Este tópico destina-se á partilha de informação sobre as formações de fenomenos meteorologicos e de como são os climas no mundo areas propricias a certos fenomenos conceitos meteorologicos etc...
Mas o destino mesmo deste topico é expor duvidas para que outros possam responder e assim partilharmos informações uns com os outros e assim fazer crescer a nossa meteoloucura...
Nada melhor como começar com uns mapazitos
Tipos de nuvens
Classificação internacional das nuvens (Descrição, altura, Altitude extensão vertical). A identificação das formas de nuvens baseia-se em definições especificas e descrições dadas no Atlas Internacional de Nuvens. As nuvens encontram-se num processo contínuo de evolução e aparecem numa variedade infinita de formas. É, no entanto, possível definir um número limitado de formas características, frequentemente observadas em todo o mundo, nas quais se podem agrupar, em linhas gerais, as nuvens.
Foi estabelecida uma classificação das formas características das nuvens, em termos de géneros, espécies e variedades. No âmbito desta disciplina interessa apenas referir os géneros, em número de dez e que são:
- Cirros (Ci) - Nuvens isoladas - filamentos brancos e delicados - bancos ou faixas estreitas brancas ou quase brancas - aspecto fibroso ou sedoso.
- Cirrocúmulos (Cc) - Banco, lençol ou cantada delgada de nuvens brancas, sem sombras próprias, constituídas por elementos muito pequenos em forma de grãos, de pregas, etc.; ligados ou não, e dispostos mais ou menos regularmente; a maioria dos elementos tem largura aparente inferior a um grau.
- Cirrostratos (Cs) - Véu nebuloso transparente e esbranquiçado, de aspecto fibroso ou liso, que cobre total ou parcialmente o céu. Pode produzir fenómenos de halo.
- Altocúmulos (Ac) - Banco, lençol ou camada de nuvens brancas ou cinzentas, geralmente com sombras próprias, constituídas por lâminas, massas globulares, rolos, etc.; às vezes parcialmente fibrosos ou difusos, ligados ou não. A maioria dos elementos dispostos regularmente têm largura aparente entre um e cinco graus.
- Altostratos (As) - Lençol ou camada de nuvens acinzentadas ou azuladas de aspecto esfriado, fibroso ou uniforme, que cobre total ou parcialmente o céu, e tem porções suficientemente ténues para que se veja o Sol, pelo menos vagamente, corno através de vidro despolido. O altostrato não produz fenómenos de halo.
- Nimbostratos (Ns) - Camada nebulosa cinzenta, muitas vezes sombria. O aspecto torna-se difuso pela queda mais ou menos contínua de chuva ou neve. É suficientemente espesso, em todos os pontos, para ocultar o Sol. Por baixo da camada existem frequentemente nuvens baixas esfarrapadas, ligadas ou não a ela.
- Estratocúmulos (Sc) - Banco, lençol ou camada de nuvens cinzentas ou esbranquiçadas, ou cinzentas e esbranquiçadas, quase sempre - com porções escuras, constituídas por massas em mosaico, glóbulos, rolos, etc.; de aspecto não fibroso (excepto quando virga), ligados ou não. A maioria dos pequenos elementos dispostos regularmente têm largura superior a 5 graus.
- Estratos (St) - Camada nebulosa, geralmente cinzenta, de base bastante uniforme. Quando se vê o Sol através da camada, o contorno é nítido. Ás vezes os St apresentam-se em forma de bancos esfarrapados. A precipitação, quando existe, é sob a forma de chuvisco.
- Cúmulos (Cu) - Nuvens isoladas, geralmente densas e de contornos nítidos. Desenvolvem-se verticalmente em forma de montículos, cúpulas, torres, etc.; cuja região superior parece muitas vezes uma couve-flor. As posições iluminadas pelo Sol são quase sempre de um branco brilhante, enquanto a base é realmente sombria, e sensivelmente horizontal. Estas nuvens (Cu) são, às vezes, esfarrapadas.
- Cumulonimbo (Cb) - Nuvem densa e forte, de grande extensão vertical, em forma de montanha ou enormes torres. A região superior, pelo menos em parte é, em regra lisa, fibrosa ou estriada, e quase sempre achatada. Esta parte espraia-se frequentemente em forma de bigorna ou grande penacho.
Precipitação
Definição e formas. Chama-se precipitação à água que, sob a forros sólida ou liquida, atinge a superfície da Terra procedente das nuvens. A precipitação pode apresentar diversas formas:
- Chuva - Precipitação contínua de água liquida cujas gotas têm um diâmetro superior a 0,5 mm;
- Chuvisco - Precipitação bastante uniforme de gotas de água muito unidas e de diâmetros inferiores a 0,5 mm;
- Neve - Precipitação de cristais de gelo que na sua maioria são ramificados;
- Granizo - Precipitação de grãos de gelo de diâmetro inferior a 5 mm;
- Saraiva - Precipitação de grânulos ou fragmentos de gelo de diâmetro superior a 5 mm;
- Aguaceiro - Precipitação descontínua cuja queda raramente ultrapassa os 30 minutos. Pode ser constituído por chuva, saraiva ou granizo.
- Trovoada - Descargas eléctricas das nuvens associada a fenómenos acústicos e ópticos acompanhados ou não de queda de precipitação.
Tipo de precipitação
Precipitação convectiva. As nuvens de desenvolvimento vertical ou convectivas, Cu e Cb, dão normalmente precipitação sob a forma de aguaceiros. Se o nível de condensação está muito elevado a precipitação evapora-se antes de alcançar o solo, apresentando um aspecto esfriado por debaixo da nuvem. A este tipo de precipitação dá-se o nome de virga. Noutras ocasiões as correntes ascendentes são de tal modo intensas que as gotas são arrastadas até níveis bastante elevados, muito acima do nível de gelo, Neste caso a precipitação é sólida e chama-se granizo.
Precipitação frontal. A precipitação frontal apresenta diversas formas consoante o tipo de frente a que está associada. Assim, tratando-se de uma frente fria cuja nebulosidade é predominantemente cumuliforme, a precipitação ocorre sob a forma de aguaceiros e chuva forte à passagem da superfície frontal. Numa frente quente, cuja nebulosidade é essencialmente estratiforme, predomina a chuva e o chuvisco. Numa frente oclusa ocorre normalmente a precipitação sob a forma de aguaceiros, chuva e chuvisco, visto o tipo de nebulosidade predominante ser o das frentes quente e fria simultaneamente.
Precipitação orográfica. Vimos anteriormente que quando o fluxo de ar encontra no seu caminho um sistema montanhoso, é forçado a subir a barlavento, descendo depois a sotavento. Como consequência, a nebulosidade concentra-se a barlavento, enquanto que a sotavento a descida do ar com o consequente aquecimento, dissipa as nuvens. Assim, as grandes quantidades de precipitação nas regiões montanhosas ocorrem sempre a barlavento.
