Alerta de cheias em Moçambique
Os caudais de quatro rios moçambicanos ultrapassaram os níveis considerados de alerta e já há registo de cheias em algumas regiões do centro de Moçambique, disse hoje o director do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC). Segundo Paulo Zucula, as bacias hidrográficas dos rios Zambeze, Púnguè, Buzi e Save ultrapassaram já os níveis de alerta e, como consequência, cerca de 25 mil pessoas serão afectadas pelas inundações, resultantes das descargas da Hidroeléctrica de Cahora Bassa e da queda de chuvas no Zimbabué e Malaui, países vizinhos de Moçambique.
"Os rios estão acima do nível crítico. Em algumas partes há uma situação clara de inundações", afirmou o director do INGC. De acordo com o Boletim Hidrológico da Administração Regional de Águas (ARA-Sul) de Moçambique, o nível do rio Save - que nasce no Zimbabué, corre para sul e depois atravessa Moçambique de oeste para leste, desaguando no Oceano Índico - atingiu mais de sete metros, ultrapassando em dois metros o nível de alerta, que é de 5,5 metros. O rio Buzi também transbordou inundando Govuro e Machanga, na província de Sofala, distritos que ficaram sem comunicação com o resto do país. Esta situação forçou a retirada da maior parte da população, que se albergou nas escolas e igrejas. As previsões meteorológicas apontam para a possibilidade de o rio Zambeze também transbordar durante o mês de Janeiro.
O responsável pelo INGC dissera anteriormente à Lusa que as previsões meteorológicas apontavam para "níveis de pico nos países vizinhos" nas primeiras semanas do ano, pelo que "o rio Zambeze poderá transbordar, provocando cheias" entre Janeiro e Março. Zucula previu três cenários para os próximos meses: o pior, que poderá atingir um milhão de pessoas em toda a zona centro do país e parte da região sul, o médio, afectando um máximo de 700 mil pessoas, e o ideal, aliás, um cenário que se repete todos os anos, que eventualmente atingirá 50 mil moçambicanos.
Além dos distritos e vilas do centro do país que estão isolados, estima-se que, pelo menos 42 mil pessoas estejam em risco por ainda se encontrarem nas ilhas e nas margens nas províncias da Zambézia, Sofala e Manica. O INGC pretende que até ao final do ano, mais de 30 mil pessoas residentes nas ilhas e nas zonas baixas da região do Vale do Zambeze se instalem definitivamente nos centros de realojamento criados em Janeiro de 2007.
O Governo moçambicano estimou em 20,4 milhões de euros o valor necessário para um plano de emergência para apoiar os afectados pelas cheias e ciclones que se prevê que ocorram entre os meses de Janeiro e Março deste ano. Apesar de os caudais dos rios terem atingido o nível considerado crítico, o executivo moçambicano considera "controlada" a situação depois de ter criado comités de gestão de risco em todas as zonas atingidas pelas cheias.
"Actualmente, está-se a proceder à evacuação nos rios Save, Púngué, Buzi e Zambeze. Nos próximos dias pode haver abrandamento das chuvas, mas a seguir tudo voltará à carga", assinalou Zucula.
© 2008 LUSA
Os caudais de quatro rios moçambicanos ultrapassaram os níveis considerados de alerta e já há registo de cheias em algumas regiões do centro de Moçambique, disse hoje o director do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC). Segundo Paulo Zucula, as bacias hidrográficas dos rios Zambeze, Púnguè, Buzi e Save ultrapassaram já os níveis de alerta e, como consequência, cerca de 25 mil pessoas serão afectadas pelas inundações, resultantes das descargas da Hidroeléctrica de Cahora Bassa e da queda de chuvas no Zimbabué e Malaui, países vizinhos de Moçambique.
"Os rios estão acima do nível crítico. Em algumas partes há uma situação clara de inundações", afirmou o director do INGC. De acordo com o Boletim Hidrológico da Administração Regional de Águas (ARA-Sul) de Moçambique, o nível do rio Save - que nasce no Zimbabué, corre para sul e depois atravessa Moçambique de oeste para leste, desaguando no Oceano Índico - atingiu mais de sete metros, ultrapassando em dois metros o nível de alerta, que é de 5,5 metros. O rio Buzi também transbordou inundando Govuro e Machanga, na província de Sofala, distritos que ficaram sem comunicação com o resto do país. Esta situação forçou a retirada da maior parte da população, que se albergou nas escolas e igrejas. As previsões meteorológicas apontam para a possibilidade de o rio Zambeze também transbordar durante o mês de Janeiro.
O responsável pelo INGC dissera anteriormente à Lusa que as previsões meteorológicas apontavam para "níveis de pico nos países vizinhos" nas primeiras semanas do ano, pelo que "o rio Zambeze poderá transbordar, provocando cheias" entre Janeiro e Março. Zucula previu três cenários para os próximos meses: o pior, que poderá atingir um milhão de pessoas em toda a zona centro do país e parte da região sul, o médio, afectando um máximo de 700 mil pessoas, e o ideal, aliás, um cenário que se repete todos os anos, que eventualmente atingirá 50 mil moçambicanos.
Além dos distritos e vilas do centro do país que estão isolados, estima-se que, pelo menos 42 mil pessoas estejam em risco por ainda se encontrarem nas ilhas e nas margens nas províncias da Zambézia, Sofala e Manica. O INGC pretende que até ao final do ano, mais de 30 mil pessoas residentes nas ilhas e nas zonas baixas da região do Vale do Zambeze se instalem definitivamente nos centros de realojamento criados em Janeiro de 2007.
O Governo moçambicano estimou em 20,4 milhões de euros o valor necessário para um plano de emergência para apoiar os afectados pelas cheias e ciclones que se prevê que ocorram entre os meses de Janeiro e Março deste ano. Apesar de os caudais dos rios terem atingido o nível considerado crítico, o executivo moçambicano considera "controlada" a situação depois de ter criado comités de gestão de risco em todas as zonas atingidas pelas cheias.
"Actualmente, está-se a proceder à evacuação nos rios Save, Púngué, Buzi e Zambeze. Nos próximos dias pode haver abrandamento das chuvas, mas a seguir tudo voltará à carga", assinalou Zucula.
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