Aquecimento Global



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O IM australiano tem um resumo bastante interessante das mudanças no clima australiano e mundial -> http://www.bom.gov.au/state-of-the-climate/State-of-the-Climate-2018.pdf
 

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2018 Germany's warmest year on record
Dec 20: https://www.cleanenergywire.org/news/2018-germanys-warmest-year-record
2018 has been the warmest year in Germany since measurements began in 1881, the German National Meteorological Service (DWD) said in a press release.
The average temperature in 2018 was 10.4°C and thus 2.2°C higher than
the average temperature between 1961-1990. The previously warmest year
with 10.3°C had been 2014. Eight out of nine hottest years since 1881
have occurred in the 21st century, DWD said. “This remarkable concentration of warm years clearly shows that global warming is unchecked,” DWD vice president Paul Becker said.


With much more than 2,000 hours of sunshine, 2018 was also the sunniest
year since measurements started in 1951 and one of the three driest
years since 1881.
 
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AÇORES: AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS TAMBÉM ATINGEM ESTE PARAÍSO NO ATLÂNTICO

PARALELO 38

01.01.2019 às 14h28

João Gago da Câmara

Todas as ilhas do arquipélago viveram no último verão uma seca prolongada, favorável para alguns ao incremento do turismo, mas, na realidade, ruinosa para a agropecuária e problemática para o abastecimento das populações
Algumas ilhas, como a Graciosa e a Terceira, passaram por situações consideradas de seca extrema, que se prolongaram por mais de sete meses, desde as sementeiras da primavera às renovações das pastagens no outono.

O clima mundial está a mudar. O dos Açores também. Os especialistas falam numa diminuição generalizada da precipitação em todas as ilhas, sobretudo nas zonas baixas do litoral, num aumento da temperatura e apontam para períodos de seca mais frequentes e com episódios prolongados. Nos últimos cinquenta anos verificaram-se nos Açores vários verões extremamente secos, metade dos quais nos últimos dez anos.

A precipitação é a única fonte natural de água doce no arquipélago. Daí a sua extrema vulnerabilidade face aos caprichos das massas nebulosas que, seguindo a corrente do golfo, cruzam o Atlântico Norte e descarregam chuva na turbulência acidentada dos vulcões insulares.

A circulação de água nas ilhas tem características particulares, diferentes das que ocorrem em regiões continentais com bacias de retenção extensas. Os cursos raramente excedem uma dezena de quilómetros, são no geral declivosos e escoam torrencialmente como resposta à precipitação. Chuvadas fortes em períodos curtos geram frequentemente os transbordos e as inundações que tantos prejuízos causam.

A água que se infiltra no terreno obedece aos caprichos das formas lávicas e das acumulações de cinzas e bagacinas vomitadas pelos vulcões. Coexistem nas ilhas acumulações de águas subterrâneas profundas a sobrenadar água salgada proveniente de infiltrações do mar com acumulações superficiais que originam mananciais nas zonas altas. Os períodos de seca prolongados potenciam, nas primeiras, águas com muito sal - salobras, e, nas segundas, reduções acentuadas nos caudais.

As alterações climáticas em regiões insulares de pequena dimensão com estas particularidades, são, pois, um assunto muito sério pelas trágicas consequências hidrológicas que podem comportar. São as Nações Unidas, pela voz dos estados ilhas do Pacífico, que o dizem.

Os impactos negativos nos Açores começam aos poucos a desvendar-se.

Todas as ilhas do arquipélago viveram no último verão uma seca prolongada, favorável para alguns ao incremento do turismo, mas, na realidade, ruinosa para a agropecuária e problemática para o abastecimento das populações. Algumas ilhas, como a Graciosa e a Terceira, passaram por situações consideradas de seca extrema, que se prolongaram por mais de sete meses, desde as sementeiras da primavera às renovações das pastagens no outono.


Na ilha Terceira, secas com duração superior a três meses implicavam cortes de água no fim do verão. Em 2018, os caudais das nascentes dos dois concelhos bateram recordes mínimos, com reduções da ordem dos 80 a 90 %. Só não ocorreram ruturas de abastecimento nem a degradação da qualidade da água, graças à reestruturação de redes efetuada na última década e à lúcida abertura de novas captações em aquíferos identificados nos últimos anos pela Universidade dos Açores.

Nas ilhas do Pico e Graciosa a escassez prolongada levou à sobre-exploração de águas subterrâneas profundas - as disponíveis no fim da época estival - gerando uma salinização galopante na água extraída. Para por cobro a este fenómeno, recorrente após períodos prolongados de exploração, e fazer face à escassez de caudais das nascentes altas, optou-se na ilha do Faial por uma campanha de contenção, apelando-se à população para restringir consumos.

Na ilha do Corvo, com escassos 17 km2 e 430 habitantes, os efeitos da seca geraram um conflito entre diferentes utilizadores da água, que abriu portas a uma divertida novela política, tendo os reservatórios existentes chegado a limites impensáveis em circunstâncias de precipitação normais.

Em ilhas como São Miguel, São Jorge, Santa Maria e Flores, as dificuldades, sobretudo para o sector agropecuário, também se fizeram sentir, levando as autoridades a intervir.

A indústria turística, em franca expansão nalgumas das nove ilhas do arquipélago, não aprecia só as águas quentes que brotam nas cascatas e nos mananciais das caldeiras. Exige água doce, fria e de boa qualidade.

A perceção do que está para vir é cada vez mais clara e o tempo para o debate está-se a esgotar. Urge em muitas das ilhas dos Açores começar a intervir - conhecer com pormenor as disponibilidades hídricas e otimizar a sua exploração, criar sistemas de gestão ao nível de ilha que conjuguem de forma sustentável a procura com as necessidades, consciencializar os utilizadores dos riscos do desperdício e para a necessidade da poupança.

As ilhas consideradas pelos especialistas mais problemáticas são a Graciosa, São Jorge, Pico e Santa Maria. Ao que parece, as autoridades regionais, em conjunção com a Universidade dos Açores, já iniciaram diligências no sentido de minimizar consequências de maior na hidrologia das ilhas para que estes verdadeiros paraísos verdes sejam sustentáveis para a população local e, com o incremento turístico, que se adivinha, continuem a ser lugares aprazíveis.
http://visao.sapo.pt/opiniao/parale...icas-tambem-atingem-este-paraiso-no-Atlantico
 
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