Transição Energética em Portugal

Orion

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Barragens e painéis fotovoltaicos instalados em bases flutuantes nas albufeiras das barragens. Mais barragens mais água armazenada e os painéis nas albufeiras para além da produção de energia reduzem a evaporação de água. Isto juntando aos painéis instalados em terra.

Mas sim as Centrais a Gás estarão lá sempre como backup e como recurso menos poluente e mais eficiente que as centrais a carvão.

O problema não é a produção de energia por isso mais painéis não fariam diferença. A grande dificuldade está no armazenamento e para resolver isto ainda se está a algum tempo de distância.

Lá fora fez-se algo diferente -> https://news.nationalgeographic.com...angeles-California-drought-water-environment/

3- O tratado de Paris foi um embuste onde líderes inocentes à procura da utopia foram durante uma semana comer e beber do bom e do melhor em hotéis 5*. Dali saíam embalados com a sensação de estarem a mudar o mundo e assinaram um acordo absolutamente inacreditável pois TODA A GENTE SABIA que ninguém o iria cumprir pelo simples factos das metas serem impossíveis e de, ironicamente, não haver quem fiscalize e obrigue / penalize qualquer das nações caso não o fizessem.

O problema não é falta de vontade mas sim a ineficiência das energias alternativas.

Certo é que o Trump quer mais carvão mas a produção não está a subir. O fracking tornou o gás natural mais económico por isso gradualmente se está a fazer a transição. Mas aí volta-se aos problemas do fracking. Acrescento que, por exemplo, as turbinas eólicas gastam quantidades massivas de combustíveis fósseis. O problema é demasiado complexo para soluções rápidas. Se fosse fácil provavelmente já tinha sido feito.

Quanto aos populistas, estou no teu campo. Mas o que é um populista? Não é alguém que promete e diz o que o povo quer ouvir? Isso é em todas as eleições :D
 
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dahon

Nimbostratus
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1 Mar 2009
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O problema não é a produção de energia por isso mais painéis não fariam diferença. A grande dificuldade está no armazenamento e para resolver isto ainda se está a algum tempo de distância.

Lá fora fez-se algo diferente -> https://news.nationalgeographic.com...angeles-California-drought-water-environment/



O problema não é falta de vontade mas sim a ineficiência das energias alternativas.

Certo é que o Trump quer mais carvão mas a produção não está a subir. O fracking tornou o gás natural mais económico por isso gradualmente se está a fazer a transição. Mas aí volta-se aos problemas do fracking. Acrescento que, por exemplo, as turbinas eólicas gastam quantidades massivas de combustíveis fósseis. O problema é demasiado complexo para soluções rápidas. Se fosse fácil provavelmente já tinha sido feito.

Quanto aos populistas, estou no teu campo. Mas o que é um populista? Não é alguém que promete e diz o que o povo quer ouvir? Isso é em todas as eleições :D

O que se está a discutir é a eliminação das centrais de carvão. Em Portugal para acabar com a centrais a carvão não é preciso armazenamento. Dando o exemplo de um dia como hoje, com mais 1GW de Fotovoltaico instalado e podíamos retirar as centrais de carvão de serviço, tendo o backup das centrais a gás.
Além disso as centrais a carvão representam mais ou menos 9% da capacidade instalada em Portugal. A ponta máxima de consumo na grande maioria dos dias não chega a 50% da capacidade instalada.
Por isso neste momento não era nada de muito complicado retirar de funcionamento as centrais de carvão. O grande problema é o custo de produção, o carvão é extremamente barato já o gás natural(apesar de poluir 4x menos) é bem mais caro. Num dia como o de hoje com a capacidade instalada que temos, sem a centrais a carvão o preço da electricidade disparava.

Em relação à eficiência isso é uma falácia. O eficiência de uma central a carvão situa-se entre os 15-35%. Comparativamente a eficiência das turbinas eólicas situa-se entre os 30-45% e o fotovoltaico ronda os 20%. Contudo existem tecnologias no Fotovoltaico que se aproximam dos 30% mas cujo o custo por enquanto ainda é elevado.
 
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7 Nov 2017
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O problema é quando surgem umas nuvens no céu e tapam o Sol. A produção cai a pique e o que fazem às cargas ligadas à rede? As centrais de ciclo combinado (gás natural) demoram alguns minutos a entrar em serviço...
Falar é muito fácil, é só desligar as centrais a carvão e instalar painéis no Alentejo... E há noite produzem energia elétrica a partir de quê? Utilizamos as barragens (estão quase todas sem água)? A partir da eólica? E nas noites em que não há vento ou muito pouco? Podemos utilizar tecnologias de armazenamento -> para isso já existe a bombagem nas barragens. E baterias nas subestações e nas casas das pessoas? Sabem quanto custam as baterias de lítio?

Só quero demonstrar que não é linear como querem fazer parecer, passar os sistemas de energia elétrica de combustíveis fósseis para energias renováveis a 100%.

Screenshot_1_zpsa81dnhsd.jpg


Aqui podem ver que no dia 15/11/2017, cerca de 5.500MW vêm de fontes não renováveis.
 
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VimDePantufas

Nimbostratus
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O problema é quando surgem umas nuvens no céu e tapam o Sol. A produção cai a pique e o que fazem às cargas ligadas à rede? As centrais de ciclo combinado (gás natural) demoram alguns minutos a entrar em serviço...
Falar é muito fácil, é só desligar as centrais a carvão e instalar painéis no Alentejo... E há noite produzem energia elétrica a partir de quê? Utilizamos as barragens (estão quase todas sem água)? A partir da eólica? E nas noites em que não há vento ou muito pouco? Podemos utilizar tecnologias de armazenamento -> para isso já existe a bombagem nas barragens. E baterias nas subestações e nas casas das pessoas? Sabem quanto custam as baterias de lítio?

Só quero demonstrar que não é linear como querem fazer parecer, passar os sistemas de energia elétrica de combustíveis fósseis para energias renováveis a 100%.
E a armazenagem ??
 
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dahon

Nimbostratus
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1 Mar 2009
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O problema é quando surgem umas nuvens no céu e tapam o Sol. A produção cai a pique e o que fazem às cargas ligadas à rede? As centrais de ciclo combinado (gás natural) demoram alguns minutos a entrar em serviço...
Falar é muito fácil, é só desligar as centrais a carvão e instalar painéis no Alentejo... E há noite produzem energia elétrica a partir de quê? Utilizamos as barragens (estão quase todas sem água)? A partir da eólica? E nas noites em que não há vento ou muito pouco? Podemos utilizar tecnologias de armazenamento -> para isso já existe a bombagem nas barragens. E baterias nas subestações e nas casas das pessoas? Sabem quanto custam as baterias de lítio?

Só quero demonstrar que não é linear como querem fazer parecer, passar os sistemas de energia elétrica de combustíveis fósseis para energias renováveis a 100%.

Qual é a parte que não compreendeu quando disse que as de centrais a carvão só representam 9% da capacidade instalada, e no pico máximo de consumo não chegamos a 50% dessa capacidade instalada?

Mais, isso da nuvem quando passa é outra falácia. Quando a nuvem passa há vento e água. Quando a nuvem não passa há sol. quando tudo falha há gás e importação de outros países da Europa.

Mais uma vez repito estamos a falar de eliminar o carvão e não de passar para um sistema eléctrico 100% renovável.


Edit: @MipsUc foste logo buscar o pior cenário possível. Apesar de não ser isso que está em discussão, concordo que para já é praticamente impossível ter um sistema 100% renovável. Contudo no melhor cenário possível é perfeitamente possível fornecer energia ao pais 100% renovável.

Exemplo:
hLUeT4d.png
 
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algarvio1980

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A nuvem é uma falácia? Se neste momento tivéssemos um dia nublado havia água? E para o gás entrar é só estalar os dedos? Aconselho-lhe a dar uma vista de olhos nesta imagem. Vê as variações abruptas que existem quando a nuvem tapa o Sol?
cloudedge.20090902.gif

Peço desculpa pelo offtopic.
 
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A nuvem é uma falácia? Se neste momento tivéssemos um dia nublado havia água? E para o gás entrar é só estalar os dedos? Aconselho-lhe a dar uma vista de olhos nesta imagem. Vê as variações abruptas que existem quando a nuvem tapa o Sol?
cloudedge.20090902.gif

Peço desculpa pelo offtopic.


Isso é numa área pequena. Não é por acaso que a geração renovável eólica e solar se insere no conceito de geração distribuída. As nuvens não iriam tapar o sol em todos o pais num estalar de dedos. Da mesma forma que o vento não para de soprar no pais em todos os locais ao mesmo tempo. E isso da tempo de resposta. Além disso a geração não está a produzir a 100%. Existem margens de segurança para responder a quebras de produção ou aumentos bruscos de carga.
 
