Vamos, então, começar por um tema algo polémico e que, particularmente, me suscita algum interesse:
a possível construção de uma central nuclear em Portugal!
Passo a citar alguns artigos recentemente publicados relativos a esta questão!
in Diário de Notícias, 19 de Maio de 2006
in Diário de Notícias, 22 de Maio de 2006
in Diário de Notícias, 22 de Maio de 2006
Alguém se atreve a adiantar uma opinião relativa a esta hipotética construção de uma central nuclear no território nacional?
a possível construção de uma central nuclear em Portugal!
Passo a citar alguns artigos recentemente publicados relativos a esta questão!
Central nuclear à procura de local para se instalar
Os promotores do projecto de construção de uma central nuclear em Portugal afirmam que só tem sentido debater a questão quando houver estudos o que só será possível depois de escolhida a localização para a instalação da nova unidade. Sampaio Nunes, que dirige o projecto da Enupor - Energia Nuclear de Portugal, diz que o consórcio continua à procura de uma localização, depois da resposta negativa dada pelo presidente da Câmara de Mogadouro.
O consórcio necessita de encontrar outra localização compatível com os requisitos essenciais para a instalação de uma central: a proximidade de um rio, a possibilidade de ligação à rede eléctrica e a proximidade de Espanha para exportação da electricidade.
"Só depois de encontrarmos a localização poderemos fazer estudos de pré-viabilidade, sem eles não adianta estar com debates estéreis e emocionais", afirmou àLusa Sampaio Nunes, que adiantou: "Estamos à procura de localizações, avaliando a aceitabilidade das populações".
Refinaria
Quanto ao projecto da nova refinaria para Sines, cujo promotor é o mesmo da central nuclear, o empresário Patrick Monteiro de Barros, Sampaio Nunes, na qualidade de consultor, disse ontem ao jornal Público que quando foi assinado o protocolo de intenção de investimento com o Governo não eram conhecidas as emissões de CO2 pelas quais a nova unidade de refinação seria responsável. Recorde-se que o aumento brutal do nível de emissões previsto para o projecto, desde a sua apresentação até à versão final, foi um dos argumentos utilizados pelo Executivo para explicar a ruptura nas negociações com o promotor da refinaria Vasco da Gama.
Na conferêcnia de imprensa de apresentação do projecto foi avançado um valor previsto de emisões da ordem das 2,5 milhões de toneladas de CO2. Na versão final, este valor subiu para seis milhões.
"O promotor nunca avançou com esse número" disse Sampaio Nunes, sublinhando ainda que o Executivo se tinha comprometido com os investidores "a dar todas as emissões a título gratuito".
A ruptura nas negociações entre o Governo e Patrick Monteiro de Barros para este projecto foi assumida pelas duas partes na semana passada, no mesmo dia em que o Ministério do Ambiente revelou que chumbara o estudo de impacto ambiental.
in Diário de Notícias, 19 de Maio de 2006
Central representa custos altos para o País
As estruturas que seriam necessárias criar em Portugal para se ter uma central nuclear representam para o País "um custo muito pesado", defende Aníbal Fernandes. " Todos sabemos que uma ERSE (Entidade Reguladora para os Serviços Energéticos) já tem os seus custos, e não têm nada a ver com o que seria criar uma reguladora para o nuclear." A somar a isto, diz, há que contabilizar os custos de ligação à rede de uma central, realça aquele responsável.
Citando aquele que considera ser um dos maiores especialistas em questões de redes eléctricas, o professor Peças Lopes, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Aníbal Fernandes diz que o custo de ligação à rede de transporte de electricidade para uma central da dimensão da que está prevista para Portugal é de 500 milhões de euros. "São estes argumentos que nos levam a pensar que os custos para o País desta central são muito superiores ao que nos fazem crer, o que terá necessariamente efeitos nas tarifas", sublinha.
"É sempre estranho ouvir falar de uma central nuclear sem apoios públicos. Na Finlândia, por exemplo, onde está a ser construída uma central, o que se verifica é o contrário", defende Susana Fonseca. A ambientalista relembra ainda: "Quando uma central tem mais de 60 anos, a responsabilidade sobre os resíduos passa para o Estado, assim como os custos com o desmantelamento daquela estrutura."
in Diário de Notícias, 22 de Maio de 2006
Acidente de Chernobyl já não é possível hoje em dia
"A central nuclear que pretendemos instalar em Portugal será seguríssima." Quem o afirma é Pedro Sampaio Nunes, um dos promotores do projecto de construção da central que tem em Patrick Monteiro de Barros o rosto mais conhecido. No debate realizado na TSF na passada sexta-feira, Sampaio Nunes afirmou que "nas centrais nucleares de segunda geração, que substituíram as do tipo de Chernobyl, nunca houve qualquer acidente". "E nas de terceira, que são semelhantes àquela que pretendemos construir, as condições de segurança foram aumentadas dez vezes em relação às de segunda geração", afirma. Sampaio Nunes explica que um cenário como o do acidente de Chernobyl "já não é possível" porque a sofisticação da tecnologia "já não deixa passar a radioactividade para fora da central".
Luís Mira Amaral, outro dos participantes no debate, diz que "não é sério" comparar Chernobyl com um possível acidente numa central produtora de energia atómica no Ocidente. "A tecnologia e a vigilância sobre os Governos e as empresas existentes num Estado democrático são muito maiores do que eram no sistema soviético", diz. Sobre a situação portuguesa, o ex-ministro pretende alguma desmistificação. "Quer queiramos quer não, já temos os riscos do nuclear em Portugal", afirma, lembrando que "o facto de existirem centrais em Espanha é, do ponto de vista ambiental e de risco nuclear, absolutamente igual a tê-las cá". "Do ponto de vista pragmático é forçoso que se discuta que, se já temos os riscos, devemos ou não colher os benefícios", defende.
Sampaio Nunes abordou ainda a questão do nuclear como alvo do terrorismo. "Como a radioactividade nas novas centrais não passa para o exterior, os terroristas abandonaram a ideia, preferindo atacar alvos civis como as torres de Nova Iorque", assume. No que diz respeito à proliferação para fins militares, apenas lamenta a situação "criada pelo Ocidente", que "empurrou para países em vias de desenvolvimento uma tecnologia altamente sofisticada".
in Diário de Notícias, 22 de Maio de 2006
Alguém se atreve a adiantar uma opinião relativa a esta hipotética construção de uma central nuclear no território nacional?