se fragmentar.

Para além do que acabo de descrever, e acho que este ponto até é dos que tem tem mais importância, porque é algo que os modelos têm bastante dificuldade em determinar nestes casos de SSW, é a posição dos fragmentos do jet polar, e digo isto, porque é importante haver um uma corrente de jato com circulação aprox. de norte-sul, que consiga fazer chegar o frio até ao continente, ora efetivamente o GEM e julgo que o ECWMF, têm visto esta corrente, dou como exemplo o caso do GEM:
5XOJbmf.png


O caso do GFS sem corrente de jato no sentido norte-sul:
eAuLKQ9.png


Outro fator importante que surge tanto no ECMWF como no GEM, e que agora vai surgindo no GFS, é a manutenção e reestabelecimento do frio para um fluxo continental mais consolidado :
tempresult_wob0.gif

tempresult_khl0.gif


No que confere às hipóteses de neve ainda é um pouco cedo para falar no assunto, é melhor averiguar primeiro se há consenso entre os modelos ou não no que toca à entrada continental, e então depois começar a analisar detalhadamente a posição de núcleos instáveis que possa trazer aguaceiros nos períodos de maior frio.


Relativamente à precipitação, queria aqui deixar a ressalva, que uma entrada continental, não cessaria necessariamente as hipóteses de vermos bons acumulados, repare-se por exemplo no caso do ECMWF, em que o fluxo continental faz uma curta passagem por cá e dá lugar novamente à corrente perturbada de oeste:
5c3iCPA.png


(Desculpem a extensão do texto, não tenho muito jeito para resumos:lol:)
 
Última edição:

dopedagain

Cumulus
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2 Jan 2016
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Fornelos - Ponte de Lima(200m)
Resumo:hehe: do que se pode observar pelos modelos nos últimos dias:

Não se sabe exatamente quando é que os efeitos do SSW vão parar a perturbação na troposfera, mas a verdade é que as datas e os dados até estão a bater algo certos, tendo em conta que passados 15 dias sensivelmente da quebra do vórtice, os modelos anunciam uma mudança clara da sinótica, com grande probabilidade de vermos já chuva significativa no início da semana. Ainda assim é de salientar que a inversão/abrandamento da circulação zonal está a terminar dentro de 3 dias (altura em que se deverá começar a estabelecer um forte fluxo zonal associado à NAO- às nossas latitudes), o que significa que a propagação do sinal pela troposfera estará também a abrandar, por outras palavras, espera-se que os modelos se tornem mais assertivos nos próximos dias, talvez a partir deste fim-de-semana já haja maiores consensos :
D4YwggQ.png


Parece-me nesta altura bastante consensual entre os modelos, a dita aproximação da célula polar à célula de hadley, trazendo os meandros do jet stream polar até nós com períodos de grande intensificação do mesmo, aquando a união ao jet sub-tropical, isto como disse resulta num aumento da quantidade de ciclogéneses ao longo do seu trajeto, e o que é que está a ser modelado também com grande concordância:D?

Uma ciclogénese explosiva que deverá trazer condições bastante severas para o arquipélago dos Açores, o vento médio promete ser muito intenso, bem como as rajadas, terá de ser feito um acompanhamento mais exaustivo, até porque há a possibilidade do núcleo e seu respetivo "gancho" passar por cima de alguma das ilhas, o que pode trazer condições muito perigosas. A existência de algum CAPE/LI com uma anomalia positiva relativamente à temperatura do mar, deverão potenciar os fenómenos convectivos embebidos nos sistemas frontais e respetivos pós-frontais, com possibilidade de bastante granizo e quem sabe de mais alguma coisa nas regiões altas, dado o perfil atmosférico bastante frio em altura. De facto esta é um depressão não muito normal, nestas latitudes, mais faz lembrar outro tipo de tempestades:hehe:.

Mas entretanto o que é que ainda não está tão bem definido?

Como é sabido com a inversão da circulação zonal e subida da dorsal anticiclónica, está a iniciar-se a descida de uma massa de ar muita fria continental, e é aqui que começa a incerteza entre os modelos, havendo vários cenários em linha de vista, e que se tornam dificeis de analisar.

O não estabelecimento de um fluxo continental visto por alguns modelos como o GFS (nas saídas anteriores), está intimamente ligado à intensidade da depressão muito cavada dos Açores, aquando da sua aproximação máxima ao continente, quanto mais intensa for, mais ar enérgico subtropical será conduzido, e maior será a instabilidade produzida pela colisão da massa de ar continental com a dita depressão, gerando uma vasta área depressionária de fluxo zonal, havendo a subida das união dos jatos, desviando o fluxo continental para norte juntamente com a dorsal anticiclónica que acaba por se fragmentar.

Para além do que acabo de descrever, e acho que este ponto até é dos que tem tem mais importância, porque é algo que os modelos têm bastante dificuldade em determinar nestes casos de SSW, é a posição dos fragmentos do jet polar, e digo isto, porque é importante haver um uma corrente de jato com circulação aprox. de norte-sul, que consiga fazer chegar o frio até ao continente, ora efetivamente o GEM e julgo que o ECWMF, têm visto esta corrente, dou como exemplo o caso do GEM:
5XOJbmf.png


O caso do GFS sem corrente de jato no sentido norte-sul:
eAuLKQ9.png


Outro fator importante que surge tanto no ECMWF como no GEM, e que agora vai surgindo no GFS, é a manutenção e reestabelecimento do frio para um fluxo continental mais consolidado :
tempresult_wob0.gif

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No que confere às hipóteses de neve ainda é pouco cedo para falar no assunto, é melhor averiguar primeiro se há consenso entre os modelos ou não, e então depois começar a analisar detalhadamente a posição de núcleos instáveis que possa trazer aguaceiros nos períodos de maior frio.


Relativamente à precipitação, queria aqui deixar a ressalva, que uma entrada continental, não cessaria necessariamente as hipóteses de vermos bons acumulados, repare-se por exemplo no caso do ECMWF, em que o fluxo continental faz uma curta passagem por cá e dá lugar novamente à corrente perturbada de oeste:
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(Desculpem a extensão do texto, não tenho muito jeito para resumos)
Grande análise!

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c0ldPT

Nimbostratus
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20 Out 2017
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Gandra, Paredes (132 m) | Foz, Porto (35 m)
Resumo:hehe: do que se pode observar pelos modelos nos últimos dias:

Não se sabe exatamente quando é que os efeitos do SSW vão parar a perturbação na troposfera, mas a verdade é que as datas e os dados até estão a bater algo certos, tendo em conta que passados 15 dias sensivelmente da quebra do vórtice, os modelos anunciam uma mudança clara da sinótica, com grande probabilidade de vermos já chuva significativa no início da semana. Ainda assim é de salientar que a inversão/abrandamento da circulação zonal está a terminar dentro de 3 dias (altura em que se deverá começar a estabelecer um forte fluxo zonal associado à NAO- às nossas latitudes), o que significa que a propagação do sinal pela troposfera estará também a abrandar, por outras palavras, espera-se que os modelos se tornem mais assertivos nos próximos dias, talvez a partir deste fim-de-semana já haja maiores consensos :
D4YwggQ.png


Parece-me nesta altura bastante consensual entre os modelos, a dita aproximação da célula polar à célula de hadley, trazendo os meandros do jet stream polar até nós com períodos de grande intensificação do mesmo, aquando a união ao jet sub-tropical, isto como disse resulta num aumento da quantidade de ciclogéneses ao longo do seu trajeto, e o que é que está a ser modelado também com grande concordância:D?

Uma ciclogénese explosiva que deverá trazer condições bastante severas para o arquipélago dos Açores, o vento médio promete ser muito intenso, bem como as rajadas, terá de ser feito um acompanhamento mais exaustivo, até porque há a possibilidade do núcleo e seu respetivo "gancho" passar por cima de alguma das ilhas, o que pode trazer condições muito perigosas. A existência de algum CAPE/LI com uma anomalia positiva relativamente à temperatura do mar, deverão potenciar os fenómenos convectivos embebidos nos sistemas frontais e respetivos pós-frontais, com possibilidade de bastante granizo e quem sabe de mais alguma coisa nas regiões altas, dado o perfil atmosférico bastante frio em altura. De facto esta é um depressão não muito normal, nestas latitudes, mais faz lembrar outro tipo de tempestades:hehe:.

Mas entretanto o que é que ainda não está tão bem definido?

Como é sabido com a inversão da circulação zonal e subida da dorsal anticiclónica, está a iniciar-se a descida de uma massa de ar muita fria continental, e é aqui que começa a incerteza entre os modelos, havendo vários cenários em linha de vista, e que se tornam dificeis de analisar.

O não estabelecimento de um fluxo continental visto por alguns modelos como o GFS (nas saídas anteriores), está intimamente ligado à intensidade da depressão muito cavada dos Açores, aquando da sua aproximação máxima ao continente, quanto mais intensa for, mais ar enérgico subtropical será conduzido, e maior será a instabilidade produzida pela colisão da massa de ar continental com a dita depressão, gerando uma vasta área depressionária de fluxo zonal, havendo a subida das união dos jatos, desviando o fluxo continental para norte juntamente com a dorsal anticiclónica que acaba por se fragmentar.

Para além do que acabo de descrever, e acho que este ponto até é dos que tem tem mais importância, porque é algo que os modelos têm bastante dificuldade em determinar nestes casos de SSW, é a posição dos fragmentos do jet polar, e digo isto, porque é importante haver um uma corrente de jato com circulação aprox. de norte-sul, que consiga fazer chegar o frio até ao continente, ora efetivamente o GEM e julgo que o ECWMF, têm visto esta corrente, dou como exemplo o caso do GEM:
5XOJbmf.png


O caso do GFS sem corrente de jato no sentido norte-sul:
eAuLKQ9.png


Outro fator importante que surge tanto no ECMWF como no GEM, e que agora vai surgindo no GFS, é a manutenção e reestabelecimento do frio para um fluxo continental mais consolidado :
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tempresult_khl0.gif


No que confere às hipóteses de neve ainda é pouco cedo para falar no assunto, é melhor averiguar primeiro se há consenso entre os modelos ou não, e então depois começar a analisar detalhadamente a posição de núcleos instáveis que possa trazer aguaceiros nos períodos de maior frio.


Relativamente à precipitação, queria aqui deixar a ressalva, que uma entrada continental, não cessaria necessariamente as hipóteses de vermos bons acumulados, repare-se por exemplo no caso do ECMWF, em que o fluxo continental faz uma curta passagem por cá e dá lugar novamente à corrente perturbada de oeste:
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(Desculpem a extensão do texto, não tenho muito jeito para resumos:lol:)
Fantástica análise! Parece que algumas pessoas ainda não perceberam o último ponto, pode ser que o percebam agora ;)
 

joselamego

Super Célula
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22 Jan 2013
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Gondomar (105 metros alt)
Resumo:hehe: do que se pode observar pelos modelos nos últimos dias:

Não se sabe exatamente quando é que os efeitos do SSW vão parar a perturbação na troposfera, mas a verdade é que as datas e os dados até estão a bater algo certos, tendo em conta que passados 15 dias sensivelmente da quebra do vórtice, os modelos anunciam uma mudança clara da sinótica, com grande probabilidade de vermos já chuva significativa no início da semana. Ainda assim é de salientar que a inversão/abrandamento da circulação zonal está a terminar dentro de 3 dias (altura em que se deverá começar a estabelecer um forte fluxo zonal associado à NAO- às nossas latitudes), o que significa que a propagação do sinal pela troposfera estará também a abrandar, por outras palavras, espera-se que os modelos se tornem mais assertivos nos próximos dias, talvez a partir deste fim-de-semana já haja maiores consensos :
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Parece-me nesta altura bastante consensual entre os modelos, a dita aproximação da célula polar à célula de hadley, trazendo os meandros do jet stream polar até nós com períodos de grande intensificação do mesmo, aquando a união ao jet sub-tropical, isto como disse resulta num aumento da quantidade de ciclogéneses ao longo do seu trajeto, e o que é que está a ser modelado também com grande concordância:D?

Uma ciclogénese explosiva que deverá trazer condições bastante severas para o arquipélago dos Açores, o vento médio promete ser muito intenso, bem como as rajadas, terá de ser feito um acompanhamento mais exaustivo, até porque há a possibilidade do núcleo e seu respetivo "gancho" passar por cima de alguma das ilhas, o que pode trazer condições muito perigosas. A existência de algum CAPE/LI com uma anomalia positiva relativamente à temperatura do mar, deverão potenciar os fenómenos convectivos embebidos nos sistemas frontais e respetivos pós-frontais, com possibilidade de bastante granizo e quem sabe de mais alguma coisa nas regiões altas, dado o perfil atmosférico bastante frio em altura. De facto esta é um depressão não muito normal, nestas latitudes, mais faz lembrar outro tipo de tempestades:hehe:.

Mas entretanto o que é que ainda não está tão bem definido?

Como é sabido com a inversão da circulação zonal e subida da dorsal anticiclónica, está a iniciar-se a descida de uma massa de ar muita fria continental, e é aqui que começa a incerteza entre os modelos, havendo vários cenários em linha de vista, e que se tornam dificeis de analisar.

O não estabelecimento de um fluxo continental visto por alguns modelos como o GFS (nas saídas anteriores), está intimamente ligado à intensidade da depressão muito cavada dos Açores, aquando da sua aproximação máxima ao continente, quanto mais intensa for, mais ar enérgico subtropical será conduzido, e maior será a instabilidade produzida pela colisão da massa de ar continental com a dita depressão, gerando uma vasta área depressionária de fluxo zonal, havendo a subida das união dos jatos, desviando o fluxo continental para norte juntamente com a dorsal anticiclónica que acaba por se fragmentar.

Para além do que acabo de descrever, e acho que este ponto até é dos que tem tem mais importância, porque é algo que os modelos têm bastante dificuldade em determinar nestes casos de SSW, é a posição dos fragmentos do jet polar, e digo isto, porque é importante haver um uma corrente de jato com circulação aprox. de norte-sul, que consiga fazer chegar o frio até ao continente, ora efetivamente o GEM e julgo que o ECWMF, têm visto esta corrente, dou como exemplo o caso do GEM:
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O caso do GFS sem corrente de jato no sentido norte-sul:
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Outro fator importante que surge tanto no ECMWF como no GEM, e que agora vai surgindo no GFS, é a manutenção e reestabelecimento do frio para um fluxo continental mais consolidado :
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No que confere às hipóteses de neve ainda é pouco cedo para falar no assunto, é melhor averiguar primeiro se há consenso entre os modelos ou não, e então depois começar a analisar detalhadamente a posição de núcleos instáveis que possa trazer aguaceiros nos períodos de maior frio.


Relativamente à precipitação, queria aqui deixar a ressalva, que uma entrada continental, não cessaria necessariamente as hipóteses de vermos bons acumulados, repare-se por exemplo no caso do ECMWF, em que o fluxo continental faz uma curta passagem por cá e dá lugar novamente à corrente perturbada de oeste:
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(Desculpem a extensão do texto, não tenho muito jeito para resumos)
Excelente análise! Parabéns !
Resumindo : poderemos ter inicialmente chuva e depois periodos/ horas de aguaceiros de neve a cotas talvez 400/500 metros e voltando a aumentar a cota devido a corrente perturbada atlântica entrar de novo em Portugal !

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MSantos

Moderação
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3 Out 2007
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Aveiras de Cima
Resumo:hehe: do que se pode observar pelos modelos nos últimos dias:

Não se sabe exatamente quando é que os efeitos do SSW vão parar a perturbação na troposfera, mas a verdade é que as datas e os dados até estão a bater algo certos, tendo em conta que passados 15 dias sensivelmente da quebra do vórtice, os modelos anunciam uma mudança clara da sinótica, com grande probabilidade de vermos já chuva significativa no início da semana. Ainda assim é de salientar que a inversão/abrandamento da circulação zonal está a terminar dentro de 3 dias (altura em que se deverá começar a estabelecer um forte fluxo zonal associado à NAO- às nossas latitudes), o que significa que a propagação do sinal pela troposfera estará também a abrandar, por outras palavras, espera-se que os modelos se tornem mais assertivos nos próximos dias, talvez a partir deste fim-de-semana já haja maiores consensos :
D4YwggQ.png


Parece-me nesta altura bastante consensual entre os modelos, a dita aproximação da célula polar à célula de hadley, trazendo os meandros do jet stream polar até nós com períodos de grande intensificação do mesmo, aquando a união ao jet sub-tropical, isto como disse resulta num aumento da quantidade de ciclogéneses ao longo do seu trajeto, e o que é que está a ser modelado também com grande concordância:D?

Uma ciclogénese explosiva que deverá trazer condições bastante severas para o arquipélago dos Açores, o vento médio promete ser muito intenso, bem como as rajadas, terá de ser feito um acompanhamento mais exaustivo, até porque há a possibilidade do núcleo e seu respetivo "gancho" passar por cima de alguma das ilhas, o que pode trazer condições muito perigosas. A existência de algum CAPE/LI com uma anomalia positiva relativamente à temperatura do mar, deverão potenciar os fenómenos convectivos embebidos nos sistemas frontais e respetivos pós-frontais, com possibilidade de bastante granizo e quem sabe de mais alguma coisa nas regiões altas, dado o perfil atmosférico bastante frio em altura. De facto esta é um depressão não muito normal, nestas latitudes, mais faz lembrar outro tipo de tempestades:hehe:.

Mas entretanto o que é que ainda não está tão bem definido?

Como é sabido com a inversão da circulação zonal e subida da dorsal anticiclónica, está a iniciar-se a descida de uma massa de ar muita fria continental, e é aqui que começa a incerteza entre os modelos, havendo vários cenários em linha de vista, e que se tornam dificeis de analisar.

O não estabelecimento de um fluxo continental visto por alguns modelos como o GFS (nas saídas anteriores), está intimamente ligado à intensidade da depressão muito cavada dos Açores, aquando da sua aproximação máxima ao continente, quanto mais intensa for, mais ar enérgico subtropical será conduzido, e maior será a instabilidade produzida pela colisão da massa de ar continental com a dita depressão, gerando uma vasta área depressionária de fluxo zonal, havendo a subida das união dos jatos, desviando o fluxo continental para norte juntamente com a dorsal anticiclónica que acaba por se fragmentar.

Para além do que acabo de descrever, e acho que este ponto até é dos que tem tem mais importância, porque é algo que os modelos têm bastante dificuldade em determinar nestes casos de SSW, é a posição dos fragmentos do jet polar, e digo isto, porque é importante haver um uma corrente de jato com circulação aprox. de norte-sul, que consiga fazer chegar o frio até ao continente, ora efetivamente o GEM e julgo que o ECWMF, têm visto esta corrente, dou como exemplo o caso do GEM:
5XOJbmf.png


O caso do GFS sem corrente de jato no sentido norte-sul:
eAuLKQ9.png


Outro fator importante que surge tanto no ECMWF como no GEM, e que agora vai surgindo no GFS, é a manutenção e reestabelecimento do frio para um fluxo continental mais consolidado :
tempresult_wob0.gif

tempresult_khl0.gif


No que confere às hipóteses de neve ainda é pouco cedo para falar no assunto, é melhor averiguar primeiro se há consenso entre os modelos ou não, e então depois começar a analisar detalhadamente a posição de núcleos instáveis que possa trazer aguaceiros nos períodos de maior frio.


Relativamente à precipitação, queria aqui deixar a ressalva, que uma entrada continental, não cessaria necessariamente as hipóteses de vermos bons acumulados, repare-se por exemplo no caso do ECMWF, em que o fluxo continental faz uma curta passagem por cá e dá lugar novamente à corrente perturbada de oeste:
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(Desculpem a extensão do texto, não tenho muito jeito para resumos:lol:)

Excelente post! :)

Pedia que republicasses este post no tópico de previsões, é bom de mais para ficar perdido no meio do entulho que é o seguimento livre!

(Ou à moderação que mova este post para lá)
 
Última edição:

Mr. Neves

Cumulonimbus
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22 Jan 2013
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Tondela-290m
Grande análise!

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Fantástica análise! Parece que algumas pessoas ainda não perceberam o último ponto, pode ser que o percebam agora ;)

Excelente análise! Parabéns !
Resumindo : poderemos ter inicialmente chuva e depois periodos/ horas de aguaceiros de neve a cotas talvez 400/500 metros e voltando a aumentar a cota devido a corrente perturbada atlântica entrar de novo em Portugal !

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Excelente post!

Pedia que o republicasses este post no tópico de previsões, é bom de mais para ficar perdido no meio do entulho que é o seguimento livre!

(Ou à moderação que mova este post para lá)

Muito obrigado a todos:thumbsup:! @MSantos, pois talvez não esteja no sítio certo:hehe:, pelo que peço desculpa se postei no local errado:o, se a moderação entender que o post deve ser movido, por mim está tudo bem:thumbsup: Talvez seja chato estar a publicar 2 vezes:unsure:
 

MipsUc

Cumulus
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7 Nov 2017
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Carregal do Sal - Pardieiros (320m)
Resumo:hehe: do que se pode observar pelos modelos nos últimos dias:

Não se sabe exatamente quando é que os efeitos do SSW vão parar a perturbação na troposfera, mas a verdade é que as datas e os dados até estão a bater algo certos, tendo em conta que passados 15 dias sensivelmente da quebra do vórtice, os modelos anunciam uma mudança clara da sinótica, com grande probabilidade de vermos já chuva significativa no início da semana. Ainda assim é de salientar que a inversão/abrandamento da circulação zonal está a terminar dentro de 3 dias (altura em que se deverá começar a estabelecer um forte fluxo zonal associado à NAO- às nossas latitudes), o que significa que a propagação do sinal pela troposfera estará também a abrandar, por outras palavras, espera-se que os modelos se tornem mais assertivos nos próximos dias, talvez a partir deste fim-de-semana já haja maiores consensos :
D4YwggQ.png


Parece-me nesta altura bastante consensual entre os modelos, a dita aproximação da célula polar à célula de hadley, trazendo os meandros do jet stream polar até nós com períodos de grande intensificação do mesmo, aquando a união ao jet sub-tropical, isto como já cheguei a referir resulta num aumento da quantidade de ciclogéneses ao longo do seu trajeto, e o que é que está a ser modelado também com grande concordância:D?

Uma ciclogénese explosiva que deverá trazer condições bastante severas para o arquipélago dos Açores, o vento médio promete ser muito intenso, bem como as rajadas, terá de ser feito um acompanhamento mais exaustivo, até porque há a possibilidade do núcleo e seu respetivo "gancho" passar por cima de alguma das ilhas, o que pode trazer condições muito perigosas. A existência de algum CAPE/LI com uma anomalia positiva relativamente à temperatura do mar, deverão potenciar os fenómenos convectivos embebidos nos sistemas frontais e respetivos pós-frontais, com possibilidade de bastante granizo e quem sabe de mais alguma coisa nas regiões altas, dado o perfil atmosférico bastante frio em altura. De facto esta é um depressão não muito normal, nestas latitudes, mais faz lembrar outro tipo de tempestades:hehe:.

Mas entretanto o que é que ainda não está tão bem definido?

Como é sabido com a inversão da circulação zonal e subida da dorsal anticiclónica, está a iniciar-se a descida de uma massa de ar muita fria continental, e é aqui que começa a incerteza entre os modelos, havendo vários cenários em linha de vista, e que se tornam dificeis de analisar.

O não estabelecimento de um fluxo continental visto por alguns modelos como o GFS (nas saídas anteriores), está intimamente ligado à intensidade da depressão muito cavada dos Açores, aquando da sua aproximação máxima ao continente, quanto mais intensa for, mais ar enérgico subtropical será conduzido, e maior será a instabilidade produzida pela colisão da massa de ar continental com a dita depressão, gerando uma vasta área depressionária de fluxo zonal, havendo a subida das união dos jatos, desviando o fluxo continental para norte juntamente com a dorsal anticiclónica que acaba por se fragmentar.

Para além do que acabo de descrever, e acho que este ponto até é dos que tem tem mais importância, porque é algo que os modelos têm bastante dificuldade em determinar nestes casos de SSW, é a posição dos fragmentos do jet polar, e digo isto, porque é importante haver um uma corrente de jato com circulação aprox. de norte-sul, que consiga fazer chegar o frio até ao continente, ora efetivamente o GEM e julgo que o ECWMF, têm visto esta corrente, dou como exemplo o caso do GEM:
5XOJbmf.png


O caso do GFS sem corrente de jato no sentido norte-sul:
eAuLKQ9.png


Outro fator importante que surge tanto no ECMWF como no GEM, e que agora vai surgindo no GFS, é a manutenção e reestabelecimento do frio para um fluxo continental mais consolidado :
tempresult_wob0.gif

tempresult_khl0.gif


No que confere às hipóteses de neve ainda é um pouco cedo para falar no assunto, é melhor averiguar primeiro se há consenso entre os modelos ou não no que toca à entrada continental, e então depois começar a analisar detalhadamente a posição de núcleos instáveis que possa trazer aguaceiros nos períodos de maior frio.


Relativamente à precipitação, queria aqui deixar a ressalva, que uma entrada continental, não cessaria necessariamente as hipóteses de vermos bons acumulados, repare-se por exemplo no caso do ECMWF, em que o fluxo continental faz uma curta passagem por cá e dá lugar novamente à corrente perturbada de oeste:
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(Desculpem a extensão do texto, não tenho muito jeito para resumos:lol:)

Muito obrigado pela partilha do seu conhecimento! :thumbsup:
Informação muito útil.
 

MSantos

Moderação
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3 Out 2007
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Aveiras de Cima
Muito obrigado a todos:thumbsup:! @MSantos, pois talvez não esteja no sítio certo:hehe:, pelo que peço desculpa se postei no local errado:o, se a moderação entender que o post deve ser movido, por mim está tudo bem:thumbsup: Talvez seja chato estar a publicar 2 vezes:unsure:

Eu acho que devias republicar o post nos dois tópicos, assim a informação chega a mais gente! ;)
 

Ricardo Carvalho

Cumulonimbus
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23 Jul 2015
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Azeitão/Sesimbra
Resumo:hehe: do que se pode observar pelos modelos nos últimos dias:

Não se sabe exatamente quando é que os efeitos do SSW vão parar a perturbação na troposfera, mas a verdade é que as datas e os dados até estão a bater algo certos, tendo em conta que passados 15 dias sensivelmente da quebra do vórtice, os modelos anunciam uma mudança clara da sinótica, com grande probabilidade de vermos já chuva significativa no início da semana. Ainda assim é de salientar que a inversão/abrandamento da circulação zonal está a terminar dentro de 3 dias (altura em que se deverá começar a estabelecer um forte fluxo zonal associado à NAO- às nossas latitudes), o que significa que a propagação do sinal pela troposfera estará também a abrandar, por outras palavras, espera-se que os modelos se tornem mais assertivos nos próximos dias, talvez a partir deste fim-de-semana já haja maiores consensos :
D4YwggQ.png


Parece-me nesta altura bastante consensual entre os modelos, a dita aproximação da célula polar à célula de hadley, trazendo os meandros do jet stream polar até nós com períodos de grande intensificação do mesmo, aquando a união ao jet sub-tropical, isto como já cheguei a referir resulta num aumento da quantidade de ciclogéneses ao longo do seu trajeto, e o que é que está a ser modelado também com grande concordância:D?

