Bioluminescência em Portugal

belem

Cumulonimbus
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Ainda era eu um adolescente, e já andava a investigar os pirilampos do meu quintal.

Uma das espécies que lá existia era esta.



Lamprohiza paulinoi (2 fêmeas adultas).
Encontrei esta foto da espécie na net (podem clicar para a ampliar), mas infelizmente não sei qual é o autor (ou autora) e a localidade onde foi tirada.
 
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belem

Cumulonimbus
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«Conta-se, pois, que a dada altura eles teriam visto uma claridade que pensavam ser o final do túnel, mas não era senão um espaço enorme com várias construções antigas que pareciam ser duma cidade subterrânea abandonada e a luz do ambiente vinha das próprias rochas luminiscentes das paredes da grande gruta onde se encontravam.»

http://misterios-desvendados.blogspot.com/2010/12/misterios-da-serra-da-arrabida.html

Uma explicação possível para a luminescência nas profundezas subterrâneas, seria a de que estaria a ser produzida pelo micélio gigantesco de um fungo luminoso.
Já observei um certo tipo de luminescência dentro do solo e esta pode ser bastante extensa.
Quem a produzia era um fungo do género Armillaria.
A luminosidade neste género, como já tinha referido antes, consegue atingir niveis consideráveis de intensidade (e pode cobrir áreas com vários metros).
Nem sempre se restringe a pedaços de madeira, podendo ser observada no solo (em busca de água, e nutrientes).
Também tem a particularidade, de mostrar tons de luminescência distintos.

Aqui descrevem como o fenómeno ocorre em algumas minas subterrâneas (em Inglês):

https://www.fungimag.com/spring-2011-articles/LuminescentWoodLR.pdf
 
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«Conta-se, pois, que a dada altura eles teriam visto uma claridade que pensavam ser o final do túnel, mas não era senão um espaço enorme com várias construções antigas que pareciam ser duma cidade subterrânea abandonada e a luz do ambiente vinha das próprias rochas luminiscentes das paredes da grande gruta onde se encontravam.»

http://misterios-desvendados.blogspot.com/2010/12/misterios-da-serra-da-arrabida.html

Uma explicação possível para a luminescência nas profundezas subterrâneas, seria a de que estaria a ser produzida pelo micélio gigantesco de um fungo luminoso.
Já observei um certo tipo de luminescência dentro do solo e esta pode ser bastante extensa.
Quem a produzia era um fungo do género Armillaria.
A luminosidade neste género, como já tinha referido antes, consegue atingir niveis consideráveis de intensidade (e pode cobrir áreas com vários metros).
Nem sempre se restringe a pedaços de madeira, podendo ser observada no solo (em busca de água, e nutrientes).
Também tem a particularidade, de mostrar tons de luminescência distintos.

Aqui descrevem como o fenómeno ocorre em algumas minas subterrâneas (em Inglês):

https://www.fungimag.com/spring-2011-articles/LuminescentWoodLR.pdf

Já que tocas no assunto da lumiscencia nas profundezas subterraneas, eu este fim de semana, estive dentro da Gruta do Almonda, que uma da maiores e mais extensas grutas da Península Ibérica e estive a 170 m de profunidade, e lá dentro existem várias galerias, que tem mais de 15 metros de altura, onde podem ver pequenos fragementos luminosos, mas pode-se tratar apenas de alguma pedra mais polida ou brilhante, que é mais vísivel com a luz do capacete.
 
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Pedro1993

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Para tentares ver as luzes, tens que apagar a luz do capacete, e habituar os olhos ao escuro.

