Biodiversidade

MSantos

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Aveiras de Cima
Aqui há mais ou menos um par de meses, comecei a reparar que ao final do dia e sempre no mesmo sítio, na curva norte do aterro junto à refinaria, por ali andava algo mais para além das gaivotas.

Eram claramente umas pequenas aves de rapina. De início não liguei muito, mas apresentavam uma característica muito notória nos seus movimentos e que me ajudaram a identificá-las ainda antes de as conseguir ver mais de perto: peneiravam, ou seja, paravam no ar - fantástico de se ver - antes de se lançarem sobre a presa no solo e mesmo no ar!

Eram portanto peneireiros-comuns. Nunca os tinha visto a caçar junto ao mar. E o que caçavam? Aqueles insetos enormes que tinham uma preferência especial pelo meu cabelo...

Ao fim de dois ou três dias de tentativas, lá os consegui fotografar com boa luz e com a objetiva "esticada" no máximo... e mesmo assim ainda deveria estar a uns 40/50 metros deles. Estes que apanhei, dois, são fêmeas. Os machos têm uma plumagem acinzentada na cabeça. Penso que seriam 4 ou 5 no total .


Common Kestrel (Falco tinnunculus). Leça da Palmeira, 14-07-2018 by JoãoP74, on Flickr


Common Kestrel (Falco tinnunculus). Leça da Palmeira, 14-07-2018 by JoãoP74, on Flickr

Que cara! :lol: Estava mesmo a olhar para mim :D

Common Kestrel (Falco tinnunculus). Leça da Palmeira, 14-07-2018 by JoãoP74, on Flickr

Muito bem apanhados! :thumbsup:

Estavas armado em mirone levaste logo com um olhar fulminante! :D
 


João Pedro

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Bicharocos maravilhosos Parabéns pelas fotos mais uma vez my friend , bem mais difícil de fotografar que as borboletas

Enviado do meu SM-A510F através do Tapatalk
Muito mais difícil... mas eu nunca digo não a um bom desafio... ;) Tenho de investir numa objetiva mais potente :D
Acho que a próxima vai ser uma borboleta... :lol:
Obrigado Ricardo! :)
 
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João Pedro

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Fantásticas!!!:w00t:
Obrigado! :) Não os tenho visto ultimamente, a bicharada que eles comiam já não anda por lá. Houve um dia que andava a ver se os via e, aparentemente, não estavam em lado nenhum. Até que me lembrei de olhar para cima e estava um a pairar no ar a uns dois ou três metros mesmo por cima de mim, fantástico :D
 

João Pedro

Super Célula
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Chegou a vez de uns bicharocos ainda mais pequenos, mas também com asas.
Confesso que quando os fotografei nunca os tinha visto antes, e fiquei naturalmente surpreendido, até porque são ambos bem bonitos :)
E depois a minha curiosidade não descansa até descobrir o que são... :rolleyes::lol:

Ora bem, são então uma borboleta e uma abelha. A borboleta é uma espécie noturna, uma traça portanto, e é uma zygaena. Não tem nome comum em português.

Five-spot Burnet (Zygaena trifolii). Serra d'Arga, 02-06-2017 by JoãoP74, no Flickr

A segunda é uma abelha-carpinteira. Como o nome indica, escava túneis na madeira, onde coloca depois os ovos. Também lhe chamam abelhão-azul, por razões óbvias :)

Violet Carpenter Bee (Xylocopa violacea). Serra d'Arga, 08-06-2017 by JoãoP74, no Flickr

A zygaena, curiosamente, até teve direito a aparecer este ano num selo dos CTT. Quem diria... :D
Podem ver aqui:

https://www.ctt.pt/dotAsset/1bf1f455-3084-4ac0-8345-103bd83ac255.pdf
 
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João Pedro

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Na lagoa dos salgados, avistei hoje vários destes, fiquei fascinado com eles.
Pareciam patos, mas agora já vi que não! Tirei algumas fotos, mas estão quase imperceptíveis.
Porquê fascinado? :lol: São bonitos, acho que já os vi aqui pelo Parque da Cidade.
 

MSantos

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3 Out 2007
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Isto não será normal, certo? Em 13 anos nunca vi tal coisa na de Leça.

Passo muitas vezes em Sines e nunca vi nada igual. A "tocha olímpica" está sempre acesa, mas nunca a vi a queimar assim, penso (e espero) que não seja normal e/ou frequente. :unsure:
 
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Pedro1993

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7 Jan 2014
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Isto não será normal, certo? Em 13 anos nunca vi tal coisa na de Leça.
Passo muitas vezes em Sines e nunca vi nada igual. A "tocha olímpica" está sempre acesa, mas nunca a vi a queimar assim, penso (e espero) que não seja normal e/ou frequente. :unsure:

"Trata-se, segundo o município, de "episódios recorrentes de fumo negro, com forte ruído por vezes associado, proveniente das flares do complexo industrial da Repsol" e que "além de todos os danos causados ao meio ambiente, incomoda e prejudica quem vive cá e turistas".

De acordo com a autarquia, que cita uma informação divulgada pela empresa Repsol Polímeros, o último episódio de poluição atmosférica resultou de "uma perturbação na Unidade de Steam Cracker por atuação de um automatismo que fez disparar vários equipamentos desta unidade e obrigou à sua paragem".

Excerto da noticia retirado de :https://www.sabado.pt/portugal/deta...o-sobre-alegada-poluicao-atmosferica-em-sines
 

rokleon

Nimbostratus
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2 Abr 2016
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Esmoriz
Novas espécies cavernícolas tornam Portugal referência na biodiversidade subterrânea

Portugal está na lista de ‘hotspots’ mundiais de biodiversidade subterrânea graças ao trabalho liderado pela investigadora Ana Sofia Reboleira, que permitiu descrever mais de 54 espécies novas numa década, triplicando o número de espécies cavernícolas conhecidas no país.

A investigadora guiou esta quarta-feira uma dezena de visitas a 47 metros de profundidade, mostrando daí a maior sala subterrânea conhecida no país — o Algar do Pena, na freguesia de Alcanede, concelho de Santarém – à cerca de uma centena de especialistas que participam na 24.ª Conferência Internacional de Biologia Subterrânea, a decorrer em Aveiro desde segunda-feira.

Na plataforma criada no interior desta gruta vertical (que desce até aos 82 metros de profundidade) encontram-se, em pequenas caixas, alguns dos “animais das cavernas” que podem ser vistos por quem visita a gruta e que estão disponíveis para experimentação, sendo a sua manutenção assegurada por alunos do agrupamento de escolas local, no âmbito do projeto “Citizens & Science”, orientados por Ana Sofia Reboleira.

Portugal é um dos poucos sítios do planeta em que, numa cavidade, temos mais de 20 espécies adaptadas à vida cavernícola. Isto é muito raro. Há muito poucos locais no planeta com estas características”, afirmou. No encontro que decorre na Universidade de Aveiro até sexta-feira, especialistas de todo o mundo debatem os impactos das alterações climáticas e das atividades humanas nos ecossistemas subterrâneos, cujas condições ambientais “muito estáveis” (ao longo do ano as variações de temperatura são muito reduzidas) estão “a enfrentar alterações incríveis a uma velocidade estonteante”, frisou.