Seguimento Meteorológico Livre 2019

Orion

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Orion

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Nos últimos anos tem-se assistido a um ligeiro fortalecimento do anticiclone na região portuguesa. Este Junho não acompanha a tendência mas dificilmente irá mudar de forma significativa a anomalia positiva acumulada no território português.
 

bandevelugo

Cumulus
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3 Jan 2008
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O relatório é deveras interessante, mas quando começamos a esmiuçar...

Na parte do clima nada há de verdadeiramente interconectável ("Climate hazzards" sempre os houve, há e haverá, a questão é saber se prejudicam cada vez mais, ou não).

E quanto a isso ao que parece os números são claros: o impacte dos "desastres ambientais" na população/economia mundial vem a decrescer nas últimas décadas (https://pbs.twimg.com/media/DwZg7vSXQAES7qJ.png, em ). Falamos de impacte relativo, não absoluto: como é óbvio, quanto mais pessoas habitam no mundo, mais construções e bens (mais valiosos) existem e o potencial de danos/destruição para um evento da mesma dimensão x é muito maior agora do que no passado.

Isto sem falar de outros temas colaterais: p.ex., em 2017 houve grande discussão sobre as causas dos brutais incêndios na Califórnia, com amarga troca de "bocas" entre o Trump (que defendia que o problema era a falta de limpeza das matas, por excessiva legislação estadual de proteção e falta de investimento) e o então governador do estado da Califórnia, Jerry Brown (que culpava as alterações climáticas e o governo federal pela suas erradas políticas climáticas).

O que é certo é que mal tomou posse, o novo governador da Califórnia (Gavin Newsom) tomou uma medida drástica: declarou o ESTADO DE EMERGÊNCIA para permitir que certa legislação que dificulta a limpeza das florestas não seja aplicada e, ao mesmo tempo, criou um programa imediato de intervenção em 40 000 hectares.

Nota final: dos mais graves (em termos de destruição e vidas humanas) incêndios florestais da Califórnia em 2017 e 2018 foram causados por linhas eléctricas arcaicas e mal mantidas, e a principal empresa distribuidora de eletricidade (a equivalente à nossa EDP) está a pensar pedir proteção contra credores... https://www.cnbc.com/2019/01/24/cal...t-not-pge-at-fault-for-deadly-tubbs-fire.html.

As alterações climáticas têm costas muito largas...
 

joralentejano

Super Célula
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21 Set 2015
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Uma bom destino de férias para alguns companheiros foristas.
Certamente que nunca mais vinham para aqui dizer barbaridades e suplicavam por este tempo excelente que temos tido agora. :p Sinceramente não sei qual será o prazer em ter temperaturas destas, pois, tanto para praia como para piscina também se torna super desagradável. Provavelmente deve ser só pelos registos interessantes, o problema é que os mesmos nos trazem consequências, por vezes graves, como podemos ver nessa notícia.
 

algarvio1980

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Certamente que nunca mais vinham para aqui dizer barbaridades e suplicavam por este tempo excelente que temos tido agora. :p Sinceramente não sei qual será o prazer em ter temperaturas destas, pois, tanto para praia como para piscina também se torna super desagradável. Provavelmente deve ser só pelos registos interessantes, o problema é que os mesmos nos trazem consequências, por vezes graves, como podemos ver nessa notícia.

Mas, para fazeres praia ou piscina, se tiver ali entre os 26ºC e os 28ºC está uma categoria, menos é "friorento" para mim e mais já está calor a mais. :D Mas, com a temperatura da água também ali nos 25ºC, menos está fria. :lol:
 

Orion

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O relatório é deveras interessante, mas quando começamos a esmiuçar...

Na parte do clima nada há de verdadeiramente interconectável ("Climate hazzards" sempre os houve, há e haverá, a questão é saber se prejudicam cada vez mais, ou não).

E quanto a isso ao que parece os números são claros: o impacte dos "desastres ambientais" na população/economia mundial vem a decrescer nas últimas décadas (https://pbs.twimg.com/media/DwZg7vSXQAES7qJ.png, em ). Falamos de impacte relativo, não absoluto: como é óbvio, quanto mais pessoas habitam no mundo, mais construções e bens (mais valiosos) existem e o potencial de danos/destruição para um evento da mesma dimensão x é muito maior agora do que no passado.

Mas o problema é as alterações climáticas afetam desproporcionalmente os pobres, que pouco contribuem para esse PIB.

Um dos gráficos mais relevantes do relatório é este:

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Um ciclone tropical no Japão tendencialmente não provoca grandes danos no PIB porque a infraestrutura está bem preparada. Paralelamente, se um ciclone tropical varrer o Bangladesh ou o Iémen também não haverá grandes alterações no PIB porque são extremamente pobres.

A utilização das mortes para contabilizar os efeitos das alterações climáticas também não é útil. Atualmente os modelos meteorológicos permitem a evacuação de milhões com alguma antecedência. Isto não acontecia há 30 anos atrás.

As secas afetam cada vez mais pessoas nos locais habituais mas o número de mortos e deslocados é contido devido à ajuda internacional. Isto quer dizer que o aumento da frequência e intensidade das secas não interessa? Quem garante que haverá sempre ajuda para as dezenas de milhões que necessitam dela?

As alterações climáticas não podem ser entendidas isoladamente, mas em conjunção com outros fatores. Em muitos países por esse mundo fora há excessiva utilização dos aquíferos para suprir as necessidades de uma população em contínuo crescimento. As alterações na precipitação exacerbam essa necessidade e não existe água infinita.

As alterações climáticas devem ser entendidas num longo período de tempo. Não é por causa que nada aconteceu nos últimos 20 anos que quer dizer que será sempre assim. Entre muitas outras coisas, as alterações climáticas também contribuem para a degradação dos solos que já estão saturados pela exploração excessiva. Isto contribui para mais desflorestação e perda de biodiversidade.

Os países desenvolvidos vivem numa bolha. Assume-se que as alterações climáticas (independentemente da sua origem) são pouco importantes porque a tecnologia compensa muita coisa. Mas a maior parte do mundo é pobre e não tem acesso às mesmas benesses. E quando as condições se tornam insuportáveis, as pessoas movem-se em massa.

Em jeito de resumo, é fácil perceber. Mesmo que as alterações climáticas sejam naturais, elas continuam a representar um enorme problema (mais para as gerações vindouras porque as mais culpadas estarão mortas).
 
Última edição:

Pedro1993

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7 Jan 2014
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E vim eu aqui na boa fé, a pensar que alguém iria comentar a chuva que poderá vir nos próximos dias... lol

Eu prefiro esperar para ver, é melhor assim do que criar grandes espectativas, e depois sair tudo ao lado.
Mas claro, venha o que vier, será sempre bem vinda.