Sim, faz todo o sentido, mas por motivos de segurança, só tivemos permissão de apagar as luzes dos capacetes, numa zona de areal, com cerca de 30 m2 ,que é chamada de praia, pelos espeleólogos, porque é uma zona segura, e mesmo assim temos de estar sentados a areia
 

belem

Cumulonimbus
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0006-171114155906-adrianoneves-adrianon-com-2-1-23.jpg



0006-171114155906-adrianoneves-adrianon-com-2-1.jpg


Nestas duas fotos, pode-se ver um fungo luminoso provavelmente do género Armillaria a decompôr madeira apodrecida de carvalho-cerquinho (na Reserva Lightalive de Óbidos).
Penso que se trata de Armillaria tendo em conta os diferentes tons luminosos produzidos (verde-azul-amarelo), a côr da madeira à luz do dia (muito clara e com linhas escuras bem definidas e delimitar várias porções luminosas), e um aroma agradável bastante específico.

Nesta altura do ano, e sobretudo em locais escuros, florestados e húmidos, é possível observar em algumas partes do substrato florestal, clarões de luz, provocados por diferentes espécies de fungos luminosos.
Estes clarões tornam-se mais óbvios, quando o local é escuro, quando os nossos olhos, estão já habituados à escuridão e quando nos dobramos (sobretudo se o local não for muito escuro) para ver com cuidado a manta florestal.
A luminosidade tanto pode aparecer em pequenas folhas, em plantas herbáceas como em pedaços de casca de árvore, em ramos ou até em troncos inteiros de árvores (neste caso torna-se facilmente visivel, à distância).
Pelo que tudo indica, pelo menos no nosso país, parecem ter preferência, por florestas maduras (têm preferências pelas folhosas e pelas espécies de folhas larga) e com muita manta morta, podendo crescer em quase todo o comprimento de uma árvore, dando um espetáculo de rara beleza...
Imaginem uma árvore, com um tronco de vários metros, a brilhar de cima a baixo! É uma experiência inesquecível.
Como o projeto Lightalive inclue no seu leque de investigações, a temática dos fungos luminosos, quem já alguma vez observou tal fenómeno e quiser falar sobre o seu achado, já sabe, aqui é um bom sítio para partilhar (ou então se preferir, envie-me uma pm ou um email (livinglightfestival@gmail.com)).
 
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belem

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luz-viva.jpg



Um vídeo sobre este género:



Outro género de fungos luminosos, que começa agora a frutificar e a tornar-se mais facilmente visível no nosso país, é o Omphalotus.

resize_1259335209.jpg

Omphalotus olearius

resize_1287790039.jpg

Omphalotus olearius
(Maria da Luz Calado).


Ambos géneros, têm em comum a faculdade de ter um micélio luminoso (que no caso do género Armillaria pode ter um tamanho gigantesco) mas diferem na luminescência observada no fruto do cogumelo, em que o Omphalotus tem a parte inferior do chapéu luminosa e o Armillaria não.
 
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Nestas duas fotos, pode-se ver um fungo luminoso provavelmente do género Armillaria a decompôr madeira apodrecida de carvalho-cerquinho (na Reserva Lightalive de Óbidos).
Penso que se trata de Armillaria tendo em conta os diferentes tons luminosos produzidos (verde-azul-amarelo), a côr da madeira à luz do dia (muito clara e com linhas escuras bem definidas e delimitar várias porções luminosas), e um aroma agradável bastante específico.

Nesta altura do ano, e sobretudo em locais escuros, florestados e húmidos, é possível observar em algumas partes do substrato florestal, clarões de luz, provocados por diferentes espécies de fungos luminosos.
Estes clarões tornam-se mais óbvios, quando o local é escuro, quando os nossos olhos, estão já habituados à escuridão e quando nos dobramos (sobretudo se o local não for muito escuro) para ver com cuidado a manta florestal.
A luminosidade tanto pode aparecer em pequenas folhas, em plantas herbáceas como em pedaços de casca de árvore, em ramos ou até em troncos inteiros de árvores (neste caso torna-se facilmente visivel, à distância).
Pelo que tudo indica, pelo menos no nosso país, parecem ter preferência, por florestas maduras (têm preferências pelas folhosas e pelas espécies de folhas larga) e com muita manta morta, podendo crescer em quase todo o comprimento de uma árvore, dando um espetáculo de rara beleza...
Imaginem uma árvore, com um tronco de vários metros, a brilhar de cima a baixo! É uma experiência inesquecível.
Como o projeto Lightalive inclue no seu leque de investigações, a temática dos fungos luminosos, quem já alguma vez observou tal fenómeno e quiser falar sobre o seu achado, já sabe, aqui é um bom sítio para partilhar (ou então se preferir, envie-me uma pm ou um email (livinglightfestival@gmail.com)).