Formação de uma massa de ar - Regiões de origem. Para que uma massa de ar se forme é necessário que o ar fique estacionado durante algum tempo sobre uma região que tenha uma distribuição uniforme de temperatura, de modo a adquirir as suas características. A estas regiões chamam-se regiões de origem das massas de ar. As massas de ar que afectam Portugal têm origem em diversas regiões como sejam: A Sibéria, o Norte do Canadá, o Pólo Norte, o Norte de África e a região dos Açores. Assim, quando um anticiclone estaciona sobre uma destas regiões, e devido aos seus ventos fracos e à sua subsidência (movimento vertical descendente), o ar vai lentamente absorvendo as características termodinâmicas dessa região. Esse processo faz com que o ar fique com uma distribuição uniforme da temperatura e da humidade, quer na horizontal quer na vertical.
Massas de ar
Uma massa de ar pode ser identificado por diversos factores, como sejam:
- A temperatura,
- O gradiente térmico vertical. (decréscimo da temperatura com a altitude - "Standard" 6ºC/Km)
- A humidade.
- A visibilidade,
- As nuvens e a precipitação.
As massas de ar instáveis (massas de ar frias que se deslocam sobre superfícies quentes) provocam:
- Nuvens cumuliformes;
- Precipitação tipo aguaceiros;
- Vento moderado a forte com rajadas;
- Visibilidade boa;
- É possível a ocorrência de trovoadas;
Massas de ar estáveis (massas de ar quente que se deslocam sobre superfícies frias) provocam:
- Nuvens estratiformes e nevoeiro;
- Precipitação do tipo chuva ou chuvisco;
- Vento fraco a moderado;
- Visibilidade fraca;
Massa de ar polar continental frio (Pck). Este tipo de massa de ar observa-se de Novembro Fevereiro e origina as temperaturas mais baixas em Portugal Continental no Inverno. O aparecimento desta massa de ar é provocado por um anticiclone muito desenvolvido, centrado sobre o Norte da Europa, que se estende até à Península Ibérica.
As condições de tempo associado a esta massa de ar são:
- Céu limpo;
- Vento fraco de Leste;
- Visibilidade boa;
- Grande arrefecimento nocturno;
- Formação de geada.
Massa de ar polar continental quente (Pcw). Este tipo de massa de ar ocorre durante o Inverno quando o anticiclone da Sibéria se estende em crista até ao Mediterrâneo. Esta massa de ar ocorre entre Novembro e Março. É uma massa de ar estável.
As condições de tempo associadas são:
- Céu pouco nublado;
- Vento fraco de Leste;
- Queda de neve nas terras altas;
- Visibilidade moderada ou boa;
- Massa de ar estável;
Massa de ar polar marítimo frio (Pmk). Esta massa de ar atinge Portugal durante o Inverno quando uma depressão muito cavada se encontra sobre as Ilhas Britânicas e depois da passagem da superfície frontal fria. É uma massa de ar instável.
As condições de tempo associadas são:
- Céu muito nublado;
- Vento de NW moderado a forte com rajadas;
- Aguaceiros que podem ser de granizo;
- Visibilidade boa;
- É possível a ocorrência de trovoadas;
Massa de ar polar marítima quente (Pmw). Esta massa de ar atinge Portugal durante os meses que vão de Setembro a Março. Isto sucede quando o Anticiclone dos Açores está a Norte dessas ilhas e com o seu eixo maior na direcção NW-SE.
As condições de tempo associadas são:
- Céu muito nublado;
- Vento de NW fraco a moderado;
- Aguaceiros;
- Visibilidade moderada a boa;
Massa de ar tropical marítima (Tm). Esta massa de ar ocorre todo o ano quando o Anticiclone dos Açores está centrado sobre as ilhas ou antes da passagem de superfícies frontais frias.
As condições de tempo associadas são:
- Céu muito nublado ou encoberto de nuvens estratiformes;
- Vento fraco de Oeste;
- Chuva ou chuvisco;
- Nevoeiro ou neblina;
- Visibilidade fraca ou moderada;
Ar tropical continental (Tc). Esta massa de ar atinge Portugal durante os meses mais quentes do ano, com o anticiclone dos Açores estendendo-se em crista para o Sul de França. Quando o aquecimento da Península Ibérica é muito intenso forma-se uma depressão térmica sobre o seu centro.
As condições de tempo associadas são:
- Céu limpo;
- Vento fraco de NE e Nortada no litoral centro;
- Visibilidade moderada;
- As temperaturas mais elevadas do ano;
Nota: Quando a depressão térmica se desloca para sobre o Alentejo, devido á entrada de ar marítimo na sua circulação, ocorrem trovoadas sobre o interior Sul de Portugal. Este fenómeno é mais frequente no final da Primavera e fim do Verão.
Os principais tipos de frentes são:
Frentes frias;
Frentes quentes;
Frentes oclusas;
Frentes estacionárias.
A Frente fria (em cima)
Frente quente
Variedades de tornados
· Tornado de múltiplos vórtices: contem dois ou mais pequenos e intensos remoinhos, chamados vórtices de sucção, orbitando o centro da circulação maior do tornado.
· Tromba d'água: é um tornado que forma-se ou passa sobre a água. O funil é visível por causa das nuvens de vapor d'água condensada. Como os tornados, as trombas d'água podem assumir muitas formas e frequentemente ocorrem em séries ou famílias.
· Poeira do diabo: é um remoinho de pouca duração que assemelha-se a um tornado porém geralmente menor e menos intenso. A maioria de poeiras do diabo são poucos metros em diâmetro não mais de 100 metros de altura e duram apenas alguns minutos depois da sua formação.
Climatologia Descritiva de Portugal.
Precipitação. A precipitação tem uma distribuição não uniforme ao longa do território. Tal facto deve-se essencialmente à distribuição do relevo. A cordilheira central divide o território em duas regiões pluviometricamente distintas; a norte do sistema a precipitação é abundante e distribuída ao longo de todo o ano, com o máximo em Dezembro e o mínimo em Julho; a sul a precipitação é menos abundante e ocorre principalmente nos meses de Outono, Inverno e Primavera. Como excepção a esta regra temos a região do vale do Douro, onde a precipitação é semelhante à ocorrida na região a sul do sistema montanhoso central. Este facto é devido à obstrução que as montanhas do Minho provocam ao normal deslocamento dos sistemas de tempo que vêm de NW. Os valores totais não só decrescem de Norte para Sul como também da costa para o interior. As diferenças apontadas são notórias se observar-mos os valores verificados em alguns locais escolhidos a Sul do sistema montanhoso Sintra - Montejunto - Estrela verificam-se duas excepções ao atrás referido: Monchique, a 395 metros de altitude (37º l9’ N e 08º 33’ W) com o valor total anual de 1264,1 mm e Barranco do Velho a 475 m de altitude (37º 14’ N e 07º 56’ W) com o valor total de 1050,4 mm.
