Agricultura



Pedro1993

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Nestum: saiba como é feita uma das papas favoritas dos portugueses

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Das planícies do Alto Alentejo, onde é semeado o cereal, até à fábrica da Nestlé em Avanca, nas imediações de Aveiro, de onde saem as famosas embalagens, o Jornal Económico seguiu o trajeto de largas centenas de quilómetros que o conhecido Nestum percorre até chegar às mesas de muitas famílias portuguesas, ao longo de várias gerações.

É uma da tarde, está um sol inclemente, os termómetros acusam 30 graus centígrados, indiferentes ao calendário, que nos indica estarmos a 24 de outubro, ironicamente a poucos dias da mudança para o horário de Inverno. Estamos no Alto Alentejo a suar as estopinhas, algures na divisória entre os concelhos de Sousel e de Estremoz. A planície, um pouco desolada, domina-nos. A terra está seca, a água escasseia, mas a sementeira de trigo já está feita, esperando-se que daqui a sete ou oito meses, em junho do próximo ano, se possa fazer a devida e recompensadora colheita.

Mas estamos a falar de um trigo especial porque é aqui que começa a história de um dos mais conhecidos alimentos para bebés em Portugal nas últimas décadas, o famoso Nestum, produzido pela Nestlé Portugal, subsidiária da conhecida multinacional suíça. Estamos na Herdade das Romeiras, detidas por uma sociedade anónima, a Sociedade Agrícola do Ameixial. Estamos numa exploração agrícola com cerca de dois mil hectares de extensão, dos quais 450 hectares para culturas de regadio. Destes, cerca de 100 hectares são dedicados ao cultivo de cereais, milho, trigo e outros cereais.

Artigo completo em: http://www.jornaleconomico.sapo.pt/...ma-das-papas-favoritas-dos-portugueses-228826
 
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Pedro1993

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E hoje por aqui mais um dia de caça, é sinónimo de dia de inferno, aliás, nada melhor do que estar a acordar com os chumbos a cair sobre o telhado, os caçadores secahar deviam de pensar que eu estava com saudades de ouvir o granizo a cair. :facepalm:
 
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Pedro1993

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Os fios dourados que nos prendem à vida

Luís Falcão de Brito perdeu 7 mil oliveiras e 100 hectares de pinhal certificado. O lagar de azeite continua a trabalhar. Se lhe derem meio milhão, sobrevive e paga tudo num espaço de seis meses. E depois, recomeça. Querem mais?

Na verdade, Luís Falcão de Brito tem extensos olivais, muito dos quais novas plantações, espalhados por dezenas de hectares. Para não falar da floresta (que não inclui eucaliptal), uma área de perto de uma centena de hectares de pinhal certificado, bem gerido e limpo, onde se misturam espécies como carvalhos e medronheiros. Ao todo, milhares de árvores de boa madeira e 5 a 7 mil oliveiras de excelente azeite. O que seriam, dois hectares? Pois bem, foram um aperitivo trágico para o que viria por acréscimo: ardeu tudo. Os pinhais, os carvalhos, os medronheiros, as 5 a 7 mil oliveiras e as mais pequenas ervas dos terrenos. Numa ironia que escarnece de cientistas e teóricos, de produtores e especialistas, sobrou-lhe, no meio de um dos pinhais, uma árvore ainda verde: um eucalipto. Um penetra tresmalhado, ali nascido por acaso.


http://visao.sapo.pt/coracao-no-cen...11-15-Os-fios-dourados-que-nos-prendem-a-vida
 
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Eu já escrevi aqui sobre as variedades de citrinos de elevada rentabilidade... um filão por explorar em Portugal...

Citrinos do Alentejo com (alto) valor acrescentado
por Miguel Pires, em 14.12.13

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Como o Duarte já tinha aqui noticiado, hoje à noite há "Sinfonia de Citrinos", no Fortaleza do Guincho, com um menu especial elaborado por Vincent Farges . Se estiver ao nível do ano passado será sem dúvida um dos menus do ano. Mas além do jantar vai ser interessante poder trocar impressões com novos produtores que estão a mexer com a produção agrícola nacional, de pequena escala, mas de alto valor acrescentado. A paixão por produzir citrinos no Alentejo começou com um casal franco-canadiano, que se auto-intitula como 'coleccionador' (têm 250 variedades de citrinos na propriedade), e que agora estão a ajudar outros na arte de elaborar um produto fantástico e valioso na alta cozinha mundial. A ideia é que estes novos produtores que a Anne e o Jean Paul estão a ajudar possam escoar a produção para um mercado de nicho nacional e internacional.




