Leishmaniose em Portugal

frederico

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9 Jan 2009
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Porto
A leishmaniose é uma doença causada por um parasita intracelular, do género Leishmania. Trata-se de uma parasitose tropical que atinge 88 países e há mais de 350 milhões de vítimas em todo mundo. Há 30 espécies dentro deste genéro das quais 21 infectam o Homem. A leishmaniose ainda persiste em Portugal e é endémica em algumas regiões do país.

A espécie que ocorre por cá é a Leishmania infantum, sendo o vector as fêmeas de duas espécies de mosquito do género Phlebotomus. O mosquito ocorre em zonas onde há degradação de matéria orgânica, como lixeiras, solos com muitas folhas secas ou zonas húmidas com muita vegetação. É activo nos meses mais quentes do ano e pica a qualquer hora do dia, embora se diga que ataca mais ao entardecer ou de manhã.

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Em Portugal o grande reservatório da doença é o cão, embora se suspeite que as raposas também o sejam. Por isso mesmo que fossem eliminados todos os cães doentes a doença poderia nã ser erradicada. No cão a leishmaniose não tem cura e os tratamentos são paliativos, embora os cães tratados já não transmitam a doença. Já existe uma vacina no mercado. Este é um grande problema de saúde pública, agravado pela existência de cães assilvestrados.

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As crianças são as principais vítimas. O mosquito ao picar injecta a forma trimastigota do parasita no sangue, que depois parasita os macrófagos. A progressão da doença causa hepatomegalia, esplenomegalia e outras complicações, levando à morte se não houve tratamento atempado.

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A região entre Pocinho e Barca de Alva é historicamente um local de ocorrência de leishmaniose visceral, tal como o concelho de Alijó. Estudos demonstram que no Alto Douro a doença é mais comum na Terra Quente e mais rara na Terra Fria. A leishmaniose é praticamente inexistente no litoral norte, mas ocasionalmente há casos importados, de crianças que visitam o Alto Douro nos meses mais quentes do ano.

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É fundamental que quem tem cães preste atenção a esta doença, que já poderia ter sido quase erradicada do nosso país.

Existe outra forma de leishmaniose, a cutânea e muco-cutânea, que pode ser muito desfigurante, e é muito prevalente em algumas zonas do Brasil ou de África. A leishamniose cutânea é causada por outras espécies do género Leishmania.

Trata-se de uma parasitose muito grave desconhecida da larga maioria dos portugueses. Há anos em que surgem dezenas de casos, por isso é fundamental que haja prevenção e sensiblização.

Na Europa a doença ainda ocorre em Portugal, Espanha, Itália, Grécia e Sul de França.