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Cumulus
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Tem razão @dahon . Pelo que me parece somos da mesma área.
E como o você mostrou já houve dias que praticamente tivemos produção de energia elétrica só a partir de fontes renováveis. Não foi a 100% porque as centrais de carvão não podem ser desligadas. Acho que produzem sempre um mínimo nesses casos (500MW ou qualquer coisa assim do género).
 

dahon

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Tem razão @dahon . Pelo que me parece somos da mesma área.
E como o você mostrou já houve dias que praticamente tivemos produção de energia elétrica só a partir de fontes renováveis. Não foi a 100% porque as centrais de carvão não podem ser desligadas. Acho que produzem sempre um mínimo nesses casos (500MW ou qualquer coisa assim do género).

Penso que não desligam. Se não me engano podem estar sem injectar nada na rede mas continuam consumir carvão para se manter activas caso seja necessário entrar em produção. Se desligassem completamente levavam dias até chegar à capacidade máxima de produção.

Quanto ao resto.
Tudo o que disse é no sentido de mostrar que na minha opinião fechar as duas centrais até 2030 não é grande desafio para Portugal. Contudo já é uma grande ajuda na redução de emissões de CO2. Mas isso vai acarretar custos. Há uma grande falta de noção no nosso país sobre os custos das renoveis. Como muitos dizem a fonte é grátis mas os equipamentos que convertem essa fonte em electricidade são tudo menos baratos, a sua manutenção e toda a infraestrutura de transporte e controlo idem aspas aspas.
Neste momento em termos tecnológicos estamos relativamente próximos de conseguir garantir o 100% renovável. Agora os custos é que ainda são incomportáveis.
 
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MSantos

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As centrais referidas são extremamente poluentes, concordo com o seu encerramento. No entanto sublinho o que disse o @dahon, vai ser um grande desafio.

Algumas notas:
Não podemos também ficar muito dependentes das hidroeléctricas, nos anos de seca como este não temos água para as por a trabalhar.
Na energia eólica, as melhores zonas já estão cobertas de torres, poderá haver melhoria e substituição dos aerogeradores mais antigos por alguns mais eficientes e potentes, talvez valha a pena investir em eólicas off-shore.
A energia solar tem grande potencial de expansão, principalmente a nível doméstico, se cada casa/fábrica tivesse painéis solares haveria uma redução significativa do consumo de energia da rede.
Temos ainda a biomassa, penso que uma rede de pequenas centrais era um bom complemento energético, para além da redução do risco de incêndio.
 

MSantos

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Está tudo preocupado com o preco da eletricidade quando o principal devia ser a preocupacao da qualidade do nosso ar e a sustentabilidade do planeta Terra.

Sim... Mas vai dizer isso a pessoas que recebem o ordenado mínimo de 557€. As pessoas querem é por comida na mesa para os filhos, as preocupações ambientais ficam para segundo plano. ;)
 
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Cumulus
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As centrais referidas são extremamente poluentes, concordo com o seu encerramento. No entanto sublinho o que disse o @dahon, vai ser um grande desafio.

Algumas notas:
Não podemos também ficar muito dependentes das hidroeléctricas, nos anos de seca como este não temos água para as por a trabalhar.
Na energia eólica, as melhores zonas já estão cobertas de torres, poderá haver melhoria e substituição dos aerogeradores mais antigos por alguns mais eficientes e potentes, talvez valha a pena investir em eólicas off-shore.
A energia solar tem grande potencial de expansão, principalmente a nível doméstico, se cada casa/fábrica tivesse painéis solares haveria uma redução significativa do consumo de energia da rede.
Temos ainda a biomassa, penso que uma rede de pequenas centrais era um bom complemento energético, para além da redução do risco de incêndio.
Esqueça o off-shore em PT, do que aprendi a nossa costa é demasiado profunda para instalar eólicas. Se fosse como no mar do Norte a história era outra...
Criam-se alguns problemas se todos começarem a instalar PV em casas domésticas e injectar na rede. Como vai ser o controlo de tensão nas horas de maior injecção e quando as casas não estão a consumir? A rede de distribuição não está preparada para fluxos de potência bidireccionais.
 
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