No início de Junho, o presidente do Instituto de Meteorologia (IM) disse à Lusa que os modelos meteorológicos de previsão a médio prazo para Junho, Julho e Agosto, em Portugal continental, apontavam para tempo quente e seco, com valores de temperaturas de 0,5 graus acima da média dos 30 anos de referência (1971/2000).
Agora, confirma que «estamos num Verão que não foi excessivamente quente», como apontavam essas previsões. «Até Julho essa previsão estaria perfeitamente confirmada, mas o mês de Agosto [até dia 19] veio a refrescar um pouco mais o Verão, com temperaturas um pouco mais baixas», explicou.
As temperaturas em Agosto têm sido ligeiramente inferiores, em particular nas regiões Norte e Centro, enquanto na região Sul têm acompanhado a média em termos de temperaturas máximas para este mês.
Adérito Serrão adiantou que a previsão do IM aponta para uma melhoria gradual do estado tempo com elevação das temperaturas em todo o território, ficando nos valores normais para a época.
Verão «típico», com temperaturas normais
As temperaturas refrescantes em Agosto não impedem, no entanto, que este Verão seja considerado «típico», com temperaturas quentes e menos chuva do que nos anos anteriores.
Fazendo um balanço dos valores observados entre 1 de Junho e 19 de Agosto, o responsável do IM afirma que o Verão esteve, em termos de temperaturas, próximo dos valores normais para a época: «Teve mais uma ou duas décimas em termos de temperatura média, mas não é significativo».
Segundo o presidente do IM, houve uma diminuição relativamente à média de temperaturas mínimas: «Não sentimos este ano muitas noites tropicais, mas tivemos um Verão normal com distribuição naturalmente desigual em termos de território».
Em termos de temperaturas máximas, o mês de Junho esteve sempre acima dos valores de referência, enquanto Julho registou temperaturas abaixo dos valores normais para a época. «No confronto dos dois meses, tivemos um Verão típico com temperaturas relativamente elevadas» e com precipitação abaixo dos valores médios.
Menos risco de incêndio
Adérito Serrão especificou que, em Junho, choveu 13 milímetros, quando o normal dos 30 anos de referência é em média 32 milímetros. Em Julho, choveu 5,6 milímetros em média, contra os 13,8 milímetros de referência. Até 19 de Agosto, tinham chovido oito milímetros, quando o normal são 13,7.
Em termos de risco incêndio, este ano, em particular no mês de Junho, ficou abaixo dos valores normais deste século (entre 2007 e 2007). Julho e Agosto tiveram um comportamento relativamente «normal», parecido com os verões do período de referência.
«Houve um benefício em termos meteorológicos para o património florestal porque as situações, principalmente no início do Verão, foram menos gravosas do que o habitual e vieram no prolongamento de Abril e Maio, que foram meses chuvosos e o coberto vegetal estava ainda húmido», concluiu.