
A Islândia tem uma área superior à de Portugal continental mas tem apenas 350 000 habitantes, dos quais cerca de 250 000 vivem na área urbana de Reykjavík, a capital. Deste modo sobra uma área imensa para 100 000 habitantes, aproximadamente a população de Coimbra.
O que lhe falta em habitantes sobra-lhe, e muito, em beleza natural, alternando montanhas com planícies, paisagens lunares com campos verdes e floridos, quedas de água com aridez, nascentes de água quente com glaciares. Há muitos lugares no planeta com grande beleza natural, mas duvido que haja mais algum que reúna tanta e tão diversificada como a Islândia.


Visitei a Islândia de 30 de julho a 8 de agosto. Voei na WizzAir, com escala em Londres (ainda deu para ficar 3 dias na capital inglesa), o que custou cerca de 300€ ida e volta.
A melhor maneira de se deslocar pela Islândia é de carro alugado, uma vez que os transportes públicos são raros e as visitas guiadas caríssimas. Li em muitos blogs de viagens que seria aconselhável alugar um carro de tracção às 4 rodas, mas arrisquei num mais acessível (ao bolso) Kia Picanto e não me arrependi.

De facto, com condições meteorológicas favoráveis (e neste aspecto tive uma grande sorte), qualquer carro pode circular pela maior parte das estradas do país, mesmo as que são em gravilha. Apenas as estradas cujo nome tem prefixo “F”, e que estão devidamente assinaladas por sinalização vertical, exigem um veículo mais robusto, uma vez que existem diversas travessias de linhas de água ao longo delas.

Durante 9 dias dei a volta à ilha através da N1 (a famosa Ring Road) com vários desvios sempre que havia algo interessante por perto. Foram 2550 km e achei facílimo conduzir na Islândia – a maior parte das estradas por onde andei eram longas rectas em zonas planas, era quase como conduzir no Alentejo. Mesmo as estradas de gravilha estavam em bastante boas condições, permitindo circular a mais de 60 km/h sem grande problema. Isto tudo, claro, em condições de tempo seco. Estive 9 dias na Islândia, e apenas vi chover durante 2 aguaceiros que não chegaram a durar 15 minutos, ambos na manhã do primeiro dia (já quando cheguei a Lisboa estava a chover…).
Fiquei quase sempre em guesthouses, o preço dos hotéis é exorbitante (a partir de 150€/noite um quarto single). As refeições em restaurantes são caríssimas (sopa de peixe a 20€, pizza a 25€, prato principal entre os 30€ e os 40€ em restaurantes comuns). A solução passava por comprar pão, fruta, bolachas, enchidos, skyr (que são originários da Islândia e muito mais doces do que os que se vendem cá) nos supermercados para ir matando a fome a o longo do dia e, como queria experimentar a gastronomia local, fazer do jantar a única refeição de faca e garfo diária.
Só não deu para ver auroras boreais. Apesar de a actividade ter estado forte, nunca escurecia totalmente. À meia noite o panorama era este:

![URL]]](http://[URL='https://i.imgur.com/J7Yi2nv.jpg%5b/img']https://i.imgur.com/J7Yi2nv.jpg[/img[/URL]])