Uma ciclogénese explosiva que deverá trazer condições bastante severas para o arquipélago dos Açores, o vento médio promete ser muito intenso, bem como as rajadas, terá de ser feito um acompanhamento mais exaustivo, até porque há a possibilidade do núcleo e seu respetivo "gancho" passar por cima de alguma das ilhas, o que pode trazer condições muito perigosas. A existência de algum CAPE/LI com uma anomalia positiva relativamente à temperatura do mar, deverão potenciar os fenómenos convectivos embebidos nos sistemas frontais e respetivos pós-frontais, com possibilidade de bastante granizo e quem sabe de mais alguma coisa nas regiões altas, dado o perfil atmosférico bastante frio em altura. De facto esta é um depressão não muito normal, nestas latitudes, mais faz lembrar outro tipo de tempestades:hehe:.

Mas entretanto o que é que ainda não está tão bem definido?

Como é sabido com a inversão da circulação zonal e subida da dorsal anticiclónica, está a iniciar-se a descida de uma massa de ar muita fria continental, e é aqui que começa a incerteza entre os modelos, havendo vários cenários em linha de vista, e que se tornam dificeis de analisar.

O não estabelecimento de um fluxo continental visto por alguns modelos como o GFS (nas saídas anteriores), está intimamente ligado à intensidade da depressão muito cavada dos Açores, aquando da sua aproximação máxima ao continente, quanto mais intensa for, mais ar enérgico subtropical será conduzido, e maior será a instabilidade produzida pela colisão da massa de ar continental com a dita depressão, gerando uma vasta área depressionária de fluxo zonal, havendo a subida das união dos jatos, desviando o fluxo continental para norte juntamente com a dorsal anticiclónica que acaba por se fragmentar.

Para além do que acabo de descrever, e acho que este ponto até é dos que tem tem mais importância, porque é algo que os modelos têm bastante dificuldade em determinar nestes casos de SSW, é a posição dos fragmentos do jet polar, e digo isto, porque é importante haver um uma corrente de jato com circulação aprox. de norte-sul, que consiga fazer chegar o frio até ao continente, ora efetivamente o GEM e julgo que o ECWMF, têm visto esta corrente, dou como exemplo o caso do GEM:
5XOJbmf.png


O caso do GFS sem corrente de jato no sentido norte-sul:
eAuLKQ9.png


Outro fator importante que surge tanto no ECMWF como no GEM, e que agora vai surgindo no GFS, é a manutenção e reestabelecimento do frio para um fluxo continental mais consolidado :
tempresult_wob0.gif

tempresult_khl0.gif


No que confere às hipóteses de neve ainda é um pouco cedo para falar no assunto, é melhor averiguar primeiro se há consenso entre os modelos ou não no que toca à entrada continental, e então depois começar a analisar detalhadamente a posição de núcleos instáveis que possa trazer aguaceiros nos períodos de maior frio.


Relativamente à precipitação, queria aqui deixar a ressalva, que uma entrada continental, não cessaria necessariamente as hipóteses de vermos bons acumulados, repare-se por exemplo no caso do ECMWF, em que o fluxo continental faz uma curta passagem por cá e dá lugar novamente à corrente perturbada de oeste:
5c3iCPA.png


(Desculpem a extensão do texto, não tenho muito jeito para resumo


Maravilha de análise, e maravilha de previsões:thumbsup: Parabéns, e cá as esperamos ansiosamente :1143:
 

Raincold

Cirrus
Registo
16 Fev 2018
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GFS carrega e bem na precipitação e talvez com um bom evento de neve no dia 2 . :)
Na minha opinião já começa a ficar estruturada uma bela entrada fria a meio da próxima semana . Agora é ir acompanhando e ver se vai chover muito ou só assim assim , qual a intensidade do vento e qual a cota de neve no pós frontal , que me parece ser daqueles prolongado .
Mas ainda faltam uns dias ...
 