Temperatura. Devido à grande extensão de costa que Portugal tem, o seu clima é fortemente afectado pelo mar. A acrescentar a isto temos a proximidade do norte de África em relação ao sul do território e a grande altitude média das terras do norte. Assim, no que respeita à distribuição da temperatura, temos a considerar três grandes regiões:
- a costa e regiões adjacentes, onde a distribuição da temperatura é fortemente afectada pela proximidade do mar e que, por isso, tem Invernos amenos e Verões pouco quentes;
- a região sul (e o vale do Douro) que, devido à proximidade do norte de África (não se aplica ao vale do Douro) e à pequena cobertura vegetal, tem Invernos amenos mas Verões muito quentes;
- as terras altas (Minho, Trás-os-Montes e região da serra da Estrela) vão ter as suas temperaturas médias fortemente afectadas por factores de altitude. Isto leva a que os seus Verões sejam pouco quentes e os seus Invernos sejam muito frios.
A distribuição, das isotérmicas é mais ou menos regular e paralela á linha de costa, sofrendo maior variação com o afastamento do mar. Os maiores valores médios anuais (iguais ou superiores a 17,5º C) ocorrem no Alentejo, no lado Oeste, e no Algarve. Valores da ordem dos l5º a l6º C ocorrem junto à costa e nos vales do Douro e Tejo. No Inverno, as máximas ocorrem nas zonas costeiras do Centro e Sul e as mínimas na região da Serra da Estrela e no Nordeste Transmontano. No Verão, as máximas ocorrem no Alentejo, no lado Oeste, e na região da Serra da Estrela.
Nevoeiro. A ocorrência de nevoeiros em Portugal é pouco significativa em termos gerais. Este elemento meteorológico ocorre essencialmente nas regiões montanhosas (serra da Estrela, serra da Arada, serras do Minho, etc.), em algumas regiões litorais (região do Porto, entre a Figueira da Foz e Aveiro, Cabo da Roca, etc.) e em outras regiões com determinadas particularidades na distribuição dos factores do clima, nomeadamente: proximidade de rios, grande cobertura vegetal com grande evapotranspiração associada, proximidade de barragens, etc. Em termos de distribuição mensal, os nevoeiros ocorrem principalmente durante os meses que vão de Outubro a Abril. Os nevoeiros são em regra de advecção e radiação, eventualmente orográficos e frontais. As massas de ar marítimo vindas de Oeste encontram primeiro a costa, em regra com a terra arrefecida pela radiação nocturna, formando-se nevoeiros que são por isso mais frequentes de manhã e no litoral.
Insolação. A distribuição da insolação é fortemente condicionada por factores de altitude (maior existência de nuvens) e pela proximidade de regiões costeiras com fortes entradas de ar marítimo (existência de nuvens, principalmente durante a manhã). À parte estes factores, a insolação aumenta de norte para sul; este factor não é de estranhar pois a região sul de Portugal está bastante próxima do norte da África. Como é fácil de entender, os maiores índices de insolação verificam-se durante o Verão com valores que, em média são o triplo dos verificados durante o Inverno. A linha de alturas Sintra - Montejunto - Estrela, faz a separação entre as regiões a norte, com menor número de horas de insolação por ano, com valores inferiores a 2400 horas, e as regiões a sul, com valores que vão das 2400 às 3100 horas.
Vento. A distribuição do vento em Portugal é fortemente influenciada pela ocorrência de brisas, principalmente no litoral. Como as brisas são fenómenos que ocorrem com maior intensidade durante a tarde, é conveniente estudar o vento durante a manhã e durante a tarde. A distribuição anual do vento durante a manhã não revela, no geral do território, qualquer sentido predominante, mas durante a tarde o mesmo vento já revela o sentido de NW como sentido predominante e aumento de intensidade. Como veremos, este aumento de intensidade e esta direcção predominante do vento, quando fazemos estudos anuais, é grandemente afectado pelo vento existente durante o Verão, pois é nesta estação que o efeito de brisa se sente com maior intensidade. Durante o Inverno, o vento médio de manhã e de tarde é sensivelmente igual, pois durante esta estação não se verificam brisas de grande intensidade. Durante esta estação não existe uma direcção predominante para o vento e a sua intensidade média não excede, em geral, os 25 KT. Durante o Verão, devido às referidas brisas o vento já tem um sentido predominante (NW), sendo a sua intensidade média superior à verificada durante o Inverno. A predominância do sentido de NW verifica-se tanto de manhã como de tarde, embora seja muito mais marcado durante a tarde e com maior intensidade. Este efeito é bastante visível na costa Oeste, embora não se restrinja a esta. Na costa Oeste existe, também, vento com forte componente de Norte (conhecido por nortada), que é provocado pela acção conjunta da brisa marítima e da depressão de origem térmica, que se forma no centro da Península Ibérica durante o Verão.
Geada. Os estudos climatológicos referentes à geada dão, normalmente, uma grande importância às datas da primeira e da última ocorrência. A distribuição deste elemento do clima tem uma forte ligação com a distribuição das temperaturas mínimas junto ao solo e com o tipo de cobertura do mesmo. Assim, é de esperar que as regiões com uma mais prolongada época de geadas sejam as terras montanhosas do nordeste transmontano e o interior do Alentejo (primeiras geadas em Novembro ou antes e últimas geadas em Abril ou depois - últimas geadas em Maio no caso do nordeste transmontano). Por outro lado, as regiões expostas a influências marítimas e os vales dos rios têm um menor período do ano com geadas (primeiras geadas normalmente em Dezembro ou depois e últimas geadas normalmente antes de Março). A região de Sagres, devido ao seu baixo índice de continentalidade, apenas tem geadas entre a última quinzena de Janeiro e a primeira quinzena de Fevereiro. No que respeita ao número anual de dias com geada este é maior nas terras de pequena cobertura vegetal de Trás-os-Montes e Alto Douro (mais de 60 dias com geada); o interior do Alentejo tem outro máximo relativo com mais de 30 dias com geada durante o ano. As regiões de forte influência marítima e os vales dos rios têm, normalmente, menos de 10 dias com geada ao longo do ano.
Trovoada. Mais frequente na Primavera e Outono, com máximos em Maio e Setembro. Ocorre geralmente associada a frentes frias ou depressões térmicas. O numero de dias com trovoada, por ano, diminui de Norte para Sul, havendo no entanto algumas excepções.
Humidade do Ar. Os valores máximos da humidade do ar ocorrem nas zonas costeiras do Centro e Algarve. Os valores mínimos ocorrem nas regiões das serras da Estrela e Montemuro. A variação diária é maior no Verão do que no Inverno.
Nebulosidade. A média anual diminui de Norte para Sul. É maior nos meses de Inverno e menor nos meses de Verão.
