O «maior nevão da década» na Serra da Estrela ?

Vince

Furacão
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23 Jan 2007
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Braga
Eu levantei a questão foi para saber o porquê. Pode perfeitamente ter sido o maior nevão em não sei quanto tempo, não faço a mínima ideia, apenas gostava de saber se assim foi e porquê é que foi, qual foi o critério ou métrica usada.

Normalmente quando se diz que esteve o dia mais frio do ano ou da década, o dia mais quente ou o dia com um qualquer registo histórico de precipitação ou outra coisa qualquer, juntamente com essa afirmação na notícia é explicado quem disse isso e porquê. Porque caíram x milímetros, porque estiveram y graus, etc,etc. Em Outubro ou Novembro quando um caiu nevão nalgumas cidades da Suíça lembro-me de ler que foi o maior nevão desde há x anos porque a neve atingiu y cm de espessura em determinado local, o que já não acontecia naquele mês desde o ano xpto.

Agora eu das notícias todas que vi ou li, nenhuma referia esse pormenor, e mais estranho ainda, não referia quem foi a pessoa ou entidade que afirmou isso. Daí a minha dúvida perante isto. Mas já percebi que a resposta não será fácil de encontrar.
 


Aristocrata

Super Célula
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28 Dez 2008
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Paços de Ferreira, 292 mts
P.S. - O maior nevão de que tenho memória na Serra da Estrela terá ocorrido algures por volta de 1995 ( se não foi em 95 terá sido, quando muito, em 94 ou 96). A estrada para a Torre esteve fechada várias semanas, o que provocou a ira dos comerciantes.
O número de dias de neve e a quantidade de precipitação foi colossal! Nas Penhas da Saúde, há relatos de as pessoas ficarem ao nível das casas ilegais de zinco que por lá deixaram construir.
Eu tenho fotografias tiradas no início de Março desse ano, numa altura em que a estrada para a Torre estava ainda encerrada desde Janeiro e com o Lago Viriato, que abastece a Covilhã, ainda completamente gelado à superfície.

:thumbsup: Tenho na ideia que foi em 1997; fui lá dar uma voltinha num dia de sol lindissímo e verifiquei que estava fechada a estrada ainda antes da estação de esqui (sabugueiro-torre). Foram efectivamente várias semanas de estradas encerradas para a torre e muitas críticas dos comerciantes - claro!
O centro comercial na torre tinha neve compacta até ao telhado e quando lá chegaram os comerciantes muita coisa se tinha perdido.:angry:
 

cova beira

Nimbostratus
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29 Dez 2008
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Tortozendo
penso que nao foi de longe o maior nevao da decada em relacao a quantidades de neve em outros anos mesmo com temperaturas mais altas houve maiores acumulacoes na torre


penso que o que levou a comunicacao social a tratar este nevao assim foi o facto de ter caido em cotas que á dez anos era perfeitamente normal mas que na ultima decada nao aconteceu á excepcao de fevereiro de 2005 onde a cota esteve talvez apenas 50 ou 30 metros mais alta aki na zona da covilha
 

cova beira

Nimbostratus
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Tortozendo
107305.jpg


2005-02-06
 

amarusp

Nimbostratus
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10 Set 2008
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Lousã
Não foi o nevão da decada se falarmos de Loriga.
Só cairam uns raros flocos e só de manhâ, de resto chuva forte e vento sempre forte. Posso mesmo considerar que foi uma das maiores tempestades dos últimos tempos em loriga, agora neve...só a cotas acima dos 1000 metros!!
 

ALBIMETEO

Furacão
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25 Abr 2008
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CASTELO BRANCO (382m)
na minha opiniao foi um nevao de pouca relevancia lembro me em 2005 ao nivel das cotas terem sido exatamente as mesmas


em 90,91,92,93,94,95,97 isso sim eram nevoes que de um momento para o outro deixaram de cair aki em baixo ,lógico que na parte mais alta da cidade caem quase todos os anos visto se situar a 800 metros

Boas cova beira,é verdade os anos 80 e 90 nesses anos é que caiam grandes nevões e que o diga,tantas vezes que andava em serviço para essa zona por vezes semanas fundão,belmonte,manteigas,silvares,covilhã e muitas outras terras aí na zona,não havia A23 tinha que passar na estrada N18 alpredinha fundão a passar no alto da serra da gardunha tanta vez que estava intrasitável devido há neve ou passar com precaução eram e dias e dias vê-la cair:thumbsup:
 

ACalado

Cumulonimbus
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16 Fev 2006
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Covilhã 750m

Esse nevão também foi bom mas penso que neste existiu mais acumulação na parte alta da cidade mas isso é sempre difícil de quantificar ;) lembro-me muito bem dessa noite :D
não podemos englobar nesta discussão os nevões dos anos 80 e 90 pois esses sim eram nevões a serio agora quando dizem o maior nevão da década é desde 2000 ate aos dias de hoje
 

ppereira

Cumulus
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18 Dez 2007
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Lisboa/Guarda
bom, eu falo do que sei. e na zona da guarda não foi de certeza o maior nevão da década. aliás nem do mês, porque o de 30Nov/1Dez foi maior.

