Boa noite!
Aqui por São Miguel tempo instável com aguaceiros moderados e vento Forte de Noroeste (45-65km/h) com rajadas até 80km/h e uma temperatura local de 13 graus após a passagem de vários sistemas frontais que durante os ultimos 3 dias causaram nevoeiros e chuva contínua por todas as ilhas açorianas.
Domingo uma ligeira melhoria e já para Segunda Feira novamente chuvas e ventos fortes com rajadas até os 80km/h para todas as ilhas.
Contudo achei interessante uma notícia que passou há pouco tempo num Jornal Açoriano sobre o novo clima que se prevê para os Açores num futuro muito próximo e desde já partilho aqui com quem se interessar pela matéria em questão:
"Os Açores estão mais vulneráveis a tempestades tropicais"
As ilhas, muito embora com características geomorfológicas e enquadramentos climáticos distintos, apresentam-se como dos territórios mais vulneráveis atendendo à sua dramática dependência de recursos naturais decorrentes do clima, e comungam de uma limitada capacidade de adaptação face aos desafios que se adivinham. Eduardo Brito de Azevedo, especialista em questões climatéricas, explica ainda que a concentração de precipitação em períodos mais curtos do ano tem levado a fenómenos extremos, tais como, o escoamento em superfície e infiltração, causando deslizamento de terras e susceptibilidade das reservas hídricas a períodos prolongados de estiagem (tempo sereno que se sucede às chuvas).
Os Açores são apontados como propícios a serem atingidos por tempestades tropicais, apresentando-se, assim, como um dos territórios vulneráveis pela sua dependência de recursos naturais que decorrem do clima. Todas as regiões de Portugal têm registado um aumento da temperatura, com o nível da água do mar a aumentar.
Estes factos são apontados pelo professor e director do Centro de Estudos do Clima, Meteorologia e Mudanças Globais, da Universidade dos Açores, Eduardo Brito de Azevedo, que nos explica que todos os cenários climáticos considerados para o clima futuro prevêem um aumento significativo da temperatura média em todas as regiões de Portugal até ao fim do século XXI.
Clima futuro incerto
No Continente são estimados aumentos da temperatura máxima no Verão que podem atingir os 3ºC na zona costeira e os 7ºC no interior, acompanhados por um grande incremento da frequência e intensidade de ondas de calor. Nos Açores, que beneficiam do efeito termo-regulador do oceano, a elevação da temperatura média do ar está estimada entre os 1ºC e os 2ºC, explica Eduardo Brito de Azevedo, que acrescenta que este facto é comprovado com o evoluir da temperatura desde a década de 70 do século passado em que se observa uma tendência de sinal positivo, mais acentuado nas temperaturas mínimas de Inverno, a qual se traduz já no aumento das noites tropicais (temperatura mínima diária >20ºC) e dos dias tropicais (temperatura máxima diária >25ºC) em mais de 11 dias por década.
Em termos de precipitação, a incerteza do clima futuro é substancialmente maior, considera Eduardo Brito de Azevedo, que explica que nos Açores, os resultados das observações indicam variações relativamente pequenas na precipitação total anual, apesar de sugerirem uma maior variabilidade inter-anual e um aumento da precipitação de Inverno, compensado por uma redução nas outras três estações do ano.
Chove mais em menos tempo
O que vem acontecendo é que a irregularidade, ou a concentração da precipitação em períodos mais curtos do ano, têm conduzido ao agravamento da susceptibilidade das ilhas a fenómenos extremos associados à precipitação, designadamente no que se refere ao escoamento em superfície e infiltração, com as consequentes implicações na erosão, no deslizamento de terras e na recarga aquífera, bem como à susceptibilidade das reservas hídricas a períodos prolongados de estiagem, afirma.
Se juntarmos as alterações de temperatura e as de precipitação, comprova-se que já existem indícios de alterações nos ciclos fenológicos da vegetação bem como alterações da respectiva zonagem ecológica, refere Eduardo Brito de Azevedo.
O especialista em questões climáticas considera que as alterações climáticas são, hoje em dia, factor indiscutível de mudança com o qual as populações e os decisores têm de lidar de forma esclarecida. As ilhas, muito embora com características geomorfológicas e enquadramentos climáticos distintos, apresentam-se como dos territórios mais vulneráveis atendendo à sua dramática dependência de recurso naturais decorrentes do clima, como no caso dos recursos hídricos, e comungam de uma limitada capacidade de adaptação face aos desafios que se adivinham.
Eduardo Brito de Azevedo salienta que a sobre-elevação do nível do mar, que constitui uma pressão circundante aos territórios insulares, revela-se como uma séria ameaça às zonas e infra-estruturas costeiras, para a qual temos de estar preparados.
O especialista refere, ainda, que as tempestades tropicais de fim de ciclo, que no passado se dissipavam às nossas latitudes, podem ter agora a sua vida e percurso prolongados pela elevação da temperatura superficial da água do mar.
http://www.correiodosacores.net/view.php?id=25916
Aqui por São Miguel tempo instável com aguaceiros moderados e vento Forte de Noroeste (45-65km/h) com rajadas até 80km/h e uma temperatura local de 13 graus após a passagem de vários sistemas frontais que durante os ultimos 3 dias causaram nevoeiros e chuva contínua por todas as ilhas açorianas.
Domingo uma ligeira melhoria e já para Segunda Feira novamente chuvas e ventos fortes com rajadas até os 80km/h para todas as ilhas.
Contudo achei interessante uma notícia que passou há pouco tempo num Jornal Açoriano sobre o novo clima que se prevê para os Açores num futuro muito próximo e desde já partilho aqui com quem se interessar pela matéria em questão:
"Os Açores estão mais vulneráveis a tempestades tropicais"
As ilhas, muito embora com características geomorfológicas e enquadramentos climáticos distintos, apresentam-se como dos territórios mais vulneráveis atendendo à sua dramática dependência de recursos naturais decorrentes do clima, e comungam de uma limitada capacidade de adaptação face aos desafios que se adivinham. Eduardo Brito de Azevedo, especialista em questões climatéricas, explica ainda que a concentração de precipitação em períodos mais curtos do ano tem levado a fenómenos extremos, tais como, o escoamento em superfície e infiltração, causando deslizamento de terras e susceptibilidade das reservas hídricas a períodos prolongados de estiagem (tempo sereno que se sucede às chuvas).
Os Açores são apontados como propícios a serem atingidos por tempestades tropicais, apresentando-se, assim, como um dos territórios vulneráveis pela sua dependência de recursos naturais que decorrem do clima. Todas as regiões de Portugal têm registado um aumento da temperatura, com o nível da água do mar a aumentar.
Estes factos são apontados pelo professor e director do Centro de Estudos do Clima, Meteorologia e Mudanças Globais, da Universidade dos Açores, Eduardo Brito de Azevedo, que nos explica que todos os cenários climáticos considerados para o clima futuro prevêem um aumento significativo da temperatura média em todas as regiões de Portugal até ao fim do século XXI.
Clima futuro incerto
No Continente são estimados aumentos da temperatura máxima no Verão que podem atingir os 3ºC na zona costeira e os 7ºC no interior, acompanhados por um grande incremento da frequência e intensidade de ondas de calor. Nos Açores, que beneficiam do efeito termo-regulador do oceano, a elevação da temperatura média do ar está estimada entre os 1ºC e os 2ºC, explica Eduardo Brito de Azevedo, que acrescenta que este facto é comprovado com o evoluir da temperatura desde a década de 70 do século passado em que se observa uma tendência de sinal positivo, mais acentuado nas temperaturas mínimas de Inverno, a qual se traduz já no aumento das noites tropicais (temperatura mínima diária >20ºC) e dos dias tropicais (temperatura máxima diária >25ºC) em mais de 11 dias por década.
Em termos de precipitação, a incerteza do clima futuro é substancialmente maior, considera Eduardo Brito de Azevedo, que explica que nos Açores, os resultados das observações indicam variações relativamente pequenas na precipitação total anual, apesar de sugerirem uma maior variabilidade inter-anual e um aumento da precipitação de Inverno, compensado por uma redução nas outras três estações do ano.
Chove mais em menos tempo
O que vem acontecendo é que a irregularidade, ou a concentração da precipitação em períodos mais curtos do ano, têm conduzido ao agravamento da susceptibilidade das ilhas a fenómenos extremos associados à precipitação, designadamente no que se refere ao escoamento em superfície e infiltração, com as consequentes implicações na erosão, no deslizamento de terras e na recarga aquífera, bem como à susceptibilidade das reservas hídricas a períodos prolongados de estiagem, afirma.
Se juntarmos as alterações de temperatura e as de precipitação, comprova-se que já existem indícios de alterações nos ciclos fenológicos da vegetação bem como alterações da respectiva zonagem ecológica, refere Eduardo Brito de Azevedo.
O especialista em questões climáticas considera que as alterações climáticas são, hoje em dia, factor indiscutível de mudança com o qual as populações e os decisores têm de lidar de forma esclarecida. As ilhas, muito embora com características geomorfológicas e enquadramentos climáticos distintos, apresentam-se como dos territórios mais vulneráveis atendendo à sua dramática dependência de recurso naturais decorrentes do clima, como no caso dos recursos hídricos, e comungam de uma limitada capacidade de adaptação face aos desafios que se adivinham.
Eduardo Brito de Azevedo salienta que a sobre-elevação do nível do mar, que constitui uma pressão circundante aos territórios insulares, revela-se como uma séria ameaça às zonas e infra-estruturas costeiras, para a qual temos de estar preparados.
O especialista refere, ainda, que as tempestades tropicais de fim de ciclo, que no passado se dissipavam às nossas latitudes, podem ter agora a sua vida e percurso prolongados pela elevação da temperatura superficial da água do mar.
http://www.correiodosacores.net/view.php?id=25916