Mar de Portugal

belem

Cumulonimbus
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Segundo o Jornal de Defesa e Relações Internacionais (edição de 30 de Setembro de 2003), a ZEE portuguesa tem 1.727.408 quilômetros quadrados de extensão geográfica, o que corresponde a 1,25% de toda a área oceânica sob jurisdição de países.

Os estudos de extensão da plataforma continental irão atribuir a Portugal a jurisdição de novo território marítimo, acrescentando de 240 000 quilómetros quadrados a 1,3 milhões de quilómetros quadrados, isto é, 14,9 vezes a área de Portugal Continental (segundo a reportagem do Telejornal da RTP1 gravado a 26 de Julho 2006).

Com este acréscimo Portugal passará a ter um área total de 3.027.408 km², o que fará saltar de 11.ª maior ZEE do mundo para 10.ª, imediatamente atrás do Brasil com 3.660.955 km².
Veremos o que acontece em 2014 quando a decisão for tomada.
Isto sem invadir a geografia de outros países ou «roubar» territórios marítimos além fronteiras, limitando a respeitar a área que pretence geograficamente a Portugal.
Seja qual for essa decisão, estamos na mesma perante uma área de tamanho colossal, com inúmeros diferentes tipos de habitat ( recifes de coral, fendas abissais, pequenos ilhéus, fontes geotérmicas, fundos arenosos, rochosos, planos ou escarpados,etc...), diferentes condições ( temperatura, indo da zona tropical à temperada, luminosidade ( indo da zona árida das Selvagens à zona húmida do Norte dos Açores), das profundezas «eternamente» escuras à superfície luminosa, com 3 placas continentais diferentes ( europeia,americana e africana) separando mundos faunísticos diferentes, com correntes marítimas de diferentes direcções ( tanto frias como quentes), com fenómenos de upwelling na costa ocidental, com uma fauna vastíssima ( descobrem-se espécies novas em várias pesquisas que se fazem, acontecem explosões planctonicas frequentemente, uma extraordinária variedade de seres bioluminescentes iluminam estes mares, numerosos cetáceos, tubarões, tartarugas marinhas e lulas gigantes ainda perduram) fazem esta verdadeira jóia azul fervilhar de vida e recursos.
O fundo do nosso mar, tem condições muito estáveis de temperatura, escuridão e salinidade já ao longo de milhões de anos, permitindo a permanência de formas bizarras de vida e uma variedade de vida surpreendente para tal zona.
É mundo extenso, pouco explorado, produtor de oxigénio e chuva, que certamente influencia o clima europeu.
Nos Açores, os pescadores protegem a sua zona de pesca, criando épocas de defeso, para evitar a sobrepesca, sendo um exemplo interessante de gestão dos recursos marinhos.
Mas sabe-se que a pesca de arrasto ainda é praticada em Portugal, sendo um acto gravíssimo para a base da cadeia dos ecossistemas marinhos.
Felizmente que Portugal, ironicamente, não tem actualmente um sector de pescas bem desenvolvido e assim não destroe estas jóias naturais ao exemplo de tantos outros países ( isto tendo em conta a forma como pratica a pouca pesca que faz).





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Foca Monge


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Ilhas Desertas


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Ilhas Desertas



http://www.yourtravelchoice.org/200...vation-in-parque-natural-da-madeira-portugal/

Parque Marinho na Madeira


http://seapics.com/feature-subject/pinnipeds/seals/monk-seal-pictures.html

Fotos de foca monge nas Ilhas Desertas


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Ilhas Desertas


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Mar dos Açores


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Ilha do Pico ( Açores)
 
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Não diria amazónia azul mas uma verdadeira atlântida. É uma área enorme e uma porta aberta ao interesse nacional.
 

belem

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A nossa zona marítima, surpreende no sentido da biodiversidade, vasta área por explorar e pelo facto de produzir oxigénio e chuva em grandes quantidades.

Arrábida a surpreender a nível de biodiversidade marinha:

http://www.unesco.pt/antigo/arrabida.htm

E os registos vão aumentando:

http://margov.isegi.unl.pt/index.php?ID_DONDE=0603


Na zona de Comporta/Sesimbra/Cabo Espichel, convergem muitos tubarões, golfinhos, espadartes e até atuns de grandes dimensões.
Não sei bem qual a causa, mas talvez seja a combinação de uma riqueza de nutrientes provocada pelo «upwelling», de pelo menos 2 fendas abissais e boas correntes marinhas para misturar esta sopa! :)


http://www.naval-sesimbra.pt/work/historico/2008/merlin_azul.htm


http://www.naval-sesimbra.pt/work/historico/2008/atum_rab.htm



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Quase 100% dos fundos marinhos ainda estão por explorar e no entanto do que se conhece já se sabe algumas coisas interessantes:







Espécie de lula luminescente presente em Portugal
 
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Fundo marinho em Ferreiro de Fora ( Açores).

Em: http://mergulhoazores.blogspot.com/

5 estrelas este blog! :)


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Lesma do mar ( Tambja ceutae) no Faial

Em: http://br.olhares.com/lesma_do_mar___macro_tambja_ceutae_foto130058.html




Uploaded with ImageShack.us

E um bom registo: Tubarão-baleia ao largo de Santa Maria.

Foto de Nuno Sá

Com mais fotos em: http://circul0vici0s0.blogspot.com/2009/01/tubaro-baleia-no-mar-dos-aores-ilha-de.html

Só conhecia tubarões baleia da Madeira, são uma espécie muito exigente na temperatura de água ( sobretudo da zona tropical).
Não esperava vê-los no lado Leste dos Açores, mas no Oeste, que é claramente mais quente.
 

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Açores: faias e urzes para criar “santuários” de aves marinhas
27.10.2010
Helena Geraldes

Milhares de faias e urzes já começaram a ser plantadas no ilhéu de Vila Franca do Campo, Açores, para recuperar habitats e fazer do arquipélago um “santuário” para aves marinhas, anunciou hoje a Spea (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves).

Mais de quatro mil faias e urzes, árvores e arbustos naturais dos Açores, estão a ser plantadas naquele ilhéu por técnicos ao serviço do projecto “Ilhas Santuário para as Aves Marinhas”, coordenado pela Spea e Secretaria Regional de Ambiente e do Mar.

Hoje, as sementes de plantas nativas dos Açores que foram recolhidas desde 2009 e produzidas em viveiro já têm a dimensão adequada. As primeiras 1800 urzes e 2300 faias “foram plantadas nas zonas do ilhéu de onde tinha sido removida a vegetação exótica infestante”, explica a Spea em comunicado.

Para ajudar a acelerar a recuperação destas áreas foram “espalhadas grandes quantidades de sementes recolhidas este ano”.

A equipa vai monitorizar regularmente a vegetação, acrescentam os responsáveis. "Os trabalhos com aves marinhas, que são aves de vida longa, podendo chegar a viver mais de 40 anos, demoram muitas vezes a mostrar resultados. O mesmo se passa com as plantas endémicas, que são geralmente de crescimento mais lento, e tornam a recuperação de áreas com esta vegetação operações naturalmente demoradas”, lembrou Pedro Geraldes, coordenador do projecto.

“Este é o primeiro passo de uma acção de recuperação dos habitats naturais do ilhéu que pretende diminuir a erosão das zonas altas e melhorar o habitat para a nidificação de aves marinhas”, explicam.

Uma das espécies que beneficiam com a medida é o cagarro (Calonectris diomedea). No âmbito do projecto foram criados em Vila Franca 150 ninhos, uma colónia artificial para atrair as aves para uma zona livre de predadores e que já terá sido local de nidificação no passado.

Os ovos foram postos no final de Maio e nesta altura do ano, os cagarros juvenis preparam-se para sair dos ninhos. Os técnicos da Spea visitaram as áreas de nidificação no Ilhéu de Vila Franca do Campo para avaliar como decorreu esta época de reprodução. Segundo a organização, "foi possível confirmar o bom estado dos novos ninhos, que foram ocupados em zonas que anteriormente se encontravam infestadas por canas”.

Frederico Cardigos, director regional dos Assuntos do Mar, considera estas experiências “muito importantes” e cujos resultados “poderão, em breve, ser massificados para as zonas costeiras dos Açores, nomeadamente no Corvo”.

O ilhéu de Vila Franca é uma das áreas principais de intervenção deste projecto financiado pelo Programa LIFE+ da Comissão Europeia e conta também com o apoio do Clube Naval de Vila Franca do Campo. O projecto termina no final de 2012 e terá sequência no futuro. “É apenas o tiro de partida para instalar novas colónias que, depois, atraiam mais aves”, salientou Pedro Geraldes.


http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1463078



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Ilhéu Vila Franca do Campo
 

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Descoberta uma baleia nova para a fauna dos Açores:


http://www.mba.ac.uk/jmba/pdf/5728.pdf


Mais novos registos para os Açores:

http://www.cm-funchal.pt/cmf/Default.aspx?ID=2424


http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=37079&op=all


Descoberta uma nova espécie de ave para a ciência nos Açores (!):


http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/...écie+de+ave.htm?mode=category&lang=pt&area=ct


Descoberta mais uma fonte geotermal nos Açores:

http://movv.org/2010/10/21/descoberta-mais-uma-fonte-geotermal-ao-largo-dos-acores/
 

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" TUBARÕES NA COSTA PORTUGUESA"


«Ao contrário do que muita gente pensa, na costa portuguesa podem encontrar-se mais de 30 espécies de tubarões. Há 10 anos que são alvo de estudo, e ainda assim não existe legislação...


Chegam diariamente às várias lotas nacionais dezenas de barcos de pescadores carregados com carcaças de tubarões misturados com atuns, peixes-espada, espadartes e raias entre outros. E em várias destas lotas podem encontrar-se investigadores da Associação Portuguesa para o Estudo e Conservação de Elasmobrânquios (APECE associação dedicada ao estudo de tubarões e raias), e do Instituto de Investigação das Pescas e do Mar (IPIMAR), bem como estudantes de Biologia, que identificam, pesam, medem e vêm o sexo de toneladas de tubarões. Esta amostragem é apenas uma dos processos de obter informação sobre tubarões.



A maioria dos que chegam aos 3 principais portos nacionais de pesca (Sesimbra, Peniche e Viana do Castelo), são de profundidade e não são espécies alvo, vêm por acessório na pesca ao Peixe-espada e Espadarte, segundo Ivone Figueiredo, investigadora do IPIMAR. Para se ter uma ideia, em 2004 estima-se que tenham sido desembarcados cerca de 582,4 toneladas de tubarões e raias segundo a DGPA (Direcção Geral de Pesca e Aquicultura). Estas 2 espécies pertencem ao grupo dos elasmobrânquios, peixes cartilaginosos.

O Carocho, O Barroso, a Lixa, a Pata-Roxa, a Tintureira (Tubarão Azul) ou o Cação (muito usado no Alentejo para fazer a famosa Sopa de Cação), são algumas espécies mais pescadas em Portugal. E, à excepção destes 2 últimos, estas espécies movem-se a profundidades entre os 400 e os 1800 metros, longe do olhar dos mergulhadores, surfistas ou turistas.



Entre os que habitam mais à superfície, o Tubarão Branco é um dos mais temidos por causa do historial de ataques e embora raro, já foi visto em Portugal.

Em 1997 um tubarão branco de quase 5 metros foi capturado no Algarve, a 3 milhas de Armação de Pêra.

Esta espécie existente no Mar Mediterrânio, pode atingir os 8 metros de comprimento, tornou-se famosa até mesmo em Hollywood. Move-se tanto em águas superficiais como profundas, daí por vezes ser avistado nalguns pontos da nossa costa.

Uma espécie mais comum é a Tintureira, parente afastado do Golfinho, que aparece em 6º lugar nas espécies mais desembarcadas entre 1986 e 2001, segundo dados da APECE. Este Tubarão Azul alimenta-se principalmente de peixes e lulas e pode ser encontrado tanto no continente como nas ilhas.

E tal como as pessoas, também há tubarões vegetarianos. O Tubarão Frade pode ultrapassar os 10 metros, tem uma dieta à base de plancton (larvas e ovos de peixe), tendo sido visto na Madeira e mesmo no continente.

Os tubarões são espécies migratórias por natureza, o que dificulta saber o número de espécies diferentes em Portugal. Estima-se a existência de 32 espécies na nossa costa, na sua maioria de profundidade, reconhecidos em estudos de marcação ou pescados por embarcações. Ainda assim muitos, num país onde a crença geral é de que não há tubarões.


João Correia (um dos fundadores da APECE e um dos primeiros portugueses a fazer um mestrado dedicado ao estudo de tubarões), explica que “as pessoas nem imaginam, mas há muitos tubarões, só que são bichos de hábitos completamente diferentes daqueles que há nas Bahamas e noutros sitíos. Temos que chamar a atenção das crianças para o problema da pesca de tubarões, fazê-los gostar deles e mostrar que não são bichos assassinos que matam e comem tudo. A esmagadora maioria das vezes que há um encontro com uma pessoa, o tubarão foge 99% das vezes. Naturalmente que é sempre preciso ter cuidado, principalmente na presença de algumas espécies mais ferozes que podem atacar como forma de investigar a presa”.

Estes bichos que não deixam de ser peixes, muitas vezes negativamente retratados em vários filmes, andam aí ao largo. Não representam qualquer perigo para mergulhadores e banhistas. Portanto, a comunidade surfista não precisa de se alarmar e devem sim, respeitar os tubarões como parte integrante do Oceano.

Sem os tubarões, o Oceano estaria mais pobre, poluído e desiquilibrado. E é o Oceano que nos dá as ondas, não se esqueçam disso...»



Fonte: “Reportagem à pesca de Tubarões” Revista Vega, Mar & Aventuras





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