Árvores e Florestas de Portugal



AnDré

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22 Nov 2007
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Ao ler esse texto fiquei com a sensação que os "intocáveis" (responsáveis/operacionais das celuloses) são proprietários de 100% da matéria prima (floresta) que necessitam para as suas actividades.

E enfatizando a coisa, é como se eu fosse dono de uma marca de queijos, onde apenas 1% do leite usado, derivasse de animais meus - que viveriam felizes, ao ar livre, e produzindo leite de elevadíssima qualidade. Os outros 99% importaria. Se houver um problema com o meu produto, argumentava que é falso, mostrando provas que o leite que eu produzia era de enormíssima qualidade.

Talvez se esses "intocáveis" só pudessem adquirir madeira de áreas "não abandonadas com eucaliptos e pinheiros", a coisa mudasse de figura. Mas não é isso que acontece... "Vive em Lisboa? Não faz mal. A floresta (de eucaliptos) não precisa de qualquer manutenção. Mande plantar que dentro de poucos anos verá o lucro".
 

Pedro1993

Super Célula
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7 Jan 2014
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Drone promete semear 100 mil árvores por dia

Os drones (ou um determinado drone) são assunto de ordem do dia e alvos de críticas pelas aparições em zonas proibitivas, sendo “misturados” drones de asa fixa com outros tipos de drones, há alguma desinformação sobre o assunto e, no futuro próximo, essa falta de rigor poderá condicionar a utilização deste dispositivo.

Hoje mostramos como os drones podem ter uma importância extrema no combate à desflorestação. Sim, há drones que estão já a semear milhares de árvores por dia.

Um drone pode ser utilizado para criar florestas
A batalha tem estado a ser perdida no que toca à compensação de quem trabalha para plantar o que é arrancado, queimado ou destruído. O pulmão do mundo é afetado diariamente e, de acordo com a Scientific American, a maioria dos analistas atribui que 15% das emissões globais de carbono têm como “responsável” a desflorestação. Isso significa que, ao cortar ou a queimar as florestas, estamos a contribuir diretamente para um rápido aumento das alterações climáticas.



https://pplware.sapo.pt/informacao/drone-promete-semear-100-mil-arvores-por-dia/
 
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frederico

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9 Jan 2009
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O guia mais recente do ICN sobre flora nacional refere que várias espécies se extinguiram nos últimos milénios em Portugal, mas não refere quais.

Pus-me aqui a pensar em possíveis candidatos e peço a vossa ajuda...

- O pinheiro-de-Alepo (Pinus halepensis) está identificado como espécie nativa do Sul de Espanha, mas não aparece no guia do ICN. Será que também já terá ocorrido de forma natural no Sul de Portugal, especialmente no Algarve e Alentejo? Este pinheiro é especialmente resistente à seca e é ocasionalmente utilizado em jardinagem. Nos últimos milénios a Península passou por fases mais secas que levaram à expansão da azinheira até ao Norte de Espanha e fases mais húmidas em que houve expansão dos carvalhos para Sul. É possível que numa fase mais seca este pinheiro se tenha expandido para o ocidente peninsular, deixando bosques relíquia que foram cortados para aproveitamento da madeira.

- O Quercus patrae existe não muito longe da fronteira. Será que existiu nas serras do Norte de Portugal? A verdade é que desde o Neolítico que as nossas serras sofrem uma acção humana intensa, devido à pastorícia. Será que a espécie existiu com uma reduzida área de distribuição e foi extinta devido à acção humana?

1024px-Quercus_petraea_range.svg.png


- A faia (Fagus sylvatica), ao que parece, já regressou ao Gerês, depois de ter estado extinta em Portugal. A espécie existe em abundância em bosques no Norte de Espanha.

1024px-Fagus_sylvatica_range.svg.png
 

PedroNTSantos

Nimbostratus
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27 Dez 2008
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O guia mais recente do ICN sobre flora nacional refere que várias espécies se extinguiram nos últimos milénios em Portugal, mas não refere quais.

Pus-me aqui a pensar em possíveis candidatos e peço a vossa ajuda...

- O pinheiro-de-Alepo (Pinus halepensis) está identificado como espécie nativa do Sul de Espanha, mas não aparece no guia do ICN. Será que também já terá ocorrido de forma natural no Sul de Portugal, especialmente no Algarve e Alentejo? Este pinheiro é especialmente resistente à seca e é ocasionalmente utilizado em jardinagem. Nos últimos milénios a Península passou por fases mais secas que levaram à expansão da azinheira até ao Norte de Espanha e fases mais húmidas em que houve expansão dos carvalhos para Sul. É possível que numa fase mais seca este pinheiro se tenha expandido para o ocidente peninsular, deixando bosques relíquia que foram cortados para aproveitamento da madeira.

- O Quercus patrae existe não muito longe da fronteira. Será que existiu nas serras do Norte de Portugal? A verdade é que desde o Neolítico que as nossas serras sofrem uma acção humana intensa, devido à pastorícia. Será que a espécie existiu com uma reduzida área de distribuição e foi extinta devido à acção humana?

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- A faia (Fagus sylvatica), ao que parece, já regressou ao Gerês, depois de ter estado extinta em Portugal. A espécie existe em abundância em bosques no Norte de Espanha.

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Não sei até que ponto os estudos com pólen fossilizado podem, ou não, responder a essas questões que levantas. Foram estudos desses que permitiram ter a certeza que o Pinus sylvestris já foi espontâneo na Serra da Estrela (tendo-se depois extinto, até muito recentemente ter sido reintroduzido pelos serviços florestais).
Tanto quanto sei, nem sempre é possível chegar à espécie através da análise polínica. Uma coisa é certa, muitos pontos do Algarve reúnem condições do ponto de vista teórico para pensar que o pinheiro-de-alepo já possa por cá ter existido, tal como o Gerês tem as mesmas condições naturais das zonas montanhosas do norte de Espanha onde cresce a faia e o Quercus petraea. O mesmo se pode pensar do freixo-europeu (Fraxinus excelsior), só para dar mais um exemplo...
 

frederico

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Não sei até que ponto os estudos com pólen fossilizado podem, ou não, responder a essas questões que levantas. Foram estudos desses que permitiram ter a certeza que o Pinus sylvestris já foi espontâneo na Serra da Estrela (tendo-se depois extinto, até muito recentemente ter sido reintroduzido pelos serviços florestais).
Tanto quanto sei, nem sempre é possível chegar à espécie através da análise polínica. Uma coisa é certa, muitos pontos do Algarve reúnem condições do ponto de vista teórico para pensar que o pinheiro-de-alepo já possa por cá ter existido, tal como o Gerês tem as mesmas condições naturais das zonas montanhosas do norte de Espanha onde cresce a faia e o Quercus petraea. O mesmo se pode pensar do freixo-europeu (Fraxinus excelsior), só para dar mais um exemplo...

Recordo-me de já ter lido algures que o freixo-europeu terá existido no Gerês. Já o vi numa lista de espécies nativas de Portugal mas no guia mais recente do ICN a espécie não aparece. Em Espanha existe na Galiza.

1024px-Fraxinus_excelsior_range.svg.png
 

Pedro1993

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Esta espécie, o barrete-de-padre (Euonymus_europaeus) é rara e tem uma distribuição restrita ao nordeste transmontano. Contudo, é possível que no passado possa ter tido uma distribuição mais extensa no Norte e Sul de Portugal.

1024px-Euonymus_europaeus_range.svg.png


O potencial da espécie para uso em jardinagem e espaços públicos é enorme.

e6c07d.jpg

Já tinha lido em tempos algo relacionada com esta espécies, e já me tinha perguntado se a mesma ainda existia, por cá em Portugal, o mesmo se passa com o sabugueiro, tenho percorrido muitas linhas de água, pelo distrito de Santarém, principalmente, e ainda consigo contar esses mesmo exemplares, pelos dedos de uma mão, e quando os avisto, são exemplares isolados, pois queria fazer centenas e estacas, para plantar, é uma arbusto autóctone, com muito potencial, e que muito contribui para a biodiversidade.
 

frederico

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Já tinha lido em tempos algo relacionada com esta espécies, e já me tinha perguntado se a mesma ainda existia, por cá em Portugal, o mesmo se passa com o sabugueiro, tenho percorrido muitas linhas de água, pelo distrito de Santarém, principalmente, e ainda consigo contar esses mesmo exemplares, pelos dedos de uma mão, e quando os avisto, são exemplares isolados, pois queria fazer centenas e estacas, para plantar, é uma arbusto autóctone, com muito potencial, e que muito contribui para a biodiversidade.

No Algarve conto pelos dedos das mãos os locais onde há algumas espécies. Basta um incêndio ou uma limpeza de terrenos para haver extinções regionais. A situação de algumas espécies e gravíssima!
 

Pedro1993

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No Algarve conto pelos dedos das mãos os locais onde há algumas espécies. Basta um incêndio ou uma limpeza de terrenos para haver extinções regionais. A situação de algumas espécies e gravíssima!

É mesmo verdade, a questão das limpezas, não falo das que são feitas apenas com recurso a um corta-mato destroçador, pois por muito mal que seja, mas neste caso toda a matéria organica, fica no solo, e todas as plantas autótoctones regeneram novamente, mas quando a mesma limpeza, é feita com retroescavadoras, ou máquinas de rastos, aí o impacto, e a destruição é de larga escala, ficando por vezes dezenas de hectares de encostas, totalmente expostas á erosão, e já não existe regeneração, num período tão próximo, onde todo o material retirado, é amontoado e queimado.
 
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