É um problema social e cultural que não tem solução fácil. O uso do fogo está muito enraizado na cultura rural portuguesa principalmente a Norte do Tejo, As pessoas usam o fogo sem cuidado e em condições meteorológicas perigosas.
Na minha opinião a solução passaria por haver educação florestal/ambiental desde o primeiro ciclo em todas as escolas, temos que formar toda uma nova geração de pessoas ambientalmente conscientes nesta e noutras questões, como na redução do uso do plástico por exemplo.
Sim, caríssimo MSantos, é um problema cultural, mas não só:
1º Os
reacendimentos não são um problema "cultural", são um problema do
sistema ou das técnicas de combate aos incêndios;
2º A
má legislação produzida também
não é um problema "cultural" - só se for de
incompetência e má preparação dos políticos e da sua ânsia em resolver as questões apenas com legislação, passando o ónus para os proprietários - como se a sua aplicação não fosse um custo para o país, no seu todo!
E no final podem sempre dizer - "eu até fiz 2 decretos, 10 despachos e 5 portarias e vejam lá o que ardeu! Malditos incendiários!" (ultimamente também tem sido "malditos eucaliptos"); entretanto entra outro ministro e volta tudo à estaca zero. Isto já vimos todos os que se preocupam com a floresta, desde há muitos anos até aos dias de hoje.
Se alguém tem dúvidas da péssima legislação produzida é só ver por exemplo
https://www.dn.pt/lusa/interior/inc...ter-efeito-contrario---relatorio-9202265.html
3º Tantos incêndios provocados por
linhas eléctricas também
não são um problema cultural - sobretudo quando os próprios consumidores de eletricidade até pagam nas suas faturas os trabalhos de conservação e manutenção das redes - e em Portugal é bem cara a eletricidade.
Portanto, em 2018 (e os incêndios começaram à grande já na década de 70 - vai para meio século) esta história da "cultura" soa um pouco a incompetência nacional, a todos os níveis...