"Aqui está metade de uma BMW. Pronto, em segunda mão", dizia Vincent Farges, enquanto acomodava, com todo o cuidado, estes yuzu numa caixa


Citrinos de (quase) todas as formas e feitios, como este estranho limão mãos de Buda, que parece ter sido cruzado com a cabeça de um elefante


Além de ter acompanhado a colheita para o jantar foi um privilégio poder almoçar estas sardinhas fumadas com fatias finas de limão mãos de Buda feitas pelo Vincent Farges, num registo caseiro.
Limão caviar, um dos citrinos mais valorizados na alta cozinha. A dificuldade de colhê-los, entre densos e espinhosos ramos, é uma das razões do seu custo elevado. A outra é o seu sabor profundo, bem acídulo. O nome vem da forma da polpa, semelhante das ovas de caviar.



É provável que o jantar de hoje, no Fortaleza do Guincho (que inexplicavelmente continua apenas com uma estrela Michelin) já esteja esgotado. Contudo o Vincent Farges referiu-nos que alguns dos pratos ficarão na carta sazonal. Para quem não puder estar hoje no Guincho fica o consolo de poder ler aqui, depois, as impressões sobre esta noite especial.
http://mesamarcada.blogs.sapo.pt/527883.html
 
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Outro artigo mais completo:

Citrinos há muitos, e Vincent Farges fez um jantar com todos
15.02.2013 Por Alexandra Prado Coelho
Da mão-de-Buda ao limão Lisboa, passando pela lima de Rangpur e a toranja ouro branco - há mais de 200 variedades de citrinos produzidos em Portugal, e o chef da Fortaleza do Guincho mostrou o que se pode fazer com cada um deles.

A mesa de jantar na sala da Fortaleza do Guincho tem uma longa fila do que, à vista desarmada, parecem ser laranjas e limões. Mas quando olhamos melhor começamos a aperceber-nos das diferenças de tamanhos e cores – alguns parecem miniaturas de laranjas, outros gigantescos limões disformes. Durante o jantar – a Sinfonia de Citrinos, preparada pelo chef Vincent Farges – vamos perceber também que este mundo não é apenas de cores e formas, é de cheiros e sabores.

Vincent sempre gostou de trabalhar com citrinos. Mas não imaginara que um dia teria à sua disposição em Portugal esta imensa variedade. Tudo começou depois de ter conhecido um produtor do Alentejo que é, como ele, um apaixonado por tudo o que é cítrico. Vincent partiu para a propriedade e perdeu-se entre as muitas árvores com os frutos mais variados. Raspou as cascas para sentir o cheiro, abriu-as para ver o interior, provou, comeu os fruto com casca, sem casca, com polpa, comeu até as folhas para saber quais teriam utilização culinária (fez, por exemplo, um azeite com as folhas da pêra cidra).

E depois escolheu uma parte das mais de 200 variedades que tinha à disposição e enfiou-se na sua cozinha na Fortaleza a fazer experiências. Foi aí que o encontrámos alguns dias antes do tal jantar. O menu já estava pensado, e Vincent dedicava-se às afinações finais. Mas teve tempo para nos dar uma aula sobre citrinos.

Veja-se por exemplo este pequeno, oval, de um verde um pouco escuro. Chamam-lhe o limão caviar e percebe-se porquê quando Vincent o abre ao meio e mostra que o interior se desfaz em pequenas bolinhas. "Para quê fazer esferificações?", pergunta o chef. O limão caviar é uma esferificação natural. Faz parte da família das limas selvagens australianas que crescem em arbustos espinhosos na Austrália ou na Papua. É uma fruta do Pacífico, mas, como se prova aqui, dá-se bem com o clima de Portugal.

Aliás, os citrinos – como se prova também pelas mais de 200 espécies que crescem hoje no Alentejo – sempre se deram bem em Portugal. Conta um pequeno livrinho que a Fortaleza do Guincho fez para acompanhar a refeição que as limas mediterrânicas foram classificadas no século XVIII em Montemor-o-Novo como o melhor fruto do reino português.

É difícil traçar com exactidão a história dos citrinos, mas sabe-se que vieram originalmente do Sudeste asiático e que se espalharam primeiro pela China e depois pelo Médio Oriente, o Mediterrâneo, e, muito mais tarde, chegaram à América, onde a Califórnia é hoje um dos grandes produtores mundiais. Mas, durante séculos, o que existia era essencialmente a laranja amarga, fruto mais usado pelo seu cheiro perfumado do que pelo gosto.

Conta-se que terão sido os portugueses a trazer a laranja doce para a Europa – daí que, em árabe, a palavra laranja tenha um som parecido com a palavra portugal. E há também o chamado limão Lisboa, que terá estado na origem das variedades comerciais de limão.

O facto é que os citrinos se espalharam rapidamente pelo mundo e surgiram centenas de híbridos e variedades. Vincent Farges, que conhece bem Marrocos, já tinha tido ocasião de aprender como é que os citrinos são usados na cozinha do Norte de África, por exemplo, que terá também influenciado Portugal. Mas esta história de influências mútuas é um novelo que dificilmente conseguiremos desenrolar, por isso o melhor é olhar para os frutos que Vincent nos mostra e aprender mais coisas.

O mais vistoso é, sem dúvida, a mão-de-Buda, com os seus dedos amarelos espetados. Raro, chega a custar 50 euros a peça em França, conta Vincent. Não se sabe por que se desenvolveu assim, mas sabe-se que não tem sumo, o interior é unicamente polpa, o que, na opinião do chef, não impede de forma nenhuma a sua utilização. Há muito que se pode fazer com as polpas mais carnudas de alguns citrinos, o importante é perceber a consistência delas e usar apenas as que são firmes, evitando as esponjosas.

“Estes são só alguns, ainda vão chegar mais”, diz Vincent, sorridente, apresentando um limequat, um híbrido entre a lima e o kumquat (estes são pequenos frutos com sumo azedo mas casca doce e fina, que podem ser comidos directamente da árvore, com casca, e que, segundo o livrinho da Fortaleza, dão-se muito bem em Portugal, onde o Inverno ameno ajuda a uma maturação perfeita). Os kumquat hão-de aparecer mesmo no final do jantar, a acompanhar os chocolates.

Depois há os híbridos japoneses que também crescem bem em Portugal. É o caso do yuzu, um limão asiático com sabor a tangerina que Vincent utiliza frequentemente, ou o sudachi e o kabosu, que combinam muito bem com peixe ou carne de porco grelhada. E ainda a extraordinária lima kaffir ou combava, muito verde e enrugada, como um pequeno cérebro de extraterrestre. Vincent vai usá-la numa das entradas do jantar: lingueirão da Ria Formosa, caldo perfumado com combava. Na mesma linha de cruzamento entre sabores do mar e citrinos, apresenta ostras da Ria Formosa na sua água perfumada com bergamota.

E a bergamota é um caso especial. De todos os citrinos que provámos na cozinha da Fortaleza (e depois no jantar), a bergamota é aquele que melhor reconhecemos pelo perfume extraordinário que tem (é, aliás, usada para água de colónia e para o chá Earl Grey). Apesar de ser um híbrido famoso, foi produzido apenas na Calábria, em Itália, e só recentemente passou a ser produzido em Portugal, que hoje é o único país mediterrânico, para além de Itália, a ter bergamotas em campo aberto. “É muito rico em óleos essenciais”, sublinha Vincent, explicando que esses óleos estão nas cascas.

E continuamos a viagem pelo jardim dos citrinos. Há ali um que parece uma clementina mas é uma lima de Rangpur, indiana – Vincent usa-a para marinar as vieiras, que vai servir com um puré de funcho com citronela. Do cruzamento desta lima de Rangpur com a japonesa scheekwasha surge um híbrido, a pursha, que é geralmente utilizado verde em bebidas alcoólicas ou sobre peixe grelhado.

E aparece a toranja, a que chamam ouro branco da Califórnia – essa chegará na sobremesa, ao lado da star ruby com a sua polpa rosa, servidas com um creme glacé de Cointreau. Da família dos pomelos (que não devem ser confundidos com o híbrido americano que é a toranja) vem o butan hirado, um fruto grande e pesado, de tal forma que a árvore de onde veio só deu dois. E temos ainda a quimera de laranja, um híbrido entre o limão e a laranja, amarelo por fora, laranja por dentro.

E tantos, tantos outros que já não conseguimos tomar nota e tentar encontrar palavras para descrever as subtis diferenças de sabor. No jantar – que será todo acompanhado pelos vinhos algarvios da Quinta do Barranco Longo, um dos quais feito propositadamente para a ocasião – Vincent mostrará a arte de combinar cada um destes sabores com ingredientes diferentes, do lavagante assado com pomelos Chandler ao filete de peixe-galo assado com folhas de limão Maçã de Adão (que pode ser o citrino mais antigo de que há registo), puré leve de mão-de-buda, raiz de cerefólio salteado e limão amalfitano assado. No final, saímos a mordiscar um kumquat.
http://lifestyle.publico.pt/artigos...itos-e-vincent-farges-fez-um-jantar-com-todos
 

Pedro1993

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Área de agricultura biológica em Portugal cresce 22% em quatro anos

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De acordo com os dados hoje divulgados pelo Eurostat, entre 2012 e 2016, Portugal registou um aumento de 45 mil hectares da área de cultivo biológico

A meio da tabela, a par com a média europeia – é onde Portugal está em termos de percentagem de área dedicada a agricultura biológica sobre o total da área agrícola no país.

Os dados hoje divulgados pelo gabinete estatístico da União Europeia dão conta que no final de 2016 Portugal detinha 245.052hectares de área certificada, ou em vias de conversão, para a produção agrícola biológica. São mais 22%, ou 44.219 hectares, do que em 2012.
Os dados de finais de 2016, contabilizados pelo Eurostat, situam a percentagem de área dedicada à produção biológica em 6,75% do total da área agrícola do país. Para os cálculos, o organismo estatístico utiliza o indicador de superfície agrícola utilizada (SAU) que se pode encontrar também nos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

O rácio está assim na média da União Europeia (que é de 6,7%), a par com a Alemanha e a Grécia.

Há 12 milhões de hectares “biológicos” na UE

Os dados do Eurostat divulgados esta quinta-feira, 16 de Novembro, contabilizam em 12 milhões de hectares a área certificada ou em vias de reconversão para produção agrícola biológica nos 28 Estados-Membros da União Europeia (UE), no final de 2016.

https://www.publico.pt/2017/11/16/e...-em-portugal-cresce-22-em-quatro-anos-1792784
 

António josé Sales

Nimbostratus
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Turquel, concelho de Alcobaça
Área de agricultura biológica em Portugal cresce 22% em quatro anos

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De acordo com os dados hoje divulgados pelo Eurostat, entre 2012 e 2016, Portugal registou um aumento de 45 mil hectares da área de cultivo biológico

A meio da tabela, a par com a média europeia – é onde Portugal está em termos de percentagem de área dedicada a agricultura biológica sobre o total da área agrícola no país.

Os dados hoje divulgados pelo gabinete estatístico da União Europeia dão conta que no final de 2016 Portugal detinha 245.052hectares de área certificada, ou em vias de conversão, para a produção agrícola biológica. São mais 22%, ou 44.219 hectares, do que em 2012.
Os dados de finais de 2016, contabilizados pelo Eurostat, situam a percentagem de área dedicada à produção biológica em 6,75% do total da área agrícola do país. Para os cálculos, o organismo estatístico utiliza o indicador de superfície agrícola utilizada (SAU) que se pode encontrar também nos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

O rácio está assim na média da União Europeia (que é de 6,7%), a par com a Alemanha e a Grécia.

Há 12 milhões de hectares “biológicos” na UE

Os dados do Eurostat divulgados esta quinta-feira, 16 de Novembro, contabilizam em 12 milhões de hectares a área certificada ou em vias de reconversão para produção agrícola biológica nos 28 Estados-Membros da União Europeia (UE), no final de 2016.

https://www.publico.pt/2017/11/16/e...-em-portugal-cresce-22-em-quatro-anos-1792784


Muito interessante este artigo é muito bom ver a agricultura biológica a crescer!!!!!!!!!!!!!!!!!!:D:thumbsup::thumbsup::viva:
 

Pedro1993

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Muito interessante este artigo é muito bom ver a agricultura biológica a crescer!!!!!!!!!!!!!!!!!!:D:thumbsup::thumbsup::viva:

Sim, é mesmo, a agricultura biológica, tem ainda muito potencial de crescimento, e dentro de poucas semanas, "vou dar" a minha contribuição com mais meio hectare de terreno, e estou em negociação para comprar outro terreno com mais meio hectare.
Parece pouca terra, mas muitas pessoas nem imaginam as horticolas que podem sair só de um terreno com meio hectare.
 

Pedro1993

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Torres Novas(75m)
O que é que vais plantar? Parabéns!

Para já este ano vou só ocupar cerca de metade do terreno, irei fazer um pomar misto, com amendoeiras, ameixoeiras, maceieras, pereiras e figueiras, e algumas figueiras da índia.