Excelente oservação, tenho andado nas últimas semanas também a investigar a trabalhar com alguns fungos de floresta madura, bem como micorrizas, entre outros, estou a fazer experiencias, e reprodução destes mesmos fungos para usar como acelarador de compostagem em contexto agrícola-florestal.
Agora estamos em plena época de observação de vários tipos de fungos, devido ás condições de humidade.
 
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Cumulonimbus
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Através de um microscópio aqui pode-se ver o órgão luminoso de um pirilampo nos momentos derradeiros da sua vida (aconselho a pôr o vídeo em 1080 p (HD) e em «full screen»):



Lembro-me de encontrar pirilampos no chão (imóveis e já quase a morrer) a produzir este tipo de luminescência, sendo possível portanto de observar a olho nú, ainda que com a ajuda do microscópio, é possível de observar detalhes únicos.
 
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Cumulonimbus
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IMG-1985.jpg


Lenha luminosa (a ser decomposta por um fungo luminoso).

Quem tiver toros de lenha lá fora à chuva, pode ser que tenha alguns que sejam luminosos...
Este fungo aparece especialmente em madeira de folhosas (mas também aparece no eucalipto).
E para ver se os toros brilham, o ideal é vê-los na escuridão.
 
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Lenha luminosa (a ser decomposta por um fungo luminoso).

Quem tiver toros de lenha lá fora à chuva, pode ser que tenha alguns que sejam luminosos...
Este fungo aparece especialmente em madeira de folhosas (mas também aparece no eucalipto).
E para ver se os toros brilham, o ideal é vê-los na escuridão.

Simplesmente incrivel, fico maravilhado ao observar estas coisas.
 
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São como brasas verdes e até aromatizam o ar.

Tenho aqui uma pilha de estilha, toda proveniente de sobrantes, canas e silvas, deve ter uma 2 toneladas, e tem estado com muita actividade fúngica, tenho de retirar alguns desses pedaços de lenha, para ver no escuro, pode ser que tenha alguma sorte.
 
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Não se lembra de ver um pirilampo? A perda de habitat, a iluminação nocturna e os pesticidas são os responsáveis

Especialistas de todo o mundo responderam a um inquérito coordenado por uma universidade norte-americana e, apesar de algumas variações regionais, a percepção global é a de que a diminuição das populações de pirilampos nas últimas décadas se deve àqueles três factores.

Se calhar ainda se recorda do tempo em que, no Verão, bastava afastar-se um pouco das partes mais iluminadas da cidade para encontrar luzinhas a tremelicar nos campos mergulhados na escuridão. Pode ter sido num desses encontros acidentais que descobriu que aquelas luzes misteriosas pertenciam a pirilampos. E é provável que já há algum tempo que não tenha qualquer encontro desses. Os pirilampos estão a diminuir e um inquérito agora divulgado aponta o dedo aos principais culpados. Segundo os especialistas nestas criaturas que alimentam a imaginação, graças à sua bioluminescência, os principais responsáveis por esse desaparecimento são a perda de habitat, a iluminação nocturna e o uso de pesticidas.

https://www.publico.pt/2020/02/04/c...DbqI7kCoYmjrL2Fwv1hpgVlYP7fW5UoyMNge3uUvUvzX8