Seguimento Meteorológico Livre - 2020

MSantos

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3 Out 2007
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Aveiras de Cima
Finalmente, e após tantos dias sem chuva no Sotavento, parece que caiu alguma coisa por lá hoje, embora muito menos do que a que vai cair na quinta:
- Monte Gordo: 0,4 mm
- Vila Nova de Cacela: 0,71 mm
- Faz Fato: 0,61 mm
- Tavira: 0,4 mm
- Santa Catarina da Fonte do Bispo: 1,34 mm
- Faro: 2,32 mm
- Almancil: 1,41 mm
- Quinta do Lago: 3,33 mm
- Quarteira: 1,11 mm
- Vilamoura: 0,71 mm
- Albufeira: 2,32 mm
- Porches: 1,41 mm
- Carvoeiro: 1,01 mm
- Ferragudo: 0,81 mm
- Portimão: 0,91 mm
- Lagos: 0,91 mm
- Luz: 0,3 mm
- Budens: 1,41 mm
- Bensafrim: 0,4 mm
(rede NETATMO)
- Martinlongo: 1,5 mm
- Sagres: 1 mm
- Monchique: 5 mm
- Aljezur: 3,7 mm
- São Teotónio: 6,8 mm
- Neves-Corvo: 2,5 mm
- Mértola: 4,8 mm
- Beja: 3,1 mm
- Alvalade: 3,1 mm
(rede IPMA)
:rain:

Chega também a ser curioso o facto de as frentes, mesmo depois de entrarem em dissipação após ultrapassarem a Serra do Caldeirão, voltam a intensificar-se mal passam Huelva. A estação NETATMO de Medina Sidonia, na província de Cádis, acumula até ao momento 29,3 mm. Não é de admirar que o ponto mais chuvoso do país vizinho seja na Andaluzia! :surprise:

O ponto mais chuvoso de Espanha é na Andaluzia?? :wacko::confused:
 
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rozzo

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11 Dez 2006
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Alcochete/Lisboa
Já tenho visto comentários na própria página do IPMA a comentar sobre isso. Pelo que tenho entendido, tem a ver com a maneira como o índice PDSI, usado pelo IPMA. O Palm Springs Drought Index é calculado segundo estes critérios: :D
"Este índice baseia-se no conceito do balanço da água tendo em conta dados da quantidade de precipitação, temperatura do ar e capacidade de água disponível no solo [...]".
Destes três critérios, só um põe a zona de Viana do Castelo em situação normal: a capacidade de água disponível. Nas restantes situações, Viana do Castelo está mal classificada: :eek:
  • Ao nível da precipitação, a região tem tido um outono bastante seco. 341 mm acumulados em 4 meses é pouco tendo em conta que a média é de 471 mm (nem chega a 80% da média). A acrescentar a isso, a primavera no Norte também não foi lá muito chuvosa, tendo em conta que abril foi realmente o único mês chuvoso (março somente foi chuvoso porque, no início do mês, ocorreu um rio atmosférico com várias frentes fortes a atingirem a região).
  • As temperaturas também não têm sido muito frias na região, excetuando um ou outro dia com entradas frias de norte ou de nordeste.
Em suma, sim, a seca justifica-se no Litoral Norte tendo em conta estes critérios, e não se justifica em Faro porque, nos dois critérios em que Viana do Castelo está mal, Faro está bem (no caso da precipitação, até diria incrivelmente bem). ;)

O termo correto é "Palmer Drought Severity Index", e não "Palm Springs Drought Index". :D.
Palmer foi a pessoa que o desenvolveu, ainda nos anos 60.

E sim, é verdade que em rigor e segundo a formulação do índice está certo o facto do Norte estar em seca, visto o índice ser puramente meteorológico, e portanto segundo a definição de seca meteorológica é verdade.
Não menos verdade é o referido acima, dos vários "conceitos de seca", e obviamente, para referência em gestão de água, barragens, aplicações agrícolas, naturalmente não é verdade que o Norte esteja em seca. Infelizmente não existe essa distinção ao ser utilizado apenas o PDSI no site do IPMA.

Na verdade o problema nem é totalmente esse, poderia ser contornado, se o mesmo fosse calculado e apresentado para diferentes escalas temporais. Na verdade, um período mais prolongado de seca meteorológica (que não é o caso) reflete-se mais tarde ou mais cedo em seca agrícola.
Mas concordo totalmente que a forma como as coisas estão apresentadas no site do IPMA pode induzir a generalidade das pessoas em erro, especialmente através de uma má transmissão de informação através dos media.

Já agora, deixo o link para um site onde apresenta um outro índice de seca (também utilizando variáveis meteorológicas, temperatura e precipitação), o SPEI, mas com a vantagem de se poder ver o seu estado a diferentes escalas temporais (desde 1 mês a 48 meses), portanto já "simulando" um pouco melhor o impacto da seca puramente meteorológica em outros conceitos, como os impactos a escalas maiores para hidrologia ou agricultura.

https://spei.csic.es/map/maps.html#months=0#month=10#year=2020

Dá por exemplo para ver perfeitamente que no Sul de PT, a escalas curtas (1 mês) o índice dá condições de chuva, como expectável dada a precipitação recente acima da média, mas que ao aumentar a escala temporal (p.ex. >12 meses) esta não tem reflexo ainda no balanço a escala temporal maior, resultando em valores negativos, portanto indicando seca (tal como qualquer agricultor no Sul dirá, pois a verdade é que continua a faltar água, dado o acumulado de meses/anos secos).

De qualquer forma, qualquer um destes índices baseado puramente em variáveis meteorológicas tem as suas limitações para interpretação de diferentes conceitos de seca, não há como contornar.
E claro, há também que ter o espírito crítico de entender que valores negativos/positivos próximos de 0 (portanto seca fraca ou chuva fraca no caso do PDSI) valem o que valem, estão dentro da variabilidade normal e do desvio-padrão.
 

algarvio1980

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21 Mai 2007
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Olhão (24 m)
Neste momento, o Algarve não se encontra em situação de seca meteorológica mas ainda encontra-se em seca hidrológica, dado os volumes armazenados nas barragens estarem ainda baixos..

Em Viana do Castelo, no trimestre SON teve um déficit de 100 mm em relação à normal, dado que os três meses foram todos abaixo da média e em particular no mês de Novembro choveu apenas 53 % em relação à normal, por isso não espanta que entrasse em seca.

Se, em Faro chover 53% num mês e em meses anteriores já existir déficit também entraria em seca.

O termo correto é "Palmer Drought Severity Index", e não "Palm Springs Drought Index". :D.
Palmer foi a pessoa que o desenvolveu, ainda nos anos 60.

E sim, é verdade que em rigor e segundo a formulação do índice está certo o facto do Norte estar em seca, visto o índice ser puramente meteorológico, e portanto segundo a definição de seca meteorológica é verdade.
Não menos verdade é o referido acima, dos vários "conceitos de seca", e obviamente, para referência em gestão de água, barragens, aplicações agrícolas, naturalmente não é verdade que o Norte esteja em seca. Infelizmente não existe essa distinção ao ser utilizado apenas o PDSI no site do IPMA.

Na verdade o problema nem é totalmente esse, poderia ser contornado, se o mesmo fosse calculado e apresentado para diferentes escalas temporais. Na verdade, um período mais prolongado de seca meteorológica (que não é o caso) reflete-se mais tarde ou mais cedo em seca agrícola.
Mas concordo totalmente que a forma como as coisas estão apresentadas no site do IPMA pode induzir a generalidade das pessoas em erro, especialmente através de uma má transmissão de informação através dos media.

Já agora, deixo o link para um site onde apresenta um outro índice de seca (também utilizando variáveis meteorológicas, temperatura e precipitação), o SPEI, mas com a vantagem de se poder ver o seu estado a diferentes escalas temporais (desde 1 mês a 48 meses), portanto já "simulando" um pouco melhor o impacto da seca puramente meteorológica em outros conceitos, como os impactos a escalas maiores para hidrologia ou agricultura.

https://spei.csic.es/map/maps.html#months=0#month=10#year=2020

Dá por exemplo para ver perfeitamente que no Sul de PT, a escalas curtas (1 mês) o índice dá condições de chuva, como expectável dada a precipitação recente acima da média, mas que ao aumentar a escala temporal (p.ex. >12 meses) esta não tem reflexo ainda no balanço a escala temporal maior, resultando em valores negativos, portanto indicando seca (tal como qualquer agricultor no Sul dirá, pois a verdade é que continua a faltar água, dado o acumulado de meses/anos secos).

De qualquer forma, qualquer um destes índices baseado puramente em variáveis meteorológicas tem as suas limitações para interpretação de diferentes conceitos de seca, não há como contornar.
E claro, há também que ter o espírito crítico de entender que valores negativos/positivos próximos de 0 (portanto seca fraca ou chuva fraca no caso do PDSI) valem o que valem, estão dentro da variabilidade normal e do desvio-padrão.

O termo do @"Charneca" Mundial , é porreiro, estava a pensar, no estado de secura de Palm Springs Beach mas eu já li numa tese de mestrado duma amiga minha, em vez de escrever "Palmer" escreveu "Palmier" , eu perguntei a ela se aquilo era o estado de secura do palmier :D :lol:, resultado levei uma lambada pensou que eu estivesse no gozo e depois mostrei a ela desatou a rir.
 

David sf

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8 Jan 2009
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Oeiras / VN Poiares
O ponto mais chuvoso de Espanha é na Andaluzia?? :wacko::confused:

Existe o mito de que o local mais chuvoso de Espanha é em Grazalema, na serra homónima na província de Cadiz. Tal mito tem um fundo de verdade porque a precipitação anual média nessa estação supera os 2000mm, o que é notável para a sua localização. No entanto, várias estações na Costa Norte e na Galiza têm valores de precipitação média anual superiores.
O factor em que acho que Grazalema lidera (não tenho a certeza absoluta) é na média do valor de máximo anual de precipitação registada em 24 horas. A sua localização muito expostas a entrada de SW e S, aliando a precipitação orográfica à potenciação da convecção, favorece muito os eventos severos.
 

N_Fig

Cumulonimbus
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29 Jun 2009
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Figueira da Foz
Infelizmente não existe essa distinção ao ser utilizado apenas o PDSI no site do IPMA.
Não é usado apenas o PDSI. Há também o SPI:
http://www.ipma.pt/pt/oclima/observatorio.secas/spi/monitorizacao/servico.situacaoatual/
Nem é algo novo, há boletins de 2006 que apresentam os dois índices. Tem essa coisa que disseste de dar para ver os vários meses, mas não sei se está relacionado com esse tal SPEI.

De qualquer forma, qualquer um destes índices baseado puramente em variáveis meteorológicas tem as suas limitações para interpretação de diferentes conceitos de seca, não há como contornar.
O PDSI não pega só na precipitação, usa também a temperatura e (mais importante) a quantidade de água no solo. Claro que isso a curto prazo não se reflete logo nas barragens, mas é um bom indicador
 

rozzo

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11 Dez 2006
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Alcochete/Lisboa
Não é usado apenas o PDSI. Há também o SPI:
http://www.ipma.pt/pt/oclima/observatorio.secas/spi/monitorizacao/servico.situacaoatual/
Nem é algo novo, há boletins de 2006 que apresentam os dois índices. Tem essa coisa que disseste de dar para ver os vários meses, mas não sei se está relacionado com esse tal SPEI.

Não sabia que tinha o SPI no site do IPMA. O SPI usa apenas precipitação, ao invés que o SPEI usa também a temperatura (tal como o PDSI).
O uso da temperatura é crucial para estimar a evapotranspiração, especialmente num contexto de aquecimento como o actual, onde o efeito do calor na perda de humidade dos solos se torna cada vez mais crucial. Daí não achar muito interessante o uso do SPI, pois baseia-se apenas na precipitação. E isso pode dar uma ideia e interpretações muito erradas...

Por exemplo, há locais do planeta actualmente onde a precipitação até está a aumentar ligeiramente, mas as perdas por evaporação devido ao aquecimento são maiores ainda que esse aumento de precipitação. Desta forma, "paradoxalmente", um índice como o SPI indicará situações mais húmidas, quando na verdade, a realidade é evolução para condições do solo mais secas, precisamente por causa do efeito da temperatura.

O PDSI não pega só na precipitação, usa também a temperatura e (mais importante) a quantidade de água no solo. Claro que isso a curto prazo não se reflete logo nas barragens, mas é um bom indicador

Sim, como disse atrás, índices que considerem essas diversas variáveis serão mais úteis e com melhor interpretação. Todavia, o facto de apenas se apresentar o PDSI para uma escala temporal é uma limitação. Penso que a informação a várias escalas temporais no site do IPMA será relativa ao SPI? Mas como também disse atrás, não acho que seja um índice muito interessante. O ideal seria ter o PDSI calculado e apresentado a várias escalas, isso já seria muito mais informativo naturalmente.
 

Snifa

Furacão
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16 Abr 2008
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Porto-Marquês:145 m Mogadouro:749 m
Frente vigorosa em aproximação :rain:

4PTiWeF.jpg
 

N_Fig

Cumulonimbus
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29 Jun 2009
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Figueira da Foz
Penso que a informação a várias escalas temporais no site do IPMA será relativa ao SPI?
Sim, é
O ideal seria ter o PDSI calculado e apresentado a várias escalas, isso já seria muito mais informativo naturalmente.
Pelo que entendi do que está no site do IPMA, o PDSI não pode ser calculado como dizes, pois o seu meio de cálculo já introduz uma contribuição (pesada) dos meses anteriores, com diferentes pesos na prática tendo em conta a distância temporal
 

TxMxR

Cumulus
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22 Jun 2018
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Viseu
Rajada de 100,4 Km/h em Pai do Vento.

Chuvisco aqui na Póvoa, rajadas entre os 55 e os 60 Km/h.
2,0 mm

Cada vez mais me parece haver ali uma ciclogénese à latitude de Lisboa a cerca de 500 Km da costa:

Claramente há alguma rotação, nota-se bem quando se faz scroll na barra dessa animação. Nas runs das 00 do ICON, ARPEGE, e GFS também se vê um pequeno centro depressionário ali. O ICON é o que mete mais a Sul e a entrar na zona de Lisboa.
 

RedeMeteo

Nimbostratus
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13 Nov 2017
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Serpa
Que fiasco tão grande no Baixo Alentejo :facepalm:
 

srr

Nimbostratus
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10 Jan 2012
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Abrantes
Mesmo,

A frente até vinha vigorosa, mas partiu se toda,

e á muito sitios abaixo dos 10mm, é assim ninguém consegue manipular as descargas das frentes.

E com uma situação de alguma chuva a Barragem de Alcântara está a descer a quota;

Já esteve a 50% neste momento está a 45% ( mau sinal para todo o Vale do Tejo desde a fronteira até vila franca de Xira. )
 

"Charneca" Mundial

Super Célula
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28 Nov 2018
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Corroios (cota 26); Aroeira (cota 59)
A frente no Sul foi um completo fiasco a sul do Tejo. Havia modelos a preverem entre 15 a 25 mm em muitos pontos do Sul. Vai-se a ver e só cai 8 ou 9 mm. Fraquinho, muito fraquinho... :unsure: