Governo entende que plano de emergência para mau tempo é adequado
O secretário de Estado da Protecção Civil, José Medeiros, considerou hoje que os planos de emergência distritais que existem estão adequados à baixa frequência de nevões em Portugal
José Medeiros falava à margem da cerimónia de entrega de uma moto para neve ao Grupo de Montanha da GNR da Covilhã, estacionado na Torre, Serra da Estrela - elevando para seis o número daqueles veículos disponíveis na zona.
Desde sexta-feira, a queda de neve bloqueou várias estradas, isolou e dificultou o acesso a diversas localidades no Norte do país.
O presidente da Liga de Bombeiros Portugueses alertou mesmo para a falta de meios em corporações do Interior para lidar com quedas de neve intensas.
No entanto, segundo José Medeiros, a baixa frequência com que cai neve em Portugal, sem ser na Serra da Estrela, «não é de tal ordem que justifique grande alocação de meios».
Os distritos de Castelo Branco e Guarda, que englobam a Serra da Estrela, são os únicos do país com planos distritais de emergência para situações de neve e, de acordo com o secretário de Estado da Protecção Civil, «não são precisos mais».
«Todos os distritos têm planos de emergência, contemplando os vários riscos e, naturalmente, dando maior ênfase aos que têm maior probabilidade de acontecer».
De uma forma geral, a neve não é um desses riscos, «dada a posição geográfica de Portugal», referiu.
«Agora, obviamente é preciso ter atenção, actuar ao nível da prevenção junto das pessoas e com base na previsão meteorológica, posicionar alguns meios ou requisitá-los», a título excepcional, defendeu.
«Estamos todos a fazer uma aprendizagem. Nós não tínhamos um sistema de protecção civil. Tínhamos apenas um sistema virado para o combate de incêndios florestais» e que agora se dedica mais a outros riscos, «como os sismos ou a neve», sustentou o governante.
Sobre os pedidos de mais meios, José Medeiros apelou à racionalidade e anunciou que está em preparação um «guia metodológico para a elaboração dos planos municipais de risco», que depois vão servir para definir as necessidades de equipamento.
A moto de neve hoje entregue à GNR da Covilhã custou 12.500 euros, saídos do orçamento do Ministério da Administração Interna.
«Vai permitir prestar auxílio em zonas de outra forma inacessíveis ou ultrapassar congestionamentos de trânsito», exemplificou Hélder Almeida, comandante distrital da GNR de Castelo Branco.
A Turistrela tem outras três motos de neve estacionadas na Serra da Estrela, disse à Lusa fonte da empresa.
De acordo com a Protecção Civil, há outra mota para neve nos bombeiros da Covilhã e uma sexta mota pertencente à corporação de Seia.
Lusa/SOL
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