A erupção do vulcão Eyjafjallajökull na Islândia

irpsit

Cumulonimbus
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Os locais dizem que esperam a erupção do Katla (mais tarde ou mais cedo) mas que será provavelmente menos intensa do que as anteriores devido a já ter ocorrido a erupção prévia do Eyjafjallajokull.

Outro vulcão que tem mostrado recentemente alguns deslocamentos na caldeira é o Askja (também do tipo explosivo; recorde-se a violenta erupção de 1875).

E se o Grimsvotn ou o Hekla também tiverem erupções não será nada de anormal, já que tem estado bastante activos nas últimas décadas (Hekla 1990 e 2000, Grimsvotn 1996 e 2001).

Entre 3ª e 5ªfeira houve uns quantos sismos em pouco tempo que me despertaram a atenção, alguns já foram a profundidades interessantes, na ordem dos 10km. Mas entretanto voltou a acalmar.
 


Profetaa

Cumulus
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Boas.
Desculpem o off topic, mas para quem gosta de cuscar um pouco, estão disponiveis novas web cams da Islandia com imagens bem bonitas e que demonstram a beleza daquele país....
esta por explo é interessante e deve estar relacionada com um vulcão suponho, não sei onde é, nem de que, de noite nao da para ver mas de dia é interessante. Alguem no forum deve ter mais conhecimentos sobre este local...

http://eldgos.mila.is/geysir/
 

irpsit

Cumulonimbus
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O Geysir é uma zona de actividade geotérmica (calor subterrâneo que aquece os lençóis de água), com muitas fumarolas, geiseres, com temperaturas da ordem dos 100ºC.

Não fica no sopé de nenhum vulcão, embora em redor (20km) existam alguns vulcões, embora pouco activos. Fica muito próximo do rift tectónico das placas americana e europeia (ver SW-rift zone) chamado Thingsvellir (ver foto abaixo).

thingvellir-breach-660242-sw.jpg


O Eyjafjallajokull fica a cerca de 100km a sudeste, numa região de bastante vulcanismo e de tipo explosivo (onde as placas divergem). Vários vulcões ficam alinhados nessa divergência de placas: Heimaey, Eyjafjallajokull, Katla, Grimsvotn, Bardabunga, Askja, Krafla (ver SE-rift zone).

island_hekla.gif


Na figura, Eyjafjallajokull é a pequena mancha glaciar imediatamente à esquerda do Katla (marcado a vermelho; a extensão marca a dimensão da caldeira vulcânica)

Por toda a Islândia há regiões com actividade geotérmica, mas sem geiseres. Estes últimos originam em condições particulares de pressão e temperatura dos lençõis de água. Espero ter respondido à vossa curiosidade!


Boas.
Desculpem o off topic, mas para quem gosta de cuscar um pouco, estão disponiveis novas web cams da Islandia com imagens bem bonitas e que demonstram a beleza daquele país....
esta por explo é interessante e deve estar relacionada com um vulcão suponho, não sei onde é, nem de que, de noite nao da para ver mas de dia é interessante. Alguem no forum deve ter mais conhecimentos sobre este local...

http://eldgos.mila.is/geysir/
 

Profetaa

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O Geysir é uma zona de actividade geotérmica (calor subterrâneo que aquece os lençóis de água), com muitas fumarolas, geiseres, com temperaturas da ordem dos 100ºC.

Não fica no sopé de nenhum vulcão, embora em redor (20km) existam alguns vulcões, embora pouco activos. Fica muito próximo do rift tectónico das placas americana e europeia (ver SW-rift zone) chamado Thingsvellir (ver foto abaixo).

thingvellir-breach-660242-sw.jpg


O Eyjafjallajokull fica a cerca de 100km a sudeste, numa região de bastante vulcanismo e de tipo explosivo (onde as placas divergem). Vários vulcões ficam alinhados nessa divergência de placas: Heimaey, Eyjafjallajokull, Katla, Grimsvotn, Bardabunga, Askja, Krafla (ver SE-rift zone).

island_hekla.gif


Na figura, Eyjafjallajokull é a pequena mancha glaciar imediatamente à esquerda do Katla (marcado a vermelho; a extensão marca a dimensão da caldeira vulcânica)

Por toda a Islândia há regiões com actividade geotérmica, mas sem geiseres. Estes últimos originam em condições particulares de pressão e temperatura dos lençõis de água. Espero ter respondido à vossa curiosidade!

Obrigado pela fabulosa explicação....
Esse país é fascinante.....
 

joseoliveira

Cumulonimbus
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18 Abr 2009
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Fez-se alusão à imagem mais abaixo como localização do Rift e na 1ª foto estamos diante de uma das áreas (em 1º plano) desse Rift onde tipicamente se verifica a criação de nova crosta que contribui para aumentar a área terrestre da Islândia, não é mesmo?

Se assim é, é interessante que apesar da área circundante ser mais baixa, este processo de separação entre placas prosseguiu por uma área mais elevada e deste modo é possível observar a sua evolução!
Um pergunta quiçá desnecessária, existirão em alguns pontos dispositivos para monitorizar a evolução da separação destas placas?
 

Paulo H

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Fez-se alusão à imagem mais abaixo como localização do Rift e na 1ª foto estamos diante de uma das áreas (em 1º plano) desse Rift onde tipicamente se verifica a criação de nova crosta que contribui para aumentar a área terrestre da Islândia, não é mesmo?

Se assim é, é interessante que apesar da área circundante ser mais baixa, este processo de separação entre placas prosseguiu por uma área mais elevada e deste modo é possível observar a sua evolução!
Um pergunta quiçá desnecessária, existirão em alguns pontos dispositivos para monitorizar a evolução da separação destas placas?

Deve haver imensos pontos de medição, mas essa questão lança ainda outra:
Existe uma zona de fragmentação intermedia, com falhas a este e a oeste.
Podemos afirmar que as regiões a ocidente dos rifts ocidentais são consideradas placa americana, e as situadas mais a leste como sendo placa europeia? Indo ainda mais ao pormenor, podemos afirmar que na zona intermedia de separação composta de vários rifts (rift SE, e rift SW), os locais que se desloquem para oeste sejam parte integrante da placa americana, e os que se desloquem para leste sejam placa europeia?
 

joseoliveira

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Existe uma zona de fragmentação intermedia, com falhas a este e a oeste.
Podemos afirmar que as regiões a ocidente dos rifts ocidentais são consideradas placa americana, e as situadas mais a leste como sendo placa europeia? Indo ainda mais ao pormenor, podemos afirmar que na zona intermedia de separação composta de vários rifts (rift SE, e rift SW), os locais que se desloquem para oeste sejam parte integrante da placa americana, e os que se desloquem para leste sejam placa europeia?

Essa zona de fragmentação intermédia, talvez não esteja a perceber ao que te referes! Será (1ª foto) materiais que p. ex. se encontram na margem ao lado esquerdo e que parecem ter resvalado da margem que lhes deu origem ou olhando para o mapa de uma forma mais abrangente com a disposição das várias aberturas na crosta dispostas quase paralelamente?

Quanto à separação das duas placas, penso que tudo indica que a mesma permite delinear essa fronteira obviamente movimentando-se nas duas direcções opostas, mas tudo isto está longe de se dizer que metade da Islândia pertença ao continente europeu e a outra ao americano. A Islândia é um país europeu e pronto!
No entanto, de igual modo poderíamos estender a questão às ilhas do Corvo e das Flores face ao restante arquipélago dos Açores que se encontra do lado Este do sistema de rift na dorsal atlântica e que se encontra interligado com o processo de separação que decorre na Islândia.
Estas duas ilhas encontram-se em processo de afastamento e muito provavelmente também de afundamento a menos que a sua actividade vulcânica se reactive e permita que cresçam em altura, isto porque ao contrário do que sucede com as restantes ilhas dos Açores, estando estas dispostas em plataformas submarinas a um nível mais estável e suportado pela actividade que existe na fronteira entre as placas africana e euro-asiática, as ilhas do Corvo e Flores não têm uma plataforma de características semelhantes no lado Oeste da dorsal atlântica e como o leito oceânico para lá da dorsal é cada vez mais profundo até à plataforma continental americana, o seu destino pode estar traçado!

Apesar do processo ser diferente, comparando com o que sucede com as ilhas Galápagos no Pacífico, que se afastam cada vez mais do ponto quente que lhes deu origem e com o pocesso de subdução que decorre na plataforma continental da América do Sul junto ao Equador, antes que a plataforma oceânica nas margens do continente seja "engolida" pela base do mesmo, encontra um corredor bastante profundo que se estende quase desde o extremo sul do continente e se a sua actividade vulcânica cessar por completo, como já aconteceu com algumas das suas ilhas, este arquipélago tem morte anunciada!
 

Paulo H

Cumulonimbus
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Essa zona de fragmentação intermédia, talvez não esteja a perceber ao que te referes! Será (1ª foto) materiais que p. ex. se encontram na margem ao lado esquerdo e que parecem ter resvalado da margem que lhes deu origem ou olhando para o mapa de uma forma mais abrangente com a disposição das várias aberturas na crosta dispostas quase paralelamente?

Quanto à separação das duas placas, penso que tudo indica que a mesma permite delinear essa fronteira obviamente movimentando-se nas duas direcções opostas, mas tudo isto está longe de se dizer que metade da Islândia pertença ao continente europeu e a outra ao americano. A Islândia é um país europeu e pronto!
No entanto, de igual modo poderíamos estender a questão às ilhas do Corvo e das Flores face ao restante arquipélago dos Açores que se encontra do lado Este do sistema de rift na dorsal atlântica e que se encontra interligado com o processo de separação que decorre na Islândia.
Estas duas ilhas encontram-se em processo de afastamento e muito provavelmente também de afundamento a menos que a sua actividade vulcânica se reactive e permita que cresçam em altura, isto porque ao contrário do que sucede com as restantes ilhas dos Açores, estando estas dispostas em plataformas submarinas a um nível mais estável e suportado pela actividade que existe na fronteira entre as placas africana e euro-asiática, as ilhas do Corvo e Flores não têm uma plataforma de características semelhantes no lado Oeste da dorsal atlântica e como o leito oceânico para lá da dorsal é cada vez mais profundo até à plataforma continental americana, o seu destino pode estar traçado!

Apesar do processo ser diferente, comparando com o que sucede com as ilhas Galápagos no Pacífico, que se afastam cada vez mais do ponto quente que lhes deu origem e com o pocesso de subdução que decorre na plataforma continental da América do Sul junto ao Equador, antes que a plataforma oceânica nas margens do continente seja "engolida" pela base do mesmo, encontra um corredor bastante profundo que se estende desde o extremo sul do continente e se a sua actividade vulcânica cessar por completo, como já aconteceu com algumas das suas ilhas, este arquipélago tem morte anunciada!

Quando me referia à zona intermedia, estava olhando para o mapa de forma mais abrangente com a disposição das várias aberturas na crosta dispostas quase paralelamente! Porque na 1a foto, não deixa margem para dúvidas, aquele vale rift constitui um eixo de simetria, a partir do qual as placas se afastam.

Sim, geo-politicamente é aceite que açores ocidental e islandia são efectivamente Europa! Mas referia-me do ponto de vista geofísico.
Tudo o que referiste, é deveras interessante, são regiões muito dinâmicas de terra-formação/destruição, talvez não possamos afirmar com segurança que açores e islandia desaparecerão em parte daqui a 10milhões de anos ou da mesma forma afirmar que terão o dobro de superfície ou altitude! É um processo lento, mas muito dinâmico à escala de milhões de anos, com alterações significativas numa escala de décadas ou séculos! O passado diz-nos que açores e islandia estão lá e que os açores "emergiram" à superfície na dorsal atlântica.
 

irpsit

Cumulonimbus
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O vulcão Eyjafjallajökull tem estado muito calmo, sem qualquer actividade e sem emissão da coluna de vapor de agua que apresentava nos últimos meses.

Continua no entanto bastante actividade sísmica (comparável com o habitual) em vários dos vulcões da Islândia; mais precisamente em 3 vulcões: Katla, Bardarbunda e Asjka, e por vezes também no Grimsvotn.

Em relação ao Katla, a actividade sísmica é expectável: pois em 3 erupções históricas do Eyjafjallajökull, o Katla (localizado mesmo ao lado, e de tamanho pelo menos 10 vezes superior) entrou em erupção sempre no espaço de um ano. A ultima erupção do Katla foi em 1918, e o seu período entre erupções costuma ser de cerca de 40 anos. Isto poderia indiciar uma grande erupção futura, mas geralmente quando as erupções são a seguir ao Eyjafjallajökull, costumam mais "fracas" (mas sempre bem grandes).

Em relação ao Grimsvotn, responsável pela larga erupção histórica de 1783 com consequênciais globais, a actividade recente é expectável. O vulcão tem entrado em erupção frequentemente nos últimos anos, por exemplo em 1996, 1998 e 2004, portanto não é de esperar grandes erupções. No último mês, aqui na Islândia ocorreram duas inundações glaciais causadas por calor geotérmico deste vulcão, que indicia uma possível erupção futura.

Já em relação ao Bardarbunga e Askja, ambos com potencial para erupções tão explosivas como o Katla (e de impacto global), tem apresentado actividade sísmica elevada, quando há uns meses era praticamente inexistente. Isso pode ser indicador de uma erupção em breve, mas também pode significar apenas alguma agitação temporária e depois nada. O Askja teve uma erupções menores em 1961 e 1919, e a sua última grande erupção (de impacto global, VEI 5) foi em 1875. O Bardarbunga teve a sua última erupção em 1910 (e alguma actividade subglacial nos últimos anos). Em 1477 teve uma erupção de impacto global (VEI 6). Se um destes entrar em erupção, poderia apresentar uma erupção algo intensa, dado estarem "adormecidos" há bastante tempo.

Por último, o vulcão Hekla (outro gigante) tem tido erupções regulares a cada 10 anos nas últimas décadas, a ultima erupção foi em 2000, mas no entanto não mostra quaisquer sinais de actividade sísmica. No passado, o Hekla apresentava erupções de larga escala, mas nas ultimas décadas as erupções recorrentes têm sido mais moderadas.

Portanto é bastante provável ocorrer mais erupções na Islândia nestes próximos meses, devido a estes sinais preliminares. Não me surpreendia nada 1 ou 2 erupções maiores, nos próximos 2 ou 3 anos.

Em várias ocasiões dos séculos passados, dois vulcões islandeses tinham erupções em simultâneo. Há sempre que recordar que a Islândia é responsável por um terço de toda a lava emitida no planeta Terra, nos últimos 10000 anos, e por varias erupções de impacto global notório. O Eyjafjallajökull é apenas uma lembrança para os europeus, que devem estar preparados para estes cenários.
 

irpsit

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Nos últimos horas voltou a ocorrer um aumento da actividade sísmica em alguns pontos da região vulcânica na Islândia.

Ocorreram dois sismos de quase magnitude 4 perto do Bardarbunga e Grimsvotn, na região da fissura Loki-Fogrufjöll, pertencente ao vulcão central Bardarbunga. (Não confundir com Laki) Têm ocorrido bastante sismos nos últimos meses (todos de magnitude inferior a 3), mas hoje dois foram de magnitude quase 4. Isso poderá significar uma erupção próxima.

O vulcão Grimsvotn é o mais activo na Islândia: nas últimas décadas, têm tido erupções a cada 5 anos! O Bardarbunga também apresenta erupções muito frequentes, várias das quais nos últimos anos embora somente subglaciais (O Bardarbunga teve uma erupção catastrófica VEI 6 em 1477). Portanto não em estranha nada se ocorrer uma nova erupção. E que será provavelmente "fraca" e sem qualquer impacto mediático.

A actividade sísmica no Katla continua moderada e variável, devo dizer que decresceu no último mês, mas sempre centrada no flanco oeste do vulcão. Enquanto a dos vulcões acima, e a do Askja aumentaram significativamente (o Askja teve a última erupção em 1961).
 

joseoliveira

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Nos últimos horas voltou a ocorrer um aumento da actividade sísmica em alguns pontos da região vulcânica na Islândia.

A actividade sísmica no Katla continua moderada e variável, devo dizer que decresceu no último mês, mas sempre centrada no flanco oeste do vulcão. Enquanto a dos vulcões acima, e a do Askja aumentaram significativamente (o Askja teve a última erupção em 1961).

Poderá estar aqui envolvido um processo semelhante ao que já vários geólogos e vulcanólogos têm discutido sendo já talvez "quase conclusivo" como os exemplos de supostas linhas de actividade aparentemente interligada nos planaltos da Turquia e ao longo da longa falha de S.André nos USA?

Na sua busca incessante em encontrar respostas em possíveis e sucessivos modelos de previsão de ocorrências sísmicas, estes têm nos últimos tempos alimentado a teoria de que em toda a dinâmica que existe ao longo do maciço Turco e o qual já foi palco de recentes catástrofes, alegam que existem fortes indícios de uma espécie de sincronia que estabelece no terreno uma ligação entre pontos de tensão e registados como epicentros em forma de sequência com um percurso Este/Oeste prolongando-se para lá da linha de costa no mar Egeu. Recusam-se (sensatamente) a afirmar que se chegar o dia em que a previsão de sismos com o mínimo de antecedência se tornar fiável, esse dia parece ainda estar distante, contudo acreditam que esta teoria poderá de alguma forma dar resposta ou que justifique a localização de alguns dos grandes eventos já ali ocorridos e que sirvam para localizar eventuais ocorrências no futuro.

A mesma hipótese tem sido amplamente estudada na falha de S. André, porém esta última ainda suscita alguma controvérsia e sustentam a ideia de que ao longo de toda a linha de fricção entre o continente norte americano e a faixa litoral que tem pelo caminho por exemplo Los Angeles e S. Francisco não se apresenta tão linear como inicialmente se pensava, apontam com sendo um sistema mais complexo pelo facto de resultados obtidos recentemente apresentarem pontos de tensão com localizações muito dispersas ainda que não muito distantes.

