Olá a todos!
Depois de uma semana onde era evidente que iriamos ter a aproximação e passagem de uma cut-off pela PI, mas com uma grande incerteza da localização exata da entrada do seu núcleo (o que nesta altura do ano faz toda a diferença), quis o destino que ela entrasse mais a norte que o previsto por alguns modelos (por exemplo ICON ou mesmo GFS), e assim, a expectativa que eu já tinha de ir fotografar um bom evento noturno, eventualmente no interior das Beiras, desvaneceu-se.
E foi aí que entrou o meu plano B...
Como tenho o passe da CP válido para este mês de Maio, a solução mais prática e super económica seria tentar fazer stormchasing ferroviário. E com o Arome/Harmonie via AEMET a colocar atividade elétrica durante a noite/inicio da madrugada para o litoral norte, nomeadamente na Área Metropolitana do Porto e distrito de Aveiro, comecei logo a planear um 'inocente passeio' até Espinho, cidade onde já vivi 1 ano e da qual tenho excelentes recordações.
Para estar mais à vontade na escolha ideal do local para fotografar, e sempre pensando na estabilidade da câmara caso o vento fizesse das suas, resolvi levar o meu tripé topográfico adaptado (o mais pequeno) numa mala de mão.
Intercidades reservado para o final da manhã, e lá fui eu, carregadíssimo mas confiante...
Á chegada, cheirou-me logo a trovoada, pois o céu estava de feição, e na verdade havia alguma trovoada prevista a evoluir mais para interior desde a região centro. No entanto, o meu alvo não eram essas células, mas sim as que o modelo previa que se iriam formar durante a noite.
Depois de comer alguma coisa e de dar uma pequena voltinha para matar saudades de vivências passadas na cidade, lá fui eu até à ponta norte de Espinho, junto à praia do Marbelo e de uma ribeira que divide o concelho de Espinho com o de V.N. de Gaia, e os distritos de Aveiro e Porto.
Com o spot verificado, fiz uma primeira panorâmica.
Depois de ir espreitar um bocadinho a linha do norte (como bom fã de comboios que sou), constatei que havia uma enorme bigorna a algumas centenas de km no alto mar, que a app blitzortung denunciava com estando eletrificada. Como a visibilidade era boa, o enorme cumulonimbus era bem visível mesmo a grande distância.
A formação desta célula pareceu-me um bom prenúncio para a noite, pois no momento em que o CAPE aumentasse devido à aproximação da cut-off, as células com estas características dariam certamente um bom espetáculo cénico, caso viessem eletrificadas.
Entretanto fui aproveitando para tirar mais algumas fotos.
Com o final da tarde, e a fome a apertar, foi hora de sentar um bocadinho, comer qualquer coisa no Bar Marbelo, e acompanhar as noticias das eleições, enquanto ia observando ao longe os cúmulos que se iam formando no horizonte, e que me iam dando algumas esperanças acrescidas para poder fazer alguns registos...
Com a chegada da noite, e após as 23h, a pouco e pouco foram se formando algumas células convectivas de ciclo curto, que o radar mostrava serem capazes de originar aguaceiros moderados muito localizados, mas que se iam dissipando e regenerando, mas sem grande evolução.
Até que a certa altura, mesmo em frente à costa, começou a haver uma aglomeração mais consistente de células, e apareceram os primeiros ecos laranjas.
Subitamente, e já estando eu em posição na duna com tudo devidamente montado e preparado, vejo um enorme flash com um raio visível mesmo a oeste... e estavam abertas as hostilidades!
Com alguma paciência lá fui insistindo em apontar mesmo para o centro de uma célula que, na verdade, nem me parecia ser assim tão grande como isso, e a certa altura fui brindado com esta bonita imagem...
Realmente a célula não era muito grande, mas originou uma bela descarga elétrica. Devido aos 45MP da minha D850 e da nitidez da minha inestimável Tokina 24-70, é possível ampliar sem penalizar a nitidez, e apreciar melhor as ramificações dos raios...
Com o passar do tempo, tive direito a mais alguns flashes que iluminaram a célula, que entretanto foi crescendo e alargando...
A certa altura, veio efetivamente a 'estrela luminosa da noite'.
Este bonito raio positivo foi mesmo a raridade da noite, pois as descargas foram poucas e fugazes, e este raio fez valer a pena todo o esforço que fiz até aquele momento, para estar ali, aquela hora, naquele lugar, em comunhão com o que eu mais gosto de apreciar nesta vida...
Essa foi a última descarga desta célula.
Com o aguaceiro que veio logo de seguida, e com o aproximar da hora de partida do comboio noturno para Lisboa, apressei-me a arrumar tudo e lá fui eu caminhar 20mn até à estação, feliz pelo pouco (mas bom) que consegui registar.
Depois de apanhar o comboio, ainda houve algumas descargas dispersas junto à Área Metropolitana do Porto, o que provavelmente ainda iria render mais umas 2 ou 3 fotos, mas na verdade, e tendo em conta as condições que tive nesta saída para caçar raios, já voltei para casa feliz com os registos obtidos em mais esta bonita aventura elétrica
Espero que tenham gostado
Depois de uma semana onde era evidente que iriamos ter a aproximação e passagem de uma cut-off pela PI, mas com uma grande incerteza da localização exata da entrada do seu núcleo (o que nesta altura do ano faz toda a diferença), quis o destino que ela entrasse mais a norte que o previsto por alguns modelos (por exemplo ICON ou mesmo GFS), e assim, a expectativa que eu já tinha de ir fotografar um bom evento noturno, eventualmente no interior das Beiras, desvaneceu-se.
E foi aí que entrou o meu plano B...
Como tenho o passe da CP válido para este mês de Maio, a solução mais prática e super económica seria tentar fazer stormchasing ferroviário. E com o Arome/Harmonie via AEMET a colocar atividade elétrica durante a noite/inicio da madrugada para o litoral norte, nomeadamente na Área Metropolitana do Porto e distrito de Aveiro, comecei logo a planear um 'inocente passeio' até Espinho, cidade onde já vivi 1 ano e da qual tenho excelentes recordações.
Para estar mais à vontade na escolha ideal do local para fotografar, e sempre pensando na estabilidade da câmara caso o vento fizesse das suas, resolvi levar o meu tripé topográfico adaptado (o mais pequeno) numa mala de mão.
Intercidades reservado para o final da manhã, e lá fui eu, carregadíssimo mas confiante...
Á chegada, cheirou-me logo a trovoada, pois o céu estava de feição, e na verdade havia alguma trovoada prevista a evoluir mais para interior desde a região centro. No entanto, o meu alvo não eram essas células, mas sim as que o modelo previa que se iriam formar durante a noite.
Depois de comer alguma coisa e de dar uma pequena voltinha para matar saudades de vivências passadas na cidade, lá fui eu até à ponta norte de Espinho, junto à praia do Marbelo e de uma ribeira que divide o concelho de Espinho com o de V.N. de Gaia, e os distritos de Aveiro e Porto.
Com o spot verificado, fiz uma primeira panorâmica.
Depois de ir espreitar um bocadinho a linha do norte (como bom fã de comboios que sou), constatei que havia uma enorme bigorna a algumas centenas de km no alto mar, que a app blitzortung denunciava com estando eletrificada. Como a visibilidade era boa, o enorme cumulonimbus era bem visível mesmo a grande distância.
A formação desta célula pareceu-me um bom prenúncio para a noite, pois no momento em que o CAPE aumentasse devido à aproximação da cut-off, as células com estas características dariam certamente um bom espetáculo cénico, caso viessem eletrificadas.
Entretanto fui aproveitando para tirar mais algumas fotos.
Com o final da tarde, e a fome a apertar, foi hora de sentar um bocadinho, comer qualquer coisa no Bar Marbelo, e acompanhar as noticias das eleições, enquanto ia observando ao longe os cúmulos que se iam formando no horizonte, e que me iam dando algumas esperanças acrescidas para poder fazer alguns registos...
Com a chegada da noite, e após as 23h, a pouco e pouco foram se formando algumas células convectivas de ciclo curto, que o radar mostrava serem capazes de originar aguaceiros moderados muito localizados, mas que se iam dissipando e regenerando, mas sem grande evolução.
Até que a certa altura, mesmo em frente à costa, começou a haver uma aglomeração mais consistente de células, e apareceram os primeiros ecos laranjas.
Subitamente, e já estando eu em posição na duna com tudo devidamente montado e preparado, vejo um enorme flash com um raio visível mesmo a oeste... e estavam abertas as hostilidades!