quanto ao maior nevão que vi foi por volta de 90 ou 91, fiz ski nos piornos e junto ao centro de limpeza de neve havia cerca de 4 metros de neve:shocking:

a estrada para a torre esteve fechada durante semanas não por ter neve mas porque havia sítios com risco de avalanche.

já falei com um condutor de um limpaneves (agora reformado) e ele disse-me que havia situações em que o limpa neves passava 6 vezes até conseguir ver a estrada (contando que os limpa neves da altura limpavam até cerca de 1 metro) o que dava cerca de 6 metros de neve acumulada:shocking:

eu nem imagino nas zonas de acumulação de neve fora da estrada (talvez 8 a 12 metros:shocking:)
 

Dan

Moderação
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26 Ago 2005
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Bragança (675m)
Mesmo a cotas baixas também não foi o maior nevão desta temporada. Por relatos e fotos que me fizeram chegar, sei que a 700m de altitude nevou bem mais no episódio do final de Novembro que neste último. Estou a falar de localidades no extremo sul da Serra da Estrela.
 

Serrano

Cumulonimbus
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9 Nov 2005
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Covilhã - 775m
No meu local de observação (Sarzedo), este último nevão foi maior do que o ocorrido no final de Novembro, mas menor do que aquele que se verificou no Carnaval de 2005.
 

Minho

Cumulonimbus
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6 Set 2005
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Melgaço
Este tipo de título produzido não terá sido uma últimoa chamada de turistas à Serra da Estrela? Alguém proferiu essa afirmação e os jornais, para não variar, repetiram sem confrontar com informações do IM.

O que destaco neste momento e pelo menos na zona que conheço, Melgaço, é que desde Outubro já foram pelo menos cinco episódios distintos de queda de neve e isso sim que há mais de dez anos que não acontece nesta altura do ano.
 

Sirilo

Cumulus
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10 Dez 2008
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Omnipresente
Obviamente que foi propaganda turistica. Não foi nem de longe o maior nevão da última década. Existem muitos milhões de euros na cabeça de quem usufrui dos euros da neve.

Outra situação que acontece é os limpa neves, sempre a bombar para tornar transitavel uma estrada que só serve para comerciantes e turistas, quando cá em baixo, nas pequenas freguesias, a população fica isolada e limpa neves nem vê-los.

É verdade que o clima mudou, mas eu lembro-me, em míuda, a neve nunca desaparecer dos montes durante todo o inverno, era muito bonito!!! Agora, neve, só de vez em quando.
 

Gerofil

Furacão
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21 Mar 2007
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Estremoz
Cai neve mas não se faz cá esqui

É o efeito bola de neve. "A crise já não contribui para o turismo da Serra da Estrela, mas as estradas encerradas completam o cenário de desolação", diagnostica Pedro Patrão, vendedor de queijo e presunto, à espera do cliente que há vários dias não entra ali na loja do Sabugueiro, aldeia que é porta de entrada para a montanha mais alta de Portugal.
A estrada está fechada logo à entrada de Seia, concelho onde está edificada a única estância de esqui do país. É possível estacionar no Sabugueiro, mas não é possível percorrer o quilómetro que a separa da Torre, onde estão alojadas nove pistas de esqui . E sem acesso às pistas, a poucos interessa chegar à aldeia. O acesso está interdito desde terça-feira.
Sem neve, a Serra da Estrela de nada serve a quem espera pelos dias mais frios da estação para praticar desportos de Inverno. Foi assim nos últimos dois anos - não houve temperatura suficiente para degenerar em neve ou houve neve, mas foi logo derretida pela chuva. O turismo ressentiu-se. Agora, vestida de branco, marcada por um dos mais intensos nevões de que dizem haver memória, a Serra, quase dois mil metros de altitude, continua a não satisfazer os desejos dos turistas, nem quem vive dos desejos deles. Os hotéis estão vazios; as lojas despidas; nas ruas apenas cães. Dura ironia: há neve, mas não há como lá chegar.
"Antigamente, por esta altura, já tinha os quartos todos alugados para o Carnaval. Agora, nem um", lamenta José Martinho, 75 anos, mais de 30 a aquecer os pés no aquecedor a gás, electrodoméstico estacionado ali no meio da loja de licores e queijos que já conheceu fila e agora só o tem a ele. As histórias dos comerciantes são todas iguais. Com uma única diferença: há os que entendem o corte da estrada e os que o criticam.
Artur Costa Pais, administrador da Turistrela, critica tudo: o Centro de Limpeza da Junta Autónoma de Estradas e a brigada de montanha da GNR. Não se conforma com o facto de as estradas só ficarem transitáveis quando já estão secas e sem neve. Defende que "a economia da região depende do turismo" e que devido ao encerramento da ligação Piornos-Torre-Lagoas já se terão "perdidos vários milhões de euros".
Costa Pais compara o cenário português com o estrangeiro: "Em Madrid, os carros andam em segurança, mesmo com 10 centímetros de neve. A limpeza das estradas está a cargo de uma empresa privada paga pelo Estado. Por cada dia de estradas fechadas, a empresa é paga uma multa".
Na Serra da Estrela, há poucos meios ou pouca eficiência na limpeza realizada pela Estradas de Portugal? "Nem uma coisa nem outra", responde Manuel Tavares, responsável pelo Centro de Limpeza. "Temos seis limpa-neves e duas rotativas. Estamos sempre a trabalhar, todos os dias. Mas nesta região a neve é agravada pelo vento e pela falta de visibilidade. Às vezes, projectamos a neve para um lado e o vento leva-a para outro. Nestas circunstâncias, limpar a Torre é impossível".
Mesmo que houvesse acesso às pistas de esqui não seria possível esquiar, argumenta José Flávio, comandante dos Bombeiros Voluntários da Covilhã. "O vento e o gelo não o permitiriam", garante. "Ao contrário do que acontece na maior parte das estâncias estrangeiras, esta tem muito vento. E aqui a neve é mais densa: se nos Alpes pesa cerca de 70 quilos por metro cúbico, aqui pesa mais de 780 quilos. Não vale a pena comparar os cenários: são diferentes. Não é possível fazer milagres".