Registo
30 Nov 2015
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setúbal
Resumo:hehe: do que se pode observar pelos modelos nos últimos dias:

Não se sabe exatamente quando é que os efeitos do SSW vão parar a perturbação na troposfera, mas a verdade é que as datas e os dados até estão a bater algo certos, tendo em conta que passados 15 dias sensivelmente da quebra do vórtice, os modelos anunciam uma mudança clara da sinótica, com grande probabilidade de vermos já chuva significativa no início da semana. Ainda assim é de salientar que a inversão/abrandamento da circulação zonal está a terminar dentro de 3 dias (altura em que se deverá começar a estabelecer um forte fluxo zonal associado à NAO- às nossas latitudes), o que significa que a propagação do sinal pela troposfera estará também a abrandar, por outras palavras, espera-se que os modelos se tornem mais assertivos nos próximos dias, talvez a partir deste fim-de-semana já haja maiores consensos :
D4YwggQ.png


Parece-me nesta altura bastante consensual entre os modelos, a dita aproximação da célula polar à célula de hadley, trazendo os meandros do jet stream polar até nós com períodos de grande intensificação do mesmo, aquando a união ao jet sub-tropical, isto como já cheguei a referir resulta num aumento da quantidade de ciclogéneses ao longo do seu trajeto, e o que é que está a ser modelado também com grande concordância:D?

Uma ciclogénese explosiva que deverá trazer condições bastante severas para o arquipélago dos Açores, o vento médio promete ser muito intenso, bem como as rajadas, terá de ser feito um acompanhamento mais exaustivo, até porque há a possibilidade do núcleo e seu respetivo "gancho" passar por cima de alguma das ilhas, o que pode trazer condições muito perigosas. A existência de algum CAPE/LI com uma anomalia positiva relativamente à temperatura do mar, deverão potenciar os fenómenos convectivos embebidos nos sistemas frontais e respetivos pós-frontais, com possibilidade de bastante granizo e quem sabe de mais alguma coisa nas regiões altas, dado o perfil atmosférico bastante frio em altura. De facto esta é um depressão não muito normal, nestas latitudes, mais faz lembrar outro tipo de tempestades:hehe:.

Mas entretanto o que é que ainda não está tão bem definido?

Como é sabido com a inversão da circulação zonal e subida da dorsal anticiclónica, está a iniciar-se a descida de uma massa de ar muita fria continental, e é aqui que começa a incerteza entre os modelos, havendo vários cenários em linha de vista, e que se tornam dificeis de analisar.

O não estabelecimento de um fluxo continental visto por alguns modelos como o GFS (nas saídas anteriores), está intimamente ligado à intensidade da depressão muito cavada dos Açores, aquando da sua aproximação máxima ao continente, quanto mais intensa for, mais ar enérgico subtropical será conduzido, e maior será a instabilidade produzida pela colisão da massa de ar continental com a dita depressão, gerando uma vasta área depressionária de fluxo zonal, havendo a subida das união dos jatos, desviando o fluxo continental para norte juntamente com a dorsal anticiclónica que acaba por se fragmentar.

Para além do que acabo de descrever, e acho que este ponto até é dos que tem tem mais importância, porque é algo que os modelos têm bastante dificuldade em determinar nestes casos de SSW, é a posição dos fragmentos do jet polar, e digo isto, porque é importante haver um uma corrente de jato com circulação aprox. de norte-sul, que consiga fazer chegar o frio até ao continente, ora efetivamente o GEM e julgo que o ECWMF, têm visto esta corrente, dou como exemplo o caso do GEM:
5XOJbmf.png


O caso do GFS sem corrente de jato no sentido norte-sul:
eAuLKQ9.png


Outro fator importante que surge tanto no ECMWF como no GEM, e que agora vai surgindo no GFS, é a manutenção e reestabelecimento do frio para um fluxo continental mais consolidado :
tempresult_wob0.gif

tempresult_khl0.gif


No que confere às hipóteses de neve ainda é um pouco cedo para falar no assunto, é melhor averiguar primeiro se há consenso entre os modelos ou não no que toca à entrada continental, e então depois começar a analisar detalhadamente a posição de núcleos instáveis que possa trazer aguaceiros nos períodos de maior frio.


Relativamente à precipitação, queria aqui deixar a ressalva, que uma entrada continental, não cessaria necessariamente as hipóteses de vermos bons acumulados, repare-se por exemplo no caso do ECMWF, em que o fluxo continental faz uma curta passagem por cá e dá lugar novamente à corrente perturbada de oeste:
5c3iCPA.png


(Desculpem a extensão do texto, não tenho muito jeito para resumos:lol:)
Parabéns. Acompanho o Fórum já há dois anos e confesso que sentia falta de uma intervenção bem estruturada, fundamentada e com rigor. Isto não desmerecendo os membros que postam diariamente também com isenção, sem abordagens especulativas e sem constantes comentários depreciativos, ofensivos e com uma relação de mal com o estado do tempo, como se fosse aquele colega de trabalho chato que conspira só para nos chatear. Algo do género: "estão 20ºC e o mundo vai acabar, está tudo contra mim, vamos terminar torrados e nunca mais chove..." Muito obrigado.
 

MSantos

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