Se os últimos eventos ocorridos na Islândia têm sido objecto de estudo e que sigam esta linha de orientação, ainda não encontrei informação que o confirmasse. :unsure:
 

irpsit

Cumulonimbus
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Não, aqui parece que é uma autêntica lotaria nos vulcões/sismos.

A única coisa que ocorre é a deslocação da hotspot de oeste para leste, portanto com o passar dos séculos e milénios, a actividade sísmica e vulcânica aumentará mais a leste e diminuirá mais a oeste (mas é um processo muito lento)

Várias zonas parecem apresentar ciclos de actividade, mas são ciclos por vezes irregulares e portanto imprevísiveis. Por exemplo, ninguém consegue afirmar com certeza que o Katla irá entrar em erupção em 2010-2011, lá por ter entrado nos meses que se seguiram às últimas 3 erupções históricas do Eyjafjallajökull. Ou que o Hekla e o Grimsvotn também entrem em erupção nos próximos meses, para cumprirem os seus ciclos de 10 e 5 anos, que apresentaram nas últimas décadas. Não, por vezes os ciclos quebram e seguem-se longos período de repouso.

Poderá estar aqui envolvido um processo semelhante ao que já vários geólogos e vulcanólogos têm discutido sendo já talvez "quase conclusivo" como os exemplos de supostas linhas de actividade aparentemente interligada nos planaltos da Turquia e ao longo da longa falha de S.André nos USA?

Na sua busca incessante em encontrar respostas em possíveis e sucessivos modelos de previsão de ocorrências sísmicas, estes têm nos últimos tempos alimentado a teoria de que em toda a dinâmica que existe ao longo do maciço Turco e o qual já foi palco de recentes catástrofes, alegam que existem fortes indícios de uma espécie de sincronia que estabelece no terreno uma ligação entre pontos de tensão e registados como epicentros em forma de sequência com um percurso Este/Oeste prolongando-se para lá da linha de costa no mar Egeu. Recusam-se (sensatamente) a afirmar que se chegar o dia em que a previsão de sismos com o mínimo de antecedência se tornar fiável, esse dia parece ainda estar distante, contudo acreditam que esta teoria poderá de alguma forma dar resposta ou que justifique a localização de alguns dos grandes eventos já ali ocorridos e que sirvam para localizar eventuais ocorrências no futuro.

A mesma hipótese tem sido amplamente estudada na falha de S. André, porém esta última ainda suscita alguma controvérsia e sustentam a ideia de que ao longo de toda a linha de fricção entre o continente norte americano e a faixa litoral que tem pelo caminho por exemplo Los Angeles e S. Francisco não se apresenta tão linear como inicialmente se pensava, apontam com sendo um sistema mais complexo pelo facto de resultados obtidos recentemente apresentarem pontos de tensão com localizações muito dispersas ainda que não muito distantes.

Se os últimos eventos ocorridos na Islândia têm sido objecto de estudo e que sigam esta linha de orientação, ainda não encontrei informação que o confirmasse. :unsure:
 

irpsit

Cumulonimbus
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A zona entre os vulcões Grimsvotn e Bardarbunga continua com actiidade sísmica elevada, e ontem e anteontem apresentava tremor harmónico, indicando uma potencial erupção a começar em breve.

Fonte, wikipedia:
Harmonic Tremor was recorded twice around Grimsvotn on October 2 and October 3 2010, potentially indicating an impending eruptio

Nos últimos horas voltou a ocorrer um aumento da actividade sísmica em alguns pontos da região vulcânica na Islândia.

Ocorreram dois sismos de quase magnitude 4 perto do Bardarbunga e Grimsvotn, na região da fissura Loki-Fogrufjöll, pertencente ao vulcão central Bardarbunga. (Não confundir com Laki) Têm ocorrido bastante sismos nos últimos meses (todos de magnitude inferior a 3), mas hoje dois foram de magnitude quase 4. Isso poderá significar uma erupção próxima.

O vulcão Grimsvotn é o mais activo na Islândia: nas últimas décadas, têm tido erupções a cada 5 anos! O Bardarbunga também apresenta erupções muito frequentes, várias das quais nos últimos anos embora somente subglaciais (O Bardarbunga teve uma erupção catastrófica VEI 6 em 1477). Portanto não em estranha nada se ocorrer uma nova erupção. E que será provavelmente "fraca" e sem qualquer impacto mediático.

A actividade sísmica no Katla continua moderada e variável, devo dizer que decresceu no último mês, mas sempre centrada no flanco oeste do vulcão. Enquanto a dos vulcões acima, e a do Askja aumentaram significativamente (o Askja teve a última erupção em 1961).
 

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