Fonte: JN (07/02/2009)

Turismo do Norte anda mais 100 Km até à serra

Milhares de turistas, oriundos do Norte do país, estão a ser induzidos em erro para chegar à serra da Estrela. A falta de sinalética, na A25, à saída de Viseu, a indicar o caminho (substancialmente mais perto) para o cume da montanha mais alta de Portugal - via Nelas, Seia, Sabugueiro, Torre - tem feito com que sigam em direcção a Celorico da Beira, entrando depois na A23, a seguir à Guarda, contornando a serra, para entrarem pelo lado da Covilhã. Isto, apesar de existir uma alternativa na saída de Celorico, em direcção a Gouveia.
O erro, frequentemente cometido por quem não conhece as estradas da região, "obriga a um percurso de quase mais de 100 quilómetros", garante a população do Sabugueiro, que alega estar a ser lesada, designadamente o seu comércio local, e que, por causa disso, está a preparar uma manifestação de protesto para o próximo Carnaval.
"A simples falta de uma placa está a penalizar fortemente o comércio e o turismo neste lado de cá da serra (Seia/Sabugueiro), para mais uma vez beneficiar o lado da Covilhã, que já é servida pela A23, pela qual recebe os turistas do Sul", protesta Mário Jorge Branquinho, porta-voz do Grupo de Cidadãos do Sabugueiro.
"Se até alturas do Carnaval não for corrigida a sinalética turística, então avançaremos com uma manifestação de repúdio a exigir às autoridades competentes a colocação daquela simples placa informativa na A25, à saída de Viseu", ameaça.
Na iniciativa de protesto, acrescenta Branquinho, a população vai também questionar o Governo "sobre o andamento do arranjo das valetas e estacionamentos no traçado da EN 339, no interior do Sabugueiro, sucessivamente prometido e adiado".
Vai ainda apelar ao Governo "que seja executado o traçado do IC37, Viseu/Seia, o mais urgente possível, sob pena de se comprometer o turismo em particular e o desenvolvimento económico em geral, deste lado de cá da serra", acrescenta o porta-voz do grupo.
Os comerciantes da aldeia, cerca de quatro dezenas, dizem que o Sabugueiro corre o risco de poder ser riscado mapa. "O turismo é desviado para os lados da Covilhã e, por isso, há dias em que a estrada que atravessa o Sabugueiro é quase um deserto", queixa-se Olinda Oliveira, que explora um restaurante da aldeia. "Admito que haja alternativas, mas tirarem-nos assim do mapa é que não", protesta a empresária.
Alberto Silva, proprietário de uma residencial e casa de venda de produtos regionais, fala em quebras de negócio de 30% a 40%. E conta um caso recente. Um cliente que devia ter chegado à hora de jantar, só lhe apareceu a bater à porta por volta da meia-noite, "porque foi induzido em erro, entrando na serra pela Covilhã".
O presidente da Junta de Freguesia do Sabugueiro, José Pedro Oliveira, está ao lado dos comerciantes e vai apoiar a manifestação. "É uma vergonha o que estão a fazer à minha aldeia", desabafa, indignado.
O Grupo Aenor, concessionária da A25, está disponível para "reanalisar" o caso da falta de sinalética à saída de Viseu, "se a solução encontrada for a melhor para os utentes". Sublinha, no entanto, que tudo tem de ser feito em sintonia com a EP - Estradas de Portugal. "Os destinos ao longo da A25 são definidos pela EP, com base em estudo elaborado pela concessionária. Foi obedecendo ao referido estudo que se definiram os destinos ao longo da A25, tendo o projecto merecido aprovação daquela entidade rodoviária", explica o Grupo Aenor, que se mostra aberto para corrigir o caso. "Esta concessionária estará disponível para reanalisar a situação referida, com a EP", refere, acrescentando que "os princípios que nortearam o projecto de execução [aprovado previamente pela EP] foram os considerados fundamentais aos utentes, no princípio de todas as Normas em vigor em Portugal".

Fonte: JN (07/01/2007)