CLIMATOLOGIA SINÓPTICA DE PORTUGAL CONTINENTAL
1. Situações Típicas de Inverno. No Inverno, o anticiclone dos Açores pode ligar-se a um anticiclone centrado sobre a Europa. Os dias são então muito frios, agradáveis quando se está ao Sol. As noites são extremamente frias, com forte irradiação, que pode levar à formação de geada. O vento é fraco ou moderado de NE. Com massas de ar Pc, o tempo mantém-se seco, mas com massas de ar Pm o tempo torna-se húmido e nas montanhas pode chover ou cair neve. Quando os centros depressionários vindos do Atlântico passam pelo País, tem-se mau tempo. São dias encobertos, de chuva mais ou menos intensa, por vezes acompanhada de trovoadas. O vento pode tornar-se muito forte, provocando verdadeiro temporal. A estes centros depressionários, ligam-se normalmente sistemas frontais que condicionam toda a evolução do tempo. No Inverno, esta situação é muito frequente, uma vez que o País é atravessado por sucessivos sistemas frontais, correspondentes à ondulação da frente polar. A passagem da frente quente é acompanhada de céu encoberto e chuva mais ou menos intensa e prolongada. O País é invadido por massas de ar Tm, que determinam uma subida da temperatura. O vento tende a soprar de SW, por vezes com grande intensidade. A passagem da frente fria é acompanhada de céu mais ou menos encoberto e de chuvas mais ou menos intensas, em geral dispersas e breves, do tipo aguaceiro. O País é invadido por massas de ar Pm, que determinam uma descida da temperatura. O vento tende a soprar de NW, por vezes com grande intensidade.
Tempo Frontal. Extensa região depressionária muito cavada e centrada a sul da Islândia. Esta situação provoca das maiores quantidades de precipitação em Portugal. É frequente formarem-se ondulações que retardam o movimento das superfícies frontais. Após a passagem da superfície frontal, também é frequente a formação de ondulações sobre a Península Ibérica que provocam forte nebulosidade e afectam sobretudo a parte Sul do território. O vale depressionário pós-frontal, em altitude, transporta no seu deslocamento para leste uma massa de ar bastante frio e húmido, ocorrendo trovoadas e aguaceiros de chuva e granizo.
(b) Esta situação, é caracterizada pelo desenvolvimento de um anticiclone com o núcleo centrado sobre a Europa do Norte. No Norte e Centro o céu apresenta-se geralmente limpo, a visibilidade boa, o vento fraco e ocorre acentuado arrefecimento nocturno. No Sul e devido à acentuada curvatura ciclónica das linhas de corrente com origem no Norte de África, existe a possibilidade de ocorrer nebulosidade, e, em alguns casos, aguaceiros e trovoadas.
(c) Depressão Fria. Forma-se a NE dos Açores ou a N da Madeira. A esta depressão está geralmente associada uma ondulação frontal bastante ocluída, portanto, quse estacionária. O vento sopra normalmente do quadrante Sul e o céu apresenta-se muito nublado. Nas regiões montanhosas ocorrem aguaceiros, por vezes acompanhados de trovoadas. esta situação ocorre principalmente de Novembro a Março.
(d) Anticiclone sobre a Península Ibérica. O aparecimento deste núcleo de altas pressões sobre a Península está relacionado com a existência de um Anticiclone semi-estacionário centrado a Oeste dos Açores. Causa bom tempo e céu limpo com vento variável e calmo. Ocorre por vezes neblina e nevoeiro geralmente persistente.
2. Situações Típicas de Verão. Quando o anticiclone dos Açores se estende sobre a Península Ibérica, predomina bom tempo. São dias de sol, com céu limpo. O vento é fraco ou moderado. No Verão, os dias são muito quentes, com forte insolação, mas as noites são mais amenas devido à irradiação nocturna. O aquecimento diurno pode levar à formação de um centro de baixas pressões no interior da Península. O vento tende a soprar de N e são então vulgares as nortadas, por vezes muito desagradáveis. O País fica sujeito a massas de ar Pm, Pc ou Tc, e assim o tempo é mais fresco e húmido, ou mais quente e seco. No Verão o anticiclone dos Açores, encontrando-se mais para norte, tende a bloquear a passagem das depressões, que são obrigadas a percorrer trajectórias situadas bastante a norte.
(a) Tempo Frontal. No princípio e fim do verão, com o anticiclone situado a NW dos Açores, a superfície frontal fria, geralmente associada a uma depressão situada sobre a Europa Central, atinge por vezes a Península Ibérica. Afecta sobretudo as regiões montanhosas do Norte e Centro do território. Ocorre um aumento de nebulosidade e aguaceiros fracos, principalmente nas regiões montanhosas. Após a passagem da frente o vento pode soprar do quadrante Norte com forte intensidade.
(b) Anticiclone dos Açores. Durante os meses de Verão, o Anticiclone dos Açores, que se mantém quase estacionário, ou a crista de altas pressões a ele associada, condicionam as condições meteorológicas em Portugal continental. O céu apresenta-se geralmente limpo, ou pouco nublado com nuvens altas. É provável a formação de neblina ou nevoeiro matinal.
(c) Depressão de Origem Térmica. Forma-se frequentemente sobre a Península Ibérica (Maio a Setembro) uma depressão de origem térmica. Ocorre geralmente forte brisa marítima que na costa ocidental é apelidada de Nortada. A visibilidade é geralmente boa, por vezes moderada quando ocorrem aguaceiros. É provável a formação de nuvens de desenvolvimento vertical e trovoadas.
3. Épocas de Transição. Correspondem a períodos em que as situações não são tão claras (Primavera e Outono). A presença do Anticiclone dos Açores e de uma depressão sobre o golfo da Gasconha são as situações mais comuns nas épocas de transição. Ocasionalmente, os centros depressionários podem passar entre o Continente e a Madeira, a caminho do estreito de Gibraltar. O País é então invadido por massas de ar Tm ou Pm modificado. O vento sopra de SW e SE. O céu fica encoberto e chove no sul de Portugal. Esta situação é mais frequente na Primavera e Outono. Uma situação curiosa dá origem ao conhecido Verão de São Martinho. Na primeira quinzena de Novembro, podem-se observar por vezes belos dias de sol, céu limpo e sem vento, em que a temperatura sobe, que recorda de facto o verão pela serenidade da atmosfera, pela ausência de chuvas e pela temperatura ainda elevada durante o dia, o que se torna agradável depois da descida de Outubro. O país é invadido por massas de ar Tc, vindas do Mediterrâneo e do Norte de África. O vento tende a soprar de SE. Em 50 anos, contaram-se cerca de 15 anos em que se verificou um Verão de São Martinho típico. Na Espanha, é o “Veranillo de San Martín”, na França, o “Été de la Saint Martin” e, na Alemanha, o “Altweibersommer” ou “Verão das Velhas”.
Bom...devo ter batido algum recorde na extensão do poste mas a minha intenção era só para deixar umas luzes sobre a meteorologia...espero que gostem
Para mais informação http://www.fpcolumbofilia.pt/meteo/main06.htm
Mas o destino mesmo deste topico é expor duvidas para que outros possam responder e assim partilharmos informações uns com os outros e assim fazer crescer a nossa meteoloucura...
Nada melhor como começar com uns mapazitos
Tipos de nuvens
Classificação internacional das nuvens (Descrição, altura, Altitude extensão vertical). A identificação das formas de nuvens baseia-se em definições especificas e descrições dadas no Atlas Internacional de Nuvens. As nuvens encontram-se num processo contínuo de evolução e aparecem numa variedade infinita de formas. É, no entanto, possível definir um número limitado de formas características, frequentemente observadas em todo o mundo, nas quais se podem agrupar, em linhas gerais, as nuvens.
Foi estabelecida uma classificação das formas características das nuvens, em termos de géneros, espécies e variedades. No âmbito desta disciplina interessa apenas referir os géneros, em número de dez e que são:
- Cirros (Ci) - Nuvens isoladas - filamentos brancos e delicados - bancos ou faixas estreitas brancas ou quase brancas - aspecto fibroso ou sedoso.
- Cirrocúmulos (Cc) - Banco, lençol ou cantada delgada de nuvens brancas, sem sombras próprias, constituídas por elementos muito pequenos em forma de grãos, de pregas, etc.; ligados ou não, e dispostos mais ou menos regularmente; a maioria dos elementos tem largura aparente inferior a um grau.
- Cirrostratos (Cs) - Véu nebuloso transparente e esbranquiçado, de aspecto fibroso ou liso, que cobre total ou parcialmente o céu. Pode produzir fenómenos de halo.
- Altocúmulos (Ac) - Banco, lençol ou camada de nuvens brancas ou cinzentas, geralmente com sombras próprias, constituídas por lâminas, massas globulares, rolos, etc.; às vezes parcialmente fibrosos ou difusos, ligados ou não. A maioria dos elementos dispostos regularmente têm largura aparente entre um e cinco graus.
- Altostratos (As) - Lençol ou camada de nuvens acinzentadas ou azuladas de aspecto esfriado, fibroso ou uniforme, que cobre total ou parcialmente o céu, e tem porções suficientemente ténues para que se veja o Sol, pelo menos vagamente, corno através de vidro despolido. O altostrato não produz fenómenos de halo.
- Nimbostratos (Ns) - Camada nebulosa cinzenta, muitas vezes sombria. O aspecto torna-se difuso pela queda mais ou menos contínua de chuva ou neve. É suficientemente espesso, em todos os pontos, para ocultar o Sol. Por baixo da camada existem frequentemente nuvens baixas esfarrapadas, ligadas ou não a ela.
- Estratocúmulos (Sc) - Banco, lençol ou camada de nuvens cinzentas ou esbranquiçadas, ou cinzentas e esbranquiçadas, quase sempre - com porções escuras, constituídas por massas em mosaico, glóbulos, rolos, etc.; de aspecto não fibroso (excepto quando virga), ligados ou não. A maioria dos pequenos elementos dispostos regularmente têm largura superior a 5 graus.
- Estratos (St) - Camada nebulosa, geralmente cinzenta, de base bastante uniforme. Quando se vê o Sol através da camada, o contorno é nítido. Ás vezes os St apresentam-se em forma de bancos esfarrapados. A precipitação, quando existe, é sob a forma de chuvisco.
- Cúmulos (Cu) - Nuvens isoladas, geralmente densas e de contornos nítidos. Desenvolvem-se verticalmente em forma de montículos, cúpulas, torres, etc.; cuja região superior parece muitas vezes uma couve-flor. As posições iluminadas pelo Sol são quase sempre de um branco brilhante, enquanto a base é realmente sombria, e sensivelmente horizontal. Estas nuvens (Cu) são, às vezes, esfarrapadas.
- Cumulonimbo (Cb) - Nuvem densa e forte, de grande extensão vertical, em forma de montanha ou enormes torres. A região superior, pelo menos em parte é, em regra lisa, fibrosa ou estriada, e quase sempre achatada. Esta parte espraia-se frequentemente em forma de bigorna ou grande penacho.
Precipitação
Definição e formas. Chama-se precipitação à água que, sob a forros sólida ou liquida, atinge a superfície da Terra procedente das nuvens. A precipitação pode apresentar diversas formas:
- Chuva - Precipitação contínua de água liquida cujas gotas têm um diâmetro superior a 0,5 mm;
- Chuvisco - Precipitação bastante uniforme de gotas de água muito unidas e de diâmetros inferiores a 0,5 mm;
- Neve - Precipitação de cristais de gelo que na sua maioria são ramificados;
- Granizo - Precipitação de grãos de gelo de diâmetro inferior a 5 mm;
- Saraiva - Precipitação de grânulos ou fragmentos de gelo de diâmetro superior a 5 mm;
- Aguaceiro - Precipitação descontínua cuja queda raramente ultrapassa os 30 minutos. Pode ser constituído por chuva, saraiva ou granizo.
- Trovoada - Descargas eléctricas das nuvens associada a fenómenos acústicos e ópticos acompanhados ou não de queda de precipitação.
Tipo de precipitação
Precipitação convectiva. As nuvens de desenvolvimento vertical ou convectivas, Cu e Cb, dão normalmente precipitação sob a forma de aguaceiros. Se o nível de condensação está muito elevado a precipitação evapora-se antes de alcançar o solo, apresentando um aspecto esfriado por debaixo da nuvem. A este tipo de precipitação dá-se o nome de virga. Noutras ocasiões as correntes ascendentes são de tal modo intensas que as gotas são arrastadas até níveis bastante elevados, muito acima do nível de gelo, Neste caso a precipitação é sólida e chama-se granizo.
Precipitação frontal. A precipitação frontal apresenta diversas formas consoante o tipo de frente a que está associada. Assim, tratando-se de uma frente fria cuja nebulosidade é predominantemente cumuliforme, a precipitação ocorre sob a forma de aguaceiros e chuva forte à passagem da superfície frontal. Numa frente quente, cuja nebulosidade é essencialmente estratiforme, predomina a chuva e o chuvisco. Numa frente oclusa ocorre normalmente a precipitação sob a forma de aguaceiros, chuva e chuvisco, visto o tipo de nebulosidade predominante ser o das frentes quente e fria simultaneamente.
Precipitação orográfica. Vimos anteriormente que quando o fluxo de ar encontra no seu caminho um sistema montanhoso, é forçado a subir a barlavento, descendo depois a sotavento. Como consequência, a nebulosidade concentra-se a barlavento, enquanto que a sotavento a descida do ar com o consequente aquecimento, dissipa as nuvens. Assim, as grandes quantidades de precipitação nas regiões montanhosas ocorrem sempre a barlavento.
Formação de uma massa de ar - Regiões de origem. Para que uma massa de ar se forme é necessário que o ar fique estacionado durante algum tempo sobre uma região que tenha uma distribuição uniforme de temperatura, de modo a adquirir as suas características. A estas regiões chamam-se regiões de origem das massas de ar. As massas de ar que afectam Portugal têm origem em diversas regiões como sejam: A Sibéria, o Norte do Canadá, o Pólo Norte, o Norte de África e a região dos Açores. Assim, quando um anticiclone estaciona sobre uma destas regiões, e devido aos seus ventos fracos e à sua subsidência (movimento vertical descendente), o ar vai lentamente absorvendo as características termodinâmicas dessa região. Esse processo faz com que o ar fique com uma distribuição uniforme da temperatura e da humidade, quer na horizontal quer na vertical.
Massas de ar
Uma massa de ar pode ser identificado por diversos factores, como sejam:
- A temperatura,
- O gradiente térmico vertical. (decréscimo da temperatura com a altitude - "Standard" 6ºC/Km)
- A humidade.
- A visibilidade,
- As nuvens e a precipitação.
As massas de ar instáveis (massas de ar frias que se deslocam sobre superfícies quentes) provocam:
- Nuvens cumuliformes;
- Precipitação tipo aguaceiros;
- Vento moderado a forte com rajadas;
- Visibilidade boa;
- É possível a ocorrência de trovoadas;
Massas de ar estáveis (massas de ar quente que se deslocam sobre superfícies frias) provocam:
- Nuvens estratiformes e nevoeiro;
- Precipitação do tipo chuva ou chuvisco;
- Vento fraco a moderado;
- Visibilidade fraca;
Massa de ar polar continental frio (Pck). Este tipo de massa de ar observa-se de Novembro Fevereiro e origina as temperaturas mais baixas em Portugal Continental no Inverno. O aparecimento desta massa de ar é provocado por um anticiclone muito desenvolvido, centrado sobre o Norte da Europa, que se estende até à Península Ibérica.
As condições de tempo associado a esta massa de ar são:
- Céu limpo;
- Vento fraco de Leste;
- Visibilidade boa;
- Grande arrefecimento nocturno;
- Formação de geada.
Massa de ar polar continental quente (Pcw). Este tipo de massa de ar ocorre durante o Inverno quando o anticiclone da Sibéria se estende em crista até ao Mediterrâneo. Esta massa de ar ocorre entre Novembro e Março. É uma massa de ar estável.
As condições de tempo associadas são:
- Céu pouco nublado;
- Vento fraco de Leste;
- Queda de neve nas terras altas;
- Visibilidade moderada ou boa;
- Massa de ar estável;
Massa de ar polar marítimo frio (Pmk). Esta massa de ar atinge Portugal durante o Inverno quando uma depressão muito cavada se encontra sobre as Ilhas Britânicas e depois da passagem da superfície frontal fria. É uma massa de ar instável.
As condições de tempo associadas são:
- Céu muito nublado;
- Vento de NW moderado a forte com rajadas;
- Aguaceiros que podem ser de granizo;
- Visibilidade boa;
- É possível a ocorrência de trovoadas;
Massa de ar polar marítima quente (Pmw). Esta massa de ar atinge Portugal durante os meses que vão de Setembro a Março. Isto sucede quando o Anticiclone dos Açores está a Norte dessas ilhas e com o seu eixo maior na direcção NW-SE.
As condições de tempo associadas são:
- Céu muito nublado;
- Vento de NW fraco a moderado;
- Aguaceiros;
- Visibilidade moderada a boa;
Massa de ar tropical marítima (Tm). Esta massa de ar ocorre todo o ano quando o Anticiclone dos Açores está centrado sobre as ilhas ou antes da passagem de superfícies frontais frias.
As condições de tempo associadas são:
- Céu muito nublado ou encoberto de nuvens estratiformes;
- Vento fraco de Oeste;
- Chuva ou chuvisco;
- Nevoeiro ou neblina;
- Visibilidade fraca ou moderada;
Ar tropical continental (Tc). Esta massa de ar atinge Portugal durante os meses mais quentes do ano, com o anticiclone dos Açores estendendo-se em crista para o Sul de França. Quando o aquecimento da Península Ibérica é muito intenso forma-se uma depressão térmica sobre o seu centro.
As condições de tempo associadas são:
- Céu limpo;
- Vento fraco de NE e Nortada no litoral centro;
- Visibilidade moderada;
- As temperaturas mais elevadas do ano;
Nota: Quando a depressão térmica se desloca para sobre o Alentejo, devido á entrada de ar marítimo na sua circulação, ocorrem trovoadas sobre o interior Sul de Portugal. Este fenómeno é mais frequente no final da Primavera e fim do Verão.
Os principais tipos de frentes são:
Frentes frias;
Frentes quentes;
Frentes oclusas;
Frentes estacionárias.
A Frente fria (em cima)
Frente quente
Variedades de tornados
· Tornado de múltiplos vórtices: contem dois ou mais pequenos e intensos remoinhos, chamados vórtices de sucção, orbitando o centro da circulação maior do tornado.
· Tromba d'água: é um tornado que forma-se ou passa sobre a água. O funil é visível por causa das nuvens de vapor d'água condensada. Como os tornados, as trombas d'água podem assumir muitas formas e frequentemente ocorrem em séries ou famílias.
· Poeira do diabo: é um remoinho de pouca duração que assemelha-se a um tornado porém geralmente menor e menos intenso. A maioria de poeiras do diabo são poucos metros em diâmetro não mais de 100 metros de altura e duram apenas alguns minutos depois da sua formação.
Climatologia Descritiva de Portugal.
Precipitação. A precipitação tem uma distribuição não uniforme ao longa do território. Tal facto deve-se essencialmente à distribuição do relevo. A cordilheira central divide o território em duas regiões pluviometricamente distintas; a norte do sistema a precipitação é abundante e distribuída ao longo de todo o ano, com o máximo em Dezembro e o mínimo em Julho; a sul a precipitação é menos abundante e ocorre principalmente nos meses de Outono, Inverno e Primavera. Como excepção a esta regra temos a região do vale do Douro, onde a precipitação é semelhante à ocorrida na região a sul do sistema montanhoso central. Este facto é devido à obstrução que as montanhas do Minho provocam ao normal deslocamento dos sistemas de tempo que vêm de NW. Os valores totais não só decrescem de Norte para Sul como também da costa para o interior. As diferenças apontadas são notórias se observar-mos os valores verificados em alguns locais escolhidos a Sul do sistema montanhoso Sintra - Montejunto - Estrela verificam-se duas excepções ao atrás referido: Monchique, a 395 metros de altitude (37º l9’ N e 08º 33’ W) com o valor total anual de 1264,1 mm e Barranco do Velho a 475 m de altitude (37º 14’ N e 07º 56’ W) com o valor total de 1050,4 mm.
Temperatura. Devido à grande extensão de costa que Portugal tem, o seu clima é fortemente afectado pelo mar. A acrescentar a isto temos a proximidade do norte de África em relação ao sul do território e a grande altitude média das terras do norte. Assim, no que respeita à distribuição da temperatura, temos a considerar três grandes regiões:
- a costa e regiões adjacentes, onde a distribuição da temperatura é fortemente afectada pela proximidade do mar e que, por isso, tem Invernos amenos e Verões pouco quentes;
- a região sul (e o vale do Douro) que, devido à proximidade do norte de África (não se aplica ao vale do Douro) e à pequena cobertura vegetal, tem Invernos amenos mas Verões muito quentes;
- as terras altas (Minho, Trás-os-Montes e região da serra da Estrela) vão ter as suas temperaturas médias fortemente afectadas por factores de altitude. Isto leva a que os seus Verões sejam pouco quentes e os seus Invernos sejam muito frios.
A distribuição, das isotérmicas é mais ou menos regular e paralela á linha de costa, sofrendo maior variação com o afastamento do mar. Os maiores valores médios anuais (iguais ou superiores a 17,5º C) ocorrem no Alentejo, no lado Oeste, e no Algarve. Valores da ordem dos l5º a l6º C ocorrem junto à costa e nos vales do Douro e Tejo. No Inverno, as máximas ocorrem nas zonas costeiras do Centro e Sul e as mínimas na região da Serra da Estrela e no Nordeste Transmontano. No Verão, as máximas ocorrem no Alentejo, no lado Oeste, e na região da Serra da Estrela.
Nevoeiro. A ocorrência de nevoeiros em Portugal é pouco significativa em termos gerais. Este elemento meteorológico ocorre essencialmente nas regiões montanhosas (serra da Estrela, serra da Arada, serras do Minho, etc.), em algumas regiões litorais (região do Porto, entre a Figueira da Foz e Aveiro, Cabo da Roca, etc.) e em outras regiões com determinadas particularidades na distribuição dos factores do clima, nomeadamente: proximidade de rios, grande cobertura vegetal com grande evapotranspiração associada, proximidade de barragens, etc. Em termos de distribuição mensal, os nevoeiros ocorrem principalmente durante os meses que vão de Outubro a Abril. Os nevoeiros são em regra de advecção e radiação, eventualmente orográficos e frontais. As massas de ar marítimo vindas de Oeste encontram primeiro a costa, em regra com a terra arrefecida pela radiação nocturna, formando-se nevoeiros que são por isso mais frequentes de manhã e no litoral.
Insolação. A distribuição da insolação é fortemente condicionada por factores de altitude (maior existência de nuvens) e pela proximidade de regiões costeiras com fortes entradas de ar marítimo (existência de nuvens, principalmente durante a manhã). À parte estes factores, a insolação aumenta de norte para sul; este factor não é de estranhar pois a região sul de Portugal está bastante próxima do norte da África. Como é fácil de entender, os maiores índices de insolação verificam-se durante o Verão com valores que, em média são o triplo dos verificados durante o Inverno. A linha de alturas Sintra - Montejunto - Estrela, faz a separação entre as regiões a norte, com menor número de horas de insolação por ano, com valores inferiores a 2400 horas, e as regiões a sul, com valores que vão das 2400 às 3100 horas.
Vento. A distribuição do vento em Portugal é fortemente influenciada pela ocorrência de brisas, principalmente no litoral. Como as brisas são fenómenos que ocorrem com maior intensidade durante a tarde, é conveniente estudar o vento durante a manhã e durante a tarde. A distribuição anual do vento durante a manhã não revela, no geral do território, qualquer sentido predominante, mas durante a tarde o mesmo vento já revela o sentido de NW como sentido predominante e aumento de intensidade. Como veremos, este aumento de intensidade e esta direcção predominante do vento, quando fazemos estudos anuais, é grandemente afectado pelo vento existente durante o Verão, pois é nesta estação que o efeito de brisa se sente com maior intensidade. Durante o Inverno, o vento médio de manhã e de tarde é sensivelmente igual, pois durante esta estação não se verificam brisas de grande intensidade. Durante esta estação não existe uma direcção predominante para o vento e a sua intensidade média não excede, em geral, os 25 KT. Durante o Verão, devido às referidas brisas o vento já tem um sentido predominante (NW), sendo a sua intensidade média superior à verificada durante o Inverno. A predominância do sentido de NW verifica-se tanto de manhã como de tarde, embora seja muito mais marcado durante a tarde e com maior intensidade. Este efeito é bastante visível na costa Oeste, embora não se restrinja a esta. Na costa Oeste existe, também, vento com forte componente de Norte (conhecido por nortada), que é provocado pela acção conjunta da brisa marítima e da depressão de origem térmica, que se forma no centro da Península Ibérica durante o Verão.
Geada. Os estudos climatológicos referentes à geada dão, normalmente, uma grande importância às datas da primeira e da última ocorrência. A distribuição deste elemento do clima tem uma forte ligação com a distribuição das temperaturas mínimas junto ao solo e com o tipo de cobertura do mesmo. Assim, é de esperar que as regiões com uma mais prolongada época de geadas sejam as terras montanhosas do nordeste transmontano e o interior do Alentejo (primeiras geadas em Novembro ou antes e últimas geadas em Abril ou depois - últimas geadas em Maio no caso do nordeste transmontano). Por outro lado, as regiões expostas a influências marítimas e os vales dos rios têm um menor período do ano com geadas (primeiras geadas normalmente em Dezembro ou depois e últimas geadas normalmente antes de Março). A região de Sagres, devido ao seu baixo índice de continentalidade, apenas tem geadas entre a última quinzena de Janeiro e a primeira quinzena de Fevereiro. No que respeita ao número anual de dias com geada este é maior nas terras de pequena cobertura vegetal de Trás-os-Montes e Alto Douro (mais de 60 dias com geada); o interior do Alentejo tem outro máximo relativo com mais de 30 dias com geada durante o ano. As regiões de forte influência marítima e os vales dos rios têm, normalmente, menos de 10 dias com geada ao longo do ano.
Trovoada. Mais frequente na Primavera e Outono, com máximos em Maio e Setembro. Ocorre geralmente associada a frentes frias ou depressões térmicas. O numero de dias com trovoada, por ano, diminui de Norte para Sul, havendo no entanto algumas excepções.
Humidade do Ar. Os valores máximos da humidade do ar ocorrem nas zonas costeiras do Centro e Algarve. Os valores mínimos ocorrem nas regiões das serras da Estrela e Montemuro. A variação diária é maior no Verão do que no Inverno.
Nebulosidade. A média anual diminui de Norte para Sul. É maior nos meses de Inverno e menor nos meses de Verão.