Com alguma paciência lá fui insistindo em apontar mesmo para o centro de uma célula que, na verdade, nem me parecia ser assim tão grande como isso, e a certa altura fui brindado com esta bonita imagem...
Realmente a célula não era muito grande, mas originou uma bela descarga elétrica. Devido aos 45MP da minha D850 e da nitidez da minha inestimável Tokina 24-70, é possível ampliar sem penalizar a nitidez, e apreciar melhor as ramificações dos raios...
Com o passar do tempo, tive direito a mais alguns flashes que iluminaram a célula, que entretanto foi crescendo e alargando...
A certa altura, veio efetivamente a 'estrela luminosa da noite'.
Este bonito raio positivo foi mesmo a raridade da noite, pois as descargas foram poucas e fugazes, e este raio fez valer a pena todo o esforço que fiz até aquele momento, para estar ali, aquela hora, naquele lugar, em comunhão com o que eu mais gosto de apreciar nesta vida...
Essa foi a última descarga desta célula.
Com o aguaceiro que veio logo de seguida, e com o aproximar da hora de partida do comboio noturno para Lisboa, apressei-me a arrumar tudo e lá fui eu caminhar 20mn até à estação, feliz pelo pouco (mas bom) que consegui registar.
Depois de apanhar o comboio, ainda houve algumas descargas dispersas junto à Área Metropolitana do Porto, o que provavelmente ainda iria render mais umas 2 ou 3 fotos, mas na verdade, e tendo em conta as condições que tive nesta saída para caçar raios, já voltei para casa feliz com os registos obtidos em mais esta bonita aventura elétrica

Espero que tenham gostado

Última edição: