Monitorização Clima de Portugal - 2015

StormRic

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23 Jun 2014
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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)
Por este andar, no final de Maio, a seca extrema poderá ser uma realidade no Algarve, principalmente no Sotavento.

Vai ser realidade a continuação da seca severa, não há previsão de precipitação para o sul nas próximas duas semanas. A confirmar-se restará apenas a última semana de Maio que é, obviamente, a esta distância, uma incógnita total.
Penso que a classificação não subirá para seca extrema apenas porque normalmente Maio já não contribui com precipitação significativa no Algarve para o ano hidrológico, portanto tanto faz que chova como não chova no resto do mês que os totais do ano hidrológico jás estão feitos. Claro que se chover extraordinariamente ainda se pode salvar de "severa" ou até de moderada, mas... futurologia!

Nota: penso que devias distinguir no texto da tua mensagem o que é citação/transcrição do texto do boletim e o que é texto da tua autoria.
 


Joaopaulo

Cumulonimbus
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28 Dez 2013
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Temperaturas máximas de ontem, Beja e Elvas acima dos 30ºC:calor:
dmz0WwN.png
 

StormRic

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23 Jun 2014
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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)


Resultados da verificação dos valores apresentados no quadro de resumo do Boletim Climatológico de Abril.

Este é o quadro original:
p8iHxK4.jpg


Os valores foram transcritos para este quadro:
t9eZ7A4.jpg


E neste quadro são apresentadas as propostas de correcção baseadas nos dados publicados diariamente na página do IPMA:

u4QvdBl.jpg



Conclusões:

1- A amarelo no último quadro estão as correcções sugeridas, nomeadamente:

- Algumas estações não estavam identificadas de forma completa, prestando-se a confusão com outras de mesma designação, especialmente Viana do Castelo que é na verdade Chafé; Vila Real, não se sabendo o significado de "/CC", pode ser confundida com Vila Real (cidade) mas é na verdade só "Vila Real"; Viseu e Leiria deve ser acrescentado "aeródromo" pois há outras estações com as mesmas designações; Coimbra, Évora e Faro é menos importante o nome completo porque não funcionam de momento outras estações exactamente com o mesmo nome; Santarém deve acrescentar-se que é "Fonte Boa" ou confunde-se com a outra estação; Portalegre é "cidade", senão é a outra estação; Lisboa/geofísico está errado, os dados apresentados são da Gago Coutinho, aliás Geofísico esteve sem registo de dados por alguns períodos; Setúbal pode ser especificada.

- Todos as datas dos dias de temperatura máxima extrema estão, obviamente, com um dia a mais, pois segundo o critério de usar a data do dia climatológico a máxima de um dado dia é registada no dia seguinte, com data do dia seguinte, o que para divulgação ao público pode ser considerado absurdo. Corrigi todas as datas para os verdadeiros dias em que foram registadas. Para aquelas estações em que a data recua para 31 de Março, haverá que localizar o verdadeiro valor do extremo da máxima diária num dia civil de Abril, que é o que faz sentido para o público em geral.

- Curiosamente o critério de localização da data de um extremo pelo dia climatológico não é usado para a intensidade máxima do vento. Porquê não sei responder. Faz parecer que se estiver a ser usado o dia climatológico (não é referido qual o período usado para este parâmetro) todas as intensidades máximas ocorreram entre as 0h e as 9h, por identificação exacta com os valores nos resumos diários de mesma data.

- Todos os acumulados desde as 9h do dia 31 de Março às 9h do dia 30 de Abril estão correctos, excepto uma pequena diferença para Pedras Rubras, mas com uma enorme diferença para Portalegre (cidade), de 69,0 mm para 80,6mm. No entanto para todas as estações, incluindo Portalegre, os máximos diários das 9h às 9h estão correctos.

- A localização correcta, na minha opinião, das datas dos máximos diários de precipitação das 9h às 9h devia referir que dois dias civis estão abrangidos no período em causa e dar ênfase a qual dos dias corresponde a maior parte do acumulado. Nalguns casos, como Leiria e Beja, a precipitação caíu toda na data anterior à indicada. Mais uma vez para uma informação ao público em geral, isto é confuso e presta-se a erros de interpretação, evitáveis.

2- Indico os máximos diários de precipitação e datas segundo o critério das 0h às 0h, o qual climatologicamente não tem mais vantagens do que qualquer outro período fixo, apenas é mais claro do ponto de vista do público.

3- Finalmente apresento aquilo que deveria ser a informação dos extremos de precipitação, usando um intervalo de 24 horas flutuante. As vantagens do ponto de vista da utilidade para identificar a localização no tempo das intempéries e suas consequências são, na minha opinião, insuperáveis. Dá-se inclusivamente o caso de o valor anunciado como máximo do mês em todas as estações, 60,4 mm em Vila Nova de Cerveira, não ser realmente o máximo, especialmente por que é apresentado como "máximo em 24 horas". Se pelo menos fosse apresentado como "máximo diário" ainda seria aceitável. Acresce ainda que esta estação só tem valores registados para menos de duzentas horas no mês, como tal, com a série do mês incompleta, não devia ser considerada, salvo com uma ressalva a indicar isto mesmo
Mas o verdadeiro extremo da precipitação em 24 horas vai na verdade para Beja, com 65,4 mm das 23h de dia 8 às 23h de dia 9, valor muito perto aliás do que apareceu para esta estação no resumo diário do dia 9, publicado no dia 10 na página do IPMA, 65,1mm. Ora este valor tendo sido visto pelo público, origina descrédito nos valores publicados, do resumo diário ou do boletim, se não houver uma explicação.

- Com fundo rosa são assinalados os extremos da precipitação em 24h que são superiores, como é esperado, aos extremos dos dias climatológicos, pouco úteis estes. Não só Beja apresenta uma diferença substancial de 40,9 mm para 65,4 mm, mas também, por exemplo, Braga de 38,0 para 49,9mm ou Viseu de 33,7 para 48,9mm e ainda Portalegre de 20,4 para 33,8mm.

Também inseri esta mensagem no tópico relativo ao IPMA.
 

StormRic

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23 Jun 2014
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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)
Portalegre nos resumos é a EMA principal.

Referes-te a Portalegre não cidade? Os valores que estão no resumo são de Portalegre (cidade).
Todas as estações do IPMA têm um número de referência. Não percebo porque não se evita estas confusões simplesmente mencionando também esse número.
Portalegre, a 597m, que funciona desde 1932, coordenadas 39º17'/7º25' é a número 571. É esta que chamas "principal"? Esta estação aparece nas "redes" quer na lista das "meteorológicas sinópticas" quer na lista das "meteorológicas automáticas" sendo referida nesta lista como do tipo EMA I, mesmas coordenadas e altitude da que aparece na primeira lista, mas... com data de entrada em funcionamento 1996. Se calhar algumas destas informações está errada porque...

...Portalegre(cidade), que é a número 820, aparece nos mapas horários e diários um pouco a sul da anterior, não aparece nas listas de estações ou eu estou a ver mal, e não é possível portanto saber as coordenadas nem a altitude e não tem anemómetro nem barómetro, pelo menos a funcionar. Ora são precisamente os valores observados por esta que aparecem no resumo mensal do boletim climatológico.
 

SpiderVV

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26 Ago 2010
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Portalegre (400m)
Portalegre (cidade), com a montagem que tem, nem deveria ser considerada a 100%, e provavelmente nem é, ainda hoje acho confuso porque é que é considerada EMA e não RUEMA. Está em condições de RUEMA autêntica.
E de certeza que são mesmo de Portalegre (Cidade)? É que essa estação tem também temperaturas muito mais altas que a estação "principal" que é a 571.
 

StormRic

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23 Jun 2014
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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)
E de certeza que são mesmo de Portalegre (Cidade)?

Então vamos verificar um a um:

1º) Mínima 5,7 no dia 20:
4KQqvMt.jpg

é o da 820;

2º) Máxima 29,6 no dia 31 de Março (registada no resumo como dia 1 pelas razões absurdas já conhecidas):
hImFfIM.jpg

é o da 820; o da 571 nem aparece neste resumo diário;

3º) Não tem FFMAX (claro, a 820 não tem anemómetro);

4º) RR: 69,0mm está errado quando comparado com o registo da 820, que é 80,6mm, mas ainda está mais errado quando comparado com a 571, 84,6mm.

5º) RRMAX: 20,4 mm até às 9h de dia 26, perfeito, é igual ao da 820; o da 571 neste período é 30,7mm.

Conclusão: a estação que aparece no resumo climatológico é a 820 Portalegre(cidade).
 

SpiderVV

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26 Ago 2010
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Portalegre (400m)
Isso é estranhíssimo sinceramente, muito provavelmente começaram a fazer isso quando a EMA "principal" de Portalegre se estragou durante quase um ano e tal, e continuam a considerar Portalegre como a 820, ignorando o facto que a 571 já funciona em pleno.
 
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AnDré

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22 Nov 2007
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Odivelas (140m) / Várzea da Serra (930m)
Conclusões:

1- A amarelo no último quadro estão as correcções sugeridas, nomeadamente:

- Algumas estações não estavam identificadas de forma completa, prestando-se a confusão com outras de mesma designação, especialmente Viana do Castelo que é na verdade Chafé; Vila Real, não se sabendo o significado de "/CC", pode ser confundida com Vila Real (cidade) mas é na verdade só "Vila Real"; Viseu e Leiria deve ser acrescentado "aeródromo" pois há outras estações com as mesmas designações; Coimbra, Évora e Faro é menos importante o nome completo porque não funcionam de momento outras estações exactamente com o mesmo nome; Santarém deve acrescentar-se que é "Fonte Boa" ou confunde-se com a outra estação; Portalegre é "cidade", senão é a outra estação; Lisboa/geofísico está errado, os dados apresentados são da Gago Coutinho, aliás Geofísico esteve sem registo de dados por alguns períodos; Setúbal pode ser especificada.

- Todos as datas dos dias de temperatura máxima extrema estão, obviamente, com um dia a mais, pois segundo o critério de usar a data do dia climatológico a máxima de um dado dia é registada no dia seguinte, com data do dia seguinte, o que para divulgação ao público pode ser considerado absurdo. Corrigi todas as datas para os verdadeiros dias em que foram registadas. Para aquelas estações em que a data recua para 31 de Março, haverá que localizar o verdadeiro valor do extremo da máxima diária num dia civil de Abril, que é o que faz sentido para o público em geral.

- Curiosamente o critério de localização da data de um extremo pelo dia climatológico não é usado para a intensidade máxima do vento. Porquê não sei responder. Faz parecer que se estiver a ser usado o dia climatológico (não é referido qual o período usado para este parâmetro) todas as intensidades máximas ocorreram entre as 0h e as 9h, por identificação exacta com os valores nos resumos diários de mesma data.

- Todos os acumulados desde as 9h do dia 31 de Março às 9h do dia 30 de Abril estão correctos, excepto uma pequena diferença para Pedras Rubras, mas com uma enorme diferença para Portalegre (cidade), de 69,0 mm para 80,6mm. No entanto para todas as estações, incluindo Portalegre, os máximos diários das 9h às 9h estão correctos.

- A localização correcta, na minha opinião, das datas dos máximos diários de precipitação das 9h às 9h devia referir que dois dias civis estão abrangidos no período em causa e dar ênfase a qual dos dias corresponde a maior parte do acumulado. Nalguns casos, como Leiria e Beja, a precipitação caíu toda na data anterior à indicada. Mais uma vez para uma informação ao público em geral, isto é confuso e presta-se a erros de interpretação, evitáveis.

2- Indico os máximos diários de precipitação e datas segundo o critério das 0h às 0h, o qual climatologicamente não tem mais vantagens do que qualquer outro período fixo, apenas é mais claro do ponto de vista do público.

3- Finalmente apresento aquilo que deveria ser a informação dos extremos de precipitação, usando um intervalo de 24 horas flutuante. As vantagens do ponto de vista da utilidade para identificar a localização no tempo das intempéries e suas consequências são, na minha opinião, insuperáveis. Dá-se inclusivamente o caso de o valor anunciado como máximo do mês em todas as estações, 60,4 mm em Vila Nova de Cerveira, não ser realmente o máximo, especialmente por que é apresentado como "máximo em 24 horas". Se pelo menos fosse apresentado como "máximo diário" ainda seria aceitável. Acresce ainda que esta estação só tem valores registados para menos de duzentas horas no mês, como tal, com a série do mês incompleta, não devia ser considerada, salvo com uma ressalva a indicar isto mesmo
Mas o verdadeiro extremo da precipitação em 24 horas vai na verdade para Beja, com 65,4 mm das 23h de dia 8 às 23h de dia 9, valor muito perto aliás do que apareceu para esta estação no resumo diário do dia 9, publicado no dia 10 na página do IPMA, 65,1mm. Ora este valor tendo sido visto pelo público, origina descrédito nos valores publicados, do resumo diário ou do boletim, se não houver uma explicação.