CLIMATOLOGIA SINÓPTICA DE PORTUGAL CONTINENTAL
1. Situações Típicas de Inverno. No Inverno, o anticiclone dos Açores pode ligar-se a um anticiclone centrado sobre a Europa. Os dias são então muito frios, agradáveis quando se está ao Sol. As noites são extremamente frias, com forte irradiação, que pode levar à formação de geada. O vento é fraco ou moderado de NE. Com massas de ar Pc, o tempo mantém-se seco, mas com massas de ar Pm o tempo torna-se húmido e nas montanhas pode chover ou cair neve. Quando os centros depressionários vindos do Atlântico passam pelo País, tem-se mau tempo. São dias encobertos, de chuva mais ou menos intensa, por vezes acompanhada de trovoadas. O vento pode tornar-se muito forte, provocando verdadeiro temporal. A estes centros depressionários, ligam-se normalmente sistemas frontais que condicionam toda a evolução do tempo. No Inverno, esta situação é muito frequente, uma vez que o País é atravessado por sucessivos sistemas frontais, correspondentes à ondulação da frente polar. A passagem da frente quente é acompanhada de céu encoberto e chuva mais ou menos intensa e prolongada. O País é invadido por massas de ar Tm, que determinam uma subida da temperatura. O vento tende a soprar de SW, por vezes com grande intensidade. A passagem da frente fria é acompanhada de céu mais ou menos encoberto e de chuvas mais ou menos intensas, em geral dispersas e breves, do tipo aguaceiro. O País é invadido por massas de ar Pm, que determinam uma descida da temperatura. O vento tende a soprar de NW, por vezes com grande intensidade.
Tempo Frontal. Extensa região depressionária muito cavada e centrada a sul da Islândia. Esta situação provoca das maiores quantidades de precipitação em Portugal. É frequente formarem-se ondulações que retardam o movimento das superfícies frontais. Após a passagem da superfície frontal, também é frequente a formação de ondulações sobre a Península Ibérica que provocam forte nebulosidade e afectam sobretudo a parte Sul do território. O vale depressionário pós-frontal, em altitude, transporta no seu deslocamento para leste uma massa de ar bastante frio e húmido, ocorrendo trovoadas e aguaceiros de chuva e granizo.
(b) Esta situação, é caracterizada pelo desenvolvimento de um anticiclone com o núcleo centrado sobre a Europa do Norte. No Norte e Centro o céu apresenta-se geralmente limpo, a visibilidade boa, o vento fraco e ocorre acentuado arrefecimento nocturno. No Sul e devido à acentuada curvatura ciclónica das linhas de corrente com origem no Norte de África, existe a possibilidade de ocorrer nebulosidade, e, em alguns casos, aguaceiros e trovoadas.
(c) Depressão Fria. Forma-se a NE dos Açores ou a N da Madeira. A esta depressão está geralmente associada uma ondulação frontal bastante ocluída, portanto, quse estacionária. O vento sopra normalmente do quadrante Sul e o céu apresenta-se muito nublado. Nas regiões montanhosas ocorrem aguaceiros, por vezes acompanhados de trovoadas. esta situação ocorre principalmente de Novembro a Março.
(d) Anticiclone sobre a Península Ibérica. O aparecimento deste núcleo de altas pressões sobre a Península está relacionado com a existência de um Anticiclone semi-estacionário centrado a Oeste dos Açores. Causa bom tempo e céu limpo com vento variável e calmo. Ocorre por vezes neblina e nevoeiro geralmente persistente.
2. Situações Típicas de Verão. Quando o anticiclone dos Açores se estende sobre a Península Ibérica, predomina bom tempo. São dias de sol, com céu limpo. O vento é fraco ou moderado. No Verão, os dias são muito quentes, com forte insolação, mas as noites são mais amenas devido à irradiação nocturna. O aquecimento diurno pode levar à formação de um centro de baixas pressões no interior da Península. O vento tende a soprar de N e são então vulgares as nortadas, por vezes muito desagradáveis. O País fica sujeito a massas de ar Pm, Pc ou Tc, e assim o tempo é mais fresco e húmido, ou mais quente e seco. No Verão o anticiclone dos Açores, encontrando-se mais para norte, tende a bloquear a passagem das depressões, que são obrigadas a percorrer trajectórias situadas bastante a norte.
(a) Tempo Frontal. No princípio e fim do verão, com o anticiclone situado a NW dos Açores, a superfície frontal fria, geralmente associada a uma depressão situada sobre a Europa Central, atinge por vezes a Península Ibérica. Afecta sobretudo as regiões montanhosas do Norte e Centro do território. Ocorre um aumento de nebulosidade e aguaceiros fracos, principalmente nas regiões montanhosas. Após a passagem da frente o vento pode soprar do quadrante Norte com forte intensidade.
(b) Anticiclone dos Açores. Durante os meses de Verão, o Anticiclone dos Açores, que se mantém quase estacionário, ou a crista de altas pressões a ele associada, condicionam as condições meteorológicas em Portugal continental. O céu apresenta-se geralmente limpo, ou pouco nublado com nuvens altas. É provável a formação de neblina ou nevoeiro matinal.
(c) Depressão de Origem Térmica. Forma-se frequentemente sobre a Península Ibérica (Maio a Setembro) uma depressão de origem térmica. Ocorre geralmente forte brisa marítima que na costa ocidental é apelidada de Nortada. A visibilidade é geralmente boa, por vezes moderada quando ocorrem aguaceiros. É provável a formação de nuvens de desenvolvimento vertical e trovoadas.
3. Épocas de Transição. Correspondem a períodos em que as situações não são tão claras (Primavera e Outono). A presença do Anticiclone dos Açores e de uma depressão sobre o golfo da Gasconha são as situações mais comuns nas épocas de transição. Ocasionalmente, os centros depressionários podem passar entre o Continente e a Madeira, a caminho do estreito de Gibraltar. O País é então invadido por massas de ar Tm ou Pm modificado. O vento sopra de SW e SE. O céu fica encoberto e chove no sul de Portugal. Esta situação é mais frequente na Primavera e Outono. Uma situação curiosa dá origem ao conhecido Verão de São Martinho. Na primeira quinzena de Novembro, podem-se observar por vezes belos dias de sol, céu limpo e sem vento, em que a temperatura sobe, que recorda de facto o verão pela serenidade da atmosfera, pela ausência de chuvas e pela temperatura ainda elevada durante o dia, o que se torna agradável depois da descida de Outubro. O país é invadido por massas de ar Tc, vindas do Mediterrâneo e do Norte de África. O vento tende a soprar de SE. Em 50 anos, contaram-se cerca de 15 anos em que se verificou um Verão de São Martinho típico. Na Espanha, é o “Veranillo de San Martín”, na França, o “Été de la Saint Martin” e, na Alemanha, o “Altweibersommer” ou “Verão das Velhas”.
Bom...devo ter batido algum recorde na extensão do poste mas a minha intenção era só para deixar umas luzes sobre a meteorologia...espero que gostem
Para mais informação http://www.fpcolumbofilia.pt/meteo/main06.htm
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