- Com fundo rosa são assinalados os extremos da precipitação em 24h que são superiores, como é esperado, aos extremos dos dias climatológicos, pouco úteis estes. Não só Beja apresenta uma diferença substancial de 40,9 mm para 65,4 mm, mas também, por exemplo, Braga de 38,0 para 49,9mm ou Viseu de 33,7 para 48,9mm e ainda Portalegre de 20,4 para 33,8mm.

Também inseri esta mensagem no tópico relativo ao IPMA.

Vou tentar responder a alguns pontos:

1 - C.C. = Centro de coordenação.

Em relação ao período das 9h às 9h, pode não fazer sentido para o público, mas faz sentido em climatologia. Porquê?
Durante décadas, as observações diárias que deram origem às séries das centenas de estações distribuídas pelo país foram feitas por pessoas com o mais variado tipo de profissões, sendo que uma boa parte eram agricultores.
Essas pessoas, todos os dias, às 9h da manhã, tomavam nota das temperaturas mínimas, máximas e da precipitação. Era às 9h que se fazia "reset". Por isso, às 9h do dia 2, os extremos registados eram aqueles que se tinham verificado entre as 9h do dia 1 e as 9h do dia 2. O mesmo com a precipitação. Porque era às 9h que os odómetros eram esvaziados.

Na década de 90 vieram as estações automáticas. Só a partir daí é que se conseguiu fazer essa distinção horária, das 0h às 24h. E isso foi um processo gradual.
A automatização prolongou-se durante toda a década de 90 e até bem perto da actualidade. Por isso, em termos climatológicos (séries de 30 anos), ainda não é possível fazer esse tipo de caracterização climatológica. Ainda é preciso muitos anos.

2 e 3 - Quando se faz uma comparação de clima, as definições de tempo têm que ser iguais.
Até há muito pouco tempo, como expliquei, a precipitação era contabilizada todos os dias às 9h. Logo, em termos de comparação, é isso que faz sentido.
Um intervalo de 24h flutuantes, faz sentido agora, que há informação horária. Mas introduzi-la agora nos relatórios, seria quebrar uma série de recordes erradamente. Porque o que apontas agora para V.N.Cerveira, Beja, etc, já aconteceu em muitos outros episódios. Aliás, quase sempre que chove. Porque não deixa de chover às 9h. eheh
O que apontas faz sentido na realidade actual - horária. Mas não faz sentido em termos de comparação - visto que as séries têm 30 anos, e também não fará no futuro, caso as observações agora horárias, passassem para meia hora ou 10min. Não nos podemos esquecer que estamos a falar de climatologia. E climatologia um espaço temporal grande.

Em relação ao vento, a resposta é simples. Só os observatórios, que tinham observadores meteorológicos me permanência, tinham anemómetros. Aí as observações eram feitas mais do que uma vez por dia. Mas ainda assim não eram feitas 24h por dia. Portanto, os registos da intensidade do vento, só começaram a ter realmente valor com as estações automáticas. (E uma maior importância quando houve necessidade de um estudo e acompanhamento eólico).

;)
 

StormRic

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23 Jun 2014
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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)
Vou tentar responder a alguns pontos:

1 - C.C. = Centro de coordenação.

Em relação ao período das 9h às 9h, pode não fazer sentido para o público, mas faz sentido em climatologia. Porquê?
Durante décadas, as observações diárias que deram origem às séries das centenas de estações distribuídas pelo país foram feitas por pessoas com o mais variado tipo de profissões, sendo que uma boa parte eram agricultores.
Essas pessoas, todos os dias, às 9h da manhã, tomavam nota das temperaturas mínimas, máximas e da precipitação. Era às 9h que se fazia "reset". Por isso, às 9h do dia 2, os extremos registados eram aqueles que se tinham verificado entre as 9h do dia 1 e as 9h do dia 2. O mesmo com a precipitação. Porque era às 9h que os odómetros eram esvaziados.

Na década de 90 vieram as estações automáticas. Só a partir daí é que se conseguiu fazer essa distinção horária, das 0h às 24h. E isso foi um processo gradual.
A automatização prolongou-se durante toda a década de 90 e até bem perto da actualidade. Por isso, em termos climatológicos (séries de 30 anos), ainda não é possível fazer esse tipo de caracterização climatológica. Ainda é preciso muitos anos.

2 e 3 - Quando se faz uma comparação de clima, as definições de tempo têm que ser iguais.
Até há muito pouco tempo, como expliquei, a precipitação era contabilizada todos os dias às 9h. Logo, em termos de comparação, é isso que faz sentido.
Um intervalo de 24h flutuantes, faz sentido agora, que há informação horária. Mas introduzi-la agora nos relatórios, seria quebrar uma série de recordes erradamente. Porque o que apontas agora para V.N.Cerveira, Beja, etc, já aconteceu em muitos outros episódios. Aliás, quase sempre que chove. Porque não deixa de chover às 9h. eheh
O que apontas faz sentido na realidade actual - horária. Mas não faz sentido em termos de comparação - visto que as séries têm 30 anos, e também não fará no futuro, caso as observações agora horárias, passassem para meia hora ou 10min. Não nos podemos esquecer que estamos a falar de climatologia. E climatologia um espaço temporal grande.

Em relação ao vento, a resposta é simples. Só os observatórios, que tinham observadores meteorológicos me permanência, tinham anemómetros. Aí as observações eram feitas mais do que uma vez por dia. Mas ainda assim não eram feitas 24h por dia. Portanto, os registos da intensidade do vento, só começaram a ter realmente valor com as estações automáticas. (E uma maior importância quando houve necessidade de um estudo e acompanhamento eólico).

;)

Obrigado pelas respostas.;)
Tinha conhecimento da forma como historicamente as observações eram feitas, no entanto é interessante que mais uma vez a explicação fique aqui no fórum para informação de todos.

Portanto a estrutura e características da informação neste boletim climatológico continuam, e continuarão, pelo exposto, ancoradas nos métodos de observação obsoletos dos primórdios da meteorologia. Ponto final, não tenho mais nada a sugerir nesse caso.

Mas é estranho que ao mesmo tempo que se pretende manter, para viabilizar a continuidade das séries, os mesmos critérios de observação, se substituam estações por outras em locais bem diferentes, como é o caso de Lisboa, Portalegre, Évora, Santarém, Viana do Castelo, etc. Como é que pode ser mais importante o critério da imutabilidade do período a terminar às 9h do que o critério da permanência do local?

Além disso, mesmo com observações só às 9h, é possível estimar valores máximos admissíveis em 24h e trabalhar com esses (o máximo em 24h será sempre superior a uma observação individual e inferior à soma de duas observações consecutivas). Com duas observações consecutivas às 9h de 25mm e 35mm por exemplo, a única conclusão que se pode tirar é que o máximo em 24h estará situado entre 35mm e 60mm, valores entre os quais há uma diferença abismal. Referindo apenas que o máximo no mês ou no ano foi de 35mm e esperar que em séries de 30 anos a distribuição aleatória da hora do dia a que ocorreu o máximo em 24h faça os valores extremos serem comparáveis, estatisticamente é errado.
Já em outra mensagem tinha exposto que a curva dos acumulados em intervalos de tempo padrão terminando num momento x tem os seus máximos relativos e/ou absolutos distribuídos de uma forma não correlacionada com uma certa hora do dia. As conclusões em climatologia extraídas pelo método de se obter pontos de amostra dessa curva apenas de 24 em 24 horas e escolhendo um certo momento do dia, 9h por exemplo, são induzidas de um erro que mesmo uma série de 30 anos não desvanece. Se os máximos anuais em 24h nos primeiros anos de uma série ocorrerem perto das 9h e no fim da série ocorrerem longe das 9h, mas mantendo-se os valores, ao estabelecermos a evolução dos máximos anuais julgaremos estar perante um decréscimo dos máximos em 24h ao longo dos 30 anos, quando a situação até podia ser totalmente inversa. É que neste aspecto nem mesmo cem anos são suficientes para eliminar este erro.

Talvez seja recomendável criar desde já, e penso que já deveria ter sido feito há mais anos, um novo boletim climatológico baseado num número suficiente de estações automáticas com novo método de observação, como aconteceu a partir dos anos 90, e divulgar, esse sim, publicamente, ficando o clássico para consulta de investigadores interessados.
 

AnDré

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Obrigado pelas respostas.;)
Tinha conhecimento da forma como historicamente as observações eram feitas, no entanto é interessante que mais uma vez a explicação fique aqui no fórum para informação de todos.

Portanto a estrutura e características da informação neste boletim climatológico continuam, e continuarão, pelo exposto, ancoradas nos métodos de observação obsoletos dos primórdios da meteorologia. Ponto final, não tenho mais nada a sugerir nesse caso.

Mas é estranho que ao mesmo tempo que se pretende manter, para viabilizar a continuidade das séries, os mesmos critérios de observação, se substituam estações por outras em locais bem diferentes, como é o caso de Lisboa, Portalegre, Évora, Santarém, Viana do Castelo, etc. Como é que pode ser mais importante o critério da imutabilidade do período a terminar às 9h do que o critério da permanência do local?

Além disso, mesmo com observações só às 9h, é possível estimar valores máximos admissíveis em 24h e trabalhar com esses (o máximo em 24h será sempre superior a uma observação individual e inferior à soma de duas observações consecutivas). Com duas observações consecutivas às 9h de 25mm e 35mm por exemplo, a única conclusão que se pode tirar é que o máximo em 24h estará situado entre 35mm e 60mm, valores entre os quais há uma diferença abismal. Referindo apenas que o máximo no mês ou no ano foi de 35mm e esperar que em séries de 30 anos a distribuição aleatória da hora do dia a que ocorreu o máximo em 24h faça os valores extremos serem comparáveis, estatisticamente é errado.
Já em outra mensagem tinha exposto que a curva dos acumulados em intervalos de tempo padrão terminando num momento x tem os seus máximos relativos e/ou absolutos distribuídos de uma forma não correlacionada com uma certa hora do dia. As conclusões em climatologia extraídas pelo método de se obter pontos de amostra dessa curva apenas de 24 em 24 horas e escolhendo um certo momento do dia, 9h por exemplo, são induzidas de um erro que mesmo uma série de 30 anos não desvanece. Se os máximos anuais em 24h nos primeiros anos de uma série ocorrerem perto das 9h e no fim da série ocorrerem longe das 9h, mas mantendo-se os valores, ao estabelecermos a evolução dos máximos anuais julgaremos estar perante um decréscimo dos máximos em 24h ao longo dos 30 anos, quando a situação até podia ser totalmente inversa. É que neste aspecto nem mesmo cem anos são suficientes para eliminar este erro.

Talvez seja recomendável criar desde já, e penso que já deveria ter sido feito há mais anos, um novo boletim climatológico baseado num número suficiente de estações automáticas com novo método de observação, como aconteceu a partir dos anos 90, e divulgar, esse sim, publicamente, ficando o clássico para consulta de investigadores interessados.

Não creio que essa âncora dure para sempre.
De qualquer forma, acho que todos compreendemos que se os boletins climatológicos têm como base as normais 71-00, então os valores observados hoje, quando comparados às séries, devem respeitar as mesmas regras. Aliás, é isso que os boletins climatológicos fazem: comparar o observado hoje, com as séries "normais".
Os exemplos que apontas, e bem, podem servir como complementos aos relatórios, mas não devem, a meu ver, ser comparados a valores cujo intervalo de tempo não é o mesmo.

De referir ainda que o que consta na site do IPMA é que as primeiras estações automáticas datam de 1996. Têm portanto 19 anos. Ainda lhes faltam 11 anos para completarem uma série de 30 anos. E uma boa parte das EMAs só entraram em funcionamento em 1999. O mais certo é tudo mude quando se tiver a série 01-30.

Parece uma eternidade, é um facto. Mas esquecemo-nos do tempo que é preciso para construir uma normal, e do quão rápido a tecnologia evoluiu entretanto.
Se calhar, em 2030 e tal, quando se quiser tiver uma base de dados horária, capaz de construir normais voláteis (em termos de período temporal), a tecnologia já terá avançado tanto que o avançado de hoje será obsoleto e pré-histórico.
 

Orion

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iwJqKhh.png



MSpyMte.jpg


Decades of satellite observations and astronaut photographs show that clouds dominate space-based views of Earth. One study based on nearly a decade of satellite data estimated that about 67 percent of Earth’s surface is typically covered by clouds. This is especially the case over the oceans, where other research shows less than 10 percent of the sky is completely clear of clouds at any one time. Over land, 30 percent of skies are completely cloud free.

http://www.earthobservatory.nasa.gov/IOTD/view.php?id=85843&eocn=home&eoci=